Seguidores que acompanham o Blog

Apocalipse: A Revelação de Jesus Cristo - Comentários Adicionais

 APOCALIPSE: A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO

Lição 02 - 10 de Abril de 2022


TEXTO ÁUREO

E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último” (Ap 1.17).

VERDADE APLICADA

Não podemos, como Igreja, ignorar ou desprezar a relevância da mensagem do Apocalipse, pois breve Jesus voltará.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

* Despertar para a brevidade do tempo;

* Mostrar as características que identificam a Igreja;

* Destacar a pessoa de Cristo e sua posição soberana.

TEXTOS DE REFERÊNCIAS

Ap. 1.3 - Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.

Ap. 1.4 - João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;

Ap. 1.5 - E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,

Ap. 1.6 - E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.

INTRODUÇÃO

A lição de hoje é um complemento da lição anterior. Conhecer o Apocalipse com os olhos da Graça de Deus é, na realidade, estar ciente de tudo que faz parte dos profundos mistérios do Coração de Deus. Embora a maioria das pessoas abra o livro do Apocalipse querendo enxergar apenas acontecimentos futuros, o contexto histórico do livro é muitíssimo importante para compreendê-lo com coerência e sensatez. O livro de Apocalipse não pode ser visto apenas como um tratado que versa sobre o fim dos tempos. Como seu próprio nome indica, ele é a revelação de Jesus Cristo (Ap 1.1).

1. A REVELAÇÃO DO APOCALIPSE

Toda revelação no livro de Apocalipse vem de Cristo e está centrada nele. Nada do que foi registrado é fruto da invenção ou imaginação própria do apóstolo João. Conforme ele próprio declara, tudo é registro da divina revelação de Jesus Cristo (Ap 1.1). O que significa dizer que ele foi escrito a partir da perspectiva celestial, onde o tempo não existe e cuja linguagem e pensamento são mais altos que os nossos. Portanto, qualquer leitura ou pesquisa no livro somente com o raciocínio humano pode levar a desvios e obscurecimento daquilo que o Senhor quer de fato dizer (1 Co 1.21). Para sermos bem alimentados, edificados e fortalecidos com a inesgotável e maravilhosa mensagem do livro, devemos ler e meditar a partir de uma mentalidade simples, humilde e em oração. Agindo assim, além de sermos iluminados pelo Espírito Santo, nosso coração e mente também ficarão cheios de profundo gozo e alegria com o conteúdo de suas mensagens (1 Co 2.10-11; 1 Pe 1.8).

1.1. A autoria do Livro

João, filho de Zebedeu, é o autor do Apocalipse (Ap 1.1,4,9; 22.8). Ele também escreveu o quarto evangelho e três das sete epístolas universais. Em virtude de sua profundidade teológica, o apóstolo recebeu dos pais da Igreja o título de “João, o teólogo”. Ficou também conhecido como o discípulo “a quem Jesus amava” (Jo 20.23). Ele escreveu Apocalipse na Ilha de Pátmos, onde estava exilado, provavelmente por pregar o evangelho. O próprio Cristo confiou essa revelação a João para que a entregasse à Igreja como uma predição dos eventos mais importantes que em breve deveriam acontecer, para apoiar a fé do Seu povo e a direção da sua esperança.

1.2. A tríplice bem-aventurança

Esta tríplice bem-aventurança parece ser pronunciada para nos encorajar a meditar no livro, em vez de ficarmos fadigados de tanto pesquisar símbolos, imagens e figuras nele contidas! Para alcançar o auge da tríplice bem-aventurança e sermos bem alimentados, edificados e fortalecidos com a inesgotável e maravilhosa mensagem do livro, devemos ler e meditar a partir de uma mentalidade simples, humilde e em oração. Devemos, ainda, “guardar as coisas que estão escritas”. Por que guardar? “Porque o tempo está próximo”. Guardar aqui não é só memorizar os textos e/ou ser bons ouvintes. É muito mais! É obedecer, é praticar, é ficar vigilantes! É ficar na expectativa de sua gloriosa manifestação!

1.3. A brevidade do tempo

O livro do Apocalipse é um livro aberto que deve ser proclamado até os confins da Terra. O livro revela que o tempo para a volta de Cristo “está próximo”. Portanto, a mensagem geral do livro gira em torno do interesse pela prontidão diária para o encontro com o Senhor no fim do tempo. Em Apocalipse 1.1 e 3, por exemplo, é apresentada a ideia da proximidade. Foram mostradas a João “as coisas que em breve devem acontecer”, as quais eram urgentes, “pois o fim do tempo está próximo.” Um dos objetivos de João ao escrever o Apocalipse é alertar-nos quanto à brevidade e urgência da vinda do Senhor. Assim, ao meditar nos eventos finais que estão para ocorrer sobre a face da terra, devemos focalizar em “Quem” está vindo, e não apenas no “Que” está por vir. Nossas expectativas sobre os tempos finais devem está centralizados em Cristo e na sua iminente volta, e não nas crises (estes devem servir, apenas, de sinal). Quando centralizamos nossa expectativa no encontro glorioso com o Senhor Jesus Cristo, nos tornamos mais fortes para enfrentar os embates da vida.

2. A VISÃO DA IGREJA

Jesus deu a João uma série de visões e revelações importantes, não só para as igrejas locais da época, mas para todas as igrejas em todos os lugares e épocas. Em Apocalipse 1.19 fica claro que a mensagem do livro do Apocalipse abrange não apenas os acontecimentos do primeiro século, mas também aqueles que ainda ocorreriam. Dessa forma o conteúdo do livro do Apocalipse não ficou restrito apenas àquelas sete igrejas. O livro aborda o passado, presente e o futuro da igreja. Jesus exorta os crentes a continuarem firmes, resistindo a todas as tentações e dificuldades, pois a vitória já foi garantida pelo próprio Jesus. Por isso, em breve Satanás será derrotado definitivamente e a Igreja reinará eternamente com Deus.

2.1. As sete igrejas da Ásia

Jesus incumbiu João de enviar o livro de Apocalipse a sete igrejas da Ásia menor, atual Turquia. Assim, as sete igrejas da Ásia foram as primeiras a receberem a revelação do Apocalipse. Nos capítulos 2 e 3, o Senhor Jesus endereçou uma carta a cada uma destas igrejas. Cada carta segue quase o mesmo modelo: a) Uma comunicação ao anjo que representava a igreja; b) uma descrição de como Jesus se apresenta a elas; c) um comentário de elogio às boas obras realizadas (só em uma, nada de bom é mencionado – Ap 3.14-22); d) uma reprovação pelas más obras anotadas (só em duas, nada de mau é mencionado – Ap 2.8-11 e 3.7-13); e) um conselho e encorajamento para corrigir o erro (exceto àquelas em que nada de mau tinha sido notado); f) uma exortação a ouvir; g) uma promessa àquelas que triunfassem.

2.2. Reino e sacerdócio

A palavra é clara quando diz que ele nos constituiu Reino, isso fala de governo. Nós enquanto Reino necessariamente temos de ter um REI e este é Jesus Cristo o Rei que Reina, eternamente e por sua infinita graça e misericórdia Reina em nós e através de nós. Ela também nos mostra que O Senhor Jesus nos constituiu sacerdotes e isso fala que nós temos um serviço. Se formos buscar no antigo testamento iremos ver que o sacerdote tinha o serviço de ministrar a Deus e ao povo. Se hoje, por meio de Cristo, nós somos Sacerdotes, nós também temos este trabalho de ministrar a Deus e ao povo. Quando falo ministrar a Deus falo de orações, louvor e adoração. Temos também o serviço de ministrarmos uns aos outros sendo edificados e edificando através do ensino, exortação, consolo, comunhão, profecia e também temos um serviço para com o mundo por meio da pregação do evangelho e do nosso testemunho pessoal. O Senhor nos constituiu à posição de reino e sacerdote. Ora, só pode ser elevado a esta posição o redimido, perdoado, justificado e santificado. Há um poder real que já nos foi investido.

2.3. Sete castiçais de ouro

Os Sete Castiçais, cujo nome de origem é “Menorah” que significa “Candelabro” ou simplesmente “lâmpada”. Era uma peça, toda esculpida em ouro, integrado por uma coluna central, com seis braços, três de cada lado e sustentada por um pedestal. Constitui-se num dos objetos mais importantes e significativos das Escrituras e da cultura judaica. Na linguagem do Apocalipse, os sete castiçais de ouro representam a Igreja de Cristo. “Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na mão direita e aos sete candelabros de ouro: as sete estrelas são os anjos das sete Igrejas e os sete candelabros as sete Igrejas.” (Ap 1.20). Individualmente considerados, cada um deles representa as 7 igrejas locais anunciadas com as suas virtudes e defeitos. Em seu conjunto, simbolizam a Igreja invisível e universal. Entre os sete castiçais, andava o Cordeiro de Deus. O que significa dizer que Jesus Cristo é o Senhor da Igreja e esta no meio dela, e que, conhece a luz de cada lâmpada. Nem todos possuem a mesma resplandecência, mas todos são igualmente valiosos. Por serem o que são, os castiçais têm obrigação de luzir como luz de um mundo que jaz no maligno.

3. VISÃO DE DEUS

Na Ilha de Patmos, João tem uma visão do Deus Triuno: Pai, Filho (v.1) e Espírito Santo (v.4). Os “sete Espíritos”, aqui, são uma referência à terceira pessoa da Trindade e podemos melhor compreender esta expressão quando lemos o que está escrito no livro do profeta Isaías: “Repousará sobre Ele (Cristo) o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11.2). Tudo que importa no cristianismo depende da verdade de “ser Deus um, em três pessoas”. A Bíblia ensina que há um só Deus (Dt 6.4; Is 44.6), que subsiste em três pessoas: O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus (Gn 1.26; Is 9.6, 48.16; Mt 28.19; 2 Co 13.13). Não existem três deuses, mas, um só. Esse único Deus é três pessoas. Cada uma delas é distinta e tem personalidade própria. O Pai não é o filho, o Espírito Santo não é Pai e o Filho não é o Espírito Santo (Mt 3.16-17). As pessoas são distintas, mas, Deus é um só. As três pessoas são distintas, mas iguais (Gn 1.26; 3.22; 11.7; Is 48.16; Mt 28.19; Jo 1.1-4, 14, 18).

3.1. A trindade Santa

O termo clássico “trindade” acha-se, hoje prejudicado, pois a linguagem contemporânea distingue “pessoas” de “personalidades”. Assim sendo, três “pessoas”, hoje pode indicar três deuses diferentes, criando com isto uma barreira à nossa compreensão da unicidade de Deus. Daí optarmos pelo termo “triunidade”, que significa a tríplice “manifestação” pessoal que Deus fez de Si mesmo, ou seja, o tríplice modo da existência de Deus. No contexto teológico, as Escrituras reconhecem as “três pessoas” como sendo Deus, cada uma separadamente, apresentando atributos que são inerentes a uma pessoa. Assim, a triunidade consistes de três pessoas e não uma. De um Deus e não três. Deus é um Ser, que subsiste em três “pessoas definidas”. Assim sendo a triunidade é composta de três pessoas unidas sem existências separadas, tão completamente unidas que formam um só Deus (Jo 17.21-26; I Jo 5.7). Não há talvez nas Escrituras, doutrina mais difícil de se explicar do que esta. Muitos têm afirmado que esta se trata de uma doutrina absurda, irreverente e ilógica, e, que como dogma humano, é uma pedra de tropeço à nossa razão. A dificuldade aqui se impõe, quando queremos pensar racionalmente em somar os três encontrar um (1+1+1=1?). Mas, se multiplicarmos, em vez de somar, facilmente obteremos o resultado que procuramos (1x1x1=1). Desta forma todo contexto da redenção cristã e sua aplicação à experiência humana dependem inteiramente do fato de Deus ser “Um em Três”.

3.2. Jesus, o Filho do homem

No livro de Apocalipse, João vê um semelhante ao “Filho do Homem” (Ap 1.13). A expressão “Filho do Homem” é o título mais utilizado por Jesus para se referir a si próprio no Novo Testamento. A expressão aparece desde o Antigo Testamento, e seu significado correto dependerá do contexto em que ela é aplicada. No Salmo 8.4, por exemplo, essa expressão significa simplesmente “homem”, e serve para apontar a debilidade e a dependência humana diante de Deus. No entanto, existe um significado mais profundo nas Escrituras quando Jesus é denominado como sendo o “Filho do Homem”. No livro de Daniel encontramos a explicação acerca da origem e do significado desse título aplicado a Jesus. O profeta Daniel escreve que viu, vindo com as nuvens do céu, “um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele” (Dn 7.13). Ele continua dizendo, que foi dado ao “Filho do Homem” “domínio, e glória, e o reino; para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem. Seu domínio é eterno, e não passará, e o seu reino jamais será destruído” (Dn 7.14). No Novo Testamento Jesus se mostrou como sendo aquele de quem Daniel testificou, o qual é glorificado na presença do Ancião de dias (Mt 26.62-64).

3.3. A visão de Cristo glorificado

Deus se revelava e ainda se revela por meio de visões para o seu povo. Nas páginas das Escrituras, encontramos inúmeros relatos de homens que tiveram visões. No livro de Apocalipse encontramos as revelações de Deus que foram comunicadas a João através de visões. Deus o conduz a um estado de êxtase ou sob o poder do Espírito e dessa forma ele pode ver a Cristo em seu estado glorificado (Ap 1.10-19). João ouviu uma voz como de trombeta (uma forma de descrever o indescritível e falar de um som sobrenatural e majestoso). João vê a face de Jesus que brilhava como o resplendor do sol. A presença desta intensa luz nos lembra o que ocorreu com Moisés ao descer do monte. Seu rosto brilhava. Jesus trazia na Sua mão direita sete estrelas brilhantes, que simbolizam os Seus pastores na mão de comando. Na visão, Sua cabeça e cabelos brancos eram alvas como lã e simbolizam a sabedoria, a eternidade, e a santidade de Jesus. Os olhos como chamas de fogo é uma descrição da Sua onisciência, do Seu pleno conhecimento do juízo, olhos que penetram e revelam o que está em oculto, encoberto, nos lugares mais sombrios e profundos do homem (Mt 10.26). Os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha, representam a ideia do bronze se derretendo no fogo e fala da onipotência de Jesus, sobretudo da sua força esmagadora, quando subjugará todos os Seus inimigos debaixo dos Seus pés. Ao ver Cristo glorificado João cai aos seus pés.

CONCLUSÃO

Apocalipse é uma revelação de Cristo acerca de Si mesmo. Ele é o Cordeiro vitorioso, no trono, como representante da humanidade e Salvador do mundo. Ele é também o Senhor do futuro. É o Rei vindouro, que levará Seus seguidores para o reino celestial e destruirá a todos que se identificam com o pecado.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

REVISTA BETEL DOMINICAL – Jovens e Adultos. Apocalipse. Rio de Janeiro. Editora Betel – 2º Trimestre de 2022. Ano 32123. Lição 02 – Apocalipse: A revelação de Jesus Cristo.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Almeida Revista e Corrigida. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel Ltda. 1ª Edição, 2014.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. Rio de Janeiro, 1995.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

Pr. Osmar Emídio de Sousa - Servidor Público Federal; consagrado a pastor pela Assembleia de Deus, Ministério de Madureira e Superintendente da EBD. É Graduado em Direito, em Missiologia e em Teologia Pastoral.

Um comentário:

Unknown disse...

Deus abençoe, muito obrigada. A paz de Cristo.