O
POVO É IMPACTADO PELA PALAVRA DE DEUS
TEXTO
ÁUREO
“Toda
a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3.16).
VERDADE
APLICADA
É
muito importante não apenas ler a Palavra de Deus, mas buscar
entender para praticá-la.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
-
RATIFICAR a infalibilidade da Bíblia como a Palavra de Deus;
-
REAFIRMAR a importância de o cristão ter uma conduta vigilante;
-
APONTAR o testemunho como um dos marcos da Igreja enquanto peregrina neste mundo.
Ne
8.1 – E,
chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas
cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante
da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o
livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
Ne
8.2 – E
Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, assim de
homens como de mulheres e todos os entendidos para ouvirem, no
primeiro dia do sétimo mês.
Ne
8.3 –
E leu nela, diante da praça que está diante da porta das águas,
desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e
entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da
lei.
INTRODUÇÃO
A
Palavra é poderosa
e útil, "ela não tem origemna vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo" (2 Pd 1.21). "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes; penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é capaz de perceber os pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4.12). Ouvir, Ler, Estudar, Memorizar e o Meditar da Palavra de Deus,
sob
a iluminação do Espírito Santo, produzirá efeitos profundos de
transformação nas nossas vidas.A Palavra de Deus é viva e produz vida. Jesus disse: “As
palavras que eu lhes disse são espírito e vida”
(João
6.63).
1.
MOBILIZAÇÃO PARA A PALAVRA DE DEUS
Os
capítulos 8 a 10 relatam o trabalho de restauração espiritual, sob
a liderança de Esdras, o escriba e o próprio Neemias. A ênfase
está no compromisso dos judeus em ser um povo santificado e separado
das práticas e influências de povos que não serviam ao Senhor.
1.1.
Uma ordem dada por Deus
A
Lei fez de Israel algo especial, transformando-o em parâmetro para
todos os outros povos. A Bíblia exprime essa verdade da seguinte
maneira: “Porque
tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te
escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos
que há sobre a terra” (Dt 7.6). Por
consequência, o Israel do Antigo Testamento era a única nação
cuja legislação, jurisdição e jurisprudência tinham sua origem
na pessoa do Deus vivo. A História nos ensina que os povos que
desprezaram as leis divinas de maneira consciente, que as pisotearam,
cedo ou tarde desapareceram de cena. Os povos que estabelecem sua
legislação e fundamentam sua constituição sobre as leis divinas,
são povos abençoados. A Bíblia diz: “Bem-aventurado
o povo a quem assim sucede! Sim, bem-aventurado é o povo cujo Deus é
o Senhor!” (Sl
144.15).
1.2.
Vivendo
na Terra Prometida
Quando
Neemias chegou em Jerusalém Esdras já estava lá há 13 anos. Não
há ênfase dos dois se encontrando muitas vezes, por isso, alguns
até pensam que nem eram contemporâneos. Mas no capítulo 8 de
Neemias vemos isto acontecer. Não pode existir um verdadeiro
reavivamento entre o povo se não houver a leitura e o ensino da
Palavra de Deus. Eles já possuem o templo, os muros restaurados e o
povo morando ao redor de Jerusalém, mas a base da nação deve ser a
Palavra de Deus. Todos estão reunidos e eles mesmos tomaram a
iniciativa de pedir que a Lei de Moisés fosse lida. Os que estavam
ali podiam entender a Lei muito bem, mas outros provavelmente nem
entendiam o hebraico mais. Além disso, os termos espirituais podem
ter sido perdidos por muitos.
Os
mais jovens teriam o privilégio de conhecer a lei de seus avós pela
primeira vez, juntos (v.1-2). “Conheçamos e prossigamos em
conhecer ao Senhor..” Oseias 6.3ª – A recomendação do profeta
deve continuar viva entre o povo de Deus. Mais
ou menos seis horas de leitura e explicação da Palavra de Deus. O
povo ouvia atentamente. O desejo de um povo restaurado é tão grande
que o tempo e as distrações não são mais importantes do que a
Palavra de Deus. O púlpito era importante, pois mostrava a
importância da Palavra de Deus em destaque e fazia com que as
pessoas tivessem uma visão clara, pois era colocado acima do povo.
As pessoas ao lado de Esdras testificavam da veracidade da Palavra de
Deus. Isto dava autoridade a Esdras (v.3-4).
1.3.
Diante da Porta das Águas
O
povo se colocou em pé não por alguma ordenança, mas
voluntariamente. Isto não se tornou um costume, pois nas sinagogas
os judeus ouviam a Lei sentados. O momento era muito especial, por
isso, Esdras louvou ao Senhor e o povo concordou respondendo “Amém”.
Neste versículo vemos que, voluntariamente também, o povo levantava
as mãos. Isto era um costume judaico. E mais, os que levantam as
mãos também colocam os rostos em terra como o povo ao ouvir a
leitura da Lei? O apóstolo Paulo, reconhecendo o costume judaico,
disse que na igreja podia-se levantar as mãos, mas o mais importante
era a atitude de vida, ou seja, as mãos devem ser santas (v.5-6, ver
1 Tm 2.8). Havia organização, pois o povo estava no seu lugar. Não
houve apenas leitura da Lei, mas explicação. Os levitas estavam de
plantão, talvez andando no meio do povo para ver se alguém tinha
alguma dúvida. Hoje, da mesma forma, a Bíblia deve ser lida e
explicada. Todos têm a Palavra de Deus, mas mesmo assim, a leitura
pública das Escrituras fortalece a nossa fé, mostrando assim, que
todos cremos nas sagradas letras. Porém, hoje, todos temos a Bíblia
em casa e todos devem lê-la. A
Porta das Águas. Esta porta simboliza o local por onde as Águas
fluem! No contexto judaico, ela tinha uma ligação especial com a
Festa de Tabernáculos, ou Sucot.
Isto parece, em parte, estar relacionado ao fato de Israel ter se
reunido como um só homem, para escutar a Lei de Moisés, em frente a
Porta das Águas durante os dias da Festa de Tabernáculos: “Quando
chegou o sétimo mês e os israelitas tinham se instalado em suas
cidades, todo o povo juntou-se como se fosse um só homem na praça,
em frente da porta das Águas. Pediram ao escriba Esdras que
trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel.
Assim, no primeiro dia do sétimo mês, o sacerdote Esdras trouxe a
Lei diante da assembleia, que era constituída de homens e mulheres e
de todos os que podiam entender” (Neemias
8.1-2). Este foi um momento único para o povo judeu, pois acabará
de retornar do cativeiro babilônico e agora estava restaurando a
cidade de Jerusalém e sua própria vida, inclusive espiritual.
Durante esse momento, o povo renovou sua aliança com Yahweh! Jesus,
também durante a Festa de Tabernáculos, e não longe da Porta das
Águas, se levantou e disse: “Se
alguém tem sede, venha a mim e beba! Quem depositar sua confiança
em mim, como diz as Escrituras, rios de água viva fluirão de seu
interior” (João
7.37-38). A porta
das Águas era
a porta do lado leste de Jerusalém pela qual os cidadãos passavam
quando desciam à fonte de Gion para buscar água. Ao raiar do dia, a
multidão se reuniu na praça do lado de dentro dessa
porta, e desde
o raiar da manhã até o meio dia (v.
3) ouviram a leitura que Esdras e os seus colegas sacerdotes
fizeram dos vários rolos do Pentateuco. Certamente foi lido o trecho
de Lv 23.23-25,
que descreve a celebração da festa das trombetas naquele dia
específico; mas evidentemente devem ter lido muitas instruções
morais das diversas partes do Pentateuco. Leram
o Livro da Lei de Deus, interpretando-o
e explicando-o, a fim de que o povo entendesse o que estava
sendo lido (v.
8). Acerca da expressão explicando-o, alguns
pensam que signifique “traduzindo-o”, mas não há evidências de
que os judeus em Jerusalém não fossem capazes de usar uma
língua comum nessa época. Que havia uma específica “língua de
Judá” pode ser deduzido de 13.24. E melhor considerar que a
palavra está sendo usada em seu sentido natural, significando
“claramente”.
2.
A SUPREMACIA
DA PALAVRA DE DEUS
2.1.
Bíblia – o agente regenerador
A
Reforma Protestante foi um retorno às Escrituras e consequentemente,
um retorno à centralidade de Cristo, pois ele é o centro das
Escrituras. O Antigo Testamento aponta para ele; o Novo Testamento
descreve sua pessoa e sua obra. Cristo é o centro da eternidade,
pois nele convergem todas as coisas tanto as do céu como as da
terra. Ele é o centro da história, pois só ele pode dar
significado a ela e levá-la a uma consumação. Ele é o centro da
igreja, pois é o seu fundamento, dono, edificador e protetor. Cristo
é o agente da criação, o sustentador do universo, o redentor o seu
povo, o Senhor diante de quem todo joelho se dobra no céu, na terra
e debaixo da terra. Destacaremos aqui quatro pontos importantes:
1.
Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens. A igreja da Idade
Média havia criado um panteão de intercessores. Maria e os santos
canonizados eram abertamente invocados como aqueles que deveriam
interceder por nós junto a Deus. Ainda hoje há uma máxima na
igreja romana: “Pede à Mãe, que o Filho atende”. Esses
ensinamentos estão em flagrante oposição ao que a palavra de Deus
ensina. A Bíblia é enfática: “Porquanto há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). O
próprio Jesus foi claro: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Jesus não é um
Mediador entre outros; ele é o único Mediador. Ele não é um dos
muitos caminhos para o céu; ele é o único Caminho. Jesus é a
porta e ninguém poderá chegar a Deus, exceto por meio dele!
2.
Cristo é o único Salvador dado por Deus aos homens. O homem não
pode salvar a si mesmo por meio de suas obras. A igreja não pode
salvar o homem por meio de seus rituais. A ideia de que o batismo
pode regenerar o homem é um ledo engano. A ideia de que podemos ser
salvos pela penitência é um rotundo erro. A salvação é obra de
Deus, oferecida aos pecadores, pela graça, mediante a fé em Cristo.
Não há nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que
sejamos salvos, exceto o nome de Jesus (At 4.12). Só ele salva (At
16.31). Só nele temos vida eterna (Jo 6.47). Não cooperamos com
Deus em nossa salvação, pois tudo provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo, por intermédio de Jesus (2Co 5.18).
3.
Cristo é o único cabeça e Senhor da igreja. A ideia de que o papa
é a pedra fundamental e o cabeça da igreja é um consumado do erro.
A igreja só tem um fundamento: este é Jesus (1Co 3.11). A igreja só
tem um cabeça: este é Jesus (Ef 1.22). A igreja só tem um dono:
este é Jesus (Mt 16.18). A igreja só tem um Senhor: este é Jesus
(Fp 2.9-11). Jesus morreu para comprar com o sangue aqueles que
procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9).
4.
Cristo é o único Sumo Sacerdote que está no céu intercedendo pela
igreja. A ideia de que o papa é o Sumo Pontífice, ou seja, o
supremo mediador entre Deus e os homens não tem qualquer amparo nas
Escrituras. Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote. Ele é grande
porque morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras e
ressuscitou segundo as Escrituras para a nossa justificação (1Co
15.3; Rm 4.25). Ele penetrou os céus (Hb 4.14) e está à direita de
Deus, intercedendo por nós (Rm 8.34). Por essa razão, ele pode
salvar-nos totalmente (Hb 7.25). Porque Jesus foi o sacrifício
perfeito e o Sacerdote supremo, nossos pecados foram julgados nele.
Com base em seu sacrifício substitutivo, fomos declarados justos
diante do tribunal de Deus. Estamos quites com sua lei e com sua
justiça. Não pesa mais nenhuma condenação para aqueles que estão
em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.1)
2.2.
Bíblia, um dos agentes do crescimento
Uma
ordem de Jesus. Antes de ascender aos céus, de modo solene Jesus
determinou aos seus discípulos que ensinassem “todas as nações
[...] a guardar todas as coisas” que Ele tinha ordenado (cf. Mt
28.19,20). O livro de Atos registra a obediência dos primeiros
apóstolos no cuidado de cumprir a determinação de Jesus. Após a
descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso de Pedro foi um
verdadeiro ensino proferido no poder do Espírito Santo (At 2.14-40).
Tendo em vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor
Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o
dom ministerial de mestre ou doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma
capacitação sobrenatural do Espírito. Isso não significa, porém,
que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois o preparo
para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente
ensinar. A doutrina dos apóstolos. O texto de Atos 2.42 informa-nos
que os primeiros convertidos “perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”.
Além disso, acrescenta que em “cada alma havia temor, e muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (v.43). A “doutrina
dos apóstolos” aqui referida trata-se do conjunto de ensinos de
Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o
crescimento integral dos novos crentes. Ensinamento persistente. Os
primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio
Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja começou nas casas,
onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares. Falando aos
anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro
mestre que ensinava “publicamente e pelas casas, testificando,
tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em
nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.20,21). Deus havia preparado
homens para ensinar e levantado “doutores” na igreja em Antioquia
(At 13.1). O Pai Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua
igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi tão
necessário.
2.3.
Resgate da ênfase na Autoridade da Bíblia
Geralmente
usamos a expressão “autoridade da Bíblia” para mostrar nossa
dependência das Escrituras. Autoridade
tem a ver com “reinar”. Toda autoridade vem de Deus (Rm 13:1; Jo
19:11; Mt 28:18; Isa 40-55; Ap 4-5). Então, o texto autoritativo
refere-se a Deus e Jesus quando se trata de autoridade. A autoridade
das Escrituras, por isso, so? pode ser uma autoridade delegada. Para
Wright, o caminho para uma restauração significativa da autoridade
das escrituras pode ser construído apenas de suas partes: “O que
queremos dizer quando falamos que Deus ou Jesus tem autoridade ”.
“Qual o papel da Bíblia neste contexto? ”. A
própria Bíblia liga autoridade divina com a linguagem de reinado e
de reino. Os Evangelhos sugerem que, olhando para Jesus, podemos
perceber como Deus exerce sua autoridade. É a velha ideia israelita
de que Deus é o soberano do mundo inteiro, mas que é preciso uma
nova, fresca intervenção divina em nosso mundo, que é
caracterizado pelo pecado, pela decadência, corrupção, morte,
idolatria e a rebelião. A restauração desta criação é o eixo no
qual gira toda escatologia bíblica: Deus, em Jesus, sua morte e
ressurreição inauguraram a renovação da criação. Ela é o
objetivo do exercício soberano do poder de Deus. Neste contexto,
temos que entender quaisquer outras autoridades específicas
(na Igreja e na sociedade). O objetivo da autoridade de Deus não é
um reinado opressivo, como é conhecido pelos governantes humanos. No
reinado de Deus, o foco está? na realização do grande plano de
Deus de curar o cosmos em sua totalidade. Isto está? muito longe de
escatologias triunfalistas. Assim, Wright determina a autoridade das
Escrituras como uma autoridade indireta que age através da leitura
e, em seguida, da ação resultante da igreja: “leiam e interpretem
as Escrituras como vocês sabem, e assim a deixem fazer através de
vocês o seu trabalho no mundo” (p. 77). No final das contas, foi
exatamente isso que Jesus fez quando viveu em obediência a tudo o
que Deus realmente esperava de Israel e de toda a humanidade (p.
41-43). Esse é o significado da “locução de cumprimento”:
Jesus sempre liga as suas ações com a Escritura e assim mostra a
antiga intenção divina: este é o ser humano que Deus imaginava no
início, o verdadeiro ser humano. Em Jesus a autoridade das
Escrituras se tornou realidade, ai? percebemos como é o reino de
Deus. A Bíblia é o “sopro fresco de Deus”, que motiva a igreja
e a dirige em sua intenção. Isso é algo muito diferente de uma
autoridade estática, tal como um conjunto de regras comportamentais
ou dogmas. Wright afirma que é a metanarrativa bíblica, em cujo
poder é de mover as pessoas para um novo pensamento e nova ação
(Rm 12:1!) – e isso não é nada mais do que um exercício de
autoridade (p. 24). Assim, a Bíblia é mais do que um livro cheio de
máximas sabias, mais do que o comentário oficial sobre a história
da salvação, mais do que um depósito de ideias para abastecer uma
espiritualidade cansada. A Bíblia é um dos meios, pelo qual Deus
prossegue o seu grande projeto de salvação e de criação (p. 28).
Um cristão ou uma igreja que segue e se orienta pela Bíblia, também
se torna uma maneira de expressar a autoridade divina nesse mundo.
Quando aceitamos essa autoridade divina nas nossas vidas, quando
deixamos Deus definir o nosso lugar na grande narrativa bíblica e a
partir disso formar nossa identidade. E além da nossa identidade,
Deus muda a nossa visão de Deus e do mundo (espiritualidade). Ele
muda nossas prioridades e, assim, nosso comportamento (ética). Tudo
isso Deus faz através da leitura da Bíblia, em solidão e em
comunidade. Desse modo antecipamos a nova criação de Deus que é
caracterizada por justiça, alegria e paz.
3.
CUIDADOS PRÉVIOS E AS COMEMORAÇÕES
As
festas
judaicas e os dias
sagrados eram períodos de festividades e observância religiosa que
representavam importante significado na religião
hebraica, isso porque no
Antigo Testamento, estes dias e períodos sagrados, foram decretados
por Deus ao povo de Israel. A maioria desses períodos sagrados eram
baseados em algum evento histórico significativo de Israel. Essas
festas, do hebraico hag
(Lv 23:6; Dt 16:16),
também eram chamadas de “festas
do Senhor” ou
“solenidades
do Senhor“, em hebraico
mo’ade
Yahweh (Lv 23:2,4; Nm
15:3). Sabemos que algumas dessas festas judaicas coincidiam com as
estações do ano, porém eram completamente diferentes das festas
pagãs do Antigo Oriente celebradas nas estações. Enquanto os
rituais pagãos eram fundamentados na ideia de que os deuses do
panteão se banqueteavam com os homens, as festas bíblicas
enfatizavam que as estações eram obra do Criador, como manifestação
de sua benignidade para com o homem. Portanto, em tais festas
judaicas do Antigo Testamento,
o intuito era reconhecer os benefícios concedidos por Deus como o
grande provedor de seu povo, além de relembrar o grande favor do
Senhor nos atos que Ele mesmo realizou em prol da libertação de seu
povo escolhido. Isso fica claro quando entendemos o significado que
cada festividade possuía
3.1.
Comer e beber do melhor que tiver
É
verdade que os sacrifícios seriam restabelecidos, mas aqui se refere
a banquetes. É um dia de alegria. Todos deviam comer juntos. Os que
não tivessem alimentos deviam participar assim mesmo, pois os irmãos
que tinham abundância repartiriam. O povo de Deus sempre se reuniu e
comeu junto. Foi assim na igreja primitiva, também. Eles partiam o
pão de casa em casa com singeleza de coração. No versículo 10,
ainda, Esdras e Neemias mostram que o povo de Deus deve ser alegre.
As situações nem sempre são fáceis, mas ele não disse que a
alegria vinha de nós mesmos, mas do Senhor. A alegria do Senhor é a
força do crente para viver, mesmo diante do sofrimento e
dificuldades (v.10).
3.2.
Repartir com os que
nada prepararam
Os
levitas também fizeram o mesmo que Esdras e Neemias. Não era o
momento de contrição, mas de alegria. Precisamos muito de pessoas
que experimentam a alegria do Senhor e celebrem com os irmãos a
Palavra Dele. A comunhão nos fortalece, pois as tristezas são
amenizadas quando estamos juntos. A libertação de sentimentos
depressivos vem em decorrência do entendimento da Palavra de Deus e
da comunhão verdadeira com os irmãos. Comer juntos cria um ambiente
de alegria entre os crentes e, por isso, devemos cultivar esse bom
costume (v.11-12). O fervor do povo não acabou, pois os líderes não
cessaram de meditar na Lei. Quando as pessoas comuns param para
pensar na Lei é muito proveitoso, mas isto não deve substituir o
zelo dos líderes no estudo mais aprofundado das Escrituras. Os
levitas, os sacerdotes, os cabeças das famílias e Esdras tiveram o
seu tempo juntos, no dia seguinte. É bom que os crentes se reúnam,
mas também é importante que os líderes tenham um tempo juntos. Os
líderes prestaram atenção que era o sétimo mês e que a lei
prescrevia a festa dos tabernáculos para lembrar o tempo que o povo
viveu em cabanas no deserto (v.13-14, ver Lv 23.39-43, Dt 16.13).
3.3.
Dia Consagrado ao Senhor
O
povo devia pegar ramos de muitos tipos para fazer cabanas. Deus
sempre gostou de ilustrar os Seus ensinos. A páscoa foi celebrada
com pães asmos para lembrar quando o povo saiu do Egito e fez pães
sem fermento por causa da pressa. Fizeram pequenas cabanas em cima
das casas, no pátio do templo e nas praças da Porta das Águas,
onde se tornou um ponto de encontro do povo. Hoje há muitos
pinheirinhos na época do Natal, mas talvez sem significado histórico
algum para muitos (v.15-16). Eles moraram em cabanas durante sete
dias. Houve muita alegria. Para as crianças, até uma semana de
muita euforia, pois além de cumprirem uma tradição bíblica
estavam se divertindo, pois as crianças gostam muito de coisas
diferentes e, principalmente, dormir em barracas. Já fazia mil anos
que o povo não dormia em barracas, como nos dias de Josué, embora
lembrassem da festa dos tabernáculos. Isto mostra que boas tradições
podem voltar a existir, basta para isto o povo ser movido por bons
líderes e, principalmente, pela Palavra de Deus. Além daquele dia
em que ficaram seis horas ouvindo as palavras da Lei de Moisés,
passaram os sete dias da festa dos tabernáculos ouvindo a Palavra de
Deus. Depois disto, ainda houve um período de ajuntamento solene. O
povo de Israel é um povo movido a festas. Todos devem ter os seus
negócios e trabalho, mas não devemos nunca abandonar o costume de
nos reunir para celebrar as bênçãos de Deus (v.17-18). A leitura e
interpretação das Escrituras (Ne 8):
1.Todos
precisam ter interesse pela Palavra (v.1)
2.Todos
precisam ter contato com a Palavra (v.2)
3.Todos
precisam ter atenção à Palavra (v.3)
4.Todos
precisam dar um lugar especial à Palavra (v.4-5)
5.Todos
precisam adorar a Deus motivados pela Palavra (v.6)
6.Todos
precisam aprender da Palavra (v.7)
7.Todos
precisam entender da Palavra (v.8)
8.Todos
precisam se emocionar com a Palavra (v.9)
9.Todos
precisam se alegrar com a Palavra (v.10-12)
10.Todos
precisam obedecer a Palavra (v.13-15)
11.Todos
precisam voltar às práticas antigas ensinadas na Palavra (v.16-17)
12.Todos
precisam ler a Palavra todos os dias (v.18).
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA:
1.
FENSHAM, F. Charles. The books of Ezra and Nehemiah. Grand Rapid
(Michigan): W. B. E. Publishing Company, 1982.
2.
FOWLER, James. Estágios
da fé: a psicologia do desenvolvimento humano e a busca de sentido.
São
Leopoldo: Sinodal/IEPG, 1992.
3.
THE NEW INTERPRETER’S BIBLE. Nashville: Abingdon Press, 1999.
WILLIAMSON, H. G. M. Ezra, Nehemiah. Word Biblical Commentary. Waco
(Texas): Word Book, Publisher, 1985.
5.
Revista Betel, Ano 28 – nº 108 – 3ª trimestre de 2018, Israel
70 anos, O Chamado de uma nação e o plano divino de redenção.
6.
História de Israel no Antigo Testamento - 2ª Edição revisada,
autor: Samuel J. Schultz,
edição 2009.
7.
AS
TRADIÇOES HISTORICAS DE ISRAEL: INTRODUÇAO A HISTORIA DO ANTIGO
TESTAMENTO, autor: Antonio
Gonzalez Lamadrid
, ano
copyright: 1993,
edição: 2ª.
COMENTÁRIOS
ADICIONAIS:
Pr
Éder Santos –
Ministério Madureira, Professor da EBD na
Sede da ADTAG – Assembleia de Deus em Taguatinga, Teólogo pela
FTBB e Pós-Graduado em Hermenêutica.
Um comentário:
lição 9????
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