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Juízes: Os altos e baixos da nação de Israel - Comentários Adicionais (Pb Lindoval)


JUÍZES: OS ALTOS E BAIXOS DA NAÇÃO DE ISRAEL
(Lição 09 – 26 de Agosto de 2018)

TEXTO ÁUREO
E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, tampouco a obra que fizera a Israel.” (Josué 2.10).

VERDADE APLICADA
Apesar da inconstância do povo de Israel, a misericórdia de Deus sempre trouxe livramento em tempo oportuno.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar o contexto político-religioso da época dos juízes;
Explicar que Deus disciplina o Seu povo, para tratar a sua desobediência;
Ressaltar a necessidade de viver em obediência e total submissão a Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jz 2.11 - Então fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins.
Jz 2.12 - E deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses das gentes que havia ao redor deles, e encurvaram-se a eles, e provocaram o Senhor à ira.
Jz 2.13 - Porquanto deixaram ao Senhor e serviram a Baal e a Astarote.
Jz 2.14 - Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e os deu na mão dos roubadores, e os roubaram; e os entregou na mão dos seus inimigos ao redor; e não puderam mais estar em pé diante dos seus inimigos.

INTRODUÇÃO
Vamos conhecer uma nova etapa da história do povo hebreu, onde estudiosos afirmam ter sido um dos períodos mais escuros e de maior apostasia de Israel. O Livro de Juízes conta a história de Israel desde a conquista da terra de Canaã até o começo da monarquia. Nesse tempo surgiram os “juízes”, que eram principalmente chefes militares, mas também resolviam as questões legais do povo. O livro, logo no capítulo dois, apresenta-nos que Josué estava morto e os anciãos que detinham o bom conselho do Senhor também já não existiam mais, desta forma, a nova geração que se levantou, passou a se curvar diante da principal divindade Canaanita – o deus Baal! O texto a se destacar no princípio do livro se encontra em Juízes 2.10: “outra geração após eles se levantou, que não conhecia o SENHOR, nem tampouco a obra que fizera a Israel”. Apesar da geração de Josué ter sido marcada pela obediência, fé e diligência para com a Palavra do Senhor, ela também se destacou pelo erro grotesco de não ter replicado aos seus filhos a boa Lei de Deus; não ter transmitido a eles os feitos do Senhor operados tanto no Egito como quando entraram na Terra Prometida.

1. O CONTEXTO DO LIVRO DE JUÍZES
A passagem de Josué 2.6-10 recapitula o fim da vida de Josué e a geração seguinte após sua morte. Em Deuteronômio 6, o Senhor forneceu mandamentos específicos ao povo. Caso não obedecessem, enfrentariam a situação descrita no versículo 10 de Josué 2, no qual a falta de liderança espiritual resulta na correspondente falta de obediência da parte do povo. A segunda geração após a morte de Josué não ensinou seus filhos a temer ao Senhor e a guardar seus mandamentos. A negligência dos pais resultou na apostasia dos filhos. Este era o contexto do livro – Um povo independente de Deus e que seguia os seus próprios instintos.

1.1. Cenário histórico
Em princípio, os acontecimentos registrados em Juízes abarcam um período de 325 anos, de Otniel a Sansão. Os juízes eram, antes de tudo, líderes militares (e não apenas juristas) que, por seus atos heroicos, exerciam o juízo de Deus e derrubavam os opressores, trazendo ao povo um pouco de paz e liberdade. Esses juízes eram indivíduos controlados pelo Espirito que, em tempos de emergências nacionais, lideravam o povo na guerra e, uma vez tendo-os livrado da escravidão de algum poder estrangeiro opressor, continuavam a liderar o povo na paz. Funcionavam como magistrados, tanto militares como civis. Deus escolheu doze juízes para libertar Israel. O livro destaca a história de alguns com mais detalhes que a de outros (alguns são mencionados em apenas um ou dois versículos). Esses juízes eram provenientes de nove tribos diferentes e libertaram o povo dos mesopotâmios, moabitas, filisteus, cananeus, midianitas e amonitas. Nenhum deles conseguiu governar o país inteiro até a chegada de Samuel. O registro acerca dos juízes em si (Juízes 3 a 16) não se encontra necessariamente em ordem cronológica. É possível que alguns tenham governado ao mesmo tempo, mas em regiões diferentes de Canaã. É importante lembrar esse fato, pois o transcurso dos anos mencionado no livro, se esses anos forem calculados consecutivamente, resulta em quatrocentos anos, tempo superior ao atribuído pela Bíblia a esse período (At 13.19-20; 1Rs 6.1). Destaco a importância de sermos responsáveis em educar nossos filhos não somente com uma instrução secular que garantirá uma boa profissão a eles e uma boa colocação no mercado de trabalho; mas que primordialmente devemos educá-los nos caminhos do Senhor (Dt 6.6-25; 11.18.21; Pv 22.6), tendo em vista que tal instrução também garantirá que amanhã eles venham temer a Deus, guardar os seus mandamentos, serem verdadeiramente espirituais, fervorosos e conhecerem o papel a desempenhar como igreja em meio a uma sociedade cambaleante no pecado.

1.2. O estado da nação
O Livro de Juízes retrata Israel sofrendo invasões, escravidão, pobreza e uma guerra civil. O que aconteceu? A nação de Israel degenerou-se rapidamente depois que uma nova geração assumiu a liderança, a qual não conhecia Josué nem o Deus de Josué. Em vez de demonstrar fervor espiritual, Israel afundou-se em apatia; em vez de obedecer ao Senhor, o povo entregou-se à apostasia, e em vez de Israel desfrutar a lei e a ordem, a terra encheu-se de anarquia. Sem dúvida, Israel havia chegado ao fundo do poço! Os israelitas desta geração, depois de Josué e dos anciãos que “sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a Israel” (Js 24.31), não quiseram “[buscar], pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça” (Mt 6:33) e preferiram experimentar a idolatria das nações ímpias ao seu redor. Em decorrência disso, Israel mergulhou na calamidade moral, espiritual e política. É neste ponto da história de Israel que Josué estava lado a lado com Moisés como grande herói e, no entanto, a nova geração não reconheceu quem ele era nem o que havia feito. Se tivessem se lembrado de Josué, teriam conhecimento de seus “discursos de despedida” aos líderes e ao povo de Israel (Js 23 – 24). Se conhecessem tais discursos, saberiam da lei de Moisés, pois em seu último pronunciamento, Josué enfatizou a aliança que Deus havia feito com Israel e a responsabilidade que a nação tinha de guardá-la. Quando nos esquecemos da Palavra de Deus, corremos o risco de deixar o Deus da Palavra, o que explica por que Israel voltou-se para a adoração desprezível e depravada de Baal! Tenhamos o devido cuidado com a nossa vida espiritual, procurando preservar o Espírito Santo (1Ts 5.19) através de uma conduta que sempre glorifique a Deus, pois a chamada daquele povo no passado não é diferente da nossa no presente, pois o Senhor os chamou para serem santos (Lv 11.44; 19.2; 20.7)!

1.3. Lições do período dos juízes
Segundo Willian MacDonald, os últimos versículos do capítulo 2 (“para por elas provar a Israel, se hão de guardar o caminho do SENHOR, como seus pais o guardaram, para por ele andarem ou não. Assim, o SENHOR deixou ficar aquelas nações e não as desterrou logo, nem as entregou na mão de Josué.”), oferecem uma prévia do período dos juízes e apresentam o ciclo que caracterizou aquela época: Pecado (Js 2.11-13); Escravidão (Js 2.14-15); Súplica (a palavra não aparece claramente no texto, porém conferir Js 3.9,15; 4.3 etc.); Salvação (v. 16-18). Esse padrão de comportamento também pode ser descrito da seguinte forma: Rebelião; Retribuição; Arrependimento; Descanso. Esse resumo de Juízes (Js 2.11-19), conforme aponta Irving Jensen, evidencia duas verdades divergentes encontradas ao longo do livro:
1) A perversidade desesperadora do coração humano, demonstrando ingratidão, teimosia, rebelião e insensatez;
2) A longanimidade, paciência, amor e misericórdia de Deus que sempre os socorria. Nenhum outro livro da Bíblia destaca essas duas verdades de modo tão contrastante: o total fracasso de Israel e a graça persistente de Jeová em livrá-los dos inimigos! Ainda pesava contra esta geração o fato de lhes faltar uma liderança que fosse espiritual, que conhecesse a Lei do Senhor, que conduzisse o povo a obediência desta Lei, que lhes servisse de exemplo! Entraram em guerra entre irmãos, destruindo uns aos outros (Jz 17.6); uniões matrimoniais ilícitas; mistura e rebeliões declaradas contra Deus; profanação; quebra de aliança; assassinatos; carnalidade; desobediência; idolatrias! Esta geração não se interessava pelo conselho do Senhor ou por aquilo que Deus pensava acerca das suas atitudes. Uma geração que viviam como se Deus não existisse! Em meio a esta desordem moral, Deus chama a atenção da nação sem freios para o pecado através de nações que foram como esporões nos pés que não podiam ser ignorados. Era este o choque de realidade que os faziam voltar-se a Deus e Deus demonstrar a sua misericórdia. Não obstante, para que pouco tempo depois viessem a dar as costas novamente para o Seu grande Libertador. Uma nação sem raízes, cuja caminhada na nova terra era como andar em uma montanha russa, ora estavam em cima, ora estavam embaixo, era como um eletrocardiograma também com picos altos e baixos.

2. OS INIMIGOS OPRIMEM O POVO DE DEUS
Após a morte de Josué, a terra ainda não havia sido totalmente conquistada, não por incompetência de Josué e sua geração, mas por propósitos divinos: Dr. Russel Shedd diz que a presença dos pagãos cananeus entre os israelitas serviu, por um lado, como teste de sua fidelidade a Jeová (Js 3.4), e por outro, como fonte de disciplina e correção aos que não obedecem. Trata-se de uma fonte de provação e tentação que manifesta:
a) Até onde estamos prontos a guardar os mandamentos de Deus (Js 2.20);
b) Até onde estamos prontos a atender Sua voz (Js 2.20); Também é neste campo de provações onde se demonstra a fé, obediência e amor, pois: a) Trilhar um caminho de Deus que não oferece obstáculos não produz dependência dEle; b) Se seguimos a Deus sem provações, não aprendemos a amá-lo profundamente; c) Sem sofrimentos não aprendemos a obedecer-lhe devidamente (Hb 5.8; Rm 5.3-5). Desta forma, Deus permitiu que os cananeus fossem preservados.

2.1. Os moabitas oprimem Israel
Neste tópico destacamos o curioso fato de o próprio Deus ter esforçado o rei de Moabe (Eglom), contra o Seu povo escolhido. “O Senhor deu poder a Eglom” pode soar estranho, mas a santidade e a soberania de Deus operam na punição do povo desviado de Seus caminhos, embora seja utilizando-se de um povo pagão como instrumento de castigo (ver Isaías 10.5 onde a Assíria é chamada de “cetro da minha ira”), logo não é de causar espanto ou admiração de que tenha humilhado os israelitas ao usar nações pagãs para discipliná-los. Wiersbe diz que uma vez que Israel estava agindo como os pagãos, Deus teve de tratá-los como pagãos! “Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro te mostras; com o perverso, inflexível” (Sl 18.25, 26). O rei Nabucodonosor, com todo seu orgulho, teve de aprender da maneira mais difícil que “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer”(Dn 4:25). O crente deve sentir segurança ao ver que Deus controla o destino das nações e que os acontecimentos passam pelo Seu crivo! Em quatro ocasiões, o texto do Livro de Juízes diz que Deus “entregou” seu povo aos inimigos (Jz 2.14; 3.8; 4.2; 10.7). Os israelitas agiram como escravos, de modo que Deus os entregou aos inimigos como escravos. Se os israelitas tivessem sido fiéis ao Senhor, Ele teria entregue os inimigos nas mãos de Israel (Dt 32.30). Portanto, o povo sem fundamentos legítimos e princípios corretos mais uma vez se afastam do Senhor que lhes dera livramento das mãos do rei da Síria (Jz 3.9-11) e aborrecem a Deus com seus pecados voluntários, despertando no Senhor a ira. O inimigo desta vez era uma confederação de três povos liderados por Eglom, rei de Moabe (os outros dois eram os amonitas e os amalequitas, os quais Deus jurou que seriam rivais de geração em geração (Êx 17.16)). Os moabitas e amonitas (descendentes de Ló) e amalequitas eram tribos nômades que viviam próximas umas das outras a leste e sudeste de Canaã. Eram notórios invasores e possuíam grande habilidade militar. Esta foi a primeira vez que nações fora de Canaã atacaram os israelitas em sua própria terra. Quando Eglom o rei de Moabe, conquistou parte de Israel, ele estabeleceu o seu trono na cidade de Jericó – cidade das Palmeiras (Jz 3.13). Jericó encontrava-se sob uma maldição (Js 6.26), e não há evidência alguma de que a cidade tivesse sido reconstruída. No entanto, sua localização era ideal para dirigir operações militares e oferecia água em abundância. Destacamos alguns pontos relevantes sobre este importante juiz – Eúde:
Pontos fortes e êxitos: Segundo juiz de Israel; Um homem de ação direta, um líder de primeira categoria; Utilizou uma visível fraqueza (era canhoto) para realizar um grande trabalho para Deus; Encabeçou a revolta contra o domínio moabita e concedeu a Israel 80 anos de paz.
Lições de vida: Alguns problemas pedem uma atitude radical; Deus responde ao choro de arrependimento; Deus está pronto para usar nossas qualidades únicas a fim de completar seu trabalho. O fim da história é bastante trágico para o rei Eglom. Eúde vai até Eglom pagar-lhe os impostos. A entrega do tributo provavelmente deixou Eglom contente, de modo que não viu motivos para suspeitar do vassalo israelita. Em seguida, Eúde pediu uma audiência particular para entregar uma palavra secreta. Eglom pediu a seus funcionários que saíssem e, quando estavam os dois sozinhos, Eúde assassinou o rei e fugiu. Até o descobrimento do assassinato, ele convocou os guerreiros de Israel, marchou contra Moabe e matou dez mil soldados moabitas. Depois disso, Israel descansou durante oitenta anos! Mesmo que o homem esteja mergulhado no mais profundo abismo, o seu clamor poderá ser ouvido e respondido pelo Senhor que virá e lhe dará livramento!

2.2. Jabim, rei de Canaã, invade Israel
O retrato de Israel no Livro de Juízes ilustra a diferença entre uma “reforma religiosa” e um “reavivamento espiritual”. A reforma altera de modo temporário a conduta exterior, enquanto o reavivamento transforma para sempre o caráter interior. Quando Eúde removeu os ídolos e ordenou que o povo adorasse somente a Jeová, os israelitas obedeceram, mas quando este morreu, se viram livres dessa obrigação e seguiram os próprios desejos. Israel fraqueja novamente na sua fé em Deus e de novo sucumbe ante as seduções de Canaã, assim “tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor” (Jz 4.1). O próximo opressor a se levantar contra Israel foi Jabim, rei dos cananeus, que reinava na cidade fortificada de Hazor e cujo comandante do exército se chamava Sísera. Jabim se gabava de seus novecentos carros de ferro, com os quais dominou os israelitas durante vinte anos. Esta opressão foi tão humilhante que obrigou o povo de Deus a andar escondidos em sua própria terra. Recentemente, a igreja não vive os seus melhores dias e por isso os seus inimigos também tentam acuá-la em suas próprias dependências, tentam limitar a nossa pregação, os decibéis que emitimos, tentam nos impedir de sairmos as ruas para a evangelização dos perdidos, e desta forma o “Jabim” deste século tem atuado e intimidado a noiva do Senhor. A Bíblia utiliza um termo interessante para explicar como desta vez se deu a servidão: A palavra “entregou-os” no hebraico é ‘makar’ cujo significado é ‘vender’; ‘ser vendido’ ou ainda ‘ser dado à morte’. Só se vende aquilo que nos pertence. Israel era propriedade peculiar do Senhor (Êx 19.3), logo o termo é justo! O Senhor os vendeu a Jabim como escravos a fim de lhes corrigir e atraí-los novamente para Si. Dessa vez, Deus não escolheu um homem, mas uma representante do “sexo frágil”, uma profetisa chamada Débora para exercer a liderança e a função de libertadora. Willian MacDonald explica que não é norma uma mulher ocupar tal posição de liderança espiritual, mas aquela era uma época de decadência. Ele complementa dizendo que Débora tomou a iniciativa de chamar Baraque e encarregá-lo de enfrentar Sísera, conforme o Senhor ordenara, contudo, Hebreus 11.32 elogia a fé de Baraque, não a de Debora. Apesar de hesitante no começo, Baraque obedeceu ao Senhor pela fé e libertou Israel. Wiersbe afirma que o fato de Deus levantar uma mulher corajosa como Débora, cujo nome significa “abelha” para ser juíza, foi um ato da graça divina, mas também uma humilhação para os israelitas, pois viviam numa sociedade de domínio masculino e que desejava apenas a liderança de homens maduros. “Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres estão à testa do seu governo” (Is 3.12). Ao dar-lhes uma mulher para julgá-los, Deus estava tratando seu povo como crianças – exatamente aquilo que eram com referência às coisas espirituais. Miriã, a irmã de Moisés, era profetisa (Êx 15.20) e, mais adiante, a história bíblica apresenta Hulda (2Rs 22.14), Noadia (Ne 6.14), Ana (Lc 2.36), as quatro filhas de Filipe (At 21.9) e também a Priscila, esposa de Áquila que parece ter exercido um papel importante na igreja de Coríntios e regiões da Ásia (At 18.1-2,18, 26; Rm 16.3; 1Co 16.19;2Tm 4.19). Uma mulher (Débora) assumiu o comando de uma nação inteira e outra mulher (Jael), executou o capitão do exército opressor (Sísera – Jz 4.18-24). Este trecho das escrituras é uma exaltação as mulheres valorosas que se enchem de fé e se dispõe a obrar pela causa do Senhor! Aqui, Israel prevaleceu pelas mãos do Senhor e das mulheres!

2.3. A servidão sob os midianitas
Após quarenta anos de sossego sobre a terra (Jz 5.32), Israel mais uma vez “fizeram o que parecia mal aos olhos do Senhor, e o Senhor os deu na mão dos midianitas por sete anos” (Jz 6.1). Deus sempre reservou as suas mais severas críticas e punições para aqueles que adoram ídolos. Por que os ídolos representam algo tão mau aos olhos de Deus? A adoração a ídolos viola os dois primeiros dos Dez Mandamentos (Ex 20.3-6). Os cananeus tinham deuses para praticamente todas as estações, atividades e lugares. Para eles. o Senhor era apenas mais um deus a ser acrescentado a sua vasta coleção de deuses. Israel, em contraste, deveria adorar única e exclusivamente ao Senhor. Os israelitas não poderiam crer que Deus é o único Deus verdadeiro e ao mesmo tempo, curvar-se diante de um ídolo. Já os adoradores de ídolos não poderiam crer que foram criados por algum deus uma vez que eles mesmos criaram os seus deuses. Estes ídolos representavam os aspectos sensuais, carnais e imorais da natureza humana. A natureza de Deus é espiritual e moral. Não seria possível, de forma alguma, tolerar a idolatria; isto explica porque Deus considerava que faziam aquilo que lhe parecia mal (Jz 6.1). Quando Gideão era um jovem, os midianitas controlavam o seu povo. Periodicamente (na época da colheita), eles invadiam a terra, destruindo as lavouras e o gado para mantê-los sempre fracos. Israel trabalhava e se esforçava durante o ano todo, plantando, cultivando e cuidando de suas plantações e no momento de colherem, os midianitas surgiam no horizonte como gafanhotos e pisoteavam tudo que encontravam a frente, empobrecendo a Israel muitíssimo (Jz 6.3-6). Neste contexto de desolação, Israel novamente clama a Deus e o Senhor levanta um homem por nome de Gideão, da família mais pobre de Manassés e ele mesmo, o menor da casa de seu pai (Jz 6.15). A escolha de Deus foi criticada por Gideão. A primeira reação dele foi questionar a preocupação de Deus por seu povo – Deus sabe mesmo o que está fazendo? Ele questionou a sabedoria de Deus ao escolhê-lo para ser o libertador de Israel. As declarações do Senhor registradas nos versículos 12 e 14 deveriam ter dado a Gideão toda a garantia de que precisava, mas, ainda assim, ele não creu na Palavra de Deus. Nesse sentido, era parecido com Moisés (Êx 3.7-12), cuja biografia Gideão, sem dúvida, conhecia, uma vez que estava a par da história dos hebreus (Jz 6.13). Uma vez que Deus nos revelou sua vontade, não devemos jamais questionar sua sabedoria nem discutir seus planos. “Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?” (Rm 11.34; ver também Isaías 40.13 e 1Co 2.16). “Porventura, desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do Todo-Poderoso?” (Jó 11:7). Como escreveu A. W. Tozer: “Todos os atos de Deus são realizados na mais perfeita sabedoria, primeiramente para sua glória e, depois, para o bem supremo do maior número de pessoas pelo maior período viável”. Portanto, quem somos nós para questioná-lo? Wiersbe afirma que ao rever as promessas que Deus (em sua graça), fez a Gideão, nos perguntamos por que esse homem vacilou em sua fé. Deus prometeu estar com ele. Deus o chamou de “homem valente” (Jz 6.12) e garantiu que salvaria Israel dos midianitas e que feriria os inimigos “como se fossem um só homem” (Jz 6.16). A Palavra de Deus é a “palavra da fé” (Rm 10.8), “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17). No entanto, Gideão não aceitou essa Palavra e precisou de outras confirmações além do caráter do Deus Todo Poderoso. Gideão pediu um sinal para assegurá-lo de que era, de fato, o Senhor quem estava falando com ele (1Co 1.22), e o Senhor, em sua bondade, concordou em atender esse pedido incrédulo. Gideão preparou um sacrifício, algo caro de fazer naquele tempo em que a comida era escassa. Um efa de farinha equivalia a cerca de vinte e três litros de cereal, o suficiente para alimentar uma família com pão durante vários dias. Deus esperou que se preparasse tudo e, em seguida, consumiu a oferta fazendo subir fogo da rocha. Deus havia dado a Gideão uma mensagem de paz, a fim de prepará-lo para guerrear. A menos que estejamos em paz com Deus, não poderemos enfrentar o inimigo com segurança nem lutar as batalhas do Senhor. Os israelitas costumavam identificar acontecimentos e lugares especiais erguendo monumentos, de modo que Gideão construiu um altar e chamou-o de “O Senhor É Paz”. O termo hebraico para “paz” (shalom) significa muito mais do que uma cessação das hostilidades, tendo também uma acepção de bem-estar, saúde e prosperidade. Depois disto, Gideão ainda deu sinais de desconfiança e fez novas provas com o velo de lã e o Senhor pacientemente operou favoravelmente a Gideão (Jz 6.36-40). Gideão passou a crer que o Senhor podia usá-lo, não em função de quem ele era, mas em função de quem Deus era. Sempre que Deus nos chama para realizar uma tarefa que parece grande demais, devemos ter o cuidado de olhar para o Senhor e não para nós mesmos. De acordo com J. G. Stipe, a fé é como uma escova de dente: todo mundo deve ter uma e usá-la com frequência, mas não é recomendável usar a de outra pessoa. Podemos cantar em alta voz sobre a fé dos antigos, mas não podemos exercitar a fé de nossos pais. Podemos seguir homens e mulheres de fé e participar de seus grandes feitos, mas não teremos sucesso em nossa vida pessoal dependendo apenas da fé de outrem. “Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil?”, Deus perguntou a Abraão (Gn 18.14), e a resposta é: “Porque para Deus não haverá impossíveis” (Lc 1.37). Jó descobriu que Deus podia fazer tudo (Jó 42.2). Jeremias reconheceu que não há coisa alguma difícil demais para Deus (Jr 32.17). Jesus disse a seus discípulos: “para Deus tudo é possível” (Mt 19.26). Paulo deu seu testemunho declarando: “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Desta forma, Gideão destruiu o grande altar de adoração a Baal que sua própria família possuía (Jz 6.25-28) e pôde experimentar o famoso milagre de ir a batalha com apenas 300 homens e prevalecer, pois, Deus quem pelejou por eles e assim puderam triunfar (Jz 7.16-25) – Aleluia!

3. SANSÃO, UM HOMEM IRRESPONSÁVEL
Pela sétima vez, o texto registra: “Tendo os filhos de Israel tornado a fazer o que era mau perante o Senhor…”. O novo ciclo inicia mostrando que os filisteus escravizaram Israel por quarenta anos. Os filisteus eram procedentes de Caftor (Am 9.7), eram belicosos e faziam parte dos “povos do mar” que, no século doze a.C., migraram de uma região da Grécia, provavelmente Creta para a planície costeira de Canaã. Durante a conquista, os israelitas não conseguiram tomar essa região (Js 13.1-2). Ao estudar o mapa da Terra Prometida, vê-se que a existência dessa nação se concentrava em torno de cinco cidades principais: Asdode, Gaza, Asquelom, Gate e Ecrom (1Sm 6.17). A terra entre a região montanhosa de Israel e a planície costeira era chamada de “Sefelá”, que significa “terras baixas” e que separava a Filístia de Israel. Este povo era considerado o mais feroz adversário de Israel em Canaã e suas intenções eram tomar a terra que o Senhor confiou ao Seu povo. Dr. Shedd explica que eles não eram de origem semita, nem praticavam a circuncisão. Inimigos, até a época do reinado de Davi, oprimiram a Israel por mais tempo que qualquer outro opressor. Sua maneira de dominar (contraria a dos moabitas, midianitas, etc.) se realizava pela infiltração; casamentos mistos, comércio e outros contratos pacíficos eram mais perigosos, porque ameaçavam dominar integralmente a nação. Foi o período mais longo de submissão (40 anos) e neste tempo, o Senhor suscita o mais conhecido juiz de Israel (junto com Samuel), Sansão!

3.1. O nascimento de Sansão
A história de Sansão é prefaciada pelo relato de um anúncio antecipado de seu nascimento por um anjo, tal como nos casos de Isaque (Gn 17.2,9,10) e João Batista (Lc 1.11-17).
O Anjo apareceu à mulher de um homem da tribo de Dã chamado Manoá (“descanso”, “calmo”) que vivia em Zorá, distante cerca de 20 quilômetros a oeste de Jerusalém, em Sefelá ou nas planícies costeiras de Judá. Ficava no lado norte do vale de Soreque, bem à frente da cidade de Bete-Semes cujo significado é literalmente “casa do sol”, que talvez tenha influenciado o nome de Sansão. A esposa de Manoá, cujo nome nunca é mencionado, era estéril. O anjo apareceu à mulher e disse-lhe que ela teria um filho. Daí se vê claramente como Sansão entra neste mundo de forma sobrenatural, pois tem o privilégio de ter o seu nascimento anunciado por um anjo e a madre que o geraria era terreno morto, pois sua mãe era estéril. Portanto, dois milagres marcam o nascimento daquele que viria a ser um dos nomes mais conhecidos da história Bíblica. O ventre estéril muitas vezes serve de ponto de partida para os propósitos de Deus. O Senhor produz vida a partir da morte e utiliza as coisas “que não são” para confundir “as que são” (1Co 1.28). A esposa de Manoá relatou o ocorrido com alegria ao seu marido, e chamou o visitante divino de um homem de Deus, cuja aparência era semelhante à vista de um anjo de Deus, terribilíssima – a palavra hebraica também tem o significado de “tremenda, maravilhosa, admirável, santa”. Considerando-se que o nome “Sansão” quer dizer “ensolarado”, é que poderia representar o alumiar de esperança para uma sociedade mergulhada em trevas, é também considerado uma ironia esse juiz, cujo nome é “ensolarado”, ter encontrado seu fim na escuridão, cegado pelo mesmo inimigo que deveria ter conquistado! A declaração de que Sansão começaria a livrar a Israel do poder dos filisteus indica que o trabalho de sua vida seria incompleto (Jz 13.5). Ele teria como propósito de vida, iniciar a libertação dos israelitas das mãos dos filisteus que seria continuada por Samuel, Saul e Davi. Porém é certo que a opressão de 40 anos se concluiu pela mão de Samuel em Ebenézer (1Sm 7) e o fechamento definitivo, segundo Adam Clarke, foi pelas mãos de Davi que os israelitas foram totalmente remidos do poder dos filisteus. O livramento efetuado por Davi ocorreu cerca de cem anos depois de Sansão. Observe quão promissora era a vida desse menino chamado Sansão. Ele tinha diante de si uma nação a proteger! O reverendo J. P. Millar afirma sobre Sansão:
1 – Ele foi especialmente levantado pelo próprio Deus. Sua existência foi devido ao fato de que Deus tinha um trabalho especial para fazer, e ele foi trazido à existência de fazê-lo. Sua mãe era estéril, de modo que ele não poderia ter nascido sem a interposição Divina especial;
2 – A missão em que ele foi enviado foi de um caráter santo. Era para ser o libertador e protetor do povo peculiar de Deus. Na realidade, ele foi enviado para ser o preservador da causa de Deus na terra; para o encargo de defender a honra do nome de Deus;
3 – Ele era uma criança habituada a oração, e tinha um treinamento piedoso concedido pelos pais. De Juízes 13. 8 e 9 podemos concluir, que o seu pai estava acostumado a se aproximar do seu Deus em oração, de tal maneira que suas petições foram ouvidas; em sua dificuldade ele se referiu a Deus, e seu desejo foi concedido. Não menos piedosa era sua esposa (Jz 5.23). A honra que lhes é conferido pela visita do anjo, e o dom especial concedido (um filho), provam isso. Provavelmente, a dádiva de um filho foi em resposta às suas orações, como no caso de Ana (1Sm 1.17,19). Podemos supor então, sem ser expressamente dito, que Sansão tinha pais piedosos que estavam na prática da oração, e que orou muito por seu único filho.
4 – Uma pessoa especialmente abençoada. Nós nunca ouvimos falar de Deus conferindo uma bênção especial sobre um homem que não suportava algo da imagem de Deus. Dito isto, entendemos o quanto Sansão foi especial e o quanto a sua história é fascinante!

3.2. Nazireu de Deus
O voto de nazireu está delineado em Números 6.1-21. Normalmente o voto de nazireado é feito pelos pais ou depois pelo próprio indivíduo quando adulto, mas este voto foi feito pelo próprio Senhor, portanto possuía um grau muito mais excelente. O voto de nazireado possuía 3 cláusulas:
1 – O nazireu deveria abster-se de todos os produtos da vinha (Lv 6.3-4);
2 – Seu cabelo deveria permanecer não-cortado durante o período do voto (Lv 6.5);
3 – Não deveria profanar seu corpo tocando em cadáver (Lv 6.6-7). Logo, quem estivesse debaixo do voto de nazireado ficava proibido de cortar o cabelo ou raspar a barba. Nenhum vinho ou bebida forte devia tocar os seus lábios, e ele não tinha permissão de tocar uma pessoa morta, nem se aproximar dela, ainda que fosse um membro da sua própria família. O voto era feito para consagrar a vida de uma pessoa em total devoção e serviço a Deus – “Todos os dias do seu nazireado, santo será ao SENHOR” (Nm 6.8). O voto de nazireu podia ser feito por um curto período de tempo, como 30 dias, ou por uma vida inteira. Os pais podiam fazer votos por seus filhos, antes que eles nascessem e os filhos eram obrigados a cumpri-los. Qualquer quebra destas cláusulas anularia o período de consagração já passado, sendo necessário cumprir as cerimônias de reparação do erro e começar tudo de novo (Lv 6.9-21). Como já vimos acima, o voto de Sansão não foi voluntário, e deveria cobrir toda sua vida (Jz 13.7), de modo que seu estado de nazireu deveria colocá-lo em categoria especial, talvez em paralelo com Samuel que, num texto Qumran (1Sm 1.22) e descrito como: “um nazireu para sempre, todos os dias de sua vida”. Artur E. Cundall e Leon Morris afirmam que as histórias a respeito de Sansão deixam claro que ele se interessava apenas com a regra que estipulava cabelos compridos. Ele infringiu todas as cláusulas do voto de nazireado:
1 – Quando matou um leão e tomou o mel do seu cadáver (Jz 14.6,8,9) – Isto não foi um acidente que era passivo de sacrifício reparatório (Lv 6.9); quando matou 30 filisteus e tocou os seus cadáveres para tirar as suas vestes ((Jz 14.19);
2 – Sua presença em uma festa dificilmente sugere abstinência de bebida alcoólica (Jz 14.10,17);
3 – Por último ele contou o segredo da sua força a Dalila, que então cortou o seu cabelo (Jz 16.19).
Este último descaso para com as coisas sagradas e compromisso com Deus o fez escravo dos filisteus durante o resto da sua vida (Jz 16.21,30).

3.3. As irresponsabilidades de Sansão
Sansão era fisicamente forte, mas moralmente fraco! Desde cedo era inclinado a impiedade, ao mundanismo e ao pecado. Não seguiu os conselhos ou advertências dos pais, porém antes, buscou uma companheira entre os inimigos do seu povo em um gesto de desafio a Palavra de Deus (Gn 24.3; Dt 7.3). Artur E. Cundall e Leon Morris explicam que em Timna, Sansão encontrou a primeira de suas amantes, não se detendo pelo fato de ser ela uma filisteia, e estar ele quebrando a tradição de seu povo, e as injunções da lei, a respeito de casamentos mistos (Ex 34:16; Dt 7:3; Gn 24:3,4; 26:34,35). O desinteresse de Sansão por assuntos religiosos desta importância só foi igualado pela sua insubmissão a seus pais (Jz 14.1-3). Na sociedade israelita, o pai era o chefe da família, e como tal, exercia controle sobre todos os seus membros, incluindo a escolha de esposas para seus filhos (por exemplo: Gênesis 24.4; 38.6). Era caso excepcional quando o filho contrariava os desejos de seus pais, neste ou naquele setor (Gn 26.34,35; 27.46), porque a unidade era o clã, e a preferência pessoal estava subordinada a ele. As queixas dos pais de Sansão cessaram logo, em face da paixão avassaladora que ele sentia por essa mulher filisteia e principalmente porque isto vinha do Senhor (Jz 14.4). O Reverendo J. P. Millar afirma: “Mesmo sendo um nazireu do Deus altíssimo, isto é, separado e consagrado para servir ao Senhor, esse personagem foi um, o que em muitos aspectos, não é para ser imitado, será admitido por todos; que muitos de seus atos devem ser severamente censurados é imediatamente compreendido que ele caiu sistematicamente em todos os tipos de excessos”. Sansão não era previsível nem confiável, pois possuía ânimo dobre, e um “homem de ânimo dobre é inconstante em todos os seus caminhos” (Tg 1.8). Alguém disse bem que “a maior habilidade é a confiabilidade”, e no caso de Sansão, era preciso confiar desconfiando. Corajoso diante de outros homens, Sansão não resistia aos encantos femininos e contava às mulheres todos os seus segredos. Tendo recebido o poder do Espírito de Deus, entregou o corpo aos desejos da carne. Chamado a declarar guerra aos filisteus, confraternizou com o inimigo enamorou-se com uma filisteia, prostituía-se com outra. Combatia as batalhas do Senhor durante o dia e transgredia os mandamentos do Senhor à noite. Poucos homens da Biblia demonstraram tamanho contraste entre força e fraqueza. Por fim, Willian MacDonald destaca os fracassos de um homem que teve tudo para ser um sucesso: Era convencido e arrogante (Jz 16:20b); Só pensava em mulheres. Para poder conquistar uma mulher, desobedeceu a Deus (Jz 14:1-7) e aos pais (Jz 14:3). Além disso, enganou (Jz 14:9; 16:7,11,13b); fez amizade com trinta filisteus inimigos do Senhor (Jz 14:11-18); irou-se e buscou vingança com crueldade (Jz 14:19b; 15:4-5), coabitou com uma prostituta (Jz 16:1-2), flertou com o mal (Jz 16:6-14), revelou o segredo de sua força ao inimigo (Jz 16:17-18) e por fim, mas não menos importante, quebrou seu voto de nazireu sem remorsos (Jz 14:9). A vida dissoluta de Sansão é um alerta para aqueles que brincam de servir a Deus. De nada adianta termos um currículo de grandes realizações na obra de Deus se a vida está desajustada. Sansão é o típico exemplo que santidade muitas vezes não tem haver com realizações ou proezas executadas em nome de Deus. O seu final foi bastante triste pois teve os olhos arrancados (Jz 16.21) tipificando que aqueles que se comportam como ele nunca viram a Deus; depois capturado, foi posto em cadeias e passou a moer grãos no cárcere, um trabalho que normalmente era designado aos escravos, demonstrando o seu real estado espiritual. A sua irresponsabilidade o conduziu a destruição e por fim a sua morte, quando serviu de diversão para os seus inimigos e inimigos do povo de Deus (Jz 16.23-31). Por sua associação com os filisteus e gosto pelas mulheres, Sansão acabou morrendo em meio a seus inimigos, tornando-se apenas mais um cadáver nas ruinas do templo de Dagom. Ele teria passado por uma morte honrosa se tivesse levado uma vida de consagração a Deus. Encontramos aqui uma lição importantíssima: a falta de consagração (santificação) leva a perda de poder e, por fim, a ruína. Entregar o corpo ao pecado nos leva a autodestruição. Os parentes de Sansão removeram seu corpo para o território de Dã, onde foi sepultado sem deixar semente.

CONCLUSÃO
Depois da morte de Josué, o constante refrão: “e fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor” mostra o afastamento da santidade que existia anteriormente e suas consequências. O ciclo vicioso ocorre por todo livro revelando não somente a punição divina pelo pecado cometido, mas principalmente a misericórdia de Deus atuando quando o merecimento certamente seria o esquecimento e a morte. Em Juízes encontramos o significado exato da expressão “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias”.(Sl 51.1).

Pb.Lindoval Santana - Assembleia de Deus de Sobradinho – ADS Congregação Rosa de Sarom.

4 comentários:

ancelmo disse...
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ancelmo disse...
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ancelmo disse...

Parabéns Pb Lindoval pelo excelente comentário. Que Deus te abençoe sempre.

Unknown disse...

Oi,paz do Senhor,o senhor vai postar a lição 10 hoje ainda?