JACÓ – QUANDO UM PECADOR QUER MAIS DE DEUS
Lição 10 – 4 de junho de 2023
COMENTÁRIO ADICIONAL
A vida de Jacó é detalhada nas Escrituras nos dando a oportunidade de realmente conhecê-lo. Nós sabemos sobre o seu nascimento, juventude, maturidade, sonhos, aspirações, decepções, velhice e morte. A Palavra de Deus nos apresenta uma fotografia sem filtros ou retoques da vida de Jacó. Ele teve boas e más atitudes de acordo com a motivação do seu coração.
A Bíblia relata várias facetas e
acontecimentos na trajetória e vida de Jacó, se examinarmos atentamente essa
história veremos que Jacó foi o filho gêmeo mais novo de Isaque e Rebeca. Ele é
um dos três principais patriarcas do povo judeu, ao lado de seu pai, Isaque, e
seu avô, Abraão. Certamente a história de Jacó é uma das mais conhecidas da
Bíblia. A descendência de Jacó deu origem as doze tribos de Israel.
A Bíblia conta que Jacó nasceu agarrado ao
calcanhar (hebraico ‘aqeb) de seu irmão gêmeo mais velho, Esaú. Daí, o
nome “Jacó” vem do hebraico ya’aqob e significa “ele agarrava” ou
“ele agarra”. Devido a esse episódio e uma variação do substantivo hebraico que
significa calcanhar, o nome Jacó é geralmente traduzido por “apanhador de
calcanhar” ou “suplantador”, que é derivado de “dominar” ou “segurar pelo
calcanhar”.
O nascimento de Jacó está registrado em
Gênesis 25:21-28. Sua mãe, Rebeca, assim como sua avó, Sara, era estéril e
esperou por filhos durante vinte anos. Seu esposo, Isaque, intercedeu ao Senhor
em favor dela. Então Deus ouviu suas orações e abriu a madre de Rebeca, e ela
gerou os gêmeos Esaú e Jacó.
Com o nascimento dos filhos de Isaque, a
promessa de Deus estava sendo renovada. Esaú era o primogênito dos gêmeos,
então naturalmente era de se esperar que ele fosse o herdeiro da promessa de
Deus aos seus pais. Mas, se observarmos o verso 23 do capítulo 25 de Gênesis,
vemos que antes mesmo do nascimento de Esaú e Jacó, Deus, pela sua soberana
vontade, já havia determinado que Jacó herdaria a promessa, ou seja, a ordem da
benção de primogenitura seria invertida: “...e o maior servirá ao menor”.
A escolha de Jacó é um caso especial de
presciência divina face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos
privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, Deus
condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; 1Pe 1.17). Mas, em sua soberania,
em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos para a
realização de determinados propósitos. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no
ventre (Rm 9.9-13).
“Era o terceiro no plano de Deus para iniciar
uma nação descendente de Abraão. O sucesso deste plano se deu mais ‘apesar de’
do que ‘em razão’ da vida de Jacó. Antes de Jacó nascer, Deus prometera que seu
plano se desenvolveria através dele, e não de seu irmão gêmeo, Esaú. Ao
acompanharmos sua vida desde o nascimento até à morte, vemos a mão de Deus
trabalhando”.
Em sua fuga, no meio do deserto, Jacó teve um
sonho dado por Deus. Ele viu uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos
céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E Deus reiterou a bênção que
lhe prometera (Gn 28.13-15). Deus não aprovou seus arranjos e enganos, mas
também não retirou a bênção prometida a seus pais. Naquela noite, ele descobriu
a presença de Deus, que se apresentou como o Deus de Abraão e de Isaque. Ele
ouviu Deus reiterar suas promessas.
Deus buscou Jacó e se revelou como o Deus de
seus pais. Uma prova do quanto a graça de Deus é profunda. Sem dúvida alguma, a
história de Jacó se divide em dois períodos. Antes de Deus encontrá-lo e depois
daquele encontro especial. Tão impactante na sua vida foi aquele episódio, que
ele chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa “Casa de Deus”. Ali,
naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar; sentiu a presença divina e teve
uma mudança extraordinária em sua vida.
O primeiro encontro, em Betel, ocorreu quando
Jacó fugia de Esaú, indo para Harã. O segundo encontro, em Peniel, aconteceu
quando Jacó voltava para encontrar-se com Esaú. A expectativa era de um acerto
de contas, com grave risco à vida de suas mulheres e seus filhos. O desafio era
tão grande, que Jacó não conseguiu dormir naquela noite, mas lutou com um homem
que, de acordo com o texto, era o próprio Deus em manifestação visível
(teofania) (Gn.32.30).
Em Betel, o encontro aconteceu por iniciativa
de Deus que, por amor a Jacó, manifestou-se a ele. Naquele tempo, o jovem Jacó
não possuía coisa alguma, mas queria ganhar. No segundo encontro, Jacó tomou a
iniciativa de agarrar o “anjo”. Agora, tendo numerosa família e servas e bens,
estava apavorado diante da possibilidade de perder tudo. Na primeira
experiência, Jacó queria coisas naturais, principalmente pão, roupa e segurança
na viagem. Na segunda, queria uma bênção superior, bem expressa na frase “tenho
visto a Deus face a face e a minha alma foi salva”.
Betel é o contato indireto, distante, uma
apresentação inicial do “Deus de Abraão e de Isaque”. Peniel é a “colisão
transformadora” entre Jacó e Deus. Jacó torna-se Israel, o “príncipe de Deus”.
Além disso, o Senhor passou a se apresentar como o “Deus de Jacó” (Ex.3.6). Entre
os dois encontros, houve um intervalo de 20 anos (Gn.31.38).
A experiência de Betel foi maravilhosa, mas
insuficiente. Muitos anos antes, quando Jacó apresentou-se a Isaque para
receber a bênção da primogenitura, disse ao pai: “Eu sou Esaú”, mas, em Peniel
precisou confessar “Eu sou Jacó”, nome que significa “enganador”. Então, disse
Deus: “Não chamarás mais Jacó, mas Israel, porque como príncipe lutaste
com Deus e com os homens e prevaleceste” (Gn.32.28). A mudança do nome
de Jacó simboliza a transformação do seu caráter. Encontros com Deus envolvem
mudanças necessárias, profundas e definitivas. Em Betel, Jacó foi abençoado,
mas em Peniel, ele foi transformado.
Excelente comentário irmã Emivaneide, com grandes reflexões para a compreensão da Lição. Que Deus continue abençoando a sua vida e seu ministério!👍👍👍
ResponderExcluirParabéns pelo ótimo comentário professora Emivaneide. Muito bom. Deus continue te abençoando.
ResponderExcluirParabéns pastor muito boa a lição bem comentada
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