A ESCRAVIDÃO DOS HEBREUS NO
EGITO
(Lição 02 – 8 de Julho de 2018)
TEXTO ÁUREO
“Então disse a Abrão:
Saibas, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será
reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.” (Gênesis 15.13).
VERDADE APLICADA
O desígnio divino para o Seu povo está além da capacidade
intelectual humana e no Seu momento acontecerá.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► EXPLICAR o fortalecimento do povo de
Israel no Egito;
► MOSTRAR que O Faraó levou a
perseguição aos hebreus até as últimas consequências;
► CONSCIENTIZAR que, apesar dos
momentos adversos, Deus sempre está com o Seu povo.
Êx 1.1 – Estes, pois, são os
nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito com Jacó; cada um entrou com
sua casa:
Êx 1.2 – Rúben, Simeão,
Levi, e Judá;
Êx 1.3 – Issacar, Zebulom, e
Benjamim;
Êx 1.4 – Dã e Naftali, Gade
e Aser.
Êx 1.5 – Todas as almas,
pois, que procederam da coxa de Jacó foram setenta almas; José, porém, estava
no Egito.
Êx 1.6 – Sendo, pois José
falecido, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração.
Êx 1.7 – Os filhos de Israel
frutificaram, e aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos
grandemente; de maneira que a terra se encheu deles.
INTRODUÇÃO
A história de como Deus usou Moisés
para tirar o seu povo da escravidão egípcia é conhecido de todos, mas pouco se
conhece sobre a história que levaram os hebreus a se tornarem escravos no
Egito. Para conhecermos o início, o período e o porque da escravidão dos
hebreus é preciso saber como o povo de Israel foi parar no Egito. É por esta
razão que existe uma estreita relação entre o fim do livro de Gênesis e o
início do livro de Êxodo.
1. O FORTALECIMENTO DO POVO DE DEUS
A promessa divina do fortalecimento e
da multiplicação já havia sido anunciada há mais de 400 anos a Abraão (Gn 15.5;
17.2,6; 22.17). No Egito, a descendência de Abraão, Isaque e Jacó se prolifera,
fortalece e se multiplica. No Egito os filhos de Israel (Jacó) gozaram de um
bom período de bênçãos, regalias e privilégios por causa dos benefícios que
José trouxera, mas depois de um hiato de tempo (mais ou menos dois séculos) o
texto sagrado diz que eles passaram a viver uma nova realidade política,
econômica e social (Êx 1.1-12). Não obstante, Israel soube-se manter
fortalecido ficando sempre na sua posição de independência religiosa,
preservando seus costumes, tradições e princípios, que lhes foram transmitidos
por seus pais. Em todo o Egito, a terra de Gósen, destacava-se do restante em
termos de vida social, cultural e religiosa. Hoje, os limites entre os padrões
e costumes mundanos (contrários a Deus) e os princípios e costumes cristãos,
lamentavelmente, estão enfraquecidos. Em muitos casos, nem existem mais. A
começar de muitos líderes e membros de ministérios, que não cansam de praticar
atos ilícitos, desonestos e imorais! Naquele tempo o Senhor labutou para “tirar
o seu povo do Egito”. Hoje, infelizmente, Ele está labutando para “tirar o
Egito do meio do seu povo”.
1.1. Coisas inexplicáveis acontecem ao
povo de Deus
Mesmo em terra estranha e sob a
opressão os filhos de Israel prosperavam e se multiplicava. Enquanto Faraó
fazia o máximo para castigar e destruir Israel (Ex 1.10-14), Deus os fazia
prosperar, pois não havia esquecido as promessas feitas ao seu povo (Êx
2.23-25). Tudo o que eles faziam davam certo (Gn 47.27). Êxodo 1.12 diz: “Quanto mais os afligiam, tanto mais se
multiplicava, e tanto mais crescia”. Quando chegaram ao Egito eram cerca de
70 pessoas (Gn 46.27; Êx 1.5). Já no censo realizado, quando eles estavam no
Sinai, eram 603.550 mil varões de 20 anos para cima, o que significa que, se
colocarmos uma mulher e, pelo menos uma criança para cada um, contavam
aproximadamente 1,8 milhão de judeus (Nm 1.44-46). A Bíblia diz que
frutificaram tanto, que impressionou a Faraó (Êx 1.7). No princípio os hebreus
ocupavam os termos de Gósen (Gn 47.6), mas com o passar dos anos, com esta
enorme quantidade toda de pessoas, imaginamos que os filhos de Jacó (Israel) se
espalharam por todo o Egito, fazendo sentir sua presença, seu trabalho, sua
capacidade, seu poder, a ponto de incomodar o novo faraó (Êx 1.7-12). Do mesmo
modo, o Senhor quer que os seus servos deem frutos (Jo 16.15-16), se
multipliquem e se espalhem por toda a terra (Mt 28.19-20; Mc 16.15) e, se fortaleçam
espiritualmente, a ponto de incomodar o inimigo de nossas almas (1 Pe 4.12; Jó
1.6-12; Lc 22.31-34).
1.2. O povo se torna escravo
Embora não exista registro nas
Escrituras, alguns historiadores afirmam que José, Jacó e seus filhos entraram
no Egito durante a época do domínio hicso. A cronologia mais aceita é que Jacó
e seus filhos desceram ao Egito por volta de 1.870 a.C e a libertação em 1.440
a.C, pois a tomada de Jericó (40 anos depois da saída do Egito) ocorreu em
1.400 a.C. Foi sob o domínio desses Faraós que José alcançou honra e fama, e
Jacó com seus filhos privilégios na terra do Egito. Aproximadamente dois
séculos depois com o início de uma nova dinastia, deu-se inicio a um período de
terror sobre as possessões estrangeiras, escravizando e oprimindo,
principalmente, o povo de Israel com grande angústia (Êx 1.11).
1.3. A escravidão se torna mais intensa
Óbvio que por questões políticas
estes novos Faraós preferiram ignorar a contribuição dos hebreus, impondo-lhes
uma amarga perseguição (Êx 1.14), do que “reconhecer” a importância e as
realizações que José e seu povo efetuaram na história do Egito (Êx 1.8). Como a
perseguição não foi suficiente para impedir o crescimento de Israel, esse novo
Faraó intensificou a perseguição impondo-lhes uma dura escravidão com reais
intenções de também destruí-los. Da mesma forma o diabo tem medo do crescimento
da igreja e procura destruí-la de todas as maneiras. É necessário que estejamos
alerta, pois os instrumentos usados pelo inimigo de Deus para escravizar nossas
almas, inicialmente não parecem pesados (tudo é pintado com cores agradáveis),
mas depois de certo tempo eles irão se intensificando e mostrando seu
verdadeiro fardo.
2. UMA ORDEM TERRÍVEL
O novo faraó, perturbado com o
crescimento e o fortalecimento do povo hebreu, não obstante às ameaças e
opressões resolveu ainda ordenar a morte de todos os que nascessem do sexo
masculino (Êx 1.16). No plano “A”, Faraó ordenou que trouxessem ao palácio as
parteiras encarregadas de ajudar as mães hebreias nos partos dando-lhes a
seguinte ordem: “Quando ajudardes a dar à luz às hebreias, e as virdes sobre
os assentos, se for filho, matai-o; mas se for filha, então viva.” (Êx
1.16). A ordem para essa matança parece que devia correr em secreto e a
explicação de cada morte seria dada como se fosse uma fatalidade (Êx 1.15-17).
Não dando certo este plano, Faraó e seus assessores lançam mão do plano “B”, de
modo que decidiram assassiná-los abertamente, dizendo: “A todos os filhos
que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida.” (Êx
1.22).
Pouco se sabe a respeito dessas duas
mulheres citadas aqui na preservação dos hebreus (Êx 1.15-20). As únicas coisas
que se relatam delas é que eram parteiras hebreias e que se chamavam: Sifrá
(que significa “beleza”) e Puá (que significa “esplêndida”). Faraó chamou-lhes
na sua presença deu-lhes uma ordem para que matassem todas as crianças do sexo
masculino, que nascessem das mães hebreias. Porém, elas, temendo a Deus,
preferiram ignorar essas ordens do rei e deixaram viver os meninos (Êx
1.15-17). Quando o rei deu a ordem elas não retrucaram dizendo que não podia
fazer tal coisa. Apenas, retiram-se de sua presença, e permaneceram na presença
de Deus. Tempos depois, quando foram novamente chamadas à presença do rei para
explicarem porque os meninos estavam sobrevivendo, elas disseram que as
mulheres hebreias eram mais espertas que as egípcias, e davam à luz aos filhos
antes que as parteiras chegassem. Tendo em vista que a nação de Israel já era
muito numerosa, é provável que existissem outras parteiras sob o comando delas.
Deus recompensa a obediência delas estabelecendo-lhes casas (Êx 1.21).
2.2. Sepultando os sonhos no rio
Frustrado na primeira tentativa de
destruir os meninos hebreus, faraó volta à cena com outro plano macabro, lançar
todos os recém-nascidos, do sexo masculino, no rio Nilo para que fossem
afogados e consequentemente mortos e/ou quem sabe comidos pelos crocodilos (Êx
1.15-22). Isto mostra o quanto esse rei era cruel e maligno. Faraó até que
tentou sepultar os sonhos no rio, mas foi vencido com sua própria arma, pois
acabou sendo usado por Deus para alimentar e educar Moisés, o futuro libertador
de Israel (Êx 2.5-10). Os propósitos de Deus são eternos e imutáveis e se
cumprirão no seu tempo determinado. Ninguém pode mudar ou impedir os propósitos
de Deus, pois eles são estabelecidos na sua eternidade (Sl 33.11; Pv 19.21; Is
14.24; Jó 23.13).
2.3. Por que as meninas eram poupadas?
Por que nas investidas de Faraó
contra o povo de Israel ordenava matar os meninos, mas sugeria preservar a vida
das meninas? (Êx 1.16,22). Embora não haja nenhuma explicação explícita no
texto, entendemos que há uma explicação implícita para a provável razão de faraó
ter poupado a vidas das meninas hebreias seria para forçá-las a se casarem com
os egípcios e assim Israel perderia sua identidade como nação, deixando de seguir
à risca os costumes e as tradições de seus pais. Evidentemente que por trás
desse plano estava um mentor maior e mais poderoso, Satanás, sendo Faraó apenas
um instrumento dele (como acontece com muitos governantes). Satanás sabia que
um descendente da mulher esmagaria a sua cabeça (Gn 3.15) e desde o início vem
tentando corromper a linhagem humana para tornar impossível algum descendente
puro que o destruísse (Gn 6.1-2).
3. DEUS ESCUTA O CLAMOR DO SEU POVO
O povo escolhido de Deus foi
cruelmente oprimido por Faraó (Êx 1.14). Porém, o Senhor jamais se esquece de
suas promessas. Ele vela por sua Palavra. Diante das atrocidades cometidas por
Faraó, os israelitas clamaram a Deus. O Senhor ouviu a aflição do seu povo e
enviou um libertador para resgatá-los do cativeiro.
3.1. Deus se lembra do pacto
Como escapar de tão grande opressão?
Para os israelitas seriam impossível. Somente Deus poderia resgatá-los e
libertá-los do jugo do inimigo. Em grande angustia clamou o povo e a Palavra de
Deus nos diz que o Senhor ouviu o gemido do seu povo e lembrou-se do Seu pacto.
O Senhor também ouviu as nossas súplicas e está atento às nossas dores. Da
mesma forma Ele também já providenciou um libertador para nós o seu povo, e já
nos resgatou da escravidão do pecado e do mundo. Cristo morreu na cruz em nosso
lugar e nos libertar do cativeiro do pecado. Deus se lembrou do pacto que
fizera a Abraão há 400 anos(Gn 15.13-18). No tempo certo o Senhor viu a aflição
do seu povo (Ex 2.24) e no momento adequado enviou um libertador para livrá-los
da opressão (Gn 15.13-18; Êx 12.40-41). Os aparentes conflitos de datas, entre
os dois textos acima, são apenas didáticos, visto que quando Deus falou a
Abraão Ele arredondou de forma genérica o número 400 para 4 gerações (Gn
15.16). Uma geração nos tempos bíblicos era a idade de um homem quando nascia
seu primeiro filho – no caso de Abraão 100 anos (Gn 21.5). A Bíblia diz que
Deus vela por cumprir a sua Palavra (Jr 1.2).
3.2. Deus conheceu a Israel
Deus conhece e sabe tudo o que
acontece com o seu povo (Êx 3.7-8). Seu livramento pode não chegar na hora que
pensamos ou queremos, mas chegará ao momento certo, na hora de Deus. Por mais
severa e dura seja a provação que estivermos passando elas não diminuirão o
interesse de Deus.
3.3. O Deus que entra na história
Ao longo da história os Hebreus têm
vivenciado e resistido a muitas intempéries, adversidades e a inúmeros
inimigos. O que mostra que Deus
está no controle da História da humanidade, fazendo com que os homens e fatos
cumpram o seu desígnio. Esta é uma verdade que acreditamos e proferimos
inúmeras vezes. Os desígnios soberanos do Senhor jamais podem ser anulados. O
nascimento de Moisés, em meio àquela matança dos meninos hebreus, naquelas
circunstâncias, envolvendo amor, cuidado, prudência e sabedoria, nos faz
convencer que Deus direcionou e guiou tudo, e ainda hoje, guia o seu povo.
Declara-nos a Bíblia que aquele que criou todas as coisas é aquele que também
os sustenta e controla todas as coisas (Is 14.24-27; 40.28; Cl 1.16; Rm 11.36,
Hb 1.13). Deus tem o perfeito conhecimento e controle de tudo o que acontece na
história humana. Isto implica dizer que Deus conhece e controlam todos os
eventos e acontecimentos no tempo, espaço e na eternidade (Sl 139; Pv 5.21; 1
Sm 2.3). O povo escolhido do Senhor foi cruelmente oprimido por Faraó. Porém,
Deus jamais se esqueceu das suas promessas. Assim, como Ele livrou Israel do domínio do inimigo, assim é conosco
também: Somente Jesus pode nos resgatar do pecado e do mundo. Deus sempre dará
vitória ao seu povo, mesmo em situações adversas, quando não parece haver mais
solução.
CONCLUSÃO
A lição de hoje retratou as aflições
experimentadas pelo povo de Israel no Egito, trazendo ensinamentos e lições
preciosíssimas para nós nos dias atuais. As Escrituras nos ensinam que as
coisas que aconteceram no tempo do Antigo Testamento são sombras das coisas
futuras (Cl 2.16-17) e que elas servem de figuras das coisas celestiais (Hb
8.5; 9.24; 1 Co 10.6).
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
BETEL DOMINICAL – Israel 70 anos. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º
Trimestre de 2018. Ano 28 n° 108. Lição 02 – A escravidão dos hebreus
no Egito.
JOVENS E ADULTOS - Moisés, o legislador de Israel. Rio de Janeiro:
Editora Betel – 2º Trimestre de 2015. Ano 25 n°
95.
LIÇÕES BÍBLICAS -
EDITORA CPAD – Uma jornada de fé. 1º Trimestre de 2014.
LIÇÕES BÍBLICAS nº 28
- EDITORA CPAD. Maturidade Cristã - 4º Trimestre de 1991.
MESQUITA,
Antônio Neves de, Estudo no Livro de Êxodo. 4ª Edição. Rio de
Janeiro. Editora JUERP, 1979.
COMENTÁRIOS
ADICIONAIS
Pr.
Osmar Emídio de Sousa - É
Servidor Público Federal; consagrado a pastor pela Assembleia de Deus,
Ministério de Madureira e Superintendente da EBD. É formado em Direito e também
bacharel em Missiologia e em Teologia Pastoral, pela FATAD - Faculdade de
Teologia das Assembleias de Deus de Brasília.
Um comentário:
Me chamo Osmar. Me foi muito importante este estudo, pois, estou preparando um estudo sobre a grande tribulação e precisava saber sobre a origem do cativeiro no Egito e o Babilônico.
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