LIÇÃO 06 - HONRAR PAI E MÃE: PRINCÍPIO ELEMENTAR PARA A ESTRUTURA E ESTABILIDADE DA FAMÍLIA NATURAL
10 de novembro de 2024
TEXTO ÁUREO
“Vós, filhos, obedecei em
tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.” Colossenses 3.20
VERDADE
APLICADA
A obediência aos pais faz
parte de um viver correto e que agrada ao Senhor.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
• Apresentar a
importância da honra no lar e na sociedade.
• Mostrar a honra
como alicerce nas relações.
• Listar aspectos
importantes acerca da honra.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA
ÊXODO 20
12. Honra
a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o
Senhor, teu Deus, te dá.
MARCOS 7
10. Porque
Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ou o pai ou a mãe,
morra de morte.
EFÉSIOS 6
1. Vós,
filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro
mandamento com promessa,
3. Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre
a terra.
COMENTÁRIOS ADICIONAIS
INTRODUÇÃO
Os primeiros mandamentos
tratam da relação entre o homem e Deus e os demais apontam para o
relacionamento entre os seres humanos. O quinto mandamento trata de honrar pai
e mãe, com a promessa de uma vida bem-sucedida e de longevidade (Ef 6.2-3].
Comentário Adicional:
Enquanto a ética secular
demonstra sua relatividade descritiva e mutável a ética cristã é absoluta,
baseada na vontade e na revelação de Deus e é prescritiva, não só descrevendo,
mais também prescrevendo o que é certo e errado. Questões basilares da ética
cristã foram abordadas esclarecendo as obrigações morais dos cristãos em
relação a si mesmo, a Deus e a sociedade, dando ênfase à aplicação moral do
decálogo para judeus e gentios, demostrando sua validade universal como
expressão do bem. Revelando o caráter divino de seu criador, o decálogo é
normativo, imutável, direcionista e reflete a vontade do seu legislador. Os
quatro primeiros mandamentos governam nosso relacionamento com Deus; enquanto
os demais tratam do relacionamento entre os homens. Baseado em um comparativo
da ética cristã e a lei mosaica concluiu-se como Jesus e seus apóstolos
reafirmaram e ampliaram o conteúdo do decálogo.
Fonte:https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-importancia-do-decalogo-para-a-etica-crista/750979533#:~:text=Os%20quatro%20primeiros%20mandamentos%20governam,Moral.
1- A
IMPORTÂNCIA DA HONRA NO LAR
O quinto mandamento trata
do princípio da honra aos pais. Nele Deus apresenta a importância da família e
Seu plano em preservá-la, isso exige que cada filho contribua com sua porção de
responsabilidade diante dos pais [Cl 3.20].
1.1. A
família e a sociedade.
O relacionamento entre
pais e filhos tem sido o tema de grandes discussões em nosso tempo. O quinto
mandamento trata da honra, um princípio que, praticado, pode de maneira
poderosa transformar o contexto de nossa sociedade [Cl3.20]. Existe uma conexão
muito poderosa entre a família e a sociedade, elas estão intrinsecamente
ligadas. Sem famílias estruturadas, o resultado será nações desestruturadas. A
maneira mais fácil de desintegrar uma nação é começar pela família, e a maneira
com a qual os filhos podem destruir a família é desobedecendo a seus pais [Ef
6.2].
Comentário Adicional:
"Considerando-se que
a vida social é algo fundamental à existência e sobrevivência dos seres humanos
enquanto indivíduos, é na família que se dá início ao processo de socialização,
educação e formação para o mundo. Os grupos familiares caracterizam-se por
vínculos biológicos, mas sua constituição ao longo da história em todos os
agrupamentos humanos não se limitou apenas ao aspecto da procriação e
preservação da espécie, mas tornou-se um fenômeno social.
As famílias são
consideradas grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são
pautadas na subjetividade dos sentimentos entre as pessoas, fato que justifica,
muitas vezes, o amor existente entre pais, filhos sanguíneos e filhos adotivos. Assim, os laços que unem os
indivíduos em família não se sustem pela lógica da troca, da conveniência do
relacionamento a partir de um cálculo racional como que em um contrato no mundo
dos negócios em que cada parte vê vantagem na relação existente, constituindo
um grupo formal. Ao contrário, a família é um grupo informal, no qual as
pessoas estão ligadas por afeto e afinidade, e que por conta deste sentimento
criam vínculos que garantem a convivência (em um mesmo local de residência, por
exemplo), além da cooperação econômica. "
1.2. Os pais devem receber honra de seus filhos.
Por que pais devem ser
honrados? Em primeiro lugar, devemos ter em mente que os pais são os
representantes de Deus na família; dar honra aos pais não significa apenas uma
obrigação, mas deve fazer parte da vida de todo filho que entende o valor de um
pai [Ml 1.6a). Existem vários motivos pelos quais os pais devem ser honrados.
Devem ser honrados porque é da vontade de Deus que assim seja; devem ser
honrados porque alcançaram esse status diante de seus filhos; devem ser
honrados porque antes de existirmos eles já estavam ali, preparando tudo para a
nossa chegada; devem ser honrados porque é nossa responsabilidade reconhecer que não existe na vida alguém mais importante para o filho do que
seus pais [Ef 6.2]. Honrá-los e temê-los é como fazer o mesmo em relação a
Deus.
Comentário Adicional:
Este mandamento é
dirigido aos filhos de uma forma geral. O relacionamento que os pais tem com os
filhos, os influencia para o erro ou para o acerto até o término dias de suas vidas.
João Calvino descreve o conteúdo deste mandamento com a seguinte expressão: “A
síntese, portanto, será: que usemos de deferência para com aqueles que o Senhor
nos fez superiores e os assistamos de honra, e de obediência, e de grato
reconhecimento” (1981, p.153). Assim, a base do quinto mandamento é a
reverência, obediência e reconhecimento em relação aos pais. Paulo na carta aos
Efésios, proclama “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque
isto é justo” (6.1).
De acordo com Reifler, a
honra “implica consultar os pais, pedir orientação, obedece-los,
reverenciá-los, amá-los, ser misericordiosos para com eles e tratá-los bem em
qualquer circunstância. “Os pais merecem ser honrados pelos muitos sacrifícios
que fazem em benefício dos filhos. Merecem ser ouvidos por causa da riqueza de
experiência de vida que tem” (RYKEN, 2014, p.102).
1.3. Bons
filhos são sempre presentes.
Sabemos que, mesmo sendo
cristãos, não existem lares sem problemas. Sabemos também que o relacionamento
com os nossos pais pode afetar de maneira positiva ou negativa nossas vidas.
Biblicamente, o quinto mandamento nos ensina que a melhoria na qualidade de
vida necessariamente passa por nossa convivência como filhos. Nosso
relacionamento com nossos pais irá afetar todos os demais relacionamentos que
tivermos. Mesmo assim, devemos, como bons filhos, amar nossos pais. O amor é o
alicerce da honra, do cuidado, da retribuição e principalmente do carinho que
merecem receber por serem nossos pais. Não existem pais perfeitos, assim como
não existem filhos que não precisem de melhores ajustes. Porém, bons filhos
sempre estão atentos às necessidades de seus pais e sempre estão presentes
quando exigidos [Ef 6.1-3; Cl 3.20].
Comentário Adicional:
Filhos são presentes e
herança de DEUS. Salmo 127.3. Os pais são espelhos para os filhos, por isso
devem ensiná-los o conceito do que é certo e do que é errado. “Os pais têm a
responsabilidade dada por Deus de ensinar os filhos a conhecer e servir a Deus”
(RYKEN, 2014, p.103). Devem educá-los para a vida, para que tenham um bom
caráter, sejam honestos e isso influenciará o meio social onde eles vivem, pois
o bom relacionamento dos filhos para com os pais é a base de todas as relações
sociais saudáveis.
Não é admissível essa
classificação de que os bons são presentes e subjetivamente os “maus” não. O direcionamento
de caráter é responsabilidade dos pais; se um filho decide caminhar por um
caminho diferente daquele que foi ensinado é uma decisão dele, contudo o dever
dos pais é aplicar no coração, na mente e na vida deles a palavra e o temor ao
Senhor, como princípio espiritual. Já ética, moral e bons princípios como
complemento social a uma vida orientada pelo conhecimento do Senhor.
“Estas palavras que,
hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas
falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao
levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre
os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.”
Deuteronômio 6.6-9.
Outrossim, os filhos têm
a obrigação de amparar seus pais em quaisquer estados da vida, seja material,
seja imaterialmente. Ainda que os pais tenham condições econômicas e
financeiras de sobreviverem, subsiste o dever dos filhos nas prestações de
ordem afetiva, moral, psíquica.
2- A HONRA
ESTÁ ACIMA DE TUDO
A palavra hebraica para
“honra” é “kaved”, que significa reconhecer o peso de uma pessoa e sua
autoridade. Honrar os pais é dar a eles o devido peso de suas autoridades.
2.1. A
honra é uma atitude do coração.
Não podemos mudar a
realidade da situação em que nascemos. Não tivemos influência na escolha de
nossos pais, nem podemos alterá-los para que atendam aos nossos critérios de
como devem agir [Hb 12.10]. Eles podem ter realizado essa tarefa com grande
habilidade ou com muitos erros; o que eles fizeram ou deixaram de fazer
inevitavelmente nos afeta; mas nunca pode ser exagerado dizer que somos mais
profunda e permanentemente afetados por nossa atitude em relação aos esforços
deles do que pelo método específico que eles usaram. É precisamente por isso
que o quinto mandamento coloca a responsabilidade pelo sucesso da relação entre
pais e filhos onde realmente pertence. Refere-se ao aspecto do relacionamento
que nos afeta primeiro e mais; um aspecto que depende de nós. Embora não
possamos escolher nossos pais, nem os mudar, a atitude que assumimos em relação
a eles depende definitivamente de nós [Ef 6.1-3].
Comentário Adicional:
Filhos, obedeçam aos seus pais; essa é a atitude correta que vocês devem ter, porque o Senhor os colocou numa posição de autoridade sobre vocês. “Honre seu pai e sua mãe”. Este é o primeiro mandamento com promessa, “para que tudo corra bem e você tenha uma vida longa sobre a terra”. Efésios 6:1-3
Deus deu uma ordem aos
filhos, acompanhada de uma promessa, e Ele a repetiu mais de uma vez na Sua
Palavra: honre seus pais e você será bem-sucedido. “Honrar” vem de uma palavra
hebraica que significa “dar peso” – tratar os pais com respeito e lhes dar um
lugar de importância ao longo de toda a vida.
Honre o seu pai e a sua
mãe, para que você tenha uma longa vida na terra que o SENHOR, seu Deus, lhe
dá. Êx 20.12 (cf. Dt 5.16; Mt 19.19; Ef
6.2). Existe diferença entre honrar e obedecer? Sim, existe. Enquanto honra
significa dar crédito ou merecimento, louvar, fazer crescer em fama e
valorizar, obediência traz o sentido de submeter-se à vontade de outrem, estar
sob o comando de alguém.
A obediência aos pais –
imediata, completa e de coração – é a forma inicial de honrá-los. É o padrão de
Deus, que deve ser inculcado pelos pais. Para os filhos, é uma atitude de
respeito e submissão àqueles que Deus colocou em sua vida como ferramentas para
moldar o caráter e treinar na conduta. Não é uma questão de escolha, mas de
simples obediência a Deus.
Filhos, escutem a
instrução do pai; estejam atentos para que obtenham o entendimento. Porque eu
lhes dou boa instrução; não abandonem o meu ensino. Pv 4.1, 2 (Cf. Pv 13.1).
Filhos, em tudo obedeçam a seus pais, pois fazer isso é agradável diante do
Senhor. Cl 3.20.
A obediência “no Senhor”
não significa que os filhos devem obedecer apenas aos pais que sejam crentes e
estejam em comunhão com o Senhor, mas que devem obedecer, por mandamento do
Senhor, a toda e qualquer ordem dos pais que não transgrida uma ordem dada por
Deus na Bíblia. Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Ef
6.1.
2.2. A
honra é a base das boas relações.
A maneira como nos
relacionamos com os nossos pais afetará profundamente nossos relacionamentos
com as pessoas e com Deus. O princípio declarado no quinto mandamento é uma
base sólida para um convívio saudável, harmonioso, na escola, no trabalho e,
inclusive, em nosso matrimônio. De fato, a primeira vez que o casamento é
mencionado na Bíblia, é descrito como a condição de um homem que deixa seu pai
e sua mãe e se une à sua esposa [Gn 2.24]. Assim, o casamento é uma
transferência e, em certo sentido, uma continuação do relacionamento que
começou com nossos pais. Qualquer pessoa que tenha problemas não resolvidos em
seu relacionamento com seus pais entrará no relacionamento conjugal com um
sério revés e provavelmente terá problemas em outras áreas de sua vida também
[Pv 1.8; 26.2].
Comentário Adicional:
À medida que um filho
amadurece, ele começa gradativamente a ser treinado pelos pais na tomada de
decisões próprias a caminho da vida adulta. Não são seus 18 anos de idade que
magicamente lhe conferem plena autonomia, mas a maturidade evidenciada ao ser capaz
de fazer escolhas sábias. Aos poucos, o jovem aprende a usar sua liberdade
cristã de forma responsável diante de Deus e para o bem de outros, e a
estabelecer um novo relacionamento com os pais, marcado pela graça e pelo
respeito.
O livro de Provérbios
oferece um retrato do jovem adulto pronto para conduzir a própria vida de forma
sábia; vejamos:
• Reflete o temor a Deus
na vida disciplinada e nos relacionamentos (Pv 3.5-7; 9.10; 23.23; 13.20;
24.21);
• Conhece e honra o plano
de Deus para o casamento (Pv 5.18; 12.4);
• Trabalha diligentemente
(Pv 6.5-11);
• Usa bem o tempo, sabe
planejar seus dias e organizar tarefas (Pv 21.5);
• Ganha e administra
sabiamente o dinheiro e seus bens (Pv 21.5);
• Ama ativamente seu
próximo (Pv 3.27, 28);
• O rapaz sabe como
construir e cuidar de um lar (Pv 24.3, 27);
• A moça sabe como ter
beleza exterior, mas também interior (Pv 3.21, 22);
• Não é ansioso quanto ao
amanhã (Pv 3.25, 26);
• Controla suas palavras
(Pv 10.11, 19);
• Ouve conselhos e
repreensão (Pv 12.1; 15.32);
• Não exalta a autonomia,
confiando só em si mesmo, mas é humilde para participar da vida comunitária (Pv
18.1; 28.26);
• É reconhecido e louvado
pela comunidade (Pv 2.20; 12.8).
O jovem marido torna-se o
líder da nova família e, na vida familiar, a Bíblia não deixa dúvida de que a
mulher casada responde a seu marido e se submete à direção apontada por ele −
“As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor” (Ef
6.22). E quanto o casamento demora mais acontecer ou mesmo não acontece? Novas
estruturas de autoridade podem se estabelecer na vida de filhos adultos
solteiros. Embora não estejam mais sob a autoridade direta dos pais nem
dependam mais deles para aprovação e proteção, a ordem de honrar pai e mãe não
tem limite de idade e os filhos adultos devem obedecer a Deus, conferindo aos
pais uma posição “de peso” em sua vida. A natureza do relacionamento muda, mas
isso não significa uma qualidade inferior de relacionamento. A expressão de
honra aos pais pode mudar de um contexto para outro, mas temos princípios
bíblicos que são supraculturais e devem ser aplicados com sabedoria.
2.3. O peso
da honra.
Se honrar produz bênção
sobre a vida dos filhos, a desonra certamente trará muitos males [Pv 19.26; Ef
6.1-3]. Rebelar-se contra a autoridade dos pais tem sido algo muito comum em
muitos lares em nossos dias. A Bíblia traz um forte alerta para as últimas
gerações, onde os filhos se tornariam problemáticos demais [2Tm 3.1-4]. Está
claro que Deus considera a desonra aos pais como um dos piores pecados que se
possa cometer. Algumas das mais assustadoras maldições do Antigo Testamento são
reservadas para os filhos que se rebelam contra seus pais [Lv 20.9; Dt
21.18-19, 21]. Evidente que tais castigos não se aplicam hoje. O apóstolo Paulo
ao tratar em suas epístolas sobre o trato dos filhos para com seus pais, o faz
no contexto de que tal conduta resulta da nova vida em Cristo (Efésios 6 e
Colossenses 3). E, quando menciona os filhos desobedientes, relaciona junto com
as demais características de pessoas que estão vivendo em desacordo com os
mandamentos de Deus [Rm 1; 2Tm 3].
Comentário Adicional:
“O mandamento focaliza um
aspecto da relação que mais nos influencia, e é aquele no qual temos uma
escolha. Embora não possamos escolher nossos pais nem mudá-los, a atitude para com
eles depende definitivamente de nós” (WADE, 2010, p. 43).
A bíblia estabelece a
autêntica autoridade dentro dos lares, de forma que, cada um dos membros da
família identifica suas obrigações e incumbências e ao mesmo tempo que cumprem
suas funções respeitam o lugar do outro. Deste modo a família consegue ter paz,
união e harmonia.
3- LIÇÕES
RELEVANTES ACERCA DA HONRA AOS PAIS
Deus honra e abençoa os
crentes que guardam este preceito de maneira especial. A promessa tem a ver com
as bênçãos de Deus e Seu cuidado por nós nesta vida. Afinal, as Escrituras
pontuam que obedecer aos pais é a vontade de Deus, é o certo, é agradável ao
Senhor [Êx 20.12; Ef 6.1; Cl 3.20].
3.1. A
obediência aos pais tende a preservar a vida dos filhos.
As crianças que honram e
respeitam seus pais aprendem com seus ensinos, experiência e maturidade. Isso
resulta em evitar muitos dos erros e falhas mais comuns em vida. A melhor
maneira de evitar os erros da infância e da juventude é obedecer a esse mandamento
[Pv 4.10-13; 6.20-23] A obediência a este mandamento preserva a vida da
família, da sociedade e das nações em geral. A rebelião e a desobediência por
parte dos filhos produzem efeitos desastrosos na família, na sociedade e no
país em geral. Produz filhos irresponsáveis, negligentes ou desobedientes a
todo tipo de autoridade. A obediência a este mandamento preserva também a vida
das igrejas. Os crentes que não ensinam seus filhos a obedecerem têm muita
pouca chance de seus filhos serem convertidos. Se os filhos não aprendem a
obedecer aos pais, pode-se dizer que eles também não aprendem a obedecer a Deus
[1 Pe 2.13-17].
Comentário Adicional:
O relacionamento entre
pais e filhos deve ser baseado no amor. Pais que amam seus filhos criam-nos
dentro de limites. Filhos que amam seus pais são obedientes a eles. A
obediência aos pais é uma prova de amor dos filhos. Para que os corações de
pais e filhos permaneçam unidos, obediência e amor devem caminhar juntos. O
amor dos filhos nasce do temor reverente aos pais por exercerem a função
sagrada de co-criadores. A disciplina dos pais está baseada no ato de amor de
quem investe tudo naqueles que reconhecem como filhos: “porque o Senhor
repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem”
(PROVÉRBIOS 3:12).
Em Israel, “os pais
faziam parte da estrutura de autoridade estabelecida por Deus, tendo recebido
de Deus a tarefa de gerar filhos e criá-los no caminho do Senhor e, portanto,
assim como Deus, merecendo o respeito devido” (COMENTÁRIO BÍBLICO AFRICANO). Como
representantes de Deus, os pais deveriam ser respeitados (LEVÍTICO 19:3). O
desprezo aos pais era causa de maldição (DEUTERONÔMIO 27:16) e quem
amaldiçoasse o pai ou a mãe era punido com a morte (ÊXODO 21:17). Filhos
contumazes e rebeldes deveriam ser exterminados (DEUTERONÔMIO 21:18-21). O
objetivo era proteger a família e gerar temor em toda a comunidade.
Deus estabeleceu na Lei
um mandamento aos filhos: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem
os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (ÊXODO 20:12). Mas para que
sejam alcançados pelos efeitos práticos da promessa embutida neste mandamento,
desde a tenra idade os filhos precisam aprender com os pais o caminho da
obediência: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando
envelhecer não se desviará dele” (PROVÉRBIOS 22:6). Instrução neste texto
significa treinamento e “caminho” refere-se a “estilo de vida”. Os pais são
responsáveis por moldar o modo de viver para que os filhos deem continuidade
quando estiverem sobre si.
O modelo supremo de
obediência em amor é o Senhor Jesus Cristo. Ele ouviu do Pai: “Este é o meu
Filho amado, em quem me comprazo” (MATEUS 3:17). Na condição de servo foi
obediente no cumprimento da sua missão: “e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”
(FILIPENSES 2:8). Ele ensinou que obediência é prova de amor: “Aquele que tem
os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será
amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (JOÃO 14:21).
Confiando unicamente em
Jesus e seguindo o seu exemplo, os filhos devem provar seu amor pela
obediência. Primeiro, reconhecendo a autoridade outorgada por Deus aos pais.
Segundo, valorizando sua experiência de vida. Terceiro, respeitando os limites
necessários à harmonia do lar. Quarto, evitando que as amizades sejam mais
influentes do que a família. Quinto, dedicando tempo de qualidade para
aprofundar o relacionamento. Com esta postura, os filhos manterão seus corações
abertos para amar e poderão caminhar mais próximos dos pais a quem devem
obediência.
3.2. A
autoridade divina é a base de toda autoridade humana.
As Escrituras revelam que
o Senhor Deus, em Sua soberania, de acordo com o Seu plano para a humanidade,
estabeleceu a família, o governo civil e a Igreja. Essas instituições foram
ordenadas por Deus e colocadas em posição de autoridade para cumprir propósitos
específicos, isto é, para a proteção, bem-estar e bênção dos seres humanos [Rm
13.1-7]. As pessoas que não aprendem a obedecer aos pais, mais tarde têm
problemas com todo tipo de autoridade; ou seja, tanto com o governo, quanto com
a igreja e especialmente com Deus. Vivemos em um mundo cheio de anarquia e
rebelião a nível governamental, eclesiástico e familiar, vemos o caos e a falta
de submissão às autoridades estabelecidas por Deus. Por trás desse caos está a
falta de submissão a Deus.
Comentário Adicional:
Toda a autoridade
constituída por Deus, tem suas limitações, não são eternos e do mesmo modo que
o mundo terminará essa autoridade também terminará. “O Cristão deve obedecer às
autoridades, mas existem situações extremas quando surgem problemas para a consciência
Cristã” (REILFER, 2009, p. 104). “Por um lado, o Cristão deve-se submeter ao
estado; por outro ele é cidadão de uma nova terra, o reino de Deus, e deseja
cumprir a vontade revelada pelo pai Celestial” (REIFLER, 2009, p.104). Quando
as leis da terra, contradizem os mandamentos de Deus, devem ser violadas, pois
não se pode obedecer primeiro às leis dos homens em detrimento das de Deus.
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, companheiros de Beltassazar, não se submeteram
ao decreto do rei Nabucodonosor, e assim não negaram sua fé em Cristo (Daniel
3.12).
Aos governantes é devida
a honra, porém, deve-se colocar a supremacia do pai celestial em primeiro
lugar, assim Reifler assevera que a ética cristã defende o estado contra o
anarquismo, tanto religioso quanto secular, porém ao mesmo tempo ela restringe
a autoridade do estado, para que este não venha se gloriar e achar que pode
mais que Deus.
O quinto mandamento
propõe a relação de honra, respeito e obediência que filhos devem ter para com
os pais naturais, e os demais que foram constituídos por Deus.
3.3. Jesus
Cristo: maior exemplo de sujeição e obediência.
O título deste subtópico
pode causar surpresa. Afinal, Jesus Cristo é Senhor! Contudo, antes de iniciar
o Seu ministério na terra, a Bíblia revela que Jesus era submisso a José e
Maria, como um filho consciente e cumpridor dos Seus deveres [Lc 2.51]. “Fazendo-se
semelhante aos homens” [Fp 2.7] e sendo um judeu, Jesus foi identificado como
carpinteiro e filho de carpinteiro [Mt 13.55; Mc 6.3]. Assim, podemos afirmar
que Ele passou por várias fases em Seu crescimento e desenvolvimento como
outros de Seu tempo. Quando na cruz, sofrendo como o Cordeiro de Deus, não
estava indiferente a sua mãe, pois a Bíblia diz: “vendo ali sua mãe” [Jo
19.26]. Ele vê, sabe que ela precisa de cuidados e provê, falando ao discípulo
amado para que a recebesse. O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo,
ressalta que Jesus, “na forma de homem” [Fp 2.8), humilhou-se e foi obediente
até a morte.
Comentário Adicional:
1. Para Jesus, obediência
era um princípio de vida. “Eu desci dos céus não para fazer a minha vontade,
mas a vontade daquele que me enviou, e esta é a vontade daquele que me enviou:
que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia.
(João 6.38-39).
2. Obediência era uma
alegria. Disse Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e
concluir sua obra … abram os olhos e vejam os campos! eles estão maduros para a
colheita (João 4.34-35b). Tenho grande alegria em fazer a tua vontade, ó meu
Deus, a tua vontade está no fundo do meu coração (Salmo 40.8).
3. Obediência que vinha
de sua humildade. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus que, embora
sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia
apegar-se, mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo… (Filipenses 2.5-7).
4. Obediência que vinha
da fé colocada em prática. Jesus disse: Quando vocês levantarem o filho do
homem, saberão que eu sou, e que nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o
que o pai me ensinou (João 8.28).
5. Obediência que iria
até a morte. Sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi
obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta
posição e lhe deu um nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus
se dobre todo joelho nos céus e na terra e debaixo da terra, e toda língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Filipenses
2.8-11).
CONCLUSÃO
Considerando que somos
discípulos de Jesus e, consequentemente, povo de Deus, que o Espírito Santo
ajude a cada filho a obedecer e honrar seus pais, convicto de que são atitudes
e condutas corretas e que agradam ao Senhor, como revelado nas Escrituras. E,
assim, nossas famílias sejam autênticas agências de promoção de valores que
contribuam para uma sociedade mais justa, o bom testemunho cristão e no
contínuo processo de edificação da Igreja, para a glória de Deus.
Comentário Adicional:
O objetivo da educação
cristã é criar pessoas que sejam semelhantes a Jesus, mas vivemos hoje numa
crise de autoridade com os filhos. Há duas dificuldades: para os pais, o modo
de educar; para os filhos, a obediência. É preciso que essa obediência seja obtida
por convencimento, não só por imposição. De qualquer modo, porém, a instrução
para os filhos é:
Filhos, obedeçam a seus
pais em tudo, pois isso agrada ao Senhor (Cl 3.20). Todavia, a obediência não
se limita aos filhos. Jesus diz: Se vocês me amam, obedecerão aos meus
mandamentos (Jo 14.15).
Uma obediência por amor
mostra a qualidade do relacionamento. Quando Jesus, aos 12 anos de idade, foi
encontrado por seus pais em meio aos doutores em Jerusalém, ele então foi com
eles para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, guardava todas essas
coisas em seu coração. Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante
de Deus e dos homens (Lc 2.51-52).
Filhos, honrem seus pais
para que tudo corra bem. Honrar não é só obedecer, mas respeitar e estimar –
reconhecer a importância de um bom relacionamento. Mais do que uma obediência
cega, é levar os pais a sério: O filho sábio acolhe a instrução do pai, mas o
zombador não ouve a repreensão (Pv 13.1).
Meu filho, obedeça aos
mandamentos de seu pai e não abandone o ensino de sua mãe. Amarre-os sempre
junto ao coração; ate-os ao redor do pescoço. Quando você andar, eles o
guiarão; quando dormir, o estarão protegendo; quando acordar, falarão com você.
Pois o mandamento é lâmpada, a instrução é luz, e as advertências da disciplina
são o caminho que conduz à vida, eles o protegerão da mulher imoral e dos
falsos elogios da mulher leviana (Pv 6.20-24).
Nossa maior dificuldade
muitas vezes é acharmos que sabemos tudo. O controle do Espírito Santo dá
equilíbrio tanto ao que educa como ao que obedece:
Deus disse: Honra teu pai
e tua mãe, e quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá de ser executado. Mas
vocês afirmam que se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: Qualquer ajuda que
vocês poderiam receber de mim é uma oferta dedicada a Deus, ele não é obrigado
a honrar seu pai dessa forma. Assim vocês anulam a palavra de Deus por causa da
tradição de vocês. Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo:
Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mt
15.3-8).
O foco está em honrar a
Deus de acordo com o que ele manda. Pais, não irritem seus filhos!!!
Alguns modos de irritar
os filhos:
• Quando não temos
domínio próprio e agimos com raiva – a disciplina deve restaurar!
• Quando agimos
caprichosamente, conforme o humor do momento, sem um padrão.
• Quando não estamos
prontos para ouvir e dar chance de defesa ao filho.
• Quando somos egoístas e
não aceitamos a personalidade diferente do filho.
• Quando aplicamos a
disciplina em excesso, sem avaliar com cuidado a situação.
• Quando não percebemos o
amadurecimento dos filhos e continuamos a tratá-los indefinidamente como
crianças.
Não se pode tolerar tudo
numa criança e depois exigir obediência do adolescente. O correto é o oposto!
Pais, criem (eduquem)
seus filhos, com a disciplina que vem do Senhor:
“Que todas estas palavras
que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus
filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver
andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um
sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de
sua casa e em seus portões” (Dt 6.6-9).
Pais, criem (eduquem)
seus filhos, com o conselho que vem do Senhor:
[O mandamento mais
importante é:] “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua
alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. O segundo é este:
‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes.”
COMENTARISTA
DA LIÇÃO:
Pr Éder Santos - ADTAG
SEDE
Graduado em Teologia
Pós-graduado em
Hermenêutica
Mestre e Doutor em
Teologia, com especialização em Interpretação Bíblica e Filosofia das Religiões
Coordenador docente do
Curso Superior em Teologia na Faculdade ISCON
Contato: (61) 9 9921-0846
INSTAGRAM: @pr.eder.oficial
Excelente comentário pastor Éder, muito elucidativos suas palavras e referencias , certamente irá ajudar muito na compreensão do assunto tratado. Que abençoe a sua vida e ministério!
ResponderExcluirE o comentário da lição 7?
ResponderExcluirA paz do Senhor! Ouve um atraso na realização do comentário da lição 07, mas já foi postado. Espero que auxilie em seus estudos.
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