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O valor do planejamento na vida do cristão - Comentários Adicionais (Pr. Osmar)


O VALOR DO PLANEJAMENTO NA VIDA DO CRISTÃO
(Lição 02 – 14 de Outubro de 2018)
                         
TEXTO ÁUREO
E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique.” (Ne 2.5).

VERDADE APLICADA
Em tempo de muito ativismo e imediatismo, é preciso resgatar a prática da oração, da reflexão e do planejamento.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
ENFATIZAR o valor do trabalho em grupo;
MOSTRAR a necessidade de se responder adequadamente às ocasiões;
DESTACAR a importância do planejamento na vida do cristão.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ne 2.1 – Sucedeu, pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele.
Ne 2.2 – E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isto senão tristeza de coração. Então temi muito em grande maneira.
Ne 2.3 – E disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo?
Ne 2.4 – E o rei me disse: Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS 

INTRODUÇÃO
Neemias, além de ser um homem de oração e dedicado à obra de Deus (como estudamos semana passada) era também um homem de ação e de planejamento. Ele não agia por improviso, suas ações eram meticulosamente planejadas. Lamentavelmente, nós cristãos da geração dos dias atuais, não sabemos dar o devido valor ao planejamento, principalmente, quando se trata de questões espirituais. O que você tem planejado fazer com sua vida espiritual? Qual planejamento estratégico você tem adotado em relação à sua família? Você é líder de algum grupo? Tem feito avaliações constantemente? Tem colocado metas? Devemos aprender com Neemias a refletir as virtudes cristãs, bem como ser estratégicos, planejando bem o futuro de nossa vida, seja no campo secular, seja no espiritual.

1. O VALOR DAS RESPOSTAS INTELIGENTES
O capítulo 2 de Neemias trata das respostas do Deus que trabalha por nós. Embora o projeto de reconstrução dos muros parecesse já muito bem definido na mente e coração de Neemias, no momento do diálogo com o rei Artaxerxes, não sabemos ao certo desde quando ele entendeu que era a pessoa mais indicada ou chamada para realizar tal obra, o que sabemos é que ele já vinha orando há, pelo menos, quatro meses (do mês de Quisleu - Ne 1.1 até o mês de Nisã - Ne 2.1) e tivera fé e tempo suficiente para visualizar e planejar a operação com riquezas de detalhes, de sorte que, no momento que surge a oportunidade, ele já estava com o planejamento definido (Ne 2.2-6). Ele Sabia exatamente o porquê, onde e o quê fazer. Já tinha até mesmo o tempo de trabalho definido (Ne 2.16). Isto significa que ele não se limitou apenas a ficar orando e jejuando pela nação, mas também confessou os pecados do povo e estrategicamente tomou iniciativa, planejando suas ações. Na primeira oportunidade, não só deu respostas inteligentes ao rei como diligentemente toma os cuidados em obter cartas, a fim de dar-lhe credenciamento e segurança no seu projeto (Ne 2.9). Todos nós individualmente somos chamados para refletir o amor de Deus e servi-Lo na sua obra. Deus quer nos usar na sua obra, mas antes de começar a trabalhar precisamos saber o quê, o porquê, onde, quando e como vamos fazer. Neemias, embora tenha sido pego de surpresa no diálogo com rei, já sabia antecipadamente o que precisava pedir e porque precisava pedir (Ne 2.1-9).

1.1. Deus aguçou o olhar do rei
Neemias se encontrava num estado de tristeza por causa das condições de seus conterrâneos e dos muros de Jerusalém (Ne 1.4-11). Seu desejo era ir a Jerusalém ver de perto a real situação da cidade e fazer alguma coisa em prol deles (Ne 2.5). Assim, mesmo vivendo no palácio, ele não ficou indiferente à situação deplorável de seus compatriotas e de sua nação. Deus começou a “trabalhar” para que ele fosse o instrumento de reedificação dos muros e da restauração moral e espiritual do seu povo. No entanto, Deus já havia preparado o momento! Embora, Neemias não quisesse revelar a tristeza de seu coração, Deus aguçou o olhar do rei, que lhe disse: “Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente?” (Ne 2.2). Temeroso diante da descoberta do rei, Neemias revelou então o motivo de sua tristeza: “Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo?” (Ne 2.3). “O que me pedes agora?”, pergunta o rei que outrora havia impedido a reconstrução do templo (Ed 4.21). Neemias agora precisava demonstrar diante do rei que sua proposta não era um mero programa ou sonho de visitar Jerusalém, mas um projeto de reconstrução e de restauração nacional (Ne 2.5-8).

1.2. O valor em responder com sabedoria
O apóstolo Paulo escrevendo aos Colossenses disse: “Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades.” (Cl 4.5). Se a coragem, ousadia e sabedoria com que Neemias aproveita as oportunidades e apresenta seus pedidos diante do rei nos deixa impressionados, com o rei não foi diferente! Ele também ficou! Neemias demonstra que seu projeto não era algo vago, repentino ou um mero impulso de querer visitar Jerusalém (Ne 2.5-8). Em sua resposta, Neemias demonstra fé suficiente para visualizar a operação com os detalhes e técnicas que empregaria na reconstrução dos muros (Ed 5.8). Mas, o fator decisivo, conforme ele próprio reconhecia, era que “a mão de Deus estava sobre ele” (Ne 2.8). O rei não apenas concedeu o pedido, como também o nomeou, mas tarde, governador de Judá (Ne 5.14). Toda atividade na igreja, e até mesmo em nossa vida particular, deve primeiro passar pela aprovação do Senhor, pois só assim teremos êxito em nosso planejamento (Lc 14.28-31; Pv 16.3; 21.5).

1.3. Evitar polêmicas desnecessárias
Escrevendo aos Efésios o apóstolo Paulo disse: “Portanto, vede prudentemente como andais não como néscios, e sim como sábios.” (Ef 5.15). Ao chegar a Jerusalém, Neemias agiu com muita prudência. Como não queria chamar a atenção dos inimigos, observou, durante vários dias, sempre à noite, o estado em que se encontravam os muros e as portas da cidade. A ninguém contou a respeito de seus planos (Ne 2.16), só vindo revelar o que Deus lhe havia proposto no seu coração, no momento oportuno (Ne 2.18). Certamente deseja evitar contratempos desnecessários. Revelar antecipadamente os detalhes de sua missão poderia causar polêmicas e levar tudo a perder! Sejamos vigilantes! O verdadeiro cristão age e fala na hora certa e o faz sábia e discretamente.

2. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
O próprio Deus é nosso grande exemplo de planejamento. A Bíblia nos mostra que Ele não apenas planejou e criou o mundo, como também tem planos gigantescos para nós, detalhadamente traçado, desde antes da fundação do mundo, e, que ao longo das eras vem estrategicamente compartilhando desse projeto no intuito de concretizar e alcançar suas metas. Isto significa dizer que Ele teve de idealizar estratégias para executar e alcançar esses objetivos (1 Pe 1.19-20; Ef 1.4; Rm 8.28-30; Ap 13.8; Is 46.9-11). Embora Neemias seja um grande exemplo de estratégia e planejamento, só vamos perceber a sua real importância e o seu caráter bíblico, somente depois de entender o poder da organização proveniente das ações e exemplos do próprio Deus.

2.1. Conhecendo o homem
Conhecer estado caótico que se encontrava a cidade, bem como a situação espiritual, moral, social e econômica, tanto no seu aspecto individual quanto no coletivo, foram fundamentais para que Neemias traçasse seu planejamento. Importante aqui ressaltar, que a dor dele não ficou consternada apenas em suas emoções, mas também em orações e atitudes transformadoras. Ele não se amoldou apenas em “sentir muito”, ele decidiu fazer algo e Deus o ajudou criando oportunidades (Ne 2.8). Portanto, devemos aprender com Neemias que para alcançarmos êxito em qualquer área da nossa vida precisamos nos mover em oração, atitudes e planejamentos. A verdade é que no meio cristão muitas pessoas oram, mas não agem (oram sem propósitos, sem nem mesmo saber o que desejam); oram, mas não planejam (oram sem metas ou objetivos definidas).

2.2. Conhecendo a cultura de sua época
Conhecendo o histórico da vida de Neemias percebemos que ele não estava preocupado apenas com a reedificação dos muros de Jerusalém, pois no bojo de seu planejamento, também estava incluído o desejo de trazer de volta a verdadeira adoração ao Senhor (Ne 8.5-6). Promover a restauração espiritual e moral do seu povo era também uma de suas metas (Ne 1.5-11). Na consolidação de nossa vida espiritual, emocional, familiar, profissional, ministerial, etc é imprescindível que procedamos com oração, sabedoria, fé, entusiasmo, coragem e planejamento. Para melhor exemplificar o que estamos tentando dizer, é que se eu sou crente e desejo de fato ir para o céu, eu preciso não apenas crer que Jesus morreu para me salvar! Eu preciso planejar um conjunto de ações a fim de consolidar minha vida espiritual, se não corro o risco de ficar no meio do caminho. Em outras palavras, se minha meta é ir para o céu, eu preciso, então, promover atitudes e ações para manter uma vida de oração, de comunhão com Deus, de estudo da Palavra, etc; Da mesma forma, se meu desejo é salvar e/ou consolidar a salvação de minha família (Cônjuge, filhos, parentes etc), eu preciso não apenas orar, mas também planejar ações e atitudes que vão conduzir e consolidá-los na comunhão com Deus e com a igreja. Se precisarmos reconstruir ou restaurar os muros de nossa vida, de nossa família e/ou de nosso ministério, façamos como Neemias (Ne 2.17).

2.3. Mantendo Deus presente em seus planos
Mantenha seus planos nas mãos de Deus e sinta o poder que Ele tem de resolver todas as coisas, inclusive de lhe trazer paz quando menos espera (Pv 14.22). Deus é misericordioso e coaduna-se com os seus sentimentos, desejos e planos, principalmente, quando feito com sinceridade e dentro de Sua vontade (Pv 21.5). Ame e entregue ao Senhor sua vida e seus planos (Jr 29.11). Sei que confiar a Deus nossa vida e nossos projetos não é uma tarefa muito fácil, mas precisamos praticá-lo no nosso dia a dia, se é que desejamos ser bem-sucedidos! (Pv 14.22). Mantenha Deus presente e você sempre será capaz de confiar seus mais profundos sentimentos e planos. Acredite no poder e na sabedoria dele. Seja capaz de seguir em frente, buscando seus objetivos. Quem não mantém Deus presente em seus planos terá dificuldade de prosseguir com seus planos (Pv 16.1-3,9).

3. ESTUDANDO O TERRENO
Planejar é estudar, pensar e coordenar ações a serem tomadas visando solucionar um problema ou alcançar determinado objetivo. É avaliar sobre o que se quer alcançar e como se pretende alcançar. Portanto, o planejamento exige no mínimo que se tenha conhecimento da realidade daquilo que se pretende e definição dos objetivos, meios e recursos daquilo que se deseja alcançar. Considerando esses aspectos básicos, veremos que o planejamento no tocante às coisas espirituais também segue essa mesma linha de procedimentos. Quantas oportunidades perdidas porque não gastamos tempo em oração, reflexão e preparo diante de Deus! Precisamos pedir orientação a Deus na condução de nossa vida espiritual, familiar e ministerial e nas decisões que precisamos tomar (Sl 50.15; 91.15; Is 65.24). Não deixe que o tempo se vá e sua vida, seus sonhos, sua família e suas metas fiquem pelo caminho. Ore, estude o terreno, planeje e age!

3.1. Fazendo o que está ao nosso alcance
Neemias sabia muito bem que todo planejamento deve começar com oração. Para ele, planejamento que provém da oração é superior ao planejamento meramente "sustentado" pela oração. Ele descobriu que o meio mais fácil de descobrir a vontade de Deus era quando iniciava seu planejamento com oração. No entanto, ele sabia que o fato dele apresentar a Deus o seu plano, não significava que deveria cruzar os braços e esperar que Deus realizasse tudo por ele. Qualquer que seja o projeto ou a situação há uma parte da solução que cabe a nós realizar. Deus só vai agir onde nós não temos condições de agir. Consciente disto Neemias em todos os seus projetos orou e confiou a Deus os resultados, mas em momento algum deixou de tomar as providências que estavam ao seu alcance, pois sabia que grande parte do resultado era de sua inteira responsabilidade e por isso não poderia se omitir. É dessa forma que devemos também agir. Diante de um problema ou dificuldade precisamos tomar todas as providências possíveis e que estejam ao nosso alcance, deixando por conta de Deus somente o impossível, ou o que seja demais para nós. Deus fará a sua parte, mas cabe a nós fazermos a nossa.

3.2. Um círculo de confiança
Embora, fosse natural que Neemias desejasse compartilhar sua visão e missão com seus amigos mais próximos, não podemos deixar de mencionar que seu procedimento foi um tanto cauteloso. Ele não se precipitou nem para a ação nem para as conversas, mas aguardou o momento certo tanto para agir, quanto para revelar os seus planos (2.15). Quando ele chegou à devastada cidade de Jerusalém, nada disse de sua missão até fazer uma meticulosa avaliação da situação. Somente após ter avaliado toda a situação é que compartilha com as pessoas do círculo de sua confiança, e a quem de direito, e conclama a todos a unir-se a ele na reconstrução da cidade. Provavelmente, ele sabia que o anúncio prematuro podia causar comentários desnecessários ou avarias no seu planejamento estratégico (Ne 2.11-16).

3.3. Falar com conhecimento de causa
Neemias sabia que planejar envolve fazer um levantamento cauteloso da situação, assim, ao chegar a Jerusalém não foi imediatamente tocando as trombetas e anunciando o que veio fazer, foi primeiramente buscar informações sobre a situação do local. Portanto, seu primeiro ato ao chegar a Jerusalém foi realizar secretamente, durante três dias, um passeio pela cidade, à noite, com objetivos claros de conhecer e avaliar o real tamanho do problema e assim organizar sua execução. Antes de desafiar o povo para o trabalho, o líder precisa saber a dimensão da obra a ser feita, precisa ter uma estratégia clara em sua mente. Um líder sábio analisa os problemas discretamente antes de encorajar seus liderados publicamente. Quando o líder sabe o que precisa ser feito, e onde quer chegar e como chegar, seus liderados são encorajados a realizar a obra.

CONCLUSÃO
Com oração, ação e planejamento Neemias superou os desafios, a oposição e a maldade de seus próprios irmãos. Neemias venceu a tudo e a todas essas influências malignas, edificou os muros de Jerusalém em 52 dias e restaurou a vida espiritual, moral e social do seu povo dando a eles novo tempo e nova etapa de vida. É também com oração, ação e planejamento que vamos reconstruir e consolidar aquilo que precisamos em nossas vidas quer seja no seu aspecto espiritual, moral, social, físico ou emocional. Eis algumas dicas para que você monte seu próprio plano estratégico: a) identifique seu problema, propósito ou missão; b) apresente a Deus em oração; c) avalie a real situação; d) procure elaborar um plano que seja simples e executável; e) trace algumas metas; f) concentre suas forças no intuito de alcançar as metas estabelecidas; g) seja corajoso, entusiasta e não desista facilmente de seus objetivos.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Revista BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Neemias – Enfrentando os desafios com oração, ação e perseverança. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2018. Ano 28 n° 109. Lição 02 – O valor do planejamento na vida do cristão.

ANDRÉ, IRMÃO. Edificando um mundo em ruínas. Editora CPAD. Rio de Janeiro, 1985.

Revista BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Neemias – Vencendo as adversidades, com as armas espirituais, na realização da obra de Deus. Rio de Janeiro: Editora Betel – 2º Trimestre de 2001, Ano 11 n° 39.

LIÇÕES BÍBLICAS - Jovens e Adultos. Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise.  EDITORA CPAD. 4º Trimestre de 2011.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
Pr. Osmar Emídio de Sousa - Servidor Público Federal; consagrado a pastor pela Assembleia de Deus; formado em Direito e também bacharel em Missiologia pela antiga Escola de Missões de Brasília; e, em Teologia Pastoral, pela FATAD (Faculdade de Teologia das Assembleias de Deus de Brasília).

3 comentários:

Anônimo disse...

E os comentários da lição 3 irmãos, vai ter ou não?

ancelmo disse...

Bom dia meu irmão, o irmão responsável pelo comentário da lição, ainda não enviou, acredito que ainda hoje estará disponível, desculpe-nos pela demora. Deus abençoe.

Anônimo disse...

Muito obrigado irmão pelo retorno. Deus abençoe.