O drama do suicídio - Comentário adicional

 O DRAMA DO SUICÍDIO

Lição 8 - 22 novembro de 2020

TEXTO ÁUREO

“Não te deixarei, nem te desampararei.” Hebreus 13.5b

VERDADE APLICADA

Diante da dura realidade do suicídio, precisamos tratar este tema à luz da Palavra de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

CONHECER melhor sobre o suicídio.

MOSTRAR os casos bíblicos de suicídio.

ENSINAR como se comportar em casos de suicídio.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

SALMO 42

7. Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.

8. Contudo, o Senhor mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida.

9. Direi a Deus, a minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?

10. Como com ferida mortal em meus ossos, me afrontam os meus adversários, quando todo o dia me dizem: Onde está o teu Deus?

11. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu Deus.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos estudar sobre o suicídio, trata-se de um tema bastante oportuno, tendo em vista que têm acontecidos muitos casos entre os cristãos. Portanto, se conhecermos melhor este assunto e sabermos quais são as causas e as características das pessoas que estão sofrendo com este mal, podemos ajudar a pessoa que está sofrendo e fazer que venha mudar de ideia e tenha novamente o prazer de viver com a ajuda de Deus.

1. O DRAMA DA AUTODESTRUIÇÃO

O termo “suicídio” vem do latim sui (a si mesmo) e caedere (matar, cortar) que significa “matar a si mesmo”, é quando a própria pessoa infringi sua morte. Essa prática tem sido um mal silencioso e o número de pessoas que cometem esse ato, infelizmente vem crescendo cada dia mais. Comumente, a pessoa que pratica esse ato é porque está passando por momentos difíceis e angustiantes e se sente incapaz de resolver essas adversidades e por fim, fica desanimada perdendo a esperança que as coisas vão melhorar para elas. As pessoas que se suicidam, na verdade estão querendo é se livrar do sofrimento que estão passando, porém de modo impensado e errado acabam tirando sua própria vida, quando o certo era se livrar do problema e a alegria de viver voltaria ao normal com tempo.

1.1. Por que as pessoas pensam em suicídio?

Embora, em alguns casos não sabemos afirmar o que levou uma pessoa a tirar sua própria vida, algumas delas sempre deixa escapar algumas pistas sobre suas intenções. Observemos:

■ Se a pessoa alguma vez conversa sobre homicídio;

■ Indícios de que a pessoa tem um plano para se matar;

■ Sentimentos de desamparo ou falta de sentido na vida;

■ Indicações de sentimento de culpa e desvalorização própria;

■ Evidência de depressão, desorientação ou atitudes desafiadoras;

■ Uma súbita e inexplicável mudança de humor, mostrando-se alegre e jovial (o que, geralmente, significa que a pessoa já tomou a decisão de suicidar-se);

■ Conhecimento sobre as formas mais eficientes de suicídio (armas de fogo e monóxido de carbono funcionam melhor; cortar os pulsos é menos eficaz; o uso de drogas depende de quanto se ingere e do tipo de droga utilizado) e

■ Histórico de tentativas de suicídio (quem já tentou antes, geralmente tenta de novo).

Estes sinais e outros são evidências que a pessoa está enfrentando uma situação muito preocupante e não está bem consiga mesma, assim, requer bastante atenção de quem está convivendo com ela. A confiança em Deus é importante para a pessoa superar esses momentos de angústias.  A convicção de que Deus está vivo e no controle de tudo pode nos proporcionar esperança e encorajamento, mesmo quando nos sentimos inclinados ao desânimo e a desesperança.

1.2. Outras razões.

Existem outros motivos que leva o individuo a desistir da vida, como citou o pastor Isaqueu Mendes de Freitas, autor da revista; um deles é a paixão, nesse caso, a pessoa estava tão ligada ao outro que não suporta o fim do relacionamento e então fica desorientada achando que não vale mais apenas viver sem ter aquela companhia. Esse tipo de relacionamento não é sadio e traz muitos prejuízos a ela e seus familiares. Dívidas, doenças, preocupação com perda de emprego, morte de alguém na família, ansiedade e preocupação com doenças físicas também são outros motivos que atormentam a pessoa a cometer suicídio. Tirar a própria vida viola o mandamento de Deus de amar “o próximo como a si mesmo”. Também é considerado um ato egoísta de quem pensa em aliviar seu sofrimento sem se importar com os outros. A pessoa que pratica o suicídio demostra que não confia que Deus é suficiente para solucionar todos os problemas.

1.3. O pano de fundo do suicídio.

A ausência de Deus na vida do ser humano é a razão de todo esses desastres, precisamos manter nosso relacionamento com Deus para ter vida, se nos distanciarmos do Criador, ficamos vulneráveis as ciladas do inimigo. A pessoa que não busca a Deus sempre terá um vazio existencial dentro de si. E é aí mora o perigo porque muitos procuram outras fontes para preencher esse vazio e só encontra desilusões na alma. O ser humano foi criado por Deus, portanto, somente a Sua presença é suficiente para preencher o vazio de nossa alma e termos vida abundante.

2. VONTADE DE MORRER

Passar por momentos de crises emocional é considerado normal para qualquer pessoa que está vivenciando uma prova, mas isso tem que algo passageiro. Há relatos nas Escrituras Sagradas de pessoas que diante da situação difíceis que estava passando pediram a Deus sua própria morte, mas jamais tentaram fazer isso. Jó, Elias e Moisés são homens de Deus que tiveram estas experiências. Jó quis desistir para livrar-se do seu desconforto, e morrer. Deus, porém, não lhe concedeu o pedido. Ele tinha planos maiores para Jó, Elias e Moisés. Assim como estes homens, temos a tendência de desistir e sair quando as coisas ficam difíceis. Confiar em Deus nos bons momentos é louvável, mas confiar Nele durante as dificuldades testa os nossos limites, e exercita-nos a fé. Em suas lutas, grandes ou pequenas, confie que Deus está no controle, e que Ele tomará conta de você (Rm 8.28).

2.1. Homens de Deus em momentos de crise emocional.

Moisés já cansado e angustiado da exigência do povo, pediu a Deus seu fim, ele disse a Deus que era incapaz de prover carne para o povo, conforme exigiram. A murmuração do povo o desencorajou tanto que se tornou um fardo pesado, razão pela qual Moisés desejou ser morto pela mão do Senhor. Elias logo após suas duas grandes vitórias espirituais: a derrota dos profetas de Baal e a resposta de sua oração que pedia chuva, experimentou as profundezas do cansaço e da desesperança. Abatido pelas ameaças de Jezabel, pede ao Senhor pela morte, pois via a situação como sem esperança. (1 Reis 19.4). Jeremias (Jr 20. 14-18) Jonas (Jn 4.3,8) também reagiram de modo igual durante os seus ministérios.

2.2. Casos de suicídio na Bíblia.

A Bíblia relata alguns casos de suicídio, o pecado deixou o ser humano com suas faculdades mentais e emocionais distorcidas.  Observe o caso de Saul, ele foi o primeiro rei em Israel, rejeitou o Senhor e buscou o ocultismo (1 Sm 28.7). Perseguido na peleja contra os filisteus, Saul lançou-se sobre a própria espada e seu auxiliar fez o mesmo (1 Sm 31.4,5). Aitofel que aconselhou Absalão e teve seu conselho rejeitado por causa do conselho de Husai que era amigo do rei Davi, não suportou e se enforcou (2 Sm 17.23).  Também há na Bíblia o registro do rei Zinri, que derrotado e apavorado, tirou a própria vida (1 Rs 16.18,19). Estes homens, motivados pelo orgulho, escolheram a morte em lugar de confiarem em Deus. O suicídio de Judas Iscariotes é registrado no Novo Testamento. Ele fizera parte do colegiado apostólico (Lc 6.16). Sua função de tesoureiro requeria integridade (Jo 13.29). No entanto, ele furtava as ofertas que eram lançadas na bolsa (Jo 12.6). Sua ambição por dinheiro foi uma das motivações para entregar Jesus (Mc 14.11). Culpado por trair um inocente, enforcou-se (Mt 27.4,5). Cristo já o tinha alertado, “ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído!” (Mc 14.21). Judas não resistiu ao Diabo nem teve a humildade para buscar o perdão do Senhor. Ele preferiu o suicídio a corrigir o erro.

2.3. A Bíblia é contrária ao suicídio.

O sexto mandamento do Decálogo: “Não matarás” (Êx 20.13), é bem específico contra o suicídio. O princípio que proíbe o homem de assassinar o outro, também o proíbe de “assassinar” a si mesmo. A vida humana é uma dádiva divina e, portanto, pertence a Deus (Sl 100.3). O Criador é quem determina o início e o término da vida, não a criatura (Ec 3.2). É Deus quem estabelece quando e como a vida deve cessar, seja por doença, velhice ou acidente. Por conseguinte, o fim da vida está sob a presciência e soberania divina. O suicídio é a quebra do principal mandamento: amar a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mt 22.36-39).

3. O QUE FAZER QUANDO UM FAMILIAR SE SUICIDA?

Esse é um momento muito difícil para qualquer pessoa, além disso, quando se trata de familiares. Porém temos que aceitar que Deus é o dono da vida e pertence a Ele o início e o fim de todos nós. Deus dará o consolo necessário que precisamos com o passar do tempo. Assim, precisamos aceitar e nos conformar continuando nosso caminho na presença do Senhor.

3.1. Devemos prosseguir por causa de Deus.

Os salmos falam sobre a presença do conforto de Deus quando andamos “pelo vale da sombra da morte”; aprendemos que a Palavra de Deus fortalece aqueles cuja “alma de tristeza verte lágrimas”. Deus é suficiente para restaurar vidas que estão sofrendo diante de quaisquer problemas. A presença de Deus traz consolo, confiança e restaura o coração do ser humano. Não podemos desistir e ficar paralisado, vamos prosseguir. O amor de Deus é tão imenso e inexplicável que suprirá todas as nossas necessidades trazendo paz e refrigério ao ser humano.

3.2. Devemos prosseguir por causa dos demais familiares.

Por mais difícil que seja o problema, não podemos perder o prazer de viver quando alguém que pertence à família morre. Temos que ter força e ajuda do Senhor para continuar, até porque desistir de viver não é uma atitude correta e vai agravar mais ainda a situação. Existes outros membros da família que sem dúvida precisam do nosso apoio e amor.

3.3. Um suicida pode ir para o céu?

Essa é uma pergunta muito delicada e requer maturidade ao abordar essa questão, principalmente no momento do velório, pois falar de forma precipitada sem refletir no que vai dizer pode entristecer e afetar amizades mesmo no seio da família. Todavia, sabemos que o suicídio é errado, conforme os mandamentos. Mas não cabe a nós dizer se a pessoa que cometeu tal ato vai ser salva ou não, isto implica em julgar a pessoa; e o julgamento pertence a Deus e não a nós. As pessoas que comentem tal ato estão fora de sua normalidade e num instante de “loucura” pratica o suicídio. O momento requer mais atenção, palavras de consolo e amor de nossa parte.

CONCLUSÃO

Enquanto estivermos neste mundo teremos experiências boas e outras que não almejamos. Mas em todas essas situações devemos confiar na providência do Senhor que nos capacita a superar todas as adversidades. Paulo passou por diversas desventuras, porém Cristo o fortaleceu a vencer todas as dificuldades. Filipenses (4. 12-13). “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

► Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.

► Bíblia de Estudo MacArthur. Edição Revista e Atualizada, tradução de João Ferreira de Almeida. Barueri, SP: SBB, 2013.

► Gary R. Collins. Aconselhamento Cristão: Edição século 21. Editora: Vida Nova, 2004.

► Lições Bíblicas Mestre Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: CPAD. Salvação e justificação – Os pilares da vida cristã. 4º Trimestre de 2007.

► Revista do professor: Jovens e Adultos. A importância da palavra de Deus para o bem-estar do ser humano. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2020. Ano 30 n° 117. Lição 08 – O drama do suicídio.

COMENTÁRIO ADICIONAL     

Ancelmo Barros de Carvalho. Servo do Senhor Jesus.