A
VOLTA DO EXÍLIO E A PRESERVAÇÃO DO POVO DE ISRAEL
(Lição
12 – 16 de Setembro de 2018)
TEXTO
ÁUREO
“Por
um pequeno momento, te deixei, mas com grandes misericórdias te
recolherei.”
(Is 54.7).
O
retorno do cativeiro e a preservação de Israel são provas da
soberania de Deus sobre a vida do Seu povo.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
►
EXPLICAR
que Deus permitiu o cativeiro, mas restaurou o Seu povo;
►
MOSTRAR
que o ressurgimento de Israel foi uma intervenção divina na
história dos judeus;
►
ENSINAR
que Deus é fiel para cumprir as Suas promessas na vida do Seu povo.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
2
Cr 36.22 – Porém,
no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a
palavra do Senhor pela boca de Jeremias), despertou o Senhor o
espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo
o seu reino, como também por escrito, dizendo:
2
Cr 36.23 – Assim
diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os
reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em
Jerusalém, que está em Judá; quem há entre vós, de todo o seu
povo, o Senhor, seu Deus, seja com ele, e suba.
Is
45.4 – Por
amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito, eu a ti chamei pelo
teu nome; pus-te o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses.
INTRODUÇÃO
Muito
antes de Ciro nascer, Deus manda o profeta Isaías escrever sobre
ele: “Você vai fazer o que eu mandar, os portões ficarão abertos
para você tomar a cidade”. E Ciro tomou a chefia em capturar
Babilônia. Os medos e persas entraram na cidade à noite, através
de portões que foram deixados abertos. Após quase 2 (Dois) anos que
a babilônia havia sido tomada pelos medos e persas, os israelitas em
Babilônia fizeram a viagem de volta a Jerusalém, com autorização
de Ciro. Era uma longa viagem de uns 800 quilômetros, e muitos eram
velhos ou doentes demais para viajar. E houve outros motivos por que
alguns não foram. No entanto, Ciro disse aos que não iam: “Deem
prata e ouro, e outros presentes aos que vão voltar para reconstruir
Jerusalém e seu templo”. Depois de +/- 4 (Quatro) meses os
israelitas chegaram a Jerusalém.
1.
A
RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO
De
acordo com o primeiro capítulo de Esdras, Ciro autorizou em seu
primeiro ano de governo o retorno dos judeus para Jerusalém com a
missão de reconstruir o Templo destruído por Nabucodonosor. Mandou
que fossem entregues a Sesbazar, príncipe de Judá, os milhares de
utensílios saqueados. De acordo com Ed 5:14 Sesbazar foi nomeado por
Ciro governador da Judéia. Há uma certa dúvida sobre a
possibilidade de Sesbazar e Zorobabel serem pessoas diferentes ou a
mesma pessoa. Mas o texto de Esdras sugere serem a mesma pessoa, de
maneira que Sesbazar seria o nome babilônico de Zorobabel. A
sugestão de serem a mesma pessoa encontra respaldo em Esdras 5:2,
que aponta Zorobabel como um dos responsáveis pela reedificação do
Templo: “Então se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e
Jesuá, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a casa de Deus,
que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus, que os
ajudavam.”
1.1.
Quem
era Esdras?
Do hebraico Ezra עֶזְרָא ,abreviação
de עַזְרִיאֵל -
Aquele que ajuda, Ajudador, Auxiliador. Esdras
era filho de Seraías,
e genealogia registrada sobre ele fornece fundamentação suficiente
para remontar sua linhagem sacerdotal até Arão, fazendo com que ele
pertencesse a principal corrente sacerdotal de Jerusalém. A Bíblia
menciona Esdras especialmente como um sacerdote (Ed 10:10,16; Ne
8:2), especialmente como um escriba (Ed 7:6; Ne 12:36) e também como
escriba e sacerdote, ou seja, com funções acumuladas (Ed
7:11,12,21; Ne 8:9; 12:26). Vários
anos depois da inauguração do templo, Esdras decidiu voltar para
Jerusalém, com mais dos exilados. Ele vinha de uma família de
sacerdotes, da linhagem de Arão, e tinha
se dedicado a estudar a Palavra de Deus (Esdras
7:6).
Esdras também era um escriba, um professor com muito conhecimento.
Ele voltou para Jerusalém com o propósito de ensinar o povo a
obedecer a Deus (Esdras
7:10).
Com a permissão oficial do rei da Pérsia, Esdras levou para
Jerusalém muito dinheiro e as coisas necessárias para manter o
serviço no templo em funcionamento. Ele também recebeu permissão
para administrar o território e organizar o sistema de justiça lá,
de acordo com a Lei de Deus (Esdras
7:25).
Esdras foi acompanhado por muitas famílias judias e vários levitas
que podiam trabalhar no templo. Mas, antes de partir em viagem, eles
jejuaram e oraram a Deus por proteção, porque a estrada era
perigosa, com muitos bandidos. Eles levavam muito dinheiro e seriam
um alvo fácil. Mas Esdras não pediu guardas porque ele tinha
contado ao rei da Pérsia que ele confiava em Deus (Esdras
8:22-23).
1.2.
O
retorno para reconstruir o templo
Deus
usou os babilônicos como instrumento de juízo sobre o reino de Judá
por causa de sua desobediência (2 Crônicas 36.15-21). Entretanto,
como ficou provado mais adiante, o Senhor era soberano sobre todas as
nações; logo, os babilônicos foram julgados pela crueldade, e
Dario, o rei dos medos e dos persas, tornou-se a rei da Babilônia e,
consequentemente, de todos os reinos que os babilônicos haviam
conquistado (Daniel 5.30). Como resultado, ele também se tornou o
governante de Judá. Entre a destruição de Israel, em 722 AC, e a
ascensão de Dario ao trono, houve três poderes principais no
Oriente Médio. Todos eles tiveram meios diferentes de manipular as
terras conquistadas. O primeiro dos poderes, a Assíria, foi
responsável pela destruição de Israel. A política assíria com os
povos conquistados era deportar as pessoas da região conquistada e
repovoar o local com gente de outras partes do seu império. Como
tal, em 722, as pessoas do Reino do Norte (Israel) foram dispersas e,
aos poucos, os israelitas começaram a se casar com moradores dos
outros povos que repovoaram a área. As “10 tribos perdidas de
Israel” eram o resultado dessa ação. Olhando para o Novo
Testamento, podemos dizer que os samaritanos eram as pessoas que
vieram assim, o que parcialmente explica a hostilidade que a gente do
Reino do Sul (Judá) tinha pelos samaritanos, pois eles não eram
judeus “puros” - haviam se misturado com os assírios e com os
demais povos. Esse tipo de filosofia - de dispersar e de mixar
pessoas com convicções, idiomas e culturas diferentes - prevenia
qualquer tipo de revolta, pois se organizar para a revolta era algo
difícil ou praticamente impossível. Quando os babilônicos
derrotaram a Assíria e tornaram-se o poder dominante, instituíram
uma política diferente. Em lugar de repovoar a área com pessoas de
seus reinos, deportavam para a Babilônia todos que pudessem conduzir
uma revolta nos lugares conquistados, e colocavam sobre os reinos
invadidos governadores babilônicos. Entre os potenciais líderes
enviados ao exílio babilônico, estão incluídos Daniel, Ezequiel,
Hananias (Sadraque), Misael (Mesaque) e Azarias (Abede-nego). Lá,
tais chefes poderiam ser monitorados de perto por seus captores, e
doutrinados com ideais babilônicos. Essas medidas preveniam a
revolta, mantendo qualquer um que pudesse conduzi-la num tipo de
prisão cultural, longe do seu próprio povo. O terceiro poder, o
persa, usava um método muito diferente para assegurar a lealdade nas
regiões por conquistadas. Eles praticavam um sistema de devolver os
cativos da Babilônia às suas pátrias, e patrocinavam as religiões
dos povos conquistados. Esse tipo de liberdade, considerando-se os
governos opressivos da Assíria e da Babilônia, gerava grande apoio
e lealdade ao reinado persa, em todas as nações que haviam sido
oprimidas pelos dois poderes prévios. A política persa prevenia a
revolta criando lealdade nos grupos conquistados. O povo de Judá foi
um dos recipientes de benefícios dessa mudança em política
externa. O edito de Ciro (registrado em 2 Crônicas 36.22-23 e em
Esdras 1.2-4) é um reflexo dessa mudança de política externa.
Nele, podemos ver que Ciro provê tanto a oportunidade para os judeus
retornarem a Judá como os meios para fazerem isso. Em adição,
vemos que ele também fez provisões para a reconstrução do tempo.
1.3.
A
obra de reconstrução é iniciada
No
segundo ano, contado a partir da saída da Babilônia, o povo, sob a
liderança de Zorobabel, neto do rei Joaquim (Jeconias), iniciou a
reconstrução do Templo. (Ed 3:8). Conforme Esdras, a planta do
Templo ordenada por Ciro era diferente da planta passada por Deus a
Salomão, cujas medidas originais eram 60 côvados de comprimento,
por 20 côvados de largura, por 30 côvados de altura (1 Rs 6:2). O
novo Templo, por sua vez, teria a semelhança de um cubo de 60
côvados: “No primeiro ano do rei Ciro, este baixou o seguinte
decreto: A casa de Deus, em Jerusalém, se reedificará para lugar em
que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a
sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados”
(Ed
6:3).
Depois
de iniciadas as obras, conforme Ed 4:1-5, os adversários de Judá e
Benjamim procuraram de muitas maneiras impedir que as obras de
reconstrução do Templo avançassem, as quais ficaram estagnadas até
o segundo ano de Dario (Ed 4:24). Esdras passa do lançamento das
fundações do Templo, capítulo 3, para a interrupção das obras no
capítulo 4. Mas explica no verso 4:5 que as obras não foram
interrompidas durante o governo de Ciro, mas sim, frustradas.
Imagina-se que se tornaram mais lentas, mas interrompidas só depois.
Ciro
destacou-se dos demais soberanos de seu tempo pela sua piedade bem
como pela tolerância religiosa. Quanto à sua forma de
administração, procurou sempre que possível manter os povos
conquistados sob a gestão de líderes locais. Reinou 29 anos sobre
os persas, sendo os nove últimos depois da queda da Babilônia. A
data acima se refere ao dado histórico sincronizado de acordo com o
relato bíblico, o que coloca a queda da Babilônia em 546 AC.
2.
A
RECONSTRUÇÃO DOS MUROS
Neemias
era um judeu que vivia na cidade de Susã, capital de verão do
império Medo Persa; Ele era chefe dos copeiros do rei Artaxerxes, e
foi usado por Deus para reconstruir os muros de Jerusalém que havia
sido destruído pelo exército
babilônico do rei Nabucodonosor, quando invadiu Jerusalém no ano
586 A.C. Nessa ocasião, o rei Nabucodonosor derrubou os muros e
queimou os portões da cidade, e levou muitos jovens cativos para a
Babilônia... Os muros de Jerusalém serviam de proteção; eles
tinham mais de oito metros de largura e cerca de doze metros de
altura; eles foram derrubados na ocasião da invasão do império
Babilônico. Muros servem de proteção contra invasão e ataques dos
inimigos, porém, para que possa garantir proteção o muro precisa
estar bem alicerçado e em boas condições, caso contrário ele não
proporciona nenhuma segurança. Muros são tão importantes em nossa
vida que até o próprio Deus se apresenta também como um muro de
proteção ao nosso redor.
2.1.
Aprendendo
com Neemias
Neemias (em hebraico:
נְחֶמְיָה, hebraico
padrão Firstaḥ, fp:ar
language Nəḥemya, hebraico
tiberiano Nəḥemyāh, /ˌniəˈmaɪə/,
"conforto de (ou "confortado por") Deus
(YHWH)").
Neemias
foi um homem de caráter. Ele é descrito como uma pessoa de oração
(Ne 2:4; 4:4,9; 5:19; 6:9,14; 13:14,22,29,31) e Deus abençoou seu
trabalho poderosamente. Ele era um líder talentoso e carismático,
que expressava um patriotismo inspirador. Neemias era íntegro,
rígido com relação à justiça e demonstrava grande humildade,
bondade e piedade. Ele possuía uma fé verdadeira no Deus de Israel,
e era especialmente comprometido com o zelo pelo culto ao Senhor.
Diante de tantas afrontas e perseguições, é inegável que Neemias
foi um homem determinado, concentrado, dedicado e persistente. Por
ser um líder nato, ele conseguiu transmitir tais características a
ponto de formar um grupo que, junto
a
ele, não desistiu da obra que deveria ser realizada. Com base na
história de Neemias, percebemos que ele era uma pessoa de ação, e,
impulsionado por sua fé, ele não ficava apenas esperando que algo
sobrenatural acontecesse, antes, se esforçava para fazer o que tinha
que ser feito. Quando estudamos sobre quem foi Neemias, certamente
podemos enxergar que ele foi um homem de Deus, levantado
estrategicamente no momento certo, para cumprir a tarefa que lhe foi
comissionada.
I.
Identidade de Neemias
Nome:
Neemias (cujo significado é "Javé consola, conforta");
Nome do pai: Hacalias (Ne 1.1); Data do nascimento: por volta de 480
a.C.
Local de nascimento: Susa (antiga capital de Elam), Pérsia; Nacionalidade: israelita, nascido na Pérsia;
Ocupação: copeiro de rei (maxeqeh, um cargo de confiança do rei (Ne 1.11; Gn 40.21).
Local de nascimento: Susa (antiga capital de Elam), Pérsia; Nacionalidade: israelita, nascido na Pérsia;
Ocupação: copeiro de rei (maxeqeh, um cargo de confiança do rei (Ne 1.11; Gn 40.21).
II.
Momento decisivo na vida de Neemias
A.
Ao
receber notícias de Jerusalém:
Em
dezembro de 446 a.C., quando recebeu notícias de Jerusalém (Ne
1.2-4);
B.
Conteúdo da notícia.:
"Os
que não foram exilados... estão em grande miséria e humilhação;
os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas queimadas
a fogo" (Ne 1.3).
C.
Reação de Neemias:
Ao
ouvir essa notícia, Neemias sentou, chorou, ficou de luto vários
dias, jejuou e orou a Deus (Ne 1.4).
D.
Atitude de Neemias:
Em
março/abril de 445 a.C., diante do rei Artaxerxes Neemias se declara
profundamente triste com a situação em Jerusalém (Ne 2.1-3).
Neemias
solicita ao rei enviar-lhe a Jerusalém, em missão (Ne 2.4-5).
E.
Resposta do rei Artaxerxes:
O
rei questiona sobre o período da ausência de Neemias; o rei
permitiu a viagem de Neemias com todo apoio logístico (Ne 2.6-8).
Com
o apoio do rei, Neemias empreendeu duas viagens, em missão a
Jerusalém.
Primeira
viagem, em 445 a.C.
Segunda viagem, em 432 a.C.
Segunda viagem, em 432 a.C.
III
Terceira
Parte
Após
receber as informações vindas de Jerusalém, através de Hanani (Ne
1.2), em 444 a.C, Neemias ficou muito abalado. Vendo-o triste, o rei
achou por bem enviá-lo a Jerusalém como governador, autorizando-o a
reconstruir as muralhas, destruídas pelos babilônios, em 587 a.C.
(Ne 1.1-2.8).
I.
Primeiro empreendimento de Neemias (Ne 1-4 e 6).
A.
Neemias fez uma inspeção secreta dos muros derrubados de Jerusalém
(2.9-6);
B.
Após a vistoria, Neemias decidiu reconstruí-los (Ne 2.17-20). Essa
decisão, provocou uma forte oposição de Sambalá (um político
influente de Samaria) e Tobias (um político influente entre os
amonitas).
C.
Apesar dessa oposição, os muros de Jerusalém foram reconstruídos
por um grupo de judeus, ligados à liderança de Neemias (Ne 3-4).
II.
Segundo empreendimento de Neemias (Ne 5.1-13)
A.
Legislou sobre os empréstimos:
Diante
de uma queixa de mulheres, cujos maridos estavam sendo explorados
pelos próprios judeus, ricos e abastados (Ne 5. 1-6), Neemias
empreendeu uma ampla reforma sócio-econômica em Judá. Esses judeus
emprestavam a juros de 60% e penhoram os filhos dos trabalhadores
para a escravidão.
A
Neemias condenou os que exploravam os trabalhadores do campo,
decidindo que: (1) o penhor era por somente 6 anos, seja de pessoas
ou terras; (2) toda dívida deveria ser perdoada no sétimo ano (Ne
10.32).
B.
Legislou sobre causas socio-religiosas:
A
destruição de Jerusalém, o exílio forçado da elite do povo para
a Babilônia e a diáspora de milhares de famílias judias,
especialmente para o Egito, deixaram vazia a região de Judá. A
população de Judá diminuiu sensivelmente, enquanto a dos/as
estrangeiros/as aumentou, devido as imigrações. Por várias
décadas, os judeus que ficaram em Judá não tiveram liderança
política e religiosa.
Curiosidade:
Cronologicamente
teríamos as seguintes datas (todas antes de Cristo):
*
587: Jerusalém cai, o Templo e destruído e o povo deportado;
*
458: Esdras chega em Jerusalém (Esdras 7,8)
*
445: Neemias chega em Jerusalém (13 anos depois de Esdras - Neemias
2,1)
*
433: Neemias, 12 anos após sua chegada, volta para a Pérsia
(Neemias 13,6)
*
Ainda durante Artaxerxes I (morto em 424) Neemias regressa a
Jerusalém.
Considerando
essa cronologia, entre a última deportação em Babilônia e a
chegada de Neemias em Jerusalém, se passaram 42 anos. Embora não
sabemos, é provável que Neemias tenha nascido em cativeiro.
2.2.
Vencendo
os opositores
Neemias
levou consigo todos os documentos que garantiam a legalidade de suas
ações, porém mesmo assim ele precisou enfrentar grande oposição.
Na verdade, desde o tempo dos reinados de Ciro (559-530 a.C.) e Dario
I (522-486 a.C.) houve oposição contra a reedificação de
Jerusalém. Essa perseguição aos judeus também foi vista nos
reinados seguintes, nos dias do rei
Assuero (486-465
a.C.) e do próprio Artaxerxes (465-424 a.C.). A grande oposição
contra o trabalho de Neemias partiu da parte de Sambalate, o
honorita, Tobias, o amonita, e Gesém, o arábio. Esses homens
poderosos e astutos tentaram a todo custo prejudicar Neemias. Essas
três pessoas, justamente com seus aliados, afligiram insultos e
zombarias, arquitetaram ataques armados, planejaram uma emboscada
para capturar Neemias e fazer-lhe mal, plantaram notícias de que o
motivo real da reconstrução dos muros era uma suposta rebelião
contra a Pérsia, e, inclusive, tentaram induzir Neemias ao erro,
fazendo com que ele pecasse por entrar num lugar que só era
permitido aos sacerdotes, para que assim pudessem infamá-lo
desacreditando-o diante do povo (Ne 2:19,20; 4:1-14; 6:1-14). Como se
não bastasse a forte oposição externa, Neemias também precisou
lidar com a oposição interna, causada especialmente por problemas
econômicos e sociais, que levaram a população de Judá à beira de
um colapso. O contexto histórico daquele momento explica a razão
dos problemas internos. Judá estava isolada comercialmente, e os
trabalhos no muro fizeram com que a produção de cereais caísse, já
que os camponeses estavam envolvidos na reconstrução (Ne 4:22). As
condições climáticas também agravaram a crise de alimentos (Ne
5:3), e soma-se a tudo isso o fato de que os últimos administradores
haviam explorado a população (Ne 5:15). Tais condições fizeram
com que muitos hipotecassem suas propriedades ou tomassem dinheiro
emprestado, tanto para comprar alimentos como para pagar os autos
impostos (Ne 5:2-5).
2.3.
A restauração do muro é concluída
“Acabou-se,
pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em
cinqüenta e dois dias. Sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos
inimigos, temeram todos os gentios nossos circunvizinhos e decaíram
muito no seu próprio conceito; porque reconheceram que por
intervenção de nosso Deus é que fizemos esta obra”. (Neemias
6,15-16). A
Casa do Senhor era o coração do decreto de Ciro. Em Esdras 1:15, há
quatro referências à edificação da Casa que fora destruída por
Nabucodonosor: “O Senhor DEUS do Céu me deu todos os reinos da
terra, e me encarregou de Lhe edificar uma Casa em Jerusalém, que é
Judá. Quem há entre vós de todo o seu povo (Seja seu DEUS com ele)
suba para Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do Senhor,
DEUS de Israel; Ele é o DEUS que habita em Jerusalém. E todo
remanescente, seja qual for o lugar em que é peregrino, seja ajudado
pelos homens desse lugar com prata, com ouro, com bens e com animais
afora. a oferta voluntária para a Casa de DEUS, que está em
Jerusalém. Então se levantaram os chefes das casas paternas de Judá
e Benjamim, e os sacerdotes, e os levitas, todos aqueles cujo
espírito DEUS despertara, para subirem a edificar a Casa de DEUS,
que está em Jerusalém”.
Primeiro,
a Restauração do Templo -
Estamos diante de prioridades corretas. Antes de se pensar em
qualquer outra coisa, o lugar de culto deveria ser restaurado. Tão
logo a primeira leva de cativos judeus retomou a Jerusalém, o altar
foi edificado; o canal de adoração e comunicação com DEUS foi
estabelecido. O Templo era o lugar escolhido por DEUS, para nele
fazer habitar o Seu Nome (Ne 1:9). Lá se davam os sacrifícios
religiosos e era o coração da vida espiritual de Israel. Lá
estavam as Tábuas da Aliança, a glória de DEUS, Sua presença e
Santidade. Sem o Templo, Jerusalém perdia seu valor. Portanto, sua
restauração era obra prioritária. É disso que o livro de Esdras
trata. Aplicando as lições à nossa experiência, DEUS nos escolheu
para fazer habitar em nós o Seu nome. Somos Seus servos, a quem Ele
resgatou com o Seu grande poder e mão forte (Ne. I: 10). Ele quis
nos transformar em santuários Seus e comungar conosco, fazendo de
nós transportes de Sua presença na Terra. Antes de trabalharmos na
alma, ou na carne, precisamos lidar com o nosso espírito. O coração
de Israel era Jerusalém; o coração de Jerusalém era o templo; o
coração do templo era o SANTO dos Santos. Nele estava a Arca,
coberta pelo propiciatório, contendo as Tábuas da Aliança,
«escritas pelo dedo de DEUS». A partir dali, DEUS falava. Logo, o
templo, habitação de DEUS, era o centro e a razão de tudo. A
primeira preocupação, portanto, era com esse lugar. A experiência
mais marcante em nossa vida é o novo nascimento, pelo qual o nosso
espírito é recriado e se transforma no santuário de DEUS na Terra,
onde Seu Espfrito habita e onde se estabelece uma comunhão e
comunicação com DEUS (2 Co. 5:17; 2 Co. 6:16; 3:16). É por essa
experiência que nos tornamos filhos de DEUS (10. 1: 12), herdeiros
seus e co-herdeiros com CRISTO (Rm. 8: 16, 17), participantes da sua
natureza (2 Pe. 1 :4), porque somos gerados de novo da semente Divina
(I Pe. 1:23), que permanece em nós (I Jo. 3:9). Por essa razão,
tornamo-nos habitação de DEUS, santuários vivos, transportando a
Palavra Viva, na pessoa do ESPÍRITO SANTO.
Segundo,
a
Restauração Dos Muros -
Após essa obra de regeneração em nosso espírito, estamos prontos
para o próximo passo: a restauração dos muros, para que o
santuário seja protegido. Em outras palavras, a restauração da
nossa personalidade, para que o inimigo não encontre brechas para
nos atacar. É disso que trataremos, pedindo a DEUS que nos guie e
nos revele o Seu caminho no tratamento de nossas almas, a
fim de
que as virtudes do caráter de CRISTO se manifestem em nossa própria
personalidade. A Necessidade Da Restauração Dos Muros - o livro de
Neemias nos dá uma ilustração clara da obra a ser realizada na
restauração da nossa personalidade. Ele está cheio de ensinamentos
na área de liderança, de batalha espiritual, de restauração e de
vários outros aspectos da vida cristã. Aqui lançaremos mão dos
ensinos que se aplicam à restauração, libertação ou cura da
nossa alma. Antes, porém, de nos enveredarmos pelos seus relatos,
daremos uma rápida visão do seu conteúdo, usando as notas
introdutórias ao livro da BÍBLIA ANOTADA (The Ryrie Study Bíble),
editada pela EDITORA MUNDO CRISTÃO.
3.
A
SOBREVIVÊNCIA DOS JUDEUS
“Contudo,
virá um tempo em que curarei Jerusalém dos males que lhe provoquei,
e em que lhe tornarei a dar prosperidade e paz. Reconstruirei tanto
as cidades de Judá como de Israel, e lhes darei novamente uma vida
venturosa. Limpá-los-ei de todos os pecados que praticaram contra
mim; perdoar-lhe-ei. E então esta cidade será uma honra para mim;
dar-me-á alegria e ser-me-á uma fonte de alegria e de louvor, aos
olhos de todas as nações da Terra! Todo o mundo verá o bem que
faço ao meu povo e tremerá de espanto! ”. Jeremias 33.6-9.
3.1. O
período dos Macabeus
167
AC – início da revolta dos Macabeus.
Os
judeus conseguiram vencer os exércitos helênicos e estabelecer um
reino judaico independente na região entre 142 a.C.- 63 a.C., quando
então foram dominados pelos romanos. Durante este período de 142-63
a.C., a família dos macabeus estabeleceu-se no poder e iniciou uma
nova dinastia real e sacerdotal, dominando tanto o poder secular como
o religioso. Isto provocou uma série de crises e divisões dentro da
sociedade israelita da época, visto que pela suas origens os
Macabeus (também conhecidos pelo nome de família como Asmoneus) não
eram da linhagem de Davi, não podendo assim ocupar o trono de
Israel, e também não eram da linhagem sacerdotal araônica. Antíoco
Epifâneo reinou sobre a Síria entre 175 AC e 164 AC, vindo a
invadir Israel e profanar o Templo de Jerusalém em 167 AC, proibindo
o culto judaico, a guarda do sábado, além de outros costumes tais
como a circuncisão. Saqueou toda Jerusalém de suas riquezas e
mandou construir um altar no Templo e fez ali sacrificar porcos.
Josefo cita, ele próprio, as maldades praticadas por este
governante: “A maior parte do povo obedeceu-lhe, fê-lo
voluntariamente ou por medo; mas estas ameaças não puderam impedir
aos que tinham virtude e generosidade de observar as leis dos pais. O
cruel príncipe fazia a estes morrer por vários tormentos. Depois de
os ter feito retalhar a golpes de chicote, sua horrível desumanidade
não se contentava de fazê-los sacrificar, mas, enquanto respiravam,
ainda fazia enforcar e estrangular perto deles suas mulheres e os
filhos que tinham sido circundados. Mandava queimar todos os livros
das Sagradas Escrituras e não perdoava a um só de todos aqueles em
cujas casas os encontrava.” (Hist. Dos Hebreus, Vol 4, Cap. 4, §
465). Afora a História dos Hebreus de Josefo, I e II Macabeus são
os únicos relatos que temos acerca do período helênico na Judéia.
Embora se diga que Josefo parafraseou o livro apócrifo de I
Macabeus, suas narrativas são bem mais completas e diferem em
algumas datas e pontos, por exemplo, no que diz respeito ao intento
de Antíoco conquistar o Egito: Conforme I Macabeus, ele logrou
fazê-lo, enquanto Josefo diz que Antíoco foi dissuadido por ameaças
dos romanos a abandonar o Egito. Matatias iniciou a revolta dos
Macabeus. No geral, a dinastia que se consolidou em Israel da
descendência de Matatias passou a ser conhecida como “asmoneus”,
termo que deriva do nome Asmoneu, ancestral de Matatias, conforme
explica o próprio Josefo: “Naquele mesmo tempo, numa aldeia da
Judéia chamada Modim, havia um sacerdote da descendência de
Joaribe, nascido em Jerusalém, que se chamava Matatias, filho de
João, filho de Simão, filho de Asmoneu.” História dos Hebreus,
Capítulo 8, § 467) Na literatura judaica o título “Macabeus”
se refere mais propriamente aos filhos de Matatias, Judas e seus
irmãos Jônatas e Simão, sendo o título “Asmoneu” mais
apropriado para se referir aos descendentes seguintes. É mais
correto ver os “macabeus” Judas, Jônatas e Simão, filhos de
Matatias, como chefes da resistência judaica, e não propriamente
como “reis” de um suposto estado Macabeu. Os três, cada qual a
seu tempo, acumularam as funções de chefes militares e de
sumo-sacerdotes do Templo de Jerusalém. Neste tempo, muitas das
cidades de Israel se encontravam tomadas pelos selêucidas e seus
aliados judeus, entre as quais se pode citar Jericó, Emas, Betoron,
Betel, Tocon e Gazara entre outras. Após este período, podemos sim
entender a existência de um estado Asmoneu, que experimentará uma
completa independência durante um período de 70 anos entre 134 e 63
AC, o que não deixa de nos sugerir uma antítese com os 70 anos de
cativeiro na Babilônia.
165
AC a 164 AC – Matatias
A
revolta dos Macabeus foi iniciada por Matatias, que fugindo das
atrocidades praticadas em Jerusalém por conta da nova ordem imposta
por Antíoco Epifâneo, veio a habitar com seus cinco filhos na
cidade de Modin, onde alcançaram grande respeito por parte de seus
moradores. Certo dia apareceu em Modin um oficial do rei a ordenar
que se oferecessem sacrifícios no altar conforme o novo costume
imposto por Antíoco. Matatias se recusou a fazê-lo e matou um dos
judeus que ali sacrificava, bem como o oficial do rei, vindo assim a
se refugiar com seus familiares nas montanhas. Juntou-se pouco tempo
depois a este pequeno grupo familiar, alguns judeus assideus, que
igualmente fiéis à sua religião, decidiram combater Antíoco;
muitos outros grupos foram se juntando a este núcleo, de tal forma
que se constituiu um pequeno e valente exército disposto a combater
os pagãos. Conta Josefo que uma guarnição do rei buscou um dos
grupos revoltosos para fazê-los desistir da sedição, vindo a
encontrá-los num dia de sábado. Pela reverência que tinham ao dia
do descanso, o grupo se recusou a pegar em armas para se defender
vindo assim a ser impiedosamente sufocado dentro da caverna em que se
encontravam. Os sobreviventes vieram relatar a Matatias o acontecido
e este os repreendeu severamente a que nunca mais procedessem desta
forma, pois ao entregar sua vida sem luta, violavam igualmente a Lei
de Deus, fazendo-se homicidas de si mesmos.
164-160
AC – Judas Macabeu
Cerca
de um ano depois de iniciada a revolta Matatias veio a falecer, vindo
a ocupar seu lugar na liderança do grupo seu filho Judas, de apelido
Macabeu, cujo significado é “martelo”, de onde vem o nome
revolta dos Macabeus. Conforme a tradição judaica, a revolta dos
Macabeus abriu um precedente na história da humanidade: nunca antes
uma nação ousou morrer por seu Deus. Esta foi a primeira guerra
religiosa e ideológica da história da civilização. Judas Macabeu
provou na liderança de seu povo ser um general competente, havendo
derrotado sucessivas vezes exércitos imensamente mais numerosos e
mais preparados no sentido militar. Era, segundo se constata, dono de
quatro predicados importantes: forte senso de determinação, coragem
pessoal, visão militar e fé incondicional no Deus de seus pais.
Depois de sucessivas vitórias sobre o exército de Antíoco
Epifânio, Judas logrou reconquistar Jerusalém. Ocupou-se então de
restaurar e purificar o Templo, vindo a consagrá-lo novamente ao
serviço religioso judaico, exatamente três anos após Antíoco o
haver violado. A celebração deste evento marca a origem da Festa
das Luzes celebrada pelos judeus até os dias de hoje no mês de
Kislêv (Dezembro). Josefo nos faz compreender que ao tempo de Judas
Macabeu Roma já se avultava como potência européia (Vol 4, Cap.
XIII, § 492), havendo já dominado por aquele tempo a Galácia,
Espanha, Cartagena e Grécia. Desta forma pareceu bem a Judas Macabeu
fazer com os romanos um pacto de coperação em que Roma se
comprometia a advertir àqueles que estavam sobre sua obediência a
não atacar ou colaborar com aqueles que se indispusessem contra os
judeus e da mesma forma estes fariam o mesmo por Roma. No seu tempo
veio a falecer Antíoco Epifânio, segundo Josefo, de desgosto, por
ver as sucessivas vitórias dos Macabeus na palestina, bem como as
vitórias de outros inimigos frente ao seu exército. Antíoco
Eupator, seu filho, reinou em seu lugar, vindo no início de seu
reinado a propor paz a Judas Macabeu, proposta esta que não tardou a
descumprir, ordenando que se destruíssem os muros ao redor do Templo
e que se matasse Onias, o sumo-sacerdote.
160
a 143 AC – Jônatas
Após
seis anos de consecutivas vitórias sobre os selêucidas, Judas
Macabeu veio a falecer, sendo então substituído por seu irmão
Jônatas. Registra-se no tempo de Jônatas o cumprimento da profecia
de Isaías que nos dá conta da construção em Heliópolis, no
Egito, de um templo semelhante ao de Jerusalém. Este templo foi
erguido por Onias, filho homônimo de Onias, sumo-sacerdote de Israel
no tempo de Pitolomeu Filometor, rei do Egito. Vejamos o texto de
Isaías: “Naquele tempo o Senhor terá um altar no meio da terra do
Egito, e uma coluna se erigirá ao Senhor, junto da sua fronteira. E
servirá de sinal e de testemunho ao Senhor dos Exércitos na terra
do Egito, porque ao Senhor clamarão por causa dos opressores, e ele
lhes enviará um salvador e um protetor, que os livrará.” (Is
19:18-20).
142
até 134 AC – Simão
Jônatas
liderou o povo de 160 a 143 AC, sendo seguido depois de sua morte por
seu irmão Simão que governou o povo entre 142 até 134 AC,
encerrando assim o período dos irmãos Macabeus. Simão empreendeu
vários combates contra seus adversários, vindo a obter grandes
vitórias junto às cidades de Gazara, Jope e Jamnia, tendo
conseguido tomar finalmente a fortaleza de Jerusalém, um complexo de
resistência militar que havia sido construído ao lado do Templo,
com a finalidade de vigiar qualquer insurreição que pudesse ser ali
iniciada. Tal fortaleza estava construída num lugar alto ao lado do
Monte Moriá, e Simão fez com que depois de destruída a fortaleza,
fosse o monte rebaixado. Diz Josefo que esta tarefa demorou três
anos para ser concluída, de maneira que o monte foi aplainado e nada
mais de elevado sobrou senão o Templo.
3.2.
O Holocausto
Holocausto
foi uma ação sistemática de extermínio dos judeus, em todas as
regiões da Europa dominadas pelos alemães, nos campos de
concentração, empreendida pelo regime nazista de Adolf Hitler,
durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A palavra holocausto é
de origem grega holos
(todo)
e kaustro
(queimado).
Do hebraico Shoá
(a
catástrofe). Originalmente, o termo holocausto era utilizado para
nomear uma espécie de sacrifício praticado pelos antigos hebreus,
em homenagem aos deuses, em que a vítima era totalmente queimada.
Causas
do holocausto: O
ponto fundamental do nazismo era o racismo, segundo essa ideologia,
os alemães pertenciam a uma raça superior, a ariana, que sem se
misturar a outras raças, deveria comandar o mundo. Os judeus eram
considerados seus principais inimigos. Os judeus foram as principais
vítimas da paranoia dos ideólogos nazistas, que os
responsabilizavam pelo caos em que a Alemanha vivia depois da
Primeira Guerra Mundial e dos tratados de paz. Além disso, Hitler e
seus seguidores defendiam a tese de que os judeus eram de uma raça
inferior e deviam ser eliminados. O grande teórico do anti semitismo
(conjunto de ideias e sentimentos hostis aos judeus) foi Alfred
Rosenberg e Joseph Goebbels, ministro da Propaganda, seu maior
divulgador. As leis contra os judeus cresceram à medida que os
nazistas dominaram o poder.
Extermínio
dos judeus:
Com a Segunda Guerra Mundial, os alemães passaram ao extermínio dos
judeus, seguindo métodos científicos. A estratégia de extermínio
programado levou à morte cerca de 6 milhões de pessoas nos campos
de concentração, sem contar as que morreram nos guetos (cidades
dominadas pelos nazistas, cercadas de altos muros e arames farpados,
destinada ao confinamento dos judeus). Nos campos de Auschwitz, na
Polônia, em apenas três dias, foram assassinados, nas câmaras de
gás e cremados 22 mil judeus. Entre vários outros campos que
lembram o horror do genocídio estão: Dachau e Buchenwald, na
Alemanha e Treblinka na Polônia. Com o enfraquecimento da Alemanha,
no dia 27 de janeiro de 1945, os soviéticos chegaram ao campo de
Auschwitz, onde libertaram os primeiros prisioneiros. Esse dia é
hoje o "Dia Internacional de Lembrança do Holocausto".
3.3.
A independência nacional e o reconhecimento mundial
Em
abril de 1947, um Comitê Especial das Nações Unidas propôs a
partilha da Palestina em um Estado judeu (já com cerca de 650 mil
habitantes) e um Estado árabe-palestino (com o dobro dessa
população).
Davi e a histórica declaração do patriarca David Ben-Gurion. Em 14
de maio de 1948, seis horas antes do término oficial do Mandato
britânico, David Ben Gurion, que seria o primeiro governante
israelense, leu a declaração de Independência de Israel. Os
Estados Unidos e a União Soviética, as potências do pós-guerra,
reconheceram rapidamente o novo Estado. Porém, já no dia seguinte à
independência, os árabes se uniram para atacar Israel. Os judeus
resistiram e venceram seus adversários. Na guerra, conquistaram 78%
do antigo território palestino (22% a mais do que previa o plano de
partilha da ONU para alojar a população árabe). Em 1949, firmou-se
um primeiro acordo de paz entre os árabes e o Estado de Israel, já
reconhecido pela comunidade internacional, inclusive o Brasil.
Infelizmente, a paz e a convivência harmoniosa entre os povos da
região não teve continuidade até hoje, assim como o Estado
Palestino ainda não conseguiu ser efetivamente criado. De meados do
século 20 até o início do século 21, a história de Israel e do
Oriente Médio é marcada por tantos problemas e conflitos que
constitui uma nova epopeia, quase tão longa quanto a dos 5 mil anos
anteriores.
Guerra
da Independência:
Com a comunidade já organizada social e politicamente, demorou
apenas alguns meses até que a decisão da partilha das terras
palestinas pela ONU fosse oficializada em Estado de Israel. O
movimento de independência foi organizado pelos sionistas de
esquerda, que tinham em David Ben Gurion seu líder. Assim,
em 08 de maio de 1948, menos de cinco meses após a votação da ONU,
Gurion assumia como líder do mais novo país, com a aprovação da
comunidade judaica. Mas não houve tempo para celebrações. Em menos
de um dia da fundação, Israel foi invadido por cinco nações
vizinhas árabes - Egito, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano-, além
dos árabes palestinos, que não concordavam com a fundação do
Estado judeu em uma região predominantemente árabe. A
Guerra da Independência, como ficou conhecida, foi a primeira grande
prova do novo país e apenas uma amostra da trajetória de guerras e
conflitos na qual Israel entrava. Forças de Defesa de Israel, embora
pobremente equipadas, derrotaram os invasores em lutas que se
prolongaram por 15 meses e deixaram um saldo de 6.000 israelenses
mortos, quase 1% da população judaica no país à época. Nos
primeiros meses de 1949, realizaram-se negociações diretas, sob os
cuidados da ONU, entre Israel e cada um dos países invasores (exceto
o Iraque, que se recusa a negociar com Israel até os dias atuais). O
resultado foi a assinatura de acordos de armistício, que refletiam
as posições no final dos combates entre as nações.
Estado
institucionalizado: A
fundação de Israel, em 1948 apenas institucionalizou uma comunidade
de cerca de 650 mil pessoas já organizada, com instituições
políticas, sociais e econômicas bem desenvolvidas. Quando a Liga
das Nações (hoje Organização das Nações Unidas - ONU) concedeu
o mandato britânico sobre a Palestina, em 1922, recomendou ao país
que criasse na região um "lar judaico, em reconhecimento à
ligação histórica do povo judeu com a Palestina". Motivados
pelo sionismo e pela "simpatia para com as aspirações
sionistas dos judeus" expressa pela ministro das Relações
Exteriores do Reino Unido, Lord Balfour, milhares de judeus partiram
para as terras palestinas. Entre 1919 e 1923, cerca de 35 mil judeus
chegaram à região, principalmente vindos da Rússia, e tiveram uma
influência direta na organização da sociedade judaica nos anos
seguintes. A onda seguinte, entre 1924 e 1932 trouxe cerca de 60 mil
pessoas de toda Europa Oriental. Estes imigrantes, muitos dos quais
eram profissionais formados e acadêmicos, foram responsáveis pela
ampliação da vida cultural me econômica da comunidade judaica na
região.
Economia:
As
autoridades do Mandato Britânico outorgaram aos judeus e árabes o
direito de gerirem seus próprios assuntos internos. Com este
direito, a comunidade judaica elegeu, em 1920, um governo autônomo
baseado na representação partidária: Assembleia dos Eleitos. Ela
se reunia anualmente para avaliar suas atividades e eleger os
representantes executivos, o Conselho Nacional, que implementava a
política definida pelo legislativo. Financiados por recursos da
economia local e verbas levantadas pelo mundo judaico, os
recém-chegados fundaram kibutz (fazendas coletivas) e cidades,
criaram uma infra-estrutura econômica e de serviços básicos e
lançaram a luta pela independência política, conhecida como
sionismo. Faltava apenas a oficialização de sua independência do
povo palestino, que, embora tenha sido muito celebrada pela
comunidade judaica não foi aceita pelos árabes, entre os quais a
data da fundação de Israel é conhecida como "Al Naqba",
dia da catástrofe.
Consolidação:
Assim,
a planície costeira, a região da Galileia (norte) e todo o Negev
ficaram sob soberania israelense, a Judeia e a Samaria (na margem
ocidental) ficaram sob o domínio da Jordânia, a faixa de Gaza coube
aos egípcios e a cidade de Jerusalém ficou dividida, cabendo à
Jordânia o controle da parte oriental, inclusive a Cidade Velha, e a
Israel, o setor ocidental da cidade. Com o fim da Guerra da
Independência e o novo estabelecimento de fronteiras para o Estado,
Israel concentrou seus esforços na construção de uma
infra-estrutura capaz de governar o novo país. O primeiro Knesset
(Parlamento) de 120 cadeiras entrou em funcionamento após as
eleições nacionais ocorridas em 25 de janeiro de 1949 e com a
participação de quase 85% dos eleitores. Gurion,
que já havia assumido o poder com a declaração do Estado,
confirmou seu posto como primeiro-ministro e Chaim Weizmann,
presidente da Organização Sionista Mundial, tornou-se o primeiro
presidente eleito pelo Knesset. Logo depois, em 11 de maio de 1949,
Israel tornou-se o 59º membro das Nações Unidas.
FONTES:
Jornal
O
Estado de S. Paulo |
Enciclopédia
Britânica |
Ministério
de Relações Exteriores de Israel |
Realidades
de Israel (publicação
do Centro de Informação de Israel) | The
Israel Project |
Revista Época
| TV Cultura | Jornal
Folha
de S. Paulo.
CONCLUSÃO
Aquele
que abençoa Israel será abençoado! Em memória ao maravilhoso
livramento Israel festeja a cada ano, no dia 14 de adar, a Festa de
Purim. Todavia, o dia de grande alegria ainda está por vir, pois
Isaías anuncia ao "vermezinho
de Jacó": "Em lugar da vossa vergonha, tereis dupla honra;
em lugar da afronta, exultareis na vossa herança; por isso, na vossa
terra possuireis o dobro e tereis perpétua alegria" (Is 61.7).
BIBLIOGRAFIA:
TUNNERMANN,
Rudi. As Reformas de Neemias, São Leopoldo/São Paulo:
Sinodal/Paulus, 2001 (Série "Teses e Dissertações, vol. 17).
CROATTO,
J. Severino. "A dívida na reforma social de Neemias: um estudo
de Neemias 5.1-19. Em: RIBLA, volume 5-6, 1990, p. 25-34.
KIDNER,
Derek. Esdras e Neemias: Introdução e comentário, São Paulo: Vida
Nova, 1985.
KILPP,
Nelson. "Neemias: o perfil de um político", Em: Estudos
Teológicos, 29, nº 2, 1989,p. 175-184.
KIPPENBERG,
H. G.. Religião e formação de classes na antiga Judéia, São
Paulo: Paulinas, 1988.
SCHWANTES,
Milton. Sofrimento e esperança no exílio: história e teologia do
povo de Deus no século VI a. C.. São Leopoldo/São Paulo:
Sinodal/Paulinas, 1987.
Revista
Betel, Ano 28 – nº 108 – 3ª trimestre de 2018, Israel 70 anos,
O Chamado de uma nação e o plano divino de redenção.
História
de Israel no Antigo Testamento - 2ª Edição revisada, autor: Samuel
J. Schultz, edição 2009.
AS
TRADIÇOES HISTORICAS DE ISRAEL: INTRODUÇAO A HISTORIA DO ANTIGO
TESTAMENTO, autor: Antonio Gonzalez Lamadrid , ano copyright: 1993,
edição: 2ª.
COMENTÁRIOS
ADICIONAIS:
Pr
Éder Santos – Ministério Madureira, Professor da EBD na Sede da
ADTAG – Assembleia
de Deus em Taguatinga, Teólogo pela FTBB e Pós-Graduado em
Hermenêutica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário