1.3. Um Homem notável.
Daniel 5:12,14
Comprovou-se que esse homem, Daniel, a quem o rei dera
o nome de Beltessazar, fora aquinhoado com extraordinário raciocínio e também com
uma especial capacidade de interpretar sonhos e solucionar enigmas e mistérios.
Ordena, pois, que Daniel seja chamado, e ele, com certeza, te revelará o segredo
e o sentido dessa escrita na parede!
2. INTEGRIDADE EM TEMPOS
DE CRISE
Na Cova dos Leões (Dn 6.16-24)
Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram
na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente
serves, ele te livrará. E foi trazida uma pedra e foi posta sobre a boca da cova;
e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus grandes, para que se não mudasse
a sentença acerca de Daniel. Então, o rei dirigiu-se para o seu palácio, e passou
a noite em jejum, e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu
dele o sono. E, pela manhã cedo, se levantou e foi com pressa à cova dos leões.
E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e, falando o rei, disse
a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu
continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões? Então, Daniel falou ao rei:
Ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões,
para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e
também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum. Então, o rei muito se
alegrou em si mesmo e mandou tirar a Daniel da cova; assim, foi tirado Daniel da
cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus. E ordenou o rei, e
foram trazidos aqueles homens que tinham acusado Daniel e foram lançados na cova
dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo
da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos.
Por uma intervenção divina na história, os leões de dentro da cova não tocaram em
Daniel. O instinto animal deles foi neutralizado, de maneira que Daniel ficou intacto.
Um mensageiro de Deus fechara a bocas dos leões. Covas de leões não são lugares
confortáveis de se estar, mas às vezes são indispensáveis para o nosso crescimento
integral. Na cova o Senhor demonstra o seu poder e a sua fidelidade para com os
seus filhos amados. Conforme o testemunho do rei, de fato Daniel era um servo do
Deus vivo, do Deus que intervém. Quanto aos leões que ficaram fora da cova, falo
dos covardes invejosos, os tais colheram o que semearam. Para eles nenhum anjo foi
enviado, e consequentemente, as bocas dos leões de dentro da cova não foram fechadas.
Morreram desgraçadamente. No intuito de matar os outros, os invejosos acabam se
matando. No desejo de acabar com a ascensão profissional e eclesial de alguns, os
invejosos do alto daquilo que já conquistaram desabam. Os da história aqui narrada
perderam os seus assentos de príncipes e presidentes, e acabaram dentro de uma cova,
tornando-se ração de feras, tendo os ossos esmigalhados.
2.1. Separado de seu povo
e de sua terra.
Na história do povo de Israel, existem várias ocasiões
em que os hebreus estiveram longe de sua terra. Se considerarmos o período que ficaram
no Egito como um tipo de cativeiro, já que não tinham permissão para partirem, então
desde antes de se estabelecerem na Palestina os israelitas já experimentaram essa
realidade. Assim, podemos entender que a Bíblia menciona três grandes cativeiros
que o povo de Israel precisou enfrentar: o cativeiro no Egito (apesar de haver algumas
distinções com os demais), o cativeiro na Assíria e o cativeiro na Babilônia. Desde
muito antes das grandes quedas frente à Assíria e a Babilônia, alguns hebreus já
eram levados cativos em algumas situações. Um exemplo disto é a própria invasão
do Faraó Sisaque a Palestina em aproximadamente 930 a.C. (1Rs 14:25-28). Mais tarde,
em aproximadamente 733 a.C., os membros das tribos de Naftali, Ruben, Gade e alguns
de Manassés, também foram levados para a Assíria (2Rs 15:29; 1Cr 5:26). No entanto,
foi em aproximadamente 722 a.C. que a cidade de Samaria caiu frente ao domínio da
Assíria de Sargão II. Lembrando que naquela época o reino de Israel já havia sido
dividido em reino do norte, Israel, e reino do sul, Judá. Saiba mais sobre os reis
de Israel e reis de Judá. Samaria era a capital do reino do norte, portanto sua
queda representava uma derrota total para Israel. Documentos assírios indicam que
pelo menos 27.290 israelitas foram deportados para outras cidades, como Hala e as
cidades dos medos (cf. Ob 1:20; 2Rs 17:6; 18:11). Vale ressaltar que o cativeiro
imposto ao povo de Israel era a consequência da idolatria que praticaram ao adorarem
deuses pagãos. Esse comportamento atraiu o castigo do Senhor sobre eles (2Rs 17:7-23).
Após cerca de 135 anos da queda de Samaria e do exílio imposto aos habitantes do
reino do norte, em 586 a.C. foi a vez do reino do sul ser derrotado, e Jerusalém
cair sob o domínio de Nabucodonosor II da Babilônia (2Rs 25:1-7). Antes disso, alguns
pequenos grupos já tinham sido capturados e exilados, mas a grande deportação ocorreu
mesmo a partir de 587 a.C. Na verdade houve três invasões significativas de Judá
por parte dos babilônicos. A primeira ocorreu em 605 a.C., quando Nabucodonosor
avançou contra Jeoaquim (2Rs 24:1-24; 2Cr 36:5-7). Foi nessa invasão que o profeta
Daniel e os amigos Hananias, Misael e Azarias foram levados cativos para a Babilônia.
A segunda invasão ocorreu em 597 a.C. (2Rs 24:10-14) e a terceira, a maior de todas
elas, ocorreu em 586 a.C. É interessante saber que dos últimos cinco reis que Judá
teve, três foram levados em cativeiro, sendo: o rei Jeoacaz, para o Egito; o rei
Joaquim e o rei Zedequias para a Babilônia. Contemporâneo a isso, também precisamos
destacar que o profeta Jeremias, e seu escriba Baruque, foram também levados, juntamente
com um grupo de judeus, para longe de Judá, na ocasião, para a terra do Egito. É
verdade também que Jeremias foi levado contra sua própria vontade. O cativeiro babilônico
não foi nada fácil para os judeus. Eles foram humilhados, maltratados e insultados,
e a lembrança da queda de Jerusalém e da destruição do Templo esmagava-os. O Salmo
137, ao mesmo tempo em que relata a tristeza dos judeus no cativeiro babilônico,
também mostra o quão distante eles estavam da presença de Deus, a ponto de nos revelar
que o grande lamento daquele povo era por sua adorada Jerusalém e não por estarem
arrependidos pela desobediência aos mandamentos do Senhor. No cativeiro, os judeus
choraram com saudade de Jerusalém, choraram pelo Templo destruído, mas não choraram
por terem se esquecido da Palavra do Senhor. Eles oraram pedindo vingança, mas não
oraram pedindo perdão (Sl 137:5-9).
2.2. Decreto de morte.
Dario foi tolo ao promulgar um decreto que ele logo
desejou revogar. Ele caiu na armadilha dos oficiais, que foram espertos o suficiente
para jogar com as circunstâncias políticas do reino recém-estabelecido. Dario havia
descentralizado o governo e estabelecido cento e vinte sátrapas para tornar a administração
mais eficiente. Porém, essa ação acarretava riscos em longo prazo. Um governador
influente poderia facilmente promover uma rebelião e dividir o reino. Portanto,
uma lei forçando todos a fazer petições apenas ao rei durante trinta dias parecia
uma boa estratégia para promover a lealdade ao monarca e, assim, impedir qualquer
tipo de revolta. Mas os oficiais enganaram Dario, alegando que essa proposta tinha
o apoio de “todos” os governadores, administradores, sátrapas e conselheiros – uma
evidente imprecisão, uma vez que Daniel não estava incluído. Além disso, a perspectiva
de ser tratado como deus pode ter sido atraente para o rei. Não há evidência de
que os reis persas tivessem reivindicado status divino. No entanto, o decreto pode
ter sido planejado para tornar o rei o único representante dos deuses durante trinta
dias; isto é, as orações aos deuses tinham que ser oferecidas por meio dele. Infelizmente,
o rei não investigou as motivações por trás da proposta. Assim, ele não conseguiu
perceber que a lei que supostamente impediria uma conspiração foi, em si, uma conspiração
para prejudicar Daniel. Dois aspectos dessa lei merecem atenção. Primeiramente,
a punição ao transgressor era ser lançado na cova dos leões. Como esse tipo de castigo
não foi atestado em nenhum outro lugar, ele pode ter sido uma sugestão dos inimigos
de Daniel para essa situação específica. Antigos monarcas do Oriente Próximo colocavam
leões em jaulas a fim de libertá-los em certas ocasiões para caçar. Portanto, não
faltariam leões para despedaçar quem ousasse transgredir o decreto do rei. Em segundo
lugar, o decreto não podia ser alterado. A natureza imutável da “lei dos persas
e medos” também é mencionada em Ester 1:19 e 8:8. Diodorus Siculus, um antigo historiador
grego, mencionou uma ocasião em que Dario III (que não deve ser confundido com o
Dario mencionado em Daniel) mudou de ideia, mas não conseguiu mais revogar uma sentença
de morte que havia decretado contra um inocente.
2.3. Inveja.
Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar
ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa
alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa. Então,
estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não
a procurarmos contra ele na lei do seu Deus. O filósofo e escritor Olavo de Carvalho
afirma que: “A inveja é o mais dissimulado dos sentimentos humanos, não só por ser
o mais desprezível, mas porque se compõe, em essência, de um conflito insolúvel
entre a aversão a si mesmo e o anseio da autovalorização. [...] A inveja é o único
sentimento que se alimenta de sua própria ocultação.”
A inveja é a podridão dos ossos (Pv 14.30b).
O invejoso é aquele que se entristece, para em seguida
arder de ciúmes das conquistas e dos méritos alheios. Ela queria estar, ser e receber
o que temos recebido, mas, como não consegue, alimenta silenciosamente esse sentimento
nefasto, transformando-o em seguida em ações contra a nossa vida e realizações.
No trabalho, na escola, na faculdade, na igreja, na família, em todos os lugares
há os invejosos e os vitimados pela inveja. Basta que nos destaquemos em algo e
os invejosos logo se assanham, para depois se revelarem. Eles não conseguem ficar
ocultos, nem ocultar seus sentimentos por tanto tempo. Acabam traídos por si mesmos.
Você já foi vítima da inveja de alguém? Se já realizastes grandes e excelentes feitos,
se de alguma forma te destacastes em algum contexto, com certeza o olhar e a mente
dos invejosos já te fulminaram vivo. Não se preocupe com os invejosos, e continue
realizando com excelência o que te chegou às mãos para realizar.
Os Invejosos e seus Planos Malignos e Covardes (Dn 6.6-9)
Então, estes príncipes e presidentes foram juntos ao
rei e disseram-lhe assim: Ó rei Dario, vive eternamente! Todos os príncipes do reino,
os prefeitos e presidentes, capitães e governadores tomaram conselho, a fim de estabelecerem
um edito real e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta
dias, fizer uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja
lançado na cova dos leões. Agora, pois, ó rei, confirma o edito e assina a escritura,
para que não seja mudada, conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode
revogar. Por esta causa, o rei Dario assinou esta escritura e edito. Todo invejoso
é um covarde, um traidor, um inimigo disfarçado. Eles geralmente elaboram planos
para atingir aquele que é objeto se sua inveja. Com Daniel não foi diferente, nem
o será conosco. Não são poucos, assim acredito, dentre aqueles que estão lendo o
presente texto, que já foram atingidos por invejosos covardes. Eu mesmo teria mais
de uma experiência para relatar. Enquanto você lê este texto, é provável que algum
invejoso esteja armando algo contra você, elaborando um plano para destruir tua
carreira profissional ou ministerial, lutando com todas as forças para impedir a
tua ascensão. Para pavor, frustração e desespero deles, ninguém pode impedir os
planos de Deus em tua vida! Mesmo que venhamos a sofrer, por fim a vontade de Deus
se realizará plenamente em nós e por nós, par ao louvor e glória do Seu santo nome.
A covardia de algum invejoso servirá de testemunho e experiência em sua vida para
outros, e para as novas e futuras gerações. Se mantenha firme com o caráter cristão
lhe outorgado pela Palavra no poder do Espírito. Infelizmente, há nas empresas e
nas igrejas líderes que se deixam levar pelos conselhos dos invejosos, que não pensam
antes de agir, que sucumbem diante dos bajuladores. Sim, geralmente os invejosos
são também grandes bajuladores dos seus “chefes”. O pior é que tem “chefes” profissionais
e eclesiásticos que adoram uma bajulação. Tal realidade acaba provocando juízo,
decisões e ações precipitadas por parte dos líderes. Se algum líder já errou, seguindo
o conselho maldoso de algum assessor ou delegado mal intencionado, que buscava o
mal de um companheiro seu bem sucedido, espero que já tenha aprendido a lição, e
que não repita o erro, par que não venha a sofrer com a injustiça cometida.
3. O PERIGO DA VAIDADE
3.1. Fé em meio aos invejosos.
Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada,
entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém),
e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus,
como também antes costumava fazer. Então, aqueles homens foram juntos e acharam
Daniel orando e suplicando diante do seu Deus. Então, se apresentaram e disseram
ao rei: No tocante ao mandamento real, porventura não assinaste o edito pelo qual
todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem, por espaço
de trinta dias, e não a ti, ó rei, seria lançado na cova dos leões? Respondeu o
rei e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que se
não pode revogar. Então, responderam e disseram diante do rei: Daniel, que é dos
transportados de Judá, não tem feito caso de ti, ó rei, nem do edito que assinaste;
antes, três vezes por dia faz a sua oração. Ouvindo, então, o rei o negócio, ficou
muito penalizado e a favor de Daniel propôs dentro do seu coração livrá-lo; e até
ao pôr do sol trabalhou por salvá-lo. Então, aqueles homens foram juntos ao rei
e disseram ao rei: Sabe, ó rei, que é uma lei dos medos e dos persas que nenhum
edito ou ordenança, que o rei determine, se pode mudar. Repito e insisto que não
há como ser próspero nas realizações e não ser invejado. A grande questão é como
vamos lidar com a inveja e com os invejosos. Daniel respondeu aos covardes invejosos
e à equivocada resolução do rei com oração. Ele não relativizou os seus valores
morais e espirituais. Há crente que negociam valores morais e espirituais para alcançarem
ou se manter em altas posições. Estão dispostos a vender a própria alma ao diabo
por isso. Conheço muitos assim. Perderam o temor de Deus. Estão enfeitiçados e dominados
por suas intensas e loucas vaidades. Querem poder, cargos, tronos, prestígio e reconhecimento
a todo o custo. Daniel não buscou tais coisas, elas vieram em sua direção na medida
em que se mantinha fiel a Deus e trabalhava com excelência. Quando conquistou altos
patamares de confiança e autoridade no reino, Daniel também não se apegou a estas
coisas. Não havia para ele nada mais importante do que a sua comunhão com o seu
Deus. Ouvi de um líder conhecido nacionalmente, embriagado por cargos e posições,
que o poder não se conquista, se toma. De fato, a ação de tal líder, e de tantos
outros embriagados pelo poder, é de que vale tudo para se manter e para se tomar
poder. Que o Senhor tenha misericórdia destes. Deve nos chamar também a atenção,
o fato de que as atividades políticas e administrativas de Daniel não lhe roubaram
o seu tempo de oração, de intimidade com o Pai celestial. Nossas atuais ocupações
profissionais ou eclesiásticas tem nos afastado da oração? Se a resposta for positiva,
devemos rever urgentemente as nossas prioridades (Lc 10.38-41).
3.2. Daniel e sua intimidade
com Deus.
Daniel tinha uma vida de oração ativa que o impulsionou
durante toda a existência e ele não a abandonou. Ele começou quando ainda era adolescente,
e não fraquejou nem mesmo quando já estava em idade avançada. No fim das contas,
Daniel marcou a história porque orava. No segundo ano do reinado de Nabucodonosor,
o rei teve o sonho da grande estátua (Dn 2.1). Ninguém conseguiu explicá-lo, de
forma que ele decidiu matar todos os magos e feiticeiros. Como o primeiro ano do
reinado não era contado, o segundo ano de Nabucodonosor correspondia ao terceiro
ano da permanência de Daniel na Babilônia e, portanto, ao fim de seu período de
estudos de três anos (Dn 1.5). Daniel chegou à Babilônia (Dn 1.1) no ano 605 a.C.
Ele ainda era muito jovem, talvez até mesmo um adolescente. Daniel viveu o exílio
babilônico até a queda da Babilônia diante dos persas (539 a.C.). Ou seja, Daniel
viveu lá durante cerca de 70 anos. Já nos primeiros tempos, Daniel se mostrou um
intercessor eficaz (Dn 2.16-19). Todos os magos e feiticeiros estavam “desesperados”
de medo (Dn 2.10-11), mas Daniel recolheu-se calma e tranquilamente em sua casa.
Uma vida de oração é interação com Deus e por isso dá segurança em meio à insegurança.
Daniel contou sua preocupação aos seus fiéis e confiáveis amigos (Dn 2.17-18), porque
sabia do poder da oração conjunta. Nós também deveríamos ter a coragem de compartilhar
mais os nossos motivos de oração com nossos irmãos no Senhor. Muitas vezes, porém,
envergonhamo-nos deles, ficamos sem graça. Algumas pessoas preferem orar sozinhas
a compartilhar seus assuntos com pessoas de confiança. Mas a Bíblia e a História
estão cheias de exemplos de comunhões de oração e da consequente ação poderosa de
Deus. Daniel e seus amigos oraram juntos pedindo revelação e proteção. A comunhão
de oração é uma força como a fissão nuclear; ela tem uma promessa no Novo Testamento:
“Se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que,
porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque,
onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.19-20).
Por isso, depois da comunhão de oração, o texto relata: “Então, foi revelado o mistério
a Daniel numa visão de noite” (Dn 2.19).
3.3. Companhia divina
na hora da crise.
Salmos 46:1-11
DEUS é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente
na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes
se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda
que os montes se abalem pela sua braveza (Selah). Há um rio cujas correntes alegram
a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela;
não será abalada: Deus a ajudará, ao romper da manhã. As nações se embraveceram;
os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu. O Senhor dos
Exércitos está conosco: o Deus de Jacob é o nosso refúgio (Selah). Vinde, contemplai
as obras do Senhor, que desolações tem feito na terra! Ele faz cessar as guerras
até ao fim da terra: quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos
e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a
terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacob é o nosso refúgio.
CONCLUSÃO
Assim, também os três amigos de Daniel foram convocados
a essa cerimônia oficial em suas funções de governadores distritais. Como judeus,
consideram-se comprometidos com o primeiro mandamento. Por isso recusam-se a adorar
o ídolo. A informação é levada a Nabucodonosor: “Mas há alguns judeus... que não
te dão ouvidos, ó rei. Não prestam culto aos teus deuses nem adoram a imagem de
ouro que mandaste erguer” (3.12). No fundo, o que se passa aqui é ridículo. O que
representam três homens entre milhares, talvez até milhões de pessoas que adoram
o deus oficial? O império de Nabucodonosor representa o estado anticristão totalitário.
Ele exige submissão total. Quem não se submeter é afastado, excluído, difamado,
perseguido ou até morto. Temos aqui as características de uma ditadura. A história
está cheia delas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
► REVISTA DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
DO PROFESSOR: Adultos. TRANSFORMANDO AS ADVERSIDADES EM SENÁRIOS DE VITÓRIAS. Lições
de como os heróis da fé superaram os desafios em tempo de escassez, guerras e angústias.
Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2020. Ano 30 n° 116. Lição 12 –
O fiel experimenta socorro divino mesmo em tempos de crise.
COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
Presbítero, Ismael Paixão.
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