Seguidores que acompanham o Blog

 O ENSINO DE JESUS SOBRE A ORAÇÃO

Lição 8 – 21 de agosto de 2022

TEXTO ÁUREO
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos. Mateus 6.7

VERDADE APLICADA
Por intermédio da oração cultivamos o relacionamento com Deus e expressamos nossa dependência e interesse em glorificar o Seu Nome em nosso viver.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar o modelo da oração do Pai Nosso.
Explicar a primeira parte da oração: Deus e Sua glória.
Mostrar as nossas necessidades e carências.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mateus 6
09. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
10. Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
11. O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
12. E Perdoa-nos a nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
13. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.

COMENTÁRIO ADICIONAL 

INTRODUÇÃO
A oração vai além da conversa. Em sua definição, há entre os seus significados suplicar ou implorar. E nessas palavras está implícito o atributo da insistência ou consistência. Nesse sentido, em 1Tessalonicenses 5:17 está escrito Orai sem cessar. É com esta busca consistente e insistência que devemos buscar a Deus, saber Sua vontade para nossas vidas.

1. A Oração modelo dos discípulos de Cristo
Umas das técnicas para ensinar é organizar o conhecimento de uma maneira didática, criando por exemplo um método ou um modelo. Jesus, nosso Mestre, em resposta a um dos discípulos (Lucas 11:1) descreve a oração intitulada “Pai Nosso”, que é simples, ao mesmo tempo que é completa; É curta, ao mesmo tempo que abarca com profundidade todas as necessidades do homem.

1.1. Ensina-nos a orar
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (João 1:1).  E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1:14). Não há professor melhor, do que a própria Palavra de Deus, o verbo que se fez carne, este é Jesus, para nos ensinar como devemos orar. O modelo de oração conhecido pelos discípulos era o praticado pelos fariseus, que oravam para serem vistos por outras pessoas. Jesus veio para colocar uma lente nas distorções que os religiosos colocaram nos mandamentos de Deus e apontar para o caminho correto, assim como ocorreu com Paulo: Imediatamente lhe caíram dos olhos algo parecido com umas escamas, e ele passou a ver de novo. Em seguida, levantando-se, foi batizado. (Atos 9:18). Jesus resgata o verdadeiro significado da oração, a sinceridade e humildade em reconhecer a glória de Deus e não autopromoção perante os homens.

1.2.  A oração e sua ordem
Ao analisar a oração ensinada por Jesus, podemos dividir em duas partes. A primeira em reconhecimento à grandeza de Deus e a segunda como nosso provedor que nos sustenta e supre nossas necessidades. Essas duas partes podem ser vistas, também, em Mateus 6:33, que diz: Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. A primeira parte está em identificar com quem falamos, o Deus poderoso, que fez o céu a terra. Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra (Salmos 96:9). Na segunda parte estão presentes as necessidades humanas, que pela fé, confiamos que Deus nos sustentará. Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou (Salmos 3:5).

1.3. Do Pai para os filhos
Jesus ao ensinar a oração, transmite para nós a mesma relação que possui com Deus. A relação entre Pai e Filho. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16). E por meio do sacrifício de Jesus, somos também filhos. E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade (Efésios 1:5). E como Pai, Deus nos protege, nos supre, nos alimenta, nos dá paz, nos dá força. Porém, como Pai, também possui autoridade (está acima de tudo e todos) e nos corrige.

2. DEUS E SUA GLÓRIA
Bendiga o Senhor a minha alma! Ó Senhor, meu Deus, tu és tão grandioso! Estás vestido de majestade e esplendor! (Salmos 104:1). Porque tu és grande e fazes maravilhas; só tu és Deus (Salmos 86:10). Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás (Salmos 139:8). O Deus que faz o impossível, que transforma nossa vida, que nos resgata do pecado, que nos dá esperança, o único que é digno de louvor. Esse é o Deus que ouve e atende nossas orações.

2.1. Pai nosso que estás nos céus
A Bíblia ensina que Jesus é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6). Por meio do Seu sacrifício de amor na Cruz nos aproximou e nos deu livre acesso à Deus (Efésios 3:12). O Véu foi rasgado (Mateus 15:38). Agora somos filhos de Deus (Efésios 1:5). A oração ensinada por Jesus não menciona “Meu Pai que está nos céus”, mas sim Pai “nosso” que está nos céus. Aqui notamos o propósito da comunhão do corpo de Cristo. Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros (Romanos 12:5). Ter comunhão é realizar algo junto, é ter sintonia em pensar, agir e sentir. E para nós, cristãos, o algo em comum é Jesus, a sua Palavra viva.

2.2. Santificado seja o teu nome
A reverência e respeito estão ligados ao temor. Jesus enfatiza que, embora tenhamos livre acesso ao Pai, é importante saber com quem se fala. O Eu Sou o que Sou (Êxodo 3:14). O Deus que é santo. O temor ensinado por Jesus na oração foi ressaltado pelo próprio Deus ao descrever Jó, o servo temente a Deus: Disse então o Senhor a Satanás: Reparou em meu servo Jó? Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal (Jó 1:8). É importante não transformar o livre acesso a Deus, a algo comum, que pode ser realizado de qualquer forma. O temor e o respeito é notado na forma como tratamos uma pessoa. Em audiência, por exemplo, ao se dirigir ao juiz, deve referir-se de maneira solene, “Excelência”. A importância dada ao nome de Deus também é registrada na Bíblia entre os dez mandamentos: Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o seu nome em vão (Êxodo 20:3).

2.3. Venha teu reino, e seja feita a tua vontade
Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou (Apocalipse 21:4). Toda a Bíblia aponta para o Jesus, o plano perfeito de salvação para o pecador. E essa salvação dá acesso à promessa: E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também (João 14:3). A promessa é estar com o Pai Celestial, desfrutar de sua presença e seu reino. A Oração nos faz lembrar dessa promessa e saber que Ele é fiel para cumprir: Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel (Hebreus 10:23).

3. NOSSAS NECESSIDADES E CARÊNCIAS
A Bíblia registra a história do rei Salomão. Nenhum rei na terra comparava-se a ele, tanto em riqueza como em sabedoria. Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em riquezas como em sabedoria (1 Reis 10:23). Levando em consideração o conforto e a beleza que podemos ter na terra, em seu tempo, Salomão teve riquezas para possuir tudo. Dentro desse contexto, como eram suas roupas? Feitas pelo tecido mais nobre? Pelo alfaiate mais habilidoso? Para todas essas perguntas, a resposta possivelmente é sim! No entanto, a Bíblia ensina que este rei, no auge de sua glória, não se vestiu tão bem quanto aos lírios do campo. Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. (Lucas 12:27). Esse Deus, detalhista e provedor, cuida de nós todos os dias. E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? (Lucas 12:28).

3.1. O pão nosso de cada dia
O contato diário, esse é o ensinamento deixado por Jesus em “o pão nosso de cada dia”. Falar com Deus e confiar no seu cuidado leva a dependência a Ele. Pois sem Ele nada podemos fazer (João 15:5). E se durante o dia faltar força? Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor (Isaías 40:29). E se estivermos sozinhos, sem saber o que fazer, sem direção? Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro. O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra (Salmos 121:1,2).

3.2. O perdão de nossas dívidas
Onde há amor, há perdão. Onde há perdão, há amor. Um não existe sem o outro. Em uma família, por exemplo, quantas vezes temos que perdoar? Uma palavra colocada em um contexto inadequado, um olhar mais duro, falta de carinho, falta de comunicação. Tudo isso é inevitável em convívio social e só é possível prosseguir caminhando junto, se houver perdão. E só perdoa quem ama. O pecado nos separou de Deus, mas o perdão, por meio de seu amor, nos resgatou e nos trouxe vida! Perdoar envolve renúncia, pode até trazer uma dor física, de tão profundo um ato nos tenha ferido. Trazendo também aquele pensamento: Por que eu tenho que perdoar? Eu estou certo, a outra pessoa que errou! Ela é que tem que me pedir perdão! E lendo a palavra de Deus, Ele nos ensina a olhar para dentro de nós, vendo nossas impurezas, como não merecedores do perdão de Deus e mesmo assim, fomos perdoados!! Perdão que nos foi concedido foi manifestado pelo maior sacrifício, Jesus (João 3:16). Se fomos perdoados, devemos também perdoar.

3.3. Livrai-nos do mal
O Cristão trava batalhas todos os dias em dois campos. A batalha interna, contra carne, contra nossa natureza pecaminosa. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis (Gálatas 5:17). A batalha externa, no campo espiritual. Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (1 Pedro 5:8). Para essas batalhas não conseguimos vencer sozinhos. Só Deus pode nos guiar, nos proteger, nos dar estratégias, nos fortalecer. Pela oração e através da sua Palavra viva e eficaz. Um dos ensinamentos registrados na Bíblia é o da vigilância. Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos (Efésios 6:18).

CONCLUSÃO
Nosso mestre, Jesus, conforme dito anteriormente, utiliza da didática para levar sua mensagem de vida. Além, das parábolas, Jesus utilizou seu testemunho, seu exemplo. E o que mais me chama a atenção, é como tudo o que Jesus prega, Ele vive. Mesmo: Sendo o Cordeiro de Deus, que tira o pecado mundo (João 1:29); Sendo o caminho, a verdade e a vida (João 14:6); Sendo Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16:15); Sendo a ressurreição e a vida (João 11:25); Tendo o nome que está acima de todo nome (Filipenses 2:5-11); Sendo o pão da vida (João 6:35); Em quem habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Colossenses 2:9). Sendo tudo isso, teve, enquanto homem na terra, o hábito da oração constante e dependência de Deus. Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava (Lucas 5:16). A oração ensinada por Jesus nos mostra: a importância da reverência, autoridade e glória ao Deus que servimos (Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome). A soberania de Deus (Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu). A vigilância, constância na oração, dependência de Deus, perdão e provisão no tempo presente (Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia), no passado (Perdoa as nossas dívidas) e no futuro (E não nos deixes cair em tentação).

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada
Revista Betel Dominical, adultos, 3º Trimestre de 2022, ano 32, nº 124. Sermão do monte – A ética, os valores e a relevância dos ensinos de Jesus Cristo. Lição 8 – O ensino de Jesus sobre a oração.

Comentário adicional - Jhonatan Gonçalves, aluno da EBD.

 

 

4 comentários:

Fernando Júnio disse...

Muito bom, Jhonatan! Realmente, a oração do Pai nosso é muito mal compreendida desde os tempos antigos. Cada parte da oração foi muito bem comentada, que Deus continue abençoando sempre.

Anônimo disse...

Parabéns pelo comentário irmão Jhonatan, orar ao Senhor é algo sublime, não é como chegar diante de uma plateia e discusar como uma oratória perfeita escrita por outro e sim, a expressão de sentimento puro que sai de dentro! que Deus continue te usando.

ancelmo disse...

Parabéns Jhonatan, excelente comentário, bem elaborado e edificante. Deus continue te abençoando.

Emivaneide Silva disse...

Parabéns Jhonatan por seu comentário muito bem redigido e didático.