FIDELIDADE, UM ESTILO DE VIDA
Lição 5 – 1 de agosto de 2021
Amai ao Senhor, vós todos os que sois seus santos; porque o Senhor guarda os fiéis e retribui com abundância aos soberbos. Salmos 31:23
Ser fiel a Deus não nos isenta das provações, mas nos permite crescer na fé e no do Senhor, testemunhando a Sua provisão.
● Ensinar a necessidade de tomar uma firme decisão.
DANIEL 3
14. Falou Nabucodonosor, e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?
COMENTÁRIO ADICIONAL
Fidelidade é a qualidade de quem é fiel, comprometido, que independente do contexto, mantém suas atitudes constantes. Para os jovens Sadraque, Mesaque e Abednego o contexto cultural, social e religioso mudou-se radicalmente, mas a fé e confiança em Deus foi preservada, cuidada e alimentada todos os dias.
1. Uma firme decisão
Nabucodonosor, após conquistar Jerusalém, levou consigo toda riqueza, príncipes e famílias nobres de Jerusalém à Babilônia, ficando apenas o povo pobre da terra. “E tirou dali todos os tesouros da casa do Senhor e os tesouros da casa do rei; e partiu todos os vasos de ouro, que fizera Salomão, rei de Israel, no templo do Senhor, como o Senhor tinha falado. E transportou a toda a Jerusalém como também a todos os príncipes, e a todos os homens valorosos, dez mil presos, e a todos os artífices e ferreiros; ninguém ficou senão o povo pobre da terra.” (2 Reis 24: 13-14).
Esse foi o primeiro passo do Rei da Babilônia para destruir a identidade de Israel. Além das pessoas e riqueza material, foram levados os tesouros da casa do Senhor construídos pelo Rei Salomão.
Dentre os cativos, estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias, que decidiram em seu coração não se contaminar com a religião, cultura e normas de uma nação pagã. (Daniel 1:8). Mantiveram a fé, colocando suas vidas nas mãos de Deus. Sendo, como está escrito em Apocalipse 2:10, fieis até a morte.
1.1. O critério de escolha
Atualmente a informação é de fácil acesso às pessoas. Um dos fatores que contribuíram para isso foi o avanço tecnológico que tornou a disseminação de conhecimento mais rápida e com menor custo.
Na época de cativeiro de Jerusalém, o contexto era diferente, além de escassa, a informação ficava restrita à classe nobre da nação. E foi essa classe social, rica e com maior conhecimento, levada à Babilônia. Ainda assim, o Rei Nabucodonosor, realizou uma nova seleção, escolheu jovens sem defeito, com boa aparência e com muito conhecimento para servi-lo. “E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos príncipes, jovens em quem não houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus”. (Daniel 1:3-4).
Os jovens escolhidos passariam três anos sendo alimentados por porções diárias e com instruções para depois prestar serviço real. Dois fatores realçam ainda mais a fidelidade de Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Primeiro, estavam sob ordem do rei de uma nação estrangeira, que os mantinham em exílio. Desobedecer era decretar sua sentença de morte. Segundo, eram oferecidas as iguarias dos reis, ou seja, os melhores alimentos que uma das nações mais poderosas de seu tempo poderia oferecer. Mesmo tudo apontando para a obediência ao Rei da Babilônia como única opção, a escolha realizada foi preservar a fé em Deus. Quando se trata de relacionamento a Deus não há espaço para infidelidade. “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).
Aqui está nosso desafio, cada um de nós tem um ponto fraco, que se não estiver totalmente atento, a queda é certa. Mesmo assim, Deus nos convoca para ser fiel em tudo, até nas nossas fraquezas. “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”. (2 Coríntios 12: 9-10).
1.2. A mudança dos nomes
Os nomes dos jovens exaltavam a Deus. Já os nomes definidos por Nabucodonosor apontavam para a religião da Babilônia.
1.3. Um propósito inabalável
O ambiente que nos cerca influencia muito na nossa formação. Uma família em que o hábito de ler a Bíblia é constante, por exemplo, tornará mais fácil a absorção desse comportamento pelos filhos. O ambiente pode impulsionar o desenvolvimento, seja profissional ou espiritual, de uma pessoa ou pode ser um grande desafio. A história dos jovens exilados nos ensina que embora haja um ambiente adverso, ele não é determinante. Ou seja, o ambiente não determina que a pessoa é ou será. No contexto de tristeza (retirados de sua terra a força), religião e cultura pagãs (obrigado a adorar outros deuses), pressão para mudar sua essência (alteração de nomes imposta pelo Rei), ainda assim, permaneceram fiéis. Antes mesmo de entrarem na fornalha, estavam passando por uma provação de fogo no campo espiritual.
Quem é você quando está sozinho? Quando não há ninguém para te dizer o que é certo ou errado? Quando não há uma autoridade por perto? Quem é você quando a decisão que tomar, certa ou errada, fácil ou difícil, só você saberá? A fraqueza, que foi dita no tópico 1.1, aqui torna-se “quase” impossível de resistir. Aqueles jovens estavam sós, em outra nação, sob ordens de um rei. Se escolhessem seguir Nabucodonosor poderiam receber ainda mais privilégios e, claro, salvar a vida. Embora com todo esse contexto adverso, eles decidiram rejeitar os prazeres deste mundo e escolher a Deus, oferecendo a sua vida dia após dia e mantendo acesa a palavra do Senhor no seu coração. “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”. (Salmos 119:11).
2. Antes do forno de fogo ardente
No decorrer do livro de Daniel observa-se que Deus foi cuidando dos Jovens. No capítulo 1, Daniel propõe ao chefe dos Eunucos que ele e seus amigos não comessem as iguarias do rei, mas sim legumes e água (Daniel 1:12). Como providência de Deus, os jovens ficaram mais fortes do que os que comiam a melhor comida da Babilônia. “E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores, e eles estavam mais gordos de carne do que todos os jovens que comiam das iguarias do rei”. (Daniel 1:15). Além do desenvolvimento físico, os jovens destacam-se em conhecimento. “E em toda a matéria de sabedoria e de discernimento, sobre o que o rei lhes perguntou, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos astrólogos que havia em todo o seu reino”. (Daniel 1:20).
No capítulo 2, o rei Nabucodonosor tem sonhos que o deixaram confuso quanto ao seu significado. O Rei demonstra sua sabedoria em evitar que seja enganado quanto ao significado do sonho pelos sábios, pois não revela o sonho e solicita que os sábios digam qual foi o sonho e seu significado. Os sábios são convocados e diante da impossibilidade de atender ao rei, são condenados à morte. Aqui se revela mais uma providência de Deus. Daniel, Hananias, Misael e Azaria, pedem auxílio ao Deus do impossível, e Ele os revela o sonho e seu significado, livrando-os da morte. “Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu”. (Daniel 2:19).
Deus cuida de nós a todo tempo. “Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mateus 6:26). Deus sabe exatamente o que precisamos e foi com esse cuidado que aqueles jovens foram presenteados.
2.1. Uma acusação
Nabucodonosor construiu uma estátua de ouro de 60 côvados altura (aproximadamente 27,4 metros de altura) (Daniel 3:1). Para se ter uma ideia da dimensão dessa estátua, um prédio de 10 andares tem aproximadamente 30 metros de altura, ou seja, bem próximo à altura da estátua. Uma construção grandiosa para nossos dias, imagina para um tempo que praticamente todo o trabalho de engenharia tenha sido manual. Todos deveriam adorá-la, sendo a sentença para desobediência, ser lançado na fornalha de fogo (Daniel 3:6).
Os servos de Deus decidem não se curvar e permanecer firmes em seu propósito de devoção ao Senhor.
2.2. Uma nova tentativa
A história de Sadraque, Mesaque e Abednego nos ensina que mesmo após vencer uma provação, deve-se estar vigilante. Na vida, temos provações atrás de provações. “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;” (1 Pedro 5:8)
Nossa batalha só terminará quando estivermos com Deus. “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”. (Apocalipse 21:4).
Após serem denunciados, pois não adoram a estátua, Nabucodonosor oferece mais uma possibilidade de negarem sua fé. Porém, os jovens mantêm-se firmes (Daniel 3:16-18). O nosso alvo deve ser reforçado constantemente na nossa mente e coração, sabendo que as aflições neste mundo são inevitáveis, mas Deus é nosso companheiro e nos dará livramento. “Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. (João 16:33).
2.3. Uma postura corajosa
Antes da sentença do Rei, Sadraque, Mesaque e Abednego, ainda possuem a ousadia de exaltar o nome de Deus perante as autoridades (Daniel 3: 16-18). Quando estamos no caminho que Deus nos colocou, fazendo sua vontade, seguindo sua palavra, a coragem nos toma em seus braços, porque sabemos que maior é o que está em nós do que o que está no mundo (1 João 4:4).
Deus não havia prometido que os livraria da fornalha, embora soubessem que para Ele nada é impossível (Lucas 1:37). Firmes em seu propósito, responderam à pergunta do Rei “Quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?”
O Deus poderoso, misericordioso, amoroso e que provém o necessitado. Esse Deus livrou os jovens da fornalha (Salmos 121:1-2). E é Ele quem nos mantém de pé hoje, provém o alimento, socorrer-nos nas tribulações. Porque Ele é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hebreu 13:8).
3. O livramento do forno de fogo ardente
Seguir a Deus é estar como peregrino neste mundo, é como nadar contra a maré. É necessário muito esforço, pois se não tentarmos melhor e seguir um passo à frente, a maré nos empurra para trás, Sadraque, Mesaque e Abednego nadavam, passavam uma onda e logo mais vinha a segunda onda.
Cientes dessa jornada em uma terra estranha, foram para o próximo desafio. A fornalha ardente. Porém, eles não estavam só. Deus estava com Eles, assim como está conosco hoje, sempre ao nosso lado, a cada passo. “Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”. (Josué 1:9).
3.1. Nenhum dano
A fornalha é aquecida em sua temperatura máxima (Daniel 3:19), os guardas mais forte são convocados para amarrem Sadraque, Mesaque e Abednego (Daniel 3:18), quem os leva até a fornalha morrem por não aguentar o calor incessante (Daniel 3:22). Em resumo, aos olhos humanos, não há como escapar. Porém há um componente que o Rei não contava, que é o amor de Deus pelos seus servos. O Deus que tem o controle de tudo, que não está preso ao tempo, a um lugar ou às leis da física. Este Deus nos dá o escape. “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”. (1 Coríntios 10:13).
3.2. Semelhante ao filho dos deuses
Os Planos de Deus são maiores que os nossos (Isaías 55:8-9). Há momentos que Deus nos livra das dificuldades ou desafios, por exemplo, quando estamos dirigindo e por pouco não acontece um acidente. Já em outros, temos que realmente passar pela provação. Uma semelhança existe entre essas duas formas em que Deus trabalha. Ele está sempre ao nosso lado. O quarto homem que o Rei avistou na fornalha (Daniel 3:25), já estava com os jovens, acompanhando toda sentença que os levou à fornalha. Acontece, que na fornalha Deus possibilitou ao Rei que visse com os olhos naturais o que acontece pela fé todos os dias comigo e contigo que lê esse texto. Deus está conosco!!
No comentário da Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada aponta duas possibilidades para explicar o quarto homem na fornalha. A primeira é que se trata de uma Cristofania, ou seja, uma aparição física de Cristo antes de sua encarnação. A segunda possibilidade é de um anjo. Em qualquer caso, o que é nítido é que se trata de uma provisão de Deus.
3.3. Um importante reconhecimento
Diante da presença de Deus e de Seus milagres, não há outra atitude a não ser reconhecer que Ele é o único Deus. “Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e toda a língua confessará a Deus”. (Romanos 14:11). Não há outro Deus igual.
Para um Rei poderoso, com riqueza e conhecimento, reconhecer a soberania de Deus nos ensina que o primeiro passo em direção a Deus, é admitir erros. A vida com Deus é feita de constante aprendizado. Para que isso aconteça não pode haver orgulho.
CONCLUSÃO
Seguir a Deus, ser fiel e atentar para sua palavra, em meio ao mundo, nos trará muitos desafios. Mas a promessa é que Deus está conosco e mesmo que aos olhos humanos estejamos passando por lutas, em meio ao caos, Deus nos presenteia com sua paz. Porque a paz que Deus nos oferece não é a paz deste mundo, que necessita que tudo esteja em perfeita harmonia. É uma paz que acontece em meio a uma crise financeira, em meio à insegurança, em meio à doença. É uma paz que excede todo entendimento. “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”. (Filipenses 4:7).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
► Bíblia de Estudo NAA. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2018.
► Dicionário Michaellis.
► Revista do professor: Adultos. Triunfando sobre as batalhas e adversidades da vida. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2021. Ano 31 n° 120. Lição 5 – Fidelidade, um estilo de vida.
Jhonatan Gonçalves - Aluno da EBD
3 comentários:
Parabéns Jhonatan, comentário muito bem elaborado e edificante. Obrigado.
Excelente explanação sobre o assunto parabéns e obrigado 👏👏👏
Ótimo trabalho, Deus continue abençoando!
Postar um comentário