O LIVRO DE LEVÍTICO
(Lição 01 – 7 de Janeiro de 2018)
TEXTO
ÁUREO
“E chamou o Senhor a Moisés e falou com ele da tenda da congregação,
dizendo.” (Lv 1.1).
VERDADE
APLICADA
O Senhor Deus quer o homem
próximo de si e assim estabelece o cerimonial levítico para que Ele possa estar
na tenda da congregação.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
► mostrar que a lei estabelece condições para o homem ter comunhão com Deus;
► ENSINAR que a lei contém instruções para todas as áreas da vida humana;
► DEMONSTRAR que nada pode impedir os propósitos de Deus.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
Rm 7.7 – Que diremos, pois? É a lei
pecado? De modo nenhum; mas eu não reconheci o pecado senão pela lei; porque eu
não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
Rm 7.8 – Mas o pecado, tornando ocasião
pelo mandamento, obrou em mim toda concupiscência; porquanto, sem lei, estava
morto o pecado.
Rm 7.10 – E o mandamento que era para vida,
achei eu que me era para morte.
Rm 7.11 – Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou.
Rm 7.11 – Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou.
Rm 7.12 – E, assim, a lei é santa; e o mandamento, santo,
justo e bom.
INTRODUÇÃO
Levítico
não consiste apenas em ser um dos mais importantes livros do Pentateuco, mas
também em ser um dos livros do Velho Testamento que mais se relaciona com o
Novo Testamento. Muitas doutrinas do Novo Testamento têm suas raízes neste
livro. Em Levítico, se diz como fazer para se aproximar de Deus e o que Ele
requer daqueles que estão em sua presença.
1. LEVÍTICO:
MANUAL DE SANTIDADE
O nome do livro é plenamente justificável,
haja vista, que o livro trata extensivamente de assuntos referentes ao serviço
dos sacerdotes e levitas (Nm 18.21), cujo caráter especial era o culto e as
exigências que esse culto impunha sobre a vida e conduta dos homens e mulheres
de Israel. Este livro é conhecido como o manual de santidade, pois tudo que é
consagrado e separado para Deus e para o seu serviço como: o povo, o
tabernáculo, os sacerdotes, as vestes sacerdotais, os sacrifícios e os vasos são
tidos como santos e devem seguir as riscas as ordenanças estabelecidas no livro.
Santidade é, portanto, a palavra-chave do livro (Lv 19.2). A expressão citada por Pedro no Novo Testamento: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe
1.16), por exemplo, vem do livro de Levítico (Lv 11.44,45; 19.2; 20.7,26).
Muitos questionam a validade do livro para os dias atuais alegando que seus
preceitos são específicos para o povo de Israel. No entanto, a Bíblia alega que
seus rituais e preceitos servem de “exemplo e sombra das coisas celestiais, futuras
e espirituais” (Hb 8.5; 9.11; 10.1). A epístola aos hebreus, por exemplo, é tido
como a aplicação cristã do livro de Levítico, onde as purificações exteriores
significam a purificação do coração e da consciência (Hb 9.14), e os
sacrifícios apontam para o calvário (Hb 9.12-13). Neles, encontramos
ensinamentos objetivos e símbolos inesquecíveis de profundas verdades
espirituais. Assim, embora sua interpretação bíblica e histórica seja direcionada
à nação de Israel, este manual é plenamente aplicável, através de Cristo nos
dias atuais, e à Igreja, povo espiritual de Deus.
1.1. O livro
da lei de Deus
Historicamente Levítico é um livro que trata dos rituais da Lei. É por isso
que o segundo e grande mandamento citado pelo Senhor Jesus se encontra no livro
Levítico (Lv 19.18; Mc 12.28-33). O propósito do livro é juntar de forma
ordenada, em uma só coletânea, diversos regulamentos que dizem respeito ao
oferecimento de sacrifícios a Deus, organização do sacerdócio e diversas leis sobre
relações pessoais, afazeres cotidianos, comportamentos familiares, manutenção
da saúde, higiene no lar e etc.
1.2. O livro
de onde Deus fala da tenda
O
livro de Levítico começa dizendo que Deus chama Moisés para falar com ele na
tenda da congregação (Lv 1.1). Em outras dezenas de textos é declarado que o
Senhor falou a Moisés. Deus chamou Moisés para falar com ele e hoje continua a
chamar homens e mulheres para com eles também se comunicarem. Embora o homem
através de seu pecado tenha si afastado de Senhor, Deus em sua infinita
misericórdia tem procurado o homem para se revelar e comunicar-se ele. Assim,
aconteceu com Adão logo depois que pecaram. Ele vai ao encontro dele e de sua mulher
e os vestem (Gn 3.21). Esta foi uma atitude positiva de Deus que toma a
iniciativa de voltar a falar com o homem. Deus tem inúmeras maneiras de falar conosco,
mas sua principal forma de nos comunicar nestes últimos dias é através de Jesus
Cristo, seu Filho, e, de sua Palavra, a Bíblia Sagrada (Hb 1.1-2).
1.3. O livro em
que a vontade de Deus é revelada
Tanto no livro de Levítico como em todo o
restante da Bíblia a vontade de Deus para o homem é que ele seja santificado.
Deus é absolutamente Santo, tudo e todos quantos com Ele se relacionam devem
ser igualmente santos. Tanto aqui no livro de Levítico como no restante de toda a Bíblia fica muito
claro que estão enganados aqueles que pensam
poder viver para o mundo e o pecado e também pertencer a Deus ao mesmo tempo (Lv 11.44-45; 19.2; 20.7,26; 1 Pe 1.15-16; 1 Ts 4.7;
5.23; 1 Co 1.2). As Escrituras deixa claro que santificação não é uma mera
opção de vida cristã, mas uma necessidade espiritual, pois sem ela, segundo a
Bíblia, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
2. A LEI DE
DEUS
De todos os cincos livros que compõem o Pentateuco, Levítico é o que pode,
com maior coerência, ser chamado de o livro da Lei de Deus. A Lei de Deus é também um dos temas mais
presentes nas Escrituras e, possivelmente, um dos mais mal compreendidos pelo
Povo de Deus. Muitos crentes compreendem a Lei de Deus apenas como uma
expressão da atuação de Deus no Antigo Testamento, com pouco significado e sem aplicação
nos dias atuais. Todos nós cristãos, necessitamos encontrar o papel da Lei de
Deus em nossa vida diária e descobrir nela a misericórdia e graça de Deus para
conosco. O apóstolo Paulo, Davi e outros escritores sacros deram a devida
importância à Lei de Deus e os colocaram como algo fundamental para suas vidas.
Precisamos dar devida importância a esse tema tão precioso (Rm 3.20; 4.15; 5.13,20; 7.7-16; Gl 3.21; Sl 19.7; 119). No entanto, ao estudá-la precisamos
considerar e distinguir as categorias de leis existentes nas Escrituras:
2.1. A lei
moral
A lei moral são ordenanças ou conjunto de
normas que regulavam a conduta e a vida moral de todos os seres humanos (Lei
Natural e os Dez mandamentos). São aquelas leis que expressam a vontade de Deus
e vinculam os homens ao completo dever para com Ele. Segundo as Escrituras Cristo não baniu essa lei, ao contrário, nos conduziu
a um novo nível de aplicação e cumprimento, incluindo atitudes e motivos do
coração humano. Neste caso, a ênfase de nossa conduta transcendeu os atos
externos, para os motivos por trás desses atos. Deus é um ser “moral”, e todas
as leis que contém os preceitos relacionados à conduta moral, permanecem inalteradas.
As Leis Morais são boas, perfeitas, universais e eternas (Sl 19.7; Mt 5.17-18;
Rm 7.12,14,16; Sl 119.96).
2.2. A Lei
civil
A lei Civil é conjunto de normas que se
aplicam à vida jurídica, administrativa e governo de Israel como nação (Dt
24.10,11). Embora algumas dessas leis (penalidades, casamentos, propriedades,
bens, etc) tenham servido de base para as leis de muitos países, não há uma
obrigatoriedade em seguir nos dias atuais, pois a sociedade e a cultura contemporânea
são diferentes das daquele tempo. No entanto, os princípios éticos e de
equidade coletiva nelas contidas são consideradas atemporais, e devem servir de
orientação, principalmente para nossas vidas.
2.3. A lei
cerimonial
As leis cerimoniais são
orientações básicas, dadas por Deus, para celebração dos cultos e das festas
solenes. Diz respeito à liturgia em geral, inclusive com o cerimonial dos
sacrifícios e consagrações sacerdotais (Êx 23.14-19; 29.1-46). De acordo com o livro de Hebreus, as leis
cerimoniais eram sombras que apontavam para adiante de Cristo, e hoje, essas
leis são aplicadas em Cristo através da tipologia, ou seja, tais sombras foram substituídas
pela realidade da morte e ressurreição de Cristo, por isso, essas leis e festas
não precisavam mais serem observadas. O próprio Jesus
foi frequentemente acusado pelos fariseus de violar a lei Cerimonial.
3. OBJETIVOS
DA LEI
Como vimos no tópico anterior cada categoria
de lei exercia funções específicas: A lei cerimonial, por exemplo, tinha o
objetivo de “remover” o pecado e “trazer” Deus para o meio do povo, através do
ritual, sacrifícios e festas solenes; enquanto que a lei moral tinha ou tem
como objetivo “revelar” o pecado e “repreender” os erros dos homens
em relação às exigências dela.
3.1. Trazer Deus
para o meio do povo
A lei cerimonial era o modo
prescrito por Deus, no Antigo Testamento, e tinha como objetivo apresentar um
“culto” agradável a Deus. Para remover os pecados e trazer Deus para o meio do
povo, é necessário todo um sistema sacrificial; os sacerdotes deviam ser
totalmente consagrados, recendo um sangue purificador nas pontas dos dedos das
mãos e dos pés; seguir as prescrições de como o culto deveria ser conduzido; e,
apresentar-se com os adornos perfeitos (se os seus mantos tivessem uma mancha, eles
estariam desqualificados). Hoje, tudo isto é dispensável, pois em Cristo, o
principio correto, nosso culto é “livre” e “racional” e para desfrutar da
presença de Deus em nosso meio é necessário apenas busca-Lo de todo o nosso
coração (Jr 29.12-13; Sl 111.1).
3.2. Revelar o
pecado no homem
A lei
moral foi dada para dar ao pecado o caráter de transgressão (Rm 4.15; Gl
3.19). Ela cumpre a função importante de
revelar a presença e o fato do pecado na vida do homem (Rm 3.20; 4.15; 5.13,20;
7.7-16). Ela provém de Deus e seu objetivo é promover a vida e não a morte (Sl
19.7-10). Visto que ela revela o pecado, como caminho da morte, Deus deixou o
homem livre para escolher o caminho da vida (Dt 30.19). Assim, a lei não perdeu
o seu valor em relação ao pecado, antes serviu para mostrar a causa do pecado e
o remédio para curá-la, e este remédio é o precioso sangue de Jesus Cristo (Rm
3.24-26; Gl 3.24).
3.3. Mostrar a
incapacidade do homem de cumprir a lei
É verdade que somos todos
pecadores. Mas, como pecadores redimidos pelo sangue de Cristo, devemos reconhecer
que a Lei de Deus enfatiza tanto a sua santidade como a nossa incapacidade e insuficiência
perante ele. Todavia, temos na Lei o caminho traçado por Deus para
demonstrarmos amor a ele e ao nosso próximo. O fato de não podemos obter a
salvação seguindo leis, não nos deve motivar a desprezar essa dádiva graciosa
de Deus para nossa instrução. Se, é verdade que não podemos conseguir a
salvação seguindo a Lei. É igualmente verdade, que demonstramos amor quando
obedecemos às leis de Deus (Jo 14.15, 21).
CONCLUSÃO
O estudo no livro de Levítico nos
proporcionará um conhecimento mais aprofundado na tipologia bíblica. Os tipos são
considerados mensagens bíblicas que Deus nos deu em sua lei através de figuras,
cujo objetivo principal é esclarecer como fomos beneficiados pela obra do
Senhor na cruz do calvário.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
REVISTA BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Levítico
– O ministério sacerdotal levítico e sua relevância para a Igreja. Rio de
Janeiro: Editora Betel – 1º Trimestre de 2018. Ano 28 n° 106. Lição 01 – O
livro de Levítico.
BÍBLIA DE ESTUDO MATTHEW HENRY. Português. Tradução Elen Canto, Eliane
Mariano e outros. Editora Central Gospel Ltda. 1ª Edição. Rio de Janeiro – RJ.
2014.
BÍBLIA DE ESTUDO NVI - Português. Tradução de
Nota: Chown, Gordon. Editora Vida.
COMENTÁRIOS
ADICIONAIS:
Pr. Osmar
Emídio de Sousa - Bacharel em Direito;
Bacharel em Missiologia pela antiga Escola Superior de Missões de Brasília;
bacharel em Teologia Pastoral, pela FATAD (Faculdade de Teologia das
Assembleias de Deus de Brasília).
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