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O povo é impactado pela Palavra de Deus - Comentários Adicionais (Pr. Éder Santos)

O POVO É IMPACTADO PELA PALAVRA DE DEUS
(Lição 08 – 25 de novembro de 2018)

TEXTO ÁUREO
Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3.16).

VERDADE APLICADA
É muito importante não apenas ler a Palavra de Deus, mas buscar entender para praticá-la.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
  • RATIFICAR a infalibilidade da Bíblia como a Palavra de Deus;
  • REAFIRMAR a importância de o cristão ter uma conduta vigilante;
  • APONTAR o testemunho como um dos marcos da Igreja enquanto peregrina neste mundo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ne 8.1 – E, chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
Ne 8.2 – E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e todos os entendidos para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês.
Ne 8.3 – E leu nela, diante da praça que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.

INTRODUÇÃO
A Palavra é poderosa e útil, "ela não tem origemna vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo" (2 Pd 1.21). "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes; penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é capaz de perceber os pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4.12). Ouvir, Ler, Estudar, Memorizar e o Meditar da Palavra de Deus,
sob a iluminação do Espírito Santo, produzirá efeitos profundos de transformação nas nossas vidas.A Palavra de Deus é viva e produz vida. Jesus disse: “As palavras que eu lhes disse são espírito e vida(João 6.63).

1. MOBILIZAÇÃO PARA A PALAVRA DE DEUS
Os capítulos 8 a 10 relatam o trabalho de restauração espiritual, sob a liderança de Esdras, o escriba e o próprio Neemias. A ênfase está no compromisso dos judeus em ser um povo santificado e separado das práticas e influências de povos que não serviam ao Senhor.

1.1. Uma ordem dada por Deus
A Lei fez de Israel algo especial, transformando-o em parâmetro para todos os outros povos. A Bíblia exprime essa verdade da seguinte maneira: “Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra” (Dt 7.6). Por consequência, o Israel do Antigo Testamento era a única nação cuja legislação, jurisdição e jurisprudência tinham sua origem na pessoa do Deus vivo. A História nos ensina que os povos que desprezaram as leis divinas de maneira consciente, que as pisotearam, cedo ou tarde desapareceram de cena. Os povos que estabelecem sua legislação e fundamentam sua constituição sobre as leis divinas, são povos abençoados. A Bíblia diz: “Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Sim, bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor!” (Sl 144.15).

1.2. Vivendo na Terra Prometida
Quando Neemias chegou em Jerusalém Esdras já estava lá há 13 anos. Não há ênfase dos dois se encontrando muitas vezes, por isso, alguns até pensam que nem eram contemporâneos. Mas no capítulo 8 de Neemias vemos isto acontecer. Não pode existir um verdadeiro reavivamento entre o povo se não houver a leitura e o ensino da Palavra de Deus. Eles já possuem o templo, os muros restaurados e o povo morando ao redor de Jerusalém, mas a base da nação deve ser a Palavra de Deus. Todos estão reunidos e eles mesmos tomaram a iniciativa de pedir que a Lei de Moisés fosse lida. Os que estavam ali podiam entender a Lei muito bem, mas outros provavelmente nem entendiam o hebraico mais. Além disso, os termos espirituais podem ter sido perdidos por muitos. Os mais jovens teriam o privilégio de conhecer a lei de seus avós pela primeira vez, juntos (v.1-2). “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor..” Oseias 6.3ª – A recomendação do profeta deve continuar viva entre o povo de Deus. Mais ou menos seis horas de leitura e explicação da Palavra de Deus. O povo ouvia atentamente. O desejo de um povo restaurado é tão grande que o tempo e as distrações não são mais importantes do que a Palavra de Deus. O púlpito era importante, pois mostrava a importância da Palavra de Deus em destaque e fazia com que as pessoas tivessem uma visão clara, pois era colocado acima do povo. As pessoas ao lado de Esdras testificavam da veracidade da Palavra de Deus. Isto dava autoridade a Esdras (v.3-4).

1.3. Diante da Porta das Águas
O povo se colocou em pé não por alguma ordenança, mas voluntariamente. Isto não se tornou um costume, pois nas sinagogas os judeus ouviam a Lei sentados. O momento era muito especial, por isso, Esdras louvou ao Senhor e o povo concordou respondendo “Amém”. Neste versículo vemos que, voluntariamente também, o povo levantava as mãos. Isto era um costume judaico. E mais, os que levantam as mãos também colocam os rostos em terra como o povo ao ouvir a leitura da Lei? O apóstolo Paulo, reconhecendo o costume judaico, disse que na igreja podia-se levantar as mãos, mas o mais importante era a atitude de vida, ou seja, as mãos devem ser santas (v.5-6, ver 1 Tm 2.8). Havia organização, pois o povo estava no seu lugar. Não houve apenas leitura da Lei, mas explicação. Os levitas estavam de plantão, talvez andando no meio do povo para ver se alguém tinha alguma dúvida. Hoje, da mesma forma, a Bíblia deve ser lida e explicada. Todos têm a Palavra de Deus, mas mesmo assim, a leitura pública das Escrituras fortalece a nossa fé, mostrando assim, que todos cremos nas sagradas letras. Porém, hoje, todos temos a Bíblia em casa e todos devem lê-la. A Porta das Águas. Esta porta simboliza o local por onde as Águas fluem! No contexto judaico, ela tinha uma ligação especial com a Festa de Tabernáculos, ou Sucot. Isto parece, em parte, estar relacionado ao fato de Israel ter se reunido como um só homem, para escutar a Lei de Moisés, em frente a Porta das Águas durante os dias da Festa de Tabernáculos: “Quando chegou o sétimo mês e os israelitas tinham se instalado em suas cidades, todo o povo juntou-se como se fosse um só homem na praça, em frente da porta das Águas. Pediram ao escriba Esdras que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel. Assim, no primeiro dia do sétimo mês, o sacerdote Esdras trouxe a Lei diante da assembleia, que era constituída de homens e mulheres e de todos os que podiam entender” (Neemias 8.1-2). Este foi um momento único para o povo judeu, pois acabará de retornar do cativeiro babilônico e agora estava restaurando a cidade de Jerusalém e sua própria vida, inclusive espiritual. Durante esse momento, o povo renovou sua aliança com Yahweh! Jesus, também durante a Festa de Tabernáculos, e não longe da Porta das Águas, se levantou e disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba! Quem depositar sua confiança em mim, como diz as Escrituras, rios de água viva fluirão de seu interior” (João 7.37-38). porta das Águas era a porta do lado leste de Jerusalém pela qual os cidadãos passavam quando desciam à fonte de Gion para buscar água. Ao raiar do dia, a multidão se reuniu na praça do lado de dentro dessa porta, e desde o raiar da manhã até o meio dia (v. 3) ouviram a leitura que Esdras e os seus colegas sacerdotes fizeram dos vários rolos do Pentateuco. Certamente foi lido o trecho de Lv 23.23-25, que descreve a celebração da festa das trombetas naquele dia específico; mas evidentemente devem ter lido muitas instruções morais das diversas partes do Pentateuco. Leram o Livro da Lei de Deusinterpretando-o e explicando-o, a fim de que o povo entendesse o que estava sendo lido (v. 8). Acerca da expressão explicando-o, alguns pensam que signifique “traduzindo-o”, mas não há evidências de que os judeus em Jerusalém não fossem capazes de usar uma língua comum nessa época. Que havia uma específica “língua de Judá” pode ser deduzido de 13.24. E melhor considerar que a palavra está sendo usada em seu sentido natural, significando “claramente”.

2. A SUPREMACIA DA PALAVRA DE DEUS

2.1. Bíblia – o agente regenerador
A Reforma Protestante foi um retorno às Escrituras e consequentemente, um retorno à centralidade de Cristo, pois ele é o centro das Escrituras. O Antigo Testamento aponta para ele; o Novo Testamento descreve sua pessoa e sua obra. Cristo é o centro da eternidade, pois nele convergem todas as coisas tanto as do céu como as da terra. Ele é o centro da história, pois só ele pode dar significado a ela e levá-la a uma consumação. Ele é o centro da igreja, pois é o seu fundamento, dono, edificador e protetor. Cristo é o agente da criação, o sustentador do universo, o redentor o seu povo, o Senhor diante de quem todo joelho se dobra no céu, na terra e debaixo da terra. Destacaremos aqui quatro pontos importantes:
1. Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens. A igreja da Idade Média havia criado um panteão de intercessores. Maria e os santos canonizados eram abertamente invocados como aqueles que deveriam interceder por nós junto a Deus. Ainda hoje há uma máxima na igreja romana: “Pede à Mãe, que o Filho atende”. Esses ensinamentos estão em flagrante oposição ao que a palavra de Deus ensina. A Bíblia é enfática: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). O próprio Jesus foi claro: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Jesus não é um Mediador entre outros; ele é o único Mediador. Ele não é um dos muitos caminhos para o céu; ele é o único Caminho. Jesus é a porta e ninguém poderá chegar a Deus, exceto por meio dele!
2. Cristo é o único Salvador dado por Deus aos homens. O homem não pode salvar a si mesmo por meio de suas obras. A igreja não pode salvar o homem por meio de seus rituais. A ideia de que o batismo pode regenerar o homem é um ledo engano. A ideia de que podemos ser salvos pela penitência é um rotundo erro. A salvação é obra de Deus, oferecida aos pecadores, pela graça, mediante a fé em Cristo. Não há nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos, exceto o nome de Jesus (At 4.12). Só ele salva (At 16.31). Só nele temos vida eterna (Jo 6.47). Não cooperamos com Deus em nossa salvação, pois tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo, por intermédio de Jesus (2Co 5.18).
3. Cristo é o único cabeça e Senhor da igreja. A ideia de que o papa é a pedra fundamental e o cabeça da igreja é um consumado do erro. A igreja só tem um fundamento: este é Jesus (1Co 3.11). A igreja só tem um cabeça: este é Jesus (Ef 1.22). A igreja só tem um dono: este é Jesus (Mt 16.18). A igreja só tem um Senhor: este é Jesus (Fp 2.9-11). Jesus morreu para comprar com o sangue aqueles que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9).
4. Cristo é o único Sumo Sacerdote que está no céu intercedendo pela igreja. A ideia de que o papa é o Sumo Pontífice, ou seja, o supremo mediador entre Deus e os homens não tem qualquer amparo nas Escrituras. Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote. Ele é grande porque morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras e ressuscitou segundo as Escrituras para a nossa justificação (1Co 15.3; Rm 4.25). Ele penetrou os céus (Hb 4.14) e está à direita de Deus, intercedendo por nós (Rm 8.34). Por essa razão, ele pode salvar-nos totalmente (Hb 7.25). Porque Jesus foi o sacrifício perfeito e o Sacerdote supremo, nossos pecados foram julgados nele. Com base em seu sacrifício substitutivo, fomos declarados justos diante do tribunal de Deus. Estamos quites com sua lei e com sua justiça. Não pesa mais nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.1)

2.2. Bíblia, um dos agentes do crescimento
Uma ordem de Jesus. Antes de ascender aos céus, de modo solene Jesus determinou aos seus discípulos que ensinassem “todas as nações [...] a guardar todas as coisas” que Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). O livro de Atos registra a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a determinação de Jesus. Após a descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso de Pedro foi um verdadeiro ensino proferido no poder do Espírito Santo (At 2.14-40). Tendo em vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre ou doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação sobrenatural do Espírito. Isso não significa, porém, que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois o preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente ensinar. A doutrina dos apóstolos. O texto de Atos 2.42 informa-nos que os primeiros convertidos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”. Além disso, acrescenta que em “cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (v.43). A “doutrina dos apóstolos” aqui referida trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes. Ensinamento persistente. Os primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares. Falando aos anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro mestre que ensinava “publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.20,21). Deus havia preparado homens para ensinar e levantado “doutores” na igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi tão necessário.

2.3. Resgate da ênfase na Autoridade da Bíblia
Geralmente usamos a expressão “autoridade da Bíblia” para mostrar nossa dependência das Escrituras. Autoridade tem a ver com “reinar”. Toda autoridade vem de Deus (Rm 13:1; Jo 19:11; Mt 28:18; Isa 40-55; Ap 4-5). Então, o texto autoritativo refere-se a Deus e Jesus quando se trata de autoridade. A autoridade das Escrituras, por isso, so? pode ser uma autoridade delegada. Para Wright, o caminho para uma restauração significativa da autoridade das escrituras pode ser construído apenas de suas partes: “O que queremos dizer quando falamos que Deus ou Jesus tem autoridade ”. “Qual o papel da Bíblia neste contexto? ”. A própria Bíblia liga autoridade divina com a linguagem de reinado e de reino. Os Evangelhos sugerem que, olhando para Jesus, podemos perceber como Deus exerce sua autoridade. É a velha ideia israelita de que Deus é o soberano do mundo inteiro, mas que é preciso uma nova, fresca intervenção divina em nosso mundo, que é caracterizado pelo pecado, pela decadência, corrupção, morte, idolatria e a rebelião. A restauração desta criação é o eixo no qual gira toda escatologia bíblica: Deus, em Jesus, sua morte e ressurreição inauguraram a renovação da criação. Ela é o objetivo do exercício soberano do poder de Deus. Neste contexto, temos que entender quaisquer outras autoridades específicas (na Igreja e na sociedade). O objetivo da autoridade de Deus não é um reinado opressivo, como é conhecido pelos governantes humanos. No reinado de Deus, o foco está? na realização do grande plano de Deus de curar o cosmos em sua totalidade. Isto está? muito longe de escatologias triunfalistas. Assim, Wright determina a autoridade das Escrituras como uma autoridade indireta que age através da leitura e, em seguida, da ação resultante da igreja: “leiam e interpretem as Escrituras como vocês sabem, e assim a deixem fazer através de vocês o seu trabalho no mundo” (p. 77). No final das contas, foi exatamente isso que Jesus fez quando viveu em obediência a tudo o que Deus realmente esperava de Israel e de toda a humanidade (p. 41-43). Esse é o significado da “locução de cumprimento”: Jesus sempre liga as suas ações com a Escritura e assim mostra a antiga intenção divina: este é o ser humano que Deus imaginava no início, o verdadeiro ser humano. Em Jesus a autoridade das Escrituras se tornou realidade, ai? percebemos como é o reino de Deus. A Bíblia é o “sopro fresco de Deus”, que motiva a igreja e a dirige em sua intenção. Isso é algo muito diferente de uma autoridade estática, tal como um conjunto de regras comportamentais ou dogmas. Wright afirma que é a metanarrativa bíblica, em cujo poder é de mover as pessoas para um novo pensamento e nova ação (Rm 12:1!) – e isso não é nada mais do que um exercício de autoridade (p. 24). Assim, a Bíblia é mais do que um livro cheio de máximas sabias, mais do que o comentário oficial sobre a história da salvação, mais do que um depósito de ideias para abastecer uma espiritualidade cansada. A Bíblia é um dos meios, pelo qual Deus prossegue o seu grande projeto de salvação e de criação (p. 28). Um cristão ou uma igreja que segue e se orienta pela Bíblia, também se torna uma maneira de expressar a autoridade divina nesse mundo. Quando aceitamos essa autoridade divina nas nossas vidas, quando deixamos Deus definir o nosso lugar na grande narrativa bíblica e a partir disso formar nossa identidade. E além da nossa identidade, Deus muda a nossa visão de Deus e do mundo (espiritualidade). Ele muda nossas prioridades e, assim, nosso comportamento (ética). Tudo isso Deus faz através da leitura da Bíblia, em solidão e em comunidade. Desse modo antecipamos a nova criação de Deus que é caracterizada por justiça, alegria e paz.

3. CUIDADOS PRÉVIOS E AS COMEMORAÇÕES
As festas judaicas e os dias sagrados eram períodos de festividades e observância religiosa que representavam importante significado na religião hebraica, isso porque no Antigo Testamento, estes dias e períodos sagrados, foram decretados por Deus ao povo de Israel. A maioria desses períodos sagrados eram baseados em algum evento histórico significativo de Israel. Essas festas, do hebraico hag (Lv 23:6; Dt 16:16), também eram chamadas de “festas do Senhor” ou “solenidades do Senhor“, em hebraico mo’ade Yahweh (Lv 23:2,4; Nm 15:3). Sabemos que algumas dessas festas judaicas coincidiam com as estações do ano, porém eram completamente diferentes das festas pagãs do Antigo Oriente celebradas nas estações. Enquanto os rituais pagãos eram fundamentados na ideia de que os deuses do panteão se banqueteavam com os homens, as festas bíblicas enfatizavam que as estações eram obra do Criador, como manifestação de sua benignidade para com o homem. Portanto, em tais festas judaicas do Antigo Testamento, o intuito era reconhecer os benefícios concedidos por Deus como o grande provedor de seu povo, além de relembrar o grande favor do Senhor nos atos que Ele mesmo realizou em prol da libertação de seu povo escolhido. Isso fica claro quando entendemos o significado que cada festividade possuía

3.1. Comer e beber do melhor que tiver
É verdade que os sacrifícios seriam restabelecidos, mas aqui se refere a banquetes. É um dia de alegria. Todos deviam comer juntos. Os que não tivessem alimentos deviam participar assim mesmo, pois os irmãos que tinham abundância repartiriam. O povo de Deus sempre se reuniu e comeu junto. Foi assim na igreja primitiva, também. Eles partiam o pão de casa em casa com singeleza de coração. No versículo 10, ainda, Esdras e Neemias mostram que o povo de Deus deve ser alegre. As situações nem sempre são fáceis, mas ele não disse que a alegria vinha de nós mesmos, mas do Senhor. A alegria do Senhor é a força do crente para viver, mesmo diante do sofrimento e dificuldades (v.10).

3.2. Repartir com os que nada prepararam
Os levitas também fizeram o mesmo que Esdras e Neemias. Não era o momento de contrição, mas de alegria. Precisamos muito de pessoas que experimentam a alegria do Senhor e celebrem com os irmãos a Palavra Dele. A comunhão nos fortalece, pois as tristezas são amenizadas quando estamos juntos. A libertação de sentimentos depressivos vem em decorrência do entendimento da Palavra de Deus e da comunhão verdadeira com os irmãos. Comer juntos cria um ambiente de alegria entre os crentes e, por isso, devemos cultivar esse bom costume (v.11-12). O fervor do povo não acabou, pois os líderes não cessaram de meditar na Lei. Quando as pessoas comuns param para pensar na Lei é muito proveitoso, mas isto não deve substituir o zelo dos líderes no estudo mais aprofundado das Escrituras. Os levitas, os sacerdotes, os cabeças das famílias e Esdras tiveram o seu tempo juntos, no dia seguinte. É bom que os crentes se reúnam, mas também é importante que os líderes tenham um tempo juntos. Os líderes prestaram atenção que era o sétimo mês e que a lei prescrevia a festa dos tabernáculos para lembrar o tempo que o povo viveu em cabanas no deserto (v.13-14, ver Lv 23.39-43, Dt 16.13).

3.3. Dia Consagrado ao Senhor
O povo devia pegar ramos de muitos tipos para fazer cabanas. Deus sempre gostou de ilustrar os Seus ensinos. A páscoa foi celebrada com pães asmos para lembrar quando o povo saiu do Egito e fez pães sem fermento por causa da pressa. Fizeram pequenas cabanas em cima das casas, no pátio do templo e nas praças da Porta das Águas, onde se tornou um ponto de encontro do povo. Hoje há muitos pinheirinhos na época do Natal, mas talvez sem significado histórico algum para muitos (v.15-16). Eles moraram em cabanas durante sete dias. Houve muita alegria. Para as crianças, até uma semana de muita euforia, pois além de cumprirem uma tradição bíblica estavam se divertindo, pois as crianças gostam muito de coisas diferentes e, principalmente, dormir em barracas. Já fazia mil anos que o povo não dormia em barracas, como nos dias de Josué, embora lembrassem da festa dos tabernáculos. Isto mostra que boas tradições podem voltar a existir, basta para isto o povo ser movido por bons líderes e, principalmente, pela Palavra de Deus. Além daquele dia em que ficaram seis horas ouvindo as palavras da Lei de Moisés, passaram os sete dias da festa dos tabernáculos ouvindo a Palavra de Deus. Depois disto, ainda houve um período de ajuntamento solene. O povo de Israel é um povo movido a festas. Todos devem ter os seus negócios e trabalho, mas não devemos nunca abandonar o costume de nos reunir para celebrar as bênçãos de Deus (v.17-18). A leitura e interpretação das Escrituras (Ne 8):
1.Todos precisam ter interesse pela Palavra (v.1)
2.Todos precisam ter contato com a Palavra (v.2)
3.Todos precisam ter atenção à Palavra (v.3)
4.Todos precisam dar um lugar especial à Palavra (v.4-5)
5.Todos precisam adorar a Deus motivados pela Palavra (v.6)
6.Todos precisam aprender da Palavra (v.7)
7.Todos precisam entender da Palavra (v.8)
8.Todos precisam se emocionar com a Palavra (v.9)
9.Todos precisam se alegrar com a Palavra (v.10-12)
10.Todos precisam obedecer a Palavra (v.13-15)
11.Todos precisam voltar às práticas antigas ensinadas na Palavra (v.16-17)
12.Todos precisam ler a Palavra todos os dias (v.18).

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA:
1. FENSHAM, F. Charles. The books of Ezra and Nehemiah. Grand Rapid (Michigan): W. B. E. Publishing Company, 1982.

2. FOWLER, James. Estágios da fé: a psicologia do desenvolvimento humano e a busca de sentido. São Leopoldo: Sinodal/IEPG, 1992.

3. THE NEW INTERPRETER’S BIBLE. Nashville: Abingdon Press, 1999. WILLIAMSON, H. G. M. Ezra, Nehemiah. Word Biblical Commentary. Waco (Texas): Word Book, Publisher, 1985.

4. ISRAEL: UMA HISTORIA, ano de edição: 2018, autor: Anita Shapira, editora: Paz & Terra.

5. Revista Betel, Ano 28 – nº 108 – 3ª trimestre de 2018, Israel 70 anos, O Chamado de uma nação e o plano divino de redenção.

6. História de Israel no Antigo Testamento - 2ª Edição revisada, autor: Samuel J. Schultz, edição 2009.

7. AS TRADIÇOES HISTORICAS DE ISRAEL: INTRODUÇAO A HISTORIA DO ANTIGO TESTAMENTO, autor: Antonio Gonzalez Lamadrid , ano copyright: 1993, edição: 2ª.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
Pr Éder Santos – Ministério Madureira, Professor da EBD na Sede da ADTAG – Assembleia de Deus em Taguatinga, Teólogo pela FTBB e Pós-Graduado em Hermenêutica.



Um comentário:

Mendes disse...

lição 9????