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O SERVO ORDENA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO

Lição 13 – 26 de março de 2023

TEXTO ÁUREO
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” Marcos 16.15

VERDADE APLICADA
O evangelho de Marcos inicia apresentando Jesus e Sua missão e finaliza com a missão dada aos Seus discípulos.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar que a ordem do “Ide” continua irreversível;
Mostrar a importância da pregação do Evangelho;
Falar que a grande Comissão anuncia o amor de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
15. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17. E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas.
18. Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
20. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém. 

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO
No evangelho de Marcos a palavra “pregar” é uma de suas favoritas, com quatorze ocorrências. Jesus começa seu ministério pregando (1:14), chama os apóstolos para pregar (3:14), também envia eles para pregar (6:12) e, no capítulo final do evangelho Jesus os comissiona a pregar o evangelho a toda criatura e sempre, o ide de Jesus é mundial e vitalício.

1- MISSÕES, UM PROJETO DO CORAÇÃO DE DEUS

1.1. A Grande Comissão outorgada pelo Servo

1.2. O porquê de o Servo ter delegado essa missão a todos os Seus discípulos

1.3. O Servo nos ensina que a pregação do Evangelho deve ser nossa prioridade
Durante seu ministério Jesus censura seus discípulos pela dureza de coração e pela falta de fé. Agora, após a ressurreição, parece que essa falta de fé tornou-se ainda mais evidente, pois, o relato final do Evangelho de Marcos não dá tanta ênfase às aparições de Jesus quanto à incredulidade dos discípulos. Daí a razão de Jesus censurar-lhes a incredulidade e mostrar-lhes para onde devia estender-se a fé, ou seja, para o Cristo ressuscitado. Assim, tanto para que eles saíssem pregando, como para os ouvintes receberem a mensagem e obterem a salvação, uma só coisa era necessária: crer.

Desta forma, a ressurreição de Jesus é o divisor das águas, nenhuma vida pode encontrar o caminho certo, se não passar por este ponto de fé, onde cada um precisa confrontar-se com o marco estabelecido por Deus que é a cruz e o túmulo vazio, a morte e a ressurreição de Cristo. É uma questão de crer ou não crer.

No texto estudado nessa lição (16.15-20) Jesus estava prenunciando o trabalho missionário tanto daqueles discípulos, como da igreja, e também, relacionando com isto alguns requisitos a serem vistos como expressão ou consequência da fé.

Primeiro, o batismo dos novos crentes, bem relacionado com a salvação, sendo o batismo decisão do que crê. Depois, os sinais que seguem... tais sinais são a autenticação de Deus sobre a obra missionária daqueles que ali estavam, e da igreja futura, pois, Jesus garante toda assistência necessária aos discípulos nessa marcha de pregação do evangelho ao mundo.

Em tudo isto vemos o envolvimento do Senhor ressuscitado e dos discípulos fiéis numa luta em que o ser humano degenerado deve ser atingido na sua totalidade: no corpo atingido pelas doenças; na mente perturbada pela ação de demônios e no espírito obscurecido pela ação de Satanás.

2- O SERVO POSSUÍA UM CORAÇÃO MISSIONÁRIO

2.1 O Servo começou o Seu ministério cumprindo o Ide

2.2. O Servo montou Sua equipe missionária

2.3. O Servo demonstra para que veio
Há duas verdades reveladoras a respeito do Ide de Jesus Cristo: Primeiro, essas palavras são um comando, portanto são chamadas de a Grande Comissão e não a Grande Sugestão. Segundo a grande comissão do Senhor é para todos que verdadeiramente são seus discípulos, que o conhecem e se relacionam com Ele.

O Senhor Jesus veio à terra e cumpriu o ministério que lhe foi dado, Ele nos mostrou como fazer a obra de Deus (Lc 4:18,19); depois disso Ele nos exortou ao Ide.

Cristo, antes de ascender aos céus, deixou um mandamento que acabaria por definir o principal trabalho de seus seguidores aqui na terra: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16.15). Diante dessa ordem, todo seguidor de Jesus assume esse compromisso de cumprir tal missão e, foi mediante a disposição dos discípulos e apóstolos, cheios do Espírito Santo, que o evangelho de Cristo ultrapassou os limites de Jerusalém e alcançou o mundo.

Para pregarmos o evangelho primeiramente temos que conhecer o evangelho, conhecermos o verdadeiro sacrifício de Jesus na cruz do calvário, qual seu verdadeiro significado, e porque tinha que ser daquela forma. Infelizmente muitos de nós, que fazemos parte da igreja, estamos nos conformando apenas em cumprir as rotinas e obrigações dentro do templo, e isso por si só já nos basta, quando, na verdade, a missão da igreja é desinstalar-se de dentro do templo, pregar o evangelho e fazer novos discípulos. O templo será o lugar de comunhão e convivência desses novos nascidos que, se tornarão discípulos que farão novos discípulos e assim por diante.

Portanto, participarmos das atividades da igreja, ou seja, cultos, escola bíblica dominical, e outros cursos de ensinamento bíblicos, são de extrema importância, para que estejamos preparados para pregar o evangelho a toda criatura como ensina a palavra de Deus.

Precisamos entender que a principal ferramenta de evangelização é o exemplo, é viver o amor de Deus em nossas vidas. O evangelho de Jesus deve ser pregado com amor, com humildade e compaixão. Odiando o pecado, mas amando o pecador. Vamos falar de Jesus e das Boas Novas que Ele nos deu através da nossa vida diária – em amor.

Hoje existe um grande questionamento sobre como cumprir a ordem de Cristo. Temos vários recursos que nos possibilitam cumprir a ordem de Jesus, e, ir a todo o mundo, talvez seja muito mais perto do que você mesmo imagina, talvez tenha em sua família uma pessoa que ainda não foi evangelizada, talvez tenha algum “amigo” que ainda não recebeu a palavra de Deus revelada e necessita de libertação, cura e salvação, lembre-se que você tem uma grande responsabilidade em suas mãos, pois foi escolhido e tem como dever divulgar quem foi o responsável pela transformação em sua vida.

3. O IDE REALIZADO PELOS DISCÍPULOS

3.1. Como cumpridores do Ide do Servo precisamos evangelizar

3.2. Como cumpridores do ide do Servo precisamos discipular

3.3. Como cumpridores do Ide do Servo, precisamos implantar novas igrejas
O ide de Jesus gira em torno da pregação do evangelho cuja mensagem está concentrada na morte e na ressurreição de Cristo, que se torna agora objeto de fé. A responsabilidade desta pregação é transferida no decorrer dos séculos para a igreja, que é o corpo que recebeu de Deus,  o Cristo ressuscitado por cabeça, tendo o universo debaixo dos seus pés, sendo ela a plenitude de Cristo que a supre em todas as coisas, a qual tem vida pelo seu Espírito, o Espírito Santo (Efésios cap. 1).

Todas as aparições de Jesus ressuscitado terminam com o comissionamento dos discípulos para a missão apostólica. Somente depois de ter assegurado a firmeza de sua fé, Jesus dá aos discípulos a grande missão: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Agora que receberam do Ressuscitado todas as provas da realidade de sua ressurreição, devem ir anunciar o Evangelho a todos os homens.

Em Atos dos Apóstolos, quando os chefes do povo e os sumos sacerdotes viram a franqueza de Pedro e de João ao testemunharem a ressurreição de Jesus e ao atribuírem ao poder do Ressuscitado a cura milagrosa do coxo, os proibiram de falar ou ensinar em nome de Jesus, mas os dois, com santa audácia, replicam: “não podemos calar o que vimos e ouvimos” (At 4,13-20). Impossível negar pelo silêncio o que viram e suas mãos tocaram. Como Pedro e João, assim os outros apóstolos iniciam a pregação que, em pouco tempo, se expandirá para além da Palestina, alcançando a Asia Menor, a Grécia, a Itália e conquistando para Cristo homens de todas as culturas, classes, raças.

Outro ponto importante sobre a missão da Igreja é que nós, os crentes, não somos missionários por nossa própria autoridade e poder, nossa missão repousa na autoridade de Cristo e no poder do Espírito Santo. Por isso, imediatamente antes de Jesus dizer: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações”, Ele disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mateus 28:18). Isso quer dizer que a Igreja opera sob a autoridade de Cristo. O Senhor Jesus recebeu toda a autoridade e então comissionou a sua Igreja. Em outras palavras, os cristãos têm o direito conferido por Cristo de cumprir sua missão.

Além de contar com a autoridade divina, a Igreja também conta com o poder divino para realizar sua missão. No texto do livro de Atos, lemos que Jesus prometeu que o Espírito Santo seria derramado sobre os seus seguidores, e consequentemente eles receberiam poder divino. Isso implica no fato de que a Igreja não apenas possui a autoridade para sua missão, mas também possui a capacidade dada pelo Espírito Santo para desempenhá-la.

Também é interessante notar que Jesus ordenou que seus discípulos fossem a “todas as nações” (Mateus 28:19). No texto de Atos dos Apóstolos, Ele foi ainda mais específico dizendo que os crentes tinham de ser suas testemunhas “tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (Atos 1:8). Isso significa que não há limitação geográfica para a missão da Igreja. A ordem de Jesus é que o Evangelho seja proclamado a todos os lugares, a todos os povos da terra.

CONCLUSÃO
O último assunto que o Senhor Jesus tratou com seus discípulos antes de subir ao Céu, foi justamente com relação à missão da Igreja. Jesus deixa uma ordem muita clara quanto ao compromisso da Igreja com a proclamação do Evangelho. Assim, a grande missão da Igreja é ser testemunha do Senhor Jesus Cristo, proclamando o seu Evangelho a todas as pessoas e tornando conhecido o Reino de Deus no mundo. Em outras palavras, no centro da missão da Igreja está o Evangelho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
► ALMEIDA, J. F. Bíblia. 3a edição ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
► LOPES, H. D. Marcos – Comentários Expositivos Hagnos: O Evangelho dos milagres. 2a edição ed. São Paulo, SP: Hagnos, 2012.
► STOTT, J. O Discípulo Radical. 1a ed. Viçosa, MG: Ultimato, 2011.
► Revista Betel Dominical, adultos, 1º Trimestre de 2023, ano 33, nº 126. O evangelho de Marcos – O serviço e a missão no serviço da obra de Deus. Lição 13: O Servo ordena a pregação do Evangelho.

COMENTÁRIO ADICIONAL - Professora Emivaneide Silva

 

 

 O SOFRIMENTO DO SERVO, SUA MORTE E RESSUREIÇÃO

Lição 12 – 19 de março de 2023

TEXTO ÁUREO
“Porém ele disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram”. Marcos 16.6

VERDADE APLICADA
Ao ser preso, passar pelo sofrimento, morrer na cruz e ressuscitar ao terceiro dia, o Servo estava cumprindo o glorioso e perfeito plano de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que Judas foi um discípulo desonesto;
Pontuar as aflições sofridas pelo nosso Senhor;
Evidenciar a importância da ressurreição de Jesus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MARCOS 15
43. Chegou José de Arimatéia, senador honrado, que também esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus.
44. E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido.
45. E, tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José,
46. O qual comprara um lençol fino, e, tirando-o da cruz, o envolveu nele, e o depositou num sepulcro lavrado numa rocha, e revolveu uma pedra para a porta do sepulcro.
47. E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o puseram. 

Comentário adicional

INTRODUÇÃO
Diante dos dois discípulos a Caminho da Aldeia de Emaús (Lc 24.13-35), Jesus lança em face, tudo que dEle estava escrito, questionando-os em sua crença, uma vez que há muito os profetas escreveram sobre tudo que o Messias iria padecer, recordando aos discípulos acerca de tudo que dEle estava escrito, culminando com no partir do pão, ocasião em que o reconheceram e logo desapareceu. Antes, no entanto, deixa bem claro, que havia cumprido todo o propósito de Deus para salvação da humanidade, Marcos mostra, de forma resumida, como os fatos aconteceram.

1. O SOFRIMENTO DO SERVO
Após Jesus questionar seus discípulos sobre quem ele era para eles, Pedro responde: “Tu és o Cristo Filho do Deus vivo”, Jesus começa a narrar o que estava reservado para Ele em Jerusalém, revelando sobre toda armação e cilada preparada para Ele, pelos religiosos e autoridades judaicas, que buscavam ocasião para o condenarem a morte.

1.1- A unção do servo para a sepultura
O Evangelho de Marcos narra a devoção de uma mulher que quando da aproximação profética, do sacrifício do Messias, quando estava indo a caminho da própria morte em meu e no seu lugar. Ao ungir Jesus com um unguento de nardo puro que era muito caro à época, na ocasião, os discípulos a repreendiam pelo suposto desperdício, alegando que o mesmo poderia ser vendido e distribuído em benefício dos pobres. Não sabiam que o gesto era, na verdade, uma preparação digna para o final da missão terrena do Servo, pela qual nos garantiu a salvação eterna, ressuscitando ao terceiro dia e assentando-se à destra do Pai.

1.2- O Servo é traído
Judas tomou o seu lugar no grupo dos doze amigos mais próximos de Jesus, e realizou um ministério evangelístico muito bem-sucedido. Ele era respeitado e admirado entre os discípulos por ser um homem diferenciado. Se esses talentos fossem aproveitados para a obra de Cristo, Judas provavelmente seria um evangelista do calibre de Paulo. Porém, Jesus via a batalha no coração de Judas. A batalha entre o seu orgulho e o seu serviço. Judas cria que Jesus era o Messias, e tinha alegria em participar do seu ministério. Porém, ele sabia que o amor de Judas não seria duradouro, porque, muito embora estivesse convencido das verdades que Jesus dizia, elas não haviam convertido o seu coração. Quando a verdade não converte o coração, ela o endurece. Cego para a fraqueza do seu caráter, Judas foi posto em uma função que lhe daria a oportunidade de corrigir seus erros. Como tesoureiro, Judas tinha a oportunidade de administrar as atividades do grupo, como alimentação, suprimentos de viagem etc., e de suprir as necessidades dos pobres. Servindo aos outros, Judas poderia manter o seu espírito abnegado e disposto a servir. Mas, mesmo ouvindo as palavras de amor e testemunhando uma vida isenta de egoísmo, Judas era condescendente, e permitia que os traços da sua corrupção revelassem sua corrupção e cobiça por lucro indevido. Talvez, no pensamento de Judas, se Jesus deveria ser crucificado, traí-lo, ou não, não mudaria o resultado. Se Jesus não deveria morrer, isso o forçaria a se livrar da cruz. Fosse o que fosse, Judas lucraria alguma coisa por sua traição. Julgava fazer um bom negócio em trair o Salvador, e até mesmo, talvez achasse que Cristo o honraria por forçá-lo a se livrar da morte e tomar o posto de comando para o qual estava se negando, como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

1.3- O corpo do Servo está prestes a ser oferecido vicariamente em favor dos pecadores    
A Santa Ceia do Senhor foi instituída pelo Servo, na noite em que Ele foi traído; é uma ordenança própria dEle à sua Igreja. Essa ordenança é observada pela maioria das tradições cristãs. Apesar de ser conhecida de todos os cristãos, muitos não entendem plenamente o seu significado. A Bíblia nos mostra claramente a origem da Santa Ceia do Senhor. Os Evangelhos Sinóticos descrevem em detalhes a celebração da primeira Ceia (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25 e Lucas 22:14-20). Na sequência, o Novo Testamento também mostra a observância da Santa Ceia do Senhor nos primeiros anos da Igreja Cristã (Atos (2:42; 20:7; 1 Coríntios 10:16; 11:23). Claramente podemos traçar um paralelo entre a Ceia do Senhor e a Páscoa. Porém não devemos cometer o erro de confundir a Santa Ceia com a Páscoa judaica. O paralelo que podemos estabelecer é principalmente pelo fato de que Cristo é a nossa Páscoa. Ele foi sacrificado por nós como um cordeiro pascal (1 Cor 5:7). Por isto Ele é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Seu corpo partido e seu sangue derramado, proveram a redenção de seu povo. A Nova Aliança entre Cristo e a Igreja foi evidenciada na Ceia antes da morte de Jesus Cristo. Ali Jesus celebrou a última Páscoa, e estabeleceu a primeira Ceia. Ele também deu as recomendações necessárias para que seu povo observasse essa ordenança até o dia de sua volta. Enquanto os judeus comemoram a Páscoa esperando um novo livramento como o Êxodo, os cristãos participam da Santa Ceia do Senhor lembrando do seu sacrifício. O Salvador que deu sua vida em resgate de seu povo, em breve voltará e juntos cearemos com Ele.

2. O SERVO ESTÁ PRESTES A SER FERIDO
Marcos narra a preocupação de Jesus, com relação ao estado que ficarão os discípulos após sua morte, por isso os instrui acerca de diversos assuntos, inclusive advertindo-os acerca dos falsos ensinamentos e falsos Cristos e fala sobre as possibilidades do final de seu ministério terreno, cessado pela trama dos religiosos, dizendo que tudo isso já estava sendo planejados pelos religiosos e políticos de Jerusalém.

2.1- O Servo no Getsêmani
O tempo que o Servo esteve no Getsêmani não foi fácil para Ele. A Bíblia diz que Jesus estava muito angustiado. Inclusive, Ele disse aos seus três discípulos mais próximos que sua alma estava profundamente triste até a morte (Mateus 26:38). Então Ele pediu que os três discípulos vigiassem juntamente com Ele ali. Em seguida Jesus foi para um lugar um pouco mais reservado e, prostrado sobre o seu rosto, orou ao Pai. Segundo o Evangelho de Marcos Ele se isolou para orar três vezes e foi naquela ocasião que Jesus fez a conhecida oração: “Meu pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mateus 26:39). A oração de Jesus no Getsêmani foi tão intensa que escritor de Hebreus diz que ali Jesus clamou ao Pai com lágrimas (Hebreus 5:7). Alguns comentaristas dizem que talvez a oração de Jesus no Getsêmani tenha dado origem ao costume cristão de orar ajoelhado. Vale lembrar que os judeus geralmente oravam em pé. O evangelista Lucas, também traz duas informações importantes sobre o que aconteceu com Jesus no Getsêmani enquanto Ele orava. O escritor bíblico diz que tamanha foi a angústia de Cristo que seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra. Ele também informa que um anjo do céu apareceu para confortar Jesus (Lucas 22:43,44). Como em Marcos, Mateus também esclarece que, naquela noite, Jesus orou três vezes no Jardim do Getsêmani. No intervalo entre uma oração e outra, Jesus sempre encontrou os seus discípulos dormindo. Foi nesse contexto que Jesus fez a seguinte exortação: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade o espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mateus 26:41).

2.2- O Servo é preso
Uma das funções de Judas no grupo era de ser o tesoureiro “Judas era quem trazia a bolsa” (João 13.29). Ele não era nem um pouco honesto, era ladrão. Em João 12.6 diz: “era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava”. Em outra ocasião, Judas levantou a voz fazendo críticas contra Maria, que havia ungido os pés do Mestre com unguento de grande preço. Ele não via naquele gesto a bela ação que Jesus louvou a adoração daquela mulher, mas via o desperdício que diminuía seu bolso. Jesus sabia que seria traído e o revela durante a última ceia: “E enquanto comiam, declarou Jesus: Em verdade vos digo que um dentre vós me trairá”. Todos os que ali estavam começaram a perguntar: “Sou eu Senhor”? “Quem poderá traí-lo”? E Jesus responde: “O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá”. Judas meio sem jeito pergunta ao Mestre: “Acaso, sou eu, Mestre? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste”. Até o preço da traição foi determinado: trinta moedas de prata! Tão somente trinta moedas para que Jesus Cristo fosse moído numa cruz! Mas Judas o fez. Eis que o traidor se aproxima. Falava Jesus ainda, quando Judas chegou e com ele pessoas com espadas e porretes. O sinal combinado para identificar Jesus: um beijo! “aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-o”. E com um beijo o papel do traidor foi completo. Jesus foi preso e condenado a pior morte: cruz!  De repente tudo se tornou escuro. Por alguns momentos somente. Depois tudo se tornou luz. Luz do mundo. “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8-12). E Judas, o que aconteceu com ele? Cheio de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e anciãos. Depois disso retirou-se e foi enforcar-se.

2.3- O julgamento e condenação do Servo
Um dos casos mais emblemáticos e mais relevantes noticiado pela história foi, sem dúvida, o julgamento  de Jesus Cristo, o Servo. Porém, sua prisão, julgamento e condenação foram permeados de ilegalidades, nulidades e ofensas aos basilares princípios do Direito, verdadeiro assassinato pelo poder estatal. A base jurídica do povo hebreu era o Torah e a Misnah. Os juízes aplicadores do direito compunham o Sinédrio. Na época, o Governador era Pôncio Pilatos, o que possuía o chamado ius gladii, ou seja, o poder da vida e da morte. Jesus passou por dois julgamentos: um religioso, perante o Sinédrio, e outro político, diante de Pilatos e Herodes. As acusações políticas eram: sedição, declarar-se rei e incitar o povo a não pagar impostos a César. O Sinédrio não tinha o poder para decretar a pena capital. Por isso, Jesus foi acusado de ter instigado o povo à revolta (sedição), incitando-o a não pagar tributos a Cesar e de ter se proclamado rei. Tudo que aconteceu no julgamento de Jesus foi injusto. O julgamento no Sinédrio foi uma farsa, para manter a aparência de justiça e encontrar uma desculpa para matar Jesus. No julgamento perante Pilatos e Herodes, ficou claro que Jesus era inocente, mas os romanos cederam à pressão do povo e ignoraram a justiça. O julgamento de Jesus realçou o pecado do mundo. A perfeição de Jesus incomoda quem vive no pecado. Mas Jesus já sabia que tudo isso tinha de acontecer. Ele precisava morrer pelos pecados de todos. Parecia o triunfo do mal e da injustiça, mas três dias depois Jesus ressuscitou e o bem venceu!

3. A CRUCIFICAÇÃO E RESSURREIÇÃO
Pilatos sabia que os líderes religiosos tinham entregado Jesus por inveja. Durante a Páscoa era costume libertar um preso e Pilatos tentou usar a ocasião para libertar Jesus (Marcos 15:9-11). Mas os judeus religiosos começaram a dizer que Pilatos não era amigo do imperador, porque estava protegendo Jesus, que estava promovendo a rebelião contra César (João 19:12).  Tendo por costume, na Páscoa os Romanos darem o direito de escolha entre dois presos, Pilatos coloca Jesus e Barrabás lado a lados e pergunta se querem soltar o Cristo, mas a multidão gritou pela morte de Jesus e pediu a libertação de um bandido chamado Barrabás”. O magistrado, então, lavou suas mãos e “Para acalmar a multidão, Pilatos lhes soltou Barrabás. Diante dessa acusação perigosa, Pilatos negou sua responsabilidade pelo destino de Jesus. Então, depois de mandar açoitar Jesus, entregou-o aos soldados romanos para que fosse crucificado” (Marcos 15:15). E assim Pilatos passou à história como o exemplo da omissão quanto à escolha de posição sobre qualquer tema relevante.

3.1- A crucificação do Servo
Depois de ter sido açoitado e maltratado pelos soldados, Jesus foi conduzido à crucificação. De acordo com a Lei, a execução devia ser realizada fora da cidade (cf. Levítico 24:14; Números 15:35,36; 19:3; 1 Reis 21:13; João 19:20; Hebreus 13:12,13). Além disso, um homem condenado à crucificação era obrigado a carregar seu próprio instrumento de execução, isto é, a cruz. Na maioria das vezes, acredita-se que os condenados carregavam pelo menos a trave horizontal da cruz. O peso dessa viga de madeira variava entre treze e dezoito quilos. Já a viga vertical ficava preparada no próprio local da crucificação. No entanto, os estudiosos indicam que havia casos em que a cruz inteira era carregada pelo condenado. Seja como for, Jesus carregou sua própria cruz (João 19:16,17). Porém, por causa das limitações de seu corpo físico completamente debilitado àquela altura, Jesus não conseguiu carregá-la por muito tempo. Quando Jesus chegou à exaustão física, os legionários obrigaram um homem chamado Simão de Cirene, a carregar a cruz de Jesus pelo caminho restante (Marcos 15:21). Durante o percurso até o local de sua crucificação, Jesus foi seguido por uma grande multidão. O evangelista Lucas informa que nessa multidão havia mulheres que se lamentavam sentido grande dor pelo que estava ocorrendo com Jesus (Lucas 23:27).

3.2- A sepultamento do Servo
Pela lei romana, os condenados à morte perdiam o direito à propriedade e até mesmo o direito de serem enterrados. Frequentemente, os corpos dos acusados de traição permaneciam apodrecendo na cruz. É digno observar que nenhum parente ou discípulo veio reivindicar o corpo de Jesus. José de Arimatéia era um ilustre senador do sinédrio, o tribunal que havia condenando Jesus à morte. Ele certamente não fez parte daquela decisão ensandecida. Ele era um homem rico, mas esperava o reino de Deus. Ele sabia quem era Jesus. Por isso, dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o seu corpo para ser sepultado, Pilatos então, por provisão divina, não atentou para a normas que envolviam um condenado a morte e assim, permitiu que o corpo fosse entregue a José de Arimatéia. Depois de baixar o corpo da cruz, envolveu-o em um lençol de linho muito caro e o depositou em um túmulo que tinha sido aberto numa rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo. Ele não se intimidou de ser vinculado a Jesus, um homem sentenciado à morte. Ele teve coragem para se posicionar.

3.3- A ressurreição do Servo
Após três dias, as mulheres, a caminho do sepulcro, se preocupavam com os assuntos da morte de Jesus e em quem rolaria a pedra do túmulo, que é tão grande. (vv. 3-4). Mas o primeiro olhar já lhes revela a novidade: a pedra foi removida. O verbo se encontra na “voz passiva”. Ou seja, a pedra sofreu a ação de ser removida. Por quem? O texto não diz. Para Marcos, Deus mesmo removeu a Pedra do túmulo de Jesus. Diríamos hoje: o Pai ressuscitou seu Filho, removendo a pedra que o detinha no túmulo. As mulheres entram no túmulo (v. 5) e se deparam com uma belíssima imagem de um anjo de Deus que ressuscitou Jesus: “um jovem vestido de branco, sentado ao lado direito”. Demonstrando que Ele agiu em favor daquele que foi ressuscitado dos mortos, afirmando: “Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vede o lugar onde o puseram” (v. 6). O Ressuscitado é o mesmo Jesus crucificado, mas de um modo muito diferente. As mulheres buscam aquele que está morto; esse elas não encontraram. Mas o encontraram vivo, o mesmo Jesus a quem procuram morto. Há simultaneamente continuidade e descontinuidade entre o Crucificado e o Ressuscitado. Na ressurreição, Jesus passa a uma vida diferente, plena. Não se trata de uma “reanimação de cadáver”, um retorno à mesma vida que precedeu a morte, mas de uma vida nova e real, cuja plenitude já transcende os limites do mundo. O jovem as despede com um mandado de anunciar o Ressuscitado “aos discípulos e a Pedro” (v. 8). E continua: Jesus caminha à frente de seus discípulos para a Galileia – tal como caminhou à frente deles durante toda a sua vida, como Mestre. E os conduz, agora, à Galileia, lá onde tudo começou, lá onde se abriu para todos eles o caminho do discipulado, do seguimento. “Lá o vereis” – assim Marcos fecha o seu Evangelho. As mulheres, porém, com medo, não dizem nada a ninguém (v. 8). Ele próprio se apresenta para seus discípulos, conforme narram os outros três evangelhos.

CONCLUSÃO
Tudo que acerca da salvação estava escrito, Ele cumpriu literalmente e afirmou: “está consumado”. Cabe a nós agora receber de alma e coração aberto, a certeza garantida por Ele mesmo, de que não nos deixaria órfãos, mas que viria nos buscar para estarmos para sempre com o Senhor.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS        
► Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes. Edição 1995.
► Revista Betel Dominical, adultos, 1º Trimestre de 2023, ano 33, nº 126. Evangelho de Marcos – O Servo e a missão no serviço da obra de Deus - Lição 12 – O sofrimento do Servo, Sua morte e ressurreição.

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Comentarista adicional
PASTOR ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA- Servo do Senhor Jesus Cristo, Bacharel em administração de empresas públicas e privadas pela Faculdade Católica de Brasília, Bacharel em Teologia pela FATAD, pós-graduado em administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.

 

 O SERMÃO PROFÉTICO: O SERVO REVELA O FUTURO

Lição 11 – 12 de março de 2023 

TEXTO ÁUREO
“Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.” Marcos 13.31

VERDADE APLICADA
Todo cristão precisa estar vigilante, orando, perseverando e cumprindo a missão, pois breve Jesus voltará.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que devemos perseverar até o fim;
Destacar que Jesus virá buscar os escolhidos;
Falar que antes da vinda do Servo surgirão falsos cristos.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MARCOS 13
3. E, assentando-se ele no monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João, e André lhes perguntaram em particular:
4. Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir.
5. E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Olhai que ninguém vos engane,
6. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou Cristo; e enganarão a muitos.
7. E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis, porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim.

INTRODUÇÃO
Nesta lição, abordaremos o capítulo 13 de Marcos, onde encontramos o Sermão Profético de Jesus. Veremos o que levou o Servo a proferir o Sermão, a destruição do Templo, a Grande Tribulação, a imprevisibilidade da volta de Jesus aos alertas do Senhor aos Seus discípulos.

1. O SERMÃO PROFÉTICO DO SERVO
Próximo ao fim de Sua missão na terra o Servo faria Seu último discurso que ficaria notório como Seu Sermão Profético. Evento este que Ele narrou em uma conversa particular com quatro dos seus discípulos [Mc 13.3]. Nesta conversa Jesus expôs em particularidades como seria o fim dos tempos.

Comentário Adicional
O discurso pronunciado no Jardim das Oliveiras aconteceu na terça-feira depois que se acabaram as controvérsias com os líderes judeus nos átrios do templo. Pode ser dividido da seguinte forma: as perguntas dos discípulos (13:1-4); as condições características da presente dispensação (13:5-13); a crise que viria (13:14-23); o segundo advento de Cristo (13:24-27); instruções referentes à necessidade de se vigiar (13:28-37).

1.1. O início do Sermão Profético
No capítulo treze do evangelho de Marcos o autor com todo zelo narrou a fala relevante exposta pelo próprio Servo acerca dos dias futuros. Marcos descreve que, ao saírem do templo que Herodes havia construído, um dos Seus discípulos, impressionado com a estrutura da edificação, lhe disse: “(…) Mestre, olha que pedras e que edifícios!” [Mc 13.11]. Jesus respondeu: “(…) Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada:’ [Mc 13.2]. Nesta hora o Servo inicia o Seu sermão profético, falando sobre a futura destruição do Templo. Esta profecia se cumpriu em 70 d.C., quando o exército romano, sob a supervisão de Tito, destruiu a cidade e derrubou o Templo. O historiador Flavio Josefo relata que a destruição do templo foi flagelante para o povo judeu.

Comentário Adicional
À luz da descrição que Josefo fez do Templo, não nos surpreende que um dos discípulos exclamasse referindo-se às pedras e aos edifícios. Josefo descreve pedras dizendo que tinham trinta e sete pés, por doze, por dezoito. Explica ainda mais, dizendo que a “... fachada era toda de pedra polida, de maneira que a sua aparência, para os que não a tinham visto, era incrível, e para os que já a tinham visto, era grandemente assombrosa” (Antig. XV xi. 3-5).

Jesus usou a forte construção negativa dupla dos gregos (ou mê) duas vezes neste versículo a fim de negar que ficaria pedra sobre pedra. Era positivamente certo que o Templo seria completamente destruído, um fato confirmado pela história quando em 70. A. D. O Templo e a cidade foram deixados em ruínas, sob o comando de Tito.

1.2. O primeiro sinal de advertência descrito pelo Servo
Como podemos observar, os discípulos se aproximam de Jesus para entenderem quando teria início e quais seriam os sinais que aconteceriam para que eles pudessem entender sobre a consumação do século [Mc 13.4]. Jesus, então, alertou os discípulos sobre a necessidade de estarem alertas, para que não fossem enganados: “(…) Olhai que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a enganarão a muitos.” [Mc 13.5-6].

Comentário Adicional
13:4. Essas coisas. Uma referência óbvia à predição declarada em 13:2. Temos motivos para crer, entretanto, que os discípulos também tinham em mente a sequência dos acontecimentos do fim dos tempos. Sua segunda pergunta amplificou a primeira em que pediram um sinal que indicasse que o cumprimento estava para acontecer (mellê). Em Mateus ficamos sabendo que os discípulos também perguntaram com referência ao sinal da vinda de Cristo e sobre o final da dispensação (24:3).

13:5. Jesus começou a sua resposta descrevendo as condições características da presente dispensação (vs. 5-13). A primeira é a presença dos enganadores, contra os quais os discípulos deviam estar atentos constantemente (gr., pres. imp.).

13:6. Em meu nome. Essas palavras referem-se à vinda de falsos messias, que reivindicarão a posição e a autoridade que só pertencem a Cristo. A predição foi cumprida em muitas ocasiões. Talvez a personalidade mais destacada fazendo tal reivindicação fosse Bar Cochba - Simão Barcoquebas, também grafado como bar Kochba, bar Cochba ou bar Kosba, foi um líder judeu, que comandou a terceira revolta judaica contra o Império Romano, ocorrida de 132 a 135. Essa rebelião ficou conhecida como Revolta de Barcoquebas. (132 A. D.)

1.3. Conflitos entre as nações
Estudar sobre o sermão profético não é para resultar em terror ou deixar que a mente fique inquieta, entretanto, este tema é para despertar-nos para as verdades de que breve Ele regressará e que o Seu povo deve aguardá-Lo, pois Ele assegurou regressar uma segunda vez, para levar todos os salvos para o céu e ajuizar todos os povos [Lc 21.27]. Sobre o tema Marcos menciona a quebra da paz entre as nações quando Jesus discorre a respeito de guerras e rumores de guerras: “E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis, porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim.” [Mc 13.7]. Assim entendemos que o princípio de dores será caracterizado por um aumento de embates de todas as ordens.

Comentário Adicional
Guerras são características de toda a dispensação, como também terremotos fomes. A palavra dificuldades não se encontra nos melhores manuscritos gregos. Todas essas condições são descritas como sendo o princípio das dores. Assim, destacam-se do fim propriamente dito (v. 7). A palavra dores são realmente dores de parto, um termo que os judeus usavam para descrever as aflições e as desgraças que introduzirão a vinda do Messias.

O discípulo recebe a ordem de prestar atenção, isto é, de estar constantemente alerta (gr., pres. imper.). Tribunais. Literalmente sinédrios. As prisões e os espancamentos preditos aqui começaram a se cumprir no livro de Atos (cons. 4:5 e segs.; 5:27 e segs.), como também as apresentações a presença de governadores e reis (cons. 12:1 e segs. 24:1 e segs.; 25:1 e segs.). Essas apresentações seriam para lhes servir de testemunho (autois), não contra eles. Examine o testemunho de Paulo diante de Félix (Atos 24:24,25) e Agripa (Atos 26).

Nosso Senhor segue em Sua narrativa, descrevendo o cerco sobre a destruição de Jerusalém. Marcos 13.14 delineia a fala de Jesus discursando sobre a “abominação do assolamento”; se referindo à fala do profeta Daniel [Dn 9.27; 11.31; 12.11].

Comentário Adicional
Tendo descartado alguns dos aspectos salientes desta dispensação, Cristo prosseguiu descrevendo a crise iminente (vs. 14-23). O abominável da desolação é uma expressão extraída textualmente de Dn. 12:11 (Septuaginta). Também se encontra com pequenas variações em Dn. 9:27 e 11:31. Entre os judeus o termo abominável era usado para descrever a idolatria ou o sacrilégio (cons. Ez. 8:9, 10, 15, 16). Parece, entretanto, que tanto Daniel como Cristo estavam falando de uma consternadora profanação do Templo. O primeiro cumprimento do uso profético que Daniel fez do termo, dizem alguns escritores, foi a construção de um altar para Zeus sobre o altar dos sacrifícios segundo as ordens de Antíoco Epifânio, em 168 A.C. (I Mac. 1:54, 59). O uso que Cristo fez das palavras tinha referência imediata à profanação do Templo pelos romanos (70 A. D.). Deve-se lembrar que os discípulos perguntaram relativamente à destruição do Templo (Mc, 13:2,4). Além disso, as instruções dadas em 13:14b-18 parecem se encaixar melhor nessa ocasião. Entretanto, a íntima relação dessas condições com o segundo advento de Cristo (vs. 24-27) exige uma aplicação adicional ao fim dos tempos. As condições dos dias de Antíoco Epifânio e quando os romanos destruíram o Templo serviram de figura dos dias do anticristo, imediatamente antes da volta de Cristo (cons. II Ts. 2:3, 4; Ap. 13:14, 15). Situada onde não deve estar. No lugar santo (Mt. 24:15). A aparição da consternadora profanação seria um sinal para os habitantes da Judéia fugirem para os montes a fim de escapar ao sítio iminente. A referência específica dessa ordem, e também das que foram dadas nos versículos 15-18, foi à iminente destruição de Jerusalém (70 A.D.).]

2.1. É necessário apressar-se
Assistimos o Servo em Seu ilustre sermão profético tratar sobre os últimos acontecimentos, cujas profecias estavam conectadas com a destruição de Jerusalém pelos romanos no ano 70 d.C. e com o período do Anticristo na Grande Tribulação. Devido a reconhecer a urgência com que o inimigo se aproximava, o Servo orienta dizendo que aqueles que estiverem sobre o telhado, que fujam logo a não entrem em casa para pegar nada [Mc 13.15]; e quem estiver no campo, que não volte atrás a fim de buscar os seus vestidos [Mc 13.16]; seguindo seu discurso, Ele chama atenção para as mulheres grávidas e das mães com criancinhas recém-nascidas naqueles dias [Mc 13.17]. E ainda buscando ensinar de maneira concisa, Jesus orienta a orar a Deus para que isso não aconteça no inverno. Porque, segundo Ele, naqueles dias haverá uma aflição tão grande como nunca existiu desde que Deus criou o mundo.

Comentário Adicional
A necessidade da pressa seria tão urgente que não haveria tempo para tirar coisa alguma para a fuga. Seria uma ocasião muito difícil para as mulheres grávidas e para aquelas que tivessem crianças pequenas. Uma fuga no inverno aumentaria as dificuldades de uma situação já bastante difícil.

Essa descrição resumida das tribulações de aqueles dias certamente se aplicava aos horrores de 70 A.D., quando comparadas com Wars of the Jews de Josefo (Prefácio, 4; V, VI). Entretanto, há motivos para se crer que Cristo olhava para além do período romano, para a Grande Tribulação final que precederá a Sua segunda vinda. Isto foi sugerido pelas palavras nunca jamais haverá, que são a tradução de uma vigorosa negativa grega (ou mê). 20. Não se pode limitar este versículo à situação de 70 A.D. Nenhuma das explicações sugeridas com base sobre tal limitação satisfaz. Temos elementos aqui que vão além daquele período e se associam mais corretamente com o fim dos tempos. A referência aos escolhidos parece apontar para os salvos durante os dias da Grande Tribulação exatamente antes da volta de Cristo. Por amor deles Deus tem abreviado aqueles dias do período da terrível aflição.

1.2. A soberania de Deus
É interessante observarmos no Sermão Profético aspectos relevantes como a soberania de Deus, Seu governo, Seu poder para “abreviar dias”: Ou seja, tudo está debaixo do governo divino. Ele tem pleno poder sobre todas as situações, inclusive os dias de tribulações, juízos, calamidades. Ele não esquece que tem “escolhidos” Este texto aponta para o cuidado de Deus e Sua atenção e providência para com os Seus. Este texto nos leva a meditar no poder de Deus para intervir em qualquer situação. Tal constatação nos faz descansar, confiar e esperar nAquele que sabe o que está acontecendo e permanece no controle das coisas [Mc 13.23].

Comentário Adicional
A profecia agora prossegue para o Segundo Advento (vs. 24-27). Cristo colocou este grande acontecimento especificamente naqueles dias, após a referida tribulação, obviamente se referindo ao tempo descrito em 13:14-23. Isto exige uma de duas explicações. Ou Cristo viria logo depois de 70 A.D, ou as aflições dos versículos 14-23 têm uma dupla referência, tanto à destruição de Jerusalém por Tito como à Grande Tribulação no fim dos tempos. Considerando que a primeira explicação é impossível, a última interpretação torna-se a chave para se compreender o capítulo como um tudo. A linguagem usada para descrever os abalos nos céus foi em grande parte extraída do V.T. (cons. Is. 13:10; 34:4; Joel 2:10, 30, 31). Ainda que seja melhor fugir aqui a um literalismo extremo, não temos motivos para não entendermos estas expressões como se referindo às alterações celestiais reais que precederão imediatamente a vinda de Cristo. De modo nenhum torna-se estranho que um acontecimento tão momentoso seja introduzido dessa maneira.

Esta é a volta pessoal e corporal de Cristo à terra com grande poder e glória, que foi descrita em passagens tais como essas Atos 1:11; II Ts. 1:7-10; 2:8; Ap. 1:7; 19:11-16. “Com o céu obscurecido servindo de cenário, o Filho do Homem se revela no Shequiná da glória de Deus.” (G. R. Beasley-Murray, A Commentary on Mark Thirteen, pág. 89). A linguagem que foi usada aqui foi extraída de Dn. 7:13. Verão. Sua vinda será visível a todos os homens.

O Servo é o manancial de toda a verdade [Jo 14.6]; enquanto o diabo aniquila a vida e é o pai da mentira [Jo 8.44]. Assim sendo o diabo tem levantado falsos profetas para desconstruir a verdade do Evangelho e enganar a muitos. Podemos dizer que o ponto de partida para essa reflexão se dá ao lermos a fala do Servo quando diz que se levantaria falsos cristos e falsos profetas [Mc 13.22].

Comentário Adicional
Tão atrevidos serão esses enganadores que tentarão desviar os próprios eleitos. Entretanto, a cláusula, se possível, mostra que é inconcebível que tenham sucesso. Para identificação dos eleitos, veja Lc. 18:7; Rm. 8:33; Cl. 3:12; I Pe. 1:2.

3. A VINDA DO FILHO DO HOMEM
Ao descrever o sermão profético, Marcos afirma que a vinda do Filho do Homem será o apogeu deste evento, além de demonstrar a urgência de estarmos precavidos, a fim de não sermos surpreendidos pela vinda repentina do Servo nas nuvens.

Comentário Adicional
Tendo terminado a descrição dos acontecimentos futuros, o Senhor voltou a discutir a necessidade de se vigiar (vs. 28-37). Não há nenhuma indicação de que Israel esteja aqui simbolizada pela figueira. Em vez disso, a parábola é apenas uma demonstração da verdade que os acontecimentos futuros lançam suas sombras diante deles. Quando essas coisas começarem a acontecer, saberemos que a consumação está muito próxima. As cousas às quais Cristo se refere são os acontecimentos descritos nos versículos 14-25.

A explicação mais natural da expressão, esta geração, é que ela se refere à geração viva quando Cristo estava falando. Durante a vida dela todas essas coisas aconteceriam no que se refere à destruição de Jerusalém em 70 A.D. Esse acontecimento foi empregado por Cristo como um quadro preliminar prefigurado, em todas as suas características essenciais, o fim desta dispensação (cons. Mc. 9:1).

3.1. O tempo da segunda vinda
O evangelho de Marcos, dentre os seus muitos escritos, nos apresenta no capítulo 13 uma riqueza escatológica. O versículo 32 deste capítulo informa que o Filho de Deus, assumindo Sua forma de Servo, revela não saber o tempo da Sua volta: “Mas, daquele Dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai’: Para compreendermos essa fala do Servo, podemos dizer que se trata apenas do período em que Ele permaneceu na terra.

O evangelista João registra a oração de Jesus pedindo ao Pai que Lhe concedesse a glória que tinha antes de vir ao mundo (o que aponta para a divindade de Jesus). Tal glória envolve, também, pleno conhecimento: “E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse:’ [Jo 17.5].

Comentário Adicional
A explicação mais natural da expressão, esta geração, é que ela se refere à geração viva quando Cristo estava falando. Durante a vida dela todas essas coisas aconteceriam no que se refere à destruição de Jerusalém em 70 A.D. Esse acontecimento foi empregado por Cristo como um quadro preliminar prefigurado, em todas as suas características essenciais, o fim desta dispensação (cons. Mc. 9:1).

A hora e o dia exatos da volta de Cristo não podem ser discernidos pelo homem. Na verdade, o momento só é conhecido por Deus Pai. A declaração de que o Filho não sabe o momento da consumação deve ser entendida à luz da sua autolimitação durante os dias de sua humilhação (cons. Fl. 2:5-8). Ele assumiu uma posição de completa sujeição ao Pai, exercendo seus atributos divinos apenas quando o Pai mandava (cons. Jo. 8:26, 28, 29).

3.2. Precisamos estar alertas em todo tempo
Em seu discurso apocalíptico o Servo segue dizendo aos seus discípulos: “Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo.” [Mc 13.33]. Ainda para compreender a necessidade de estarmos atentos, Ele faz uma comparação sobre este momento narrando que será como um homem que sai de casa a viaja para longe; mas, antes de ir, dar ordens, distribui o trabalho entre os empregados e manda o porteiro ficar de vigia [Mc 13.34]. Pela fala de Jesus percebe-se que devemos estar preparados em todo o momento, para que quando Ele retornar para buscar a Sua Igreja não nos encontre adormecidos.

Comentário Adicional
Estai de sobreaviso. Este presente imperativo exige constante estado de alerta. O mesmo acontece com o verbo vigiai, que significa manter-se acordado (Arndt págs. 13, 14). Tal prontidão é necessária porque não sabemos quando esses acontecimentos do fim dos tempos podem se desencadear sobre nós.

3.3. Jesus diz a todos: vigiai
O ensino principal de Marcos capítulo treze é vigiar. Podemos ler que Jesus inicia o Seu discurso abordando o fim dos dias falando sobre a importância da vigilância: “E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Olhai que ninguém vos engane:’ [Mc 13.5]. Conforme observamos, o evangelista Marcos encerra o capítulo fazendo uso do chamado do Servo a todos sobre a necessidade da vigilância: “E as coisas que vos digo digo-as a todos: Vigiai.” [Mc 13.37]. Reparem que o Servo, ao concluir Seu discurso profético, finaliza com a palavra vigiai.

Comentário Adicional
O discípulo deve vigiar continuamente (gr. pres.). Este verbo, como também aquele do versículo 33, significa estar ou manter-se acordado. Exige prontidão constante contra o sono ou a modorra (Arndt, pág. 166; cons. v. 36), se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã. São as quatro vigílias da noite de acordo com a computação romana.

Tal prontidão é necessária para que o Senhor não chegue quando nós não o estivermos esperando. Isto é o que ele quer dizer com não vos ache dormindo. Para a pessoa que não estiver alerta, a vinda de Cristo será súbita. Aquele que estiver alerta verá os sinais da volta do Senhor (vs. 28, 29) e não será tomado de surpresa.

CONCLUSÃO
Que o Espírito Santo continue guiando a Igreja em toda a verdade [Jo 16.13], para não sermos enganados nestes últimos dias a perseverarmos em oração, vigilância e cumprindo a missão que o Senhor nos entregou, enquanto aguardamos “a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus a nosso Senhor Jesus Cristo” [Tt 2.13].

Comentário Adicional
Jesus passa a falar abertamente sobre Sua morte, a destruição do templo, o princípio das dores, a Grande Tribulação, os falsos Cristos, sobre o sofrimento daqueles que escolherem o seguir, do futuro e sobre o fim dos tempos, sobre a Sua segunda vinda para terminar a obra que começou no Éden. Ele ensina que o seguir acaba se tornando uma vida de renúncias, uma escolha em viver para a vontade dele, afinal, Ele morreu nossa morte para que vivêssemos a sua vida, uma vida de obediência e temor aos mandamentos de Deus, mas alerta que haveria falsos mestres tentando nos enganar e que até nossa família nos entregaria.

Quando Ele nos alerta sobre o que há de vir, quando fala que veremos o filho do Homem descer dos céus, Ele nos dá uma esperança, de mesmo que haja aflições e dias de angústia, Sua vinda será eminente e o fim de tudo, ou seja, sofrimento e dor, é chegado.

Comentário adicional


Pr Éder Santos - ADTAG SEDE

Graduado em Teologia
Pós-graduado em Hermenêutica

Mestre em Teologia