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 O SERVO E AS MULTIDÕES

Lição 5 – 29 de janeiro de 2023

TEXTO ÁUREO
“(...) E a grande multidão o ouvia de boa vontade.” Marcos 12:37b

VERDADE APLICADA
Como Jesus, Seus discípulos devem lidar com as multidões com compaixão, discernimento e atenção.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Ensinar como devemos nos portar em meio à multidão;
- Mostrar que ninguém pode atrapalhar nossos sonhos;
- Falar que o Servo socorre quem vai ao Seu encontro.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Marcos 3
7. E retirou-se Jesus com os seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão da Galiléia, e da Judéia.
8. E de Jerusalém, e da Iduméia, e dalém do Jordão, e de perto de Tiro e de Sidom; uma grande multidão que, ouvindo quão grandes coisas fazia, vinha ter com ele.
9. E ele disse aos seus discípulos que lhe tivessem sempre pronto um barquinho junto dele, por causa da multidão, para que não o apertasse,
10. Porque tinha curados a muitos, de tal maneira que todos quantos tinha algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem.
11. E os espíritos imundos, vendo-o, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus. 

Comentário adicional

Introdução
Prezados irmãos, graça e paz de nosso Senhor e Salvador Jesus!
Na presente lição, abordaremos mais um importante aprendizado para todos nós: somos discípulos de Cristo ou multidão? Qual a diferença entre esses grupos? Qual a importância de saber a qual grupo pertencemos? Será que todos, indistintamente, que congregam nas igrejas, são realmente discípulos do Mestre, ou teriam alguns “joios” no meio do trigo? Certamente você já sabe as respostas para essas perguntas, contudo, é válido sempre refletir e relembrar esses conceitos.

1. Jesus e a multidão
Deus sempre se preocupou em cuidar do seu povo, como vemos nas Escrituras. Veja, por exemplo, o que está escrito em números 27:15-17: Então Moisés disse ao Senhor: — Que o Senhor, autor e conservador de toda vida, ponha um homem sobre esta congregação que saia adiante deles, que entre adiante deles, que os faça sair e que os faça entrar, para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor. Continuando a leitura do texto, no próximo versículo, vemos que Deus atende à oração de Moisés, escolhendo o próximo sucessor, que foi Josué (v18).

Interessante destacar que Deus atende à oração de Moisés, mas não porque ele pediu, mas porque Josué já estava nos planos de Deus, e Moisés só pediu o que Deus já ia fazer. Portanto, nossas orações são atendidas, mas só se estiver debaixo da vontade de Deus (1ª Jo 3:21-22).

Ecoando essa preocupação de Deus para com o seu povo, Jesus Cristo demonstra um cuidado especial com a multidão: Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas. (Marcos 6:34).

1.1 Atento às necessidades da multidão
Em Mc 8:1-2, vemos que Jesus se preocupa com as necessidades básicas da multidão, que no contexto, foi o alimento: Naqueles dias, quando outra vez se reuniu grande multidão, e não tendo o que comer, Jesus chamou os discípulos e lhes disse: — Tenho compaixão desta gente, porque já faz três dias que eles estão comigo e não têm o que comer.

Essa atenção de Jesus quanto às necessidades da multidão também está em harmonia com Mt 6:31-32: Portanto, não se preocupem, dizendo: "Que comeremos?", "Que beberemos?" ou "Com que nos vestiremos?" Porque os gentios é que procuram todas estas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de todas elas. Veja que Jesus nos garante as necessidades básicas, desde que busquemos o Reino dos Céus em primeiro lugar (v33).

Além disso, João também escreve em sua 1ª carta que nós também devemos nos atentar às necessidades básicas dos irmãos, assim como Jesus faz: Ora, se alguém possui recursos deste mundo e vê seu irmão passar necessidade, mas fecha o coração para essa pessoa, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem da boca para fora, mas de fato e de verdade. (1 João 3:17-18).

1.2 No meio da multidão, mas atento às oportunidades
Ainda que tenhamos dificuldades, jamais podemos desistir de pedir ajuda a Cristo, como podemos ver em Mc 9:17-18: E um, do meio da multidão, respondeu: — Mestre, eu trouxe até o senhor o meu filho, que está possuído de um espírito mudo; e este, sempre que se apossa dele, lança-o por terra, e ele espuma, range os dentes e vai definhando. Pedi aos seus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam. Veja que este pai encara a multidão. Pensa no empurra-empurra! Mesmo com essa dificuldade, ele não desistiu de clamar socorro a Jesus, o único que pode todas as coisas.

Imagine se um irmão, hoje em dia, estivesse com um problema. Daí, esse irmão vá até nossa igreja, pede ajuda aos irmãos locais, e ninguém consegue ajudar. Então o que será que este irmão faria? Desistiria por causa das dificuldades, da impossibilidade da resolução do problema? Ou aproveitaria a oportunidade de clamar o nome do Senhor, já que ele estava no templo onde os crentes se reúnem para adorar a Deus?

Aquele pai estava diante de Deus, não poderia perder essa oportunidade única.

1.3 Não permita que a multidão atrapalhe a sua busca por socorro
Assim como no exemplo anterior, podemos citar outro bem interessante: a mulher com o fluxo de sangue, em Mc 5:25-34. Como a passagem é meio extensa, peço que pare a leitura agora e leia este trecho. Muito bem, agora gostaria de destacar alguns pontos interessantes:

Ela estava na situação de impureza, enquanto o fluxo não cessasse, não importa quanto tempo levaria (Lv 15:25)

Se ela tocasse em algo ou alguém, o que ela tocasse ficaria impura também (Lv 15:26-27)

Por conta da impureza dela, e por não poder tocar em nada, essa mulher ficou afastada da sociedade por 12 anos, que foi o período do fluxo (Mc 5:25). Imagine ficar longe da família, amigos e da sociedade, totalmente isolada, durante todo este tempo!

Ela gastou tudo que tinha (Mc 5:26) e, ao invés de melhorar, fez foi piorar. Então, semelhante ao pai com o filho endemoniado do exemplo anterior, essa mulher está com um problema que só Deus pode resolver.

Com esses pontos em mente, vejam que a mulher se arriscou para chegar perto de Jesus, a fim de só tocar nele. Ela foi tão audaciosa, que saiu tocando em todo mundo, deixando um monte de gente impura, e ainda tocou nas vestes de Jesus! O interessante é que Jesus é tão puro, tão absoluto em santidade, que, ao invés de Jesus ficar impuro, a pureza de Cristo passou para a mulher! Por meio da fé dela, ela foi salva, e ainda ficou curada desse mal que a castigava durante 12 anos.

Você está passando por momento difícil? Está se sentindo isolado da sociedade, dos seus familiares, dos irmãos da igreja? Então vá, TOQUE em Cristo, com fé, e veja o milagre acontecer. Não permita que as dificuldades te atrapalhem a buscar socorro em Cristo.

2. As multidões que seguiam Jesus
Dentro da multidão de pessoas que seguia Jesus, podemos observar vários tipos de pessoas, não diferente dos dias de hoje. Iremos analisar 3 tipos: os curiosos (Mc 1:27), os desprovidos (Mc 6:34), e os acusadores (Mc 15:11).

2.1 Multidão dos curiosos
Este é o grupo de pessoas que seguem a Cristo só pelo que Ele faz, e não pelo que Ele é. São do tipo que querem algo de Jesus, algo que satisfaça seus desejos, suas vontades, como se Jesus fosse um Gênio da lâmpada mágica. Contudo, esse tipo de pessoa não entende o que significa ser discípulo de Cristo, um cristão verdadeiro. Por não entender, eles se surpreendem com os sinais e maravilhas que Ele fez (Mc 1:21-28). Para essas pessoas, tudo que viam era novidade, e uma espécie de entretenimento, como podemos ver em João 6:2: Uma grande multidão o seguia, porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos.

2.2 Multidão dos desprovidos
Havia também pessoas de classes sociais distintas no meio da multidão, sendo que pessoas pobres e humildes também seguiam Jesus. Então vemos que Ele sente compaixão do povo (Mc 6:34).

Acho legal o que Warren W. Wiersbe escreveu em seu comentário bíblico expositivo, volume 5, página 170: “Jesus enviou os 12 apóstolos para ministrar porque tinha compaixão dos necessitados (Mt 9:36-38). Dessa vez, porém, os necessitados foram até eles, e os discípulos quiseram mandá-los embora! Ainda não haviam aprendido a olhar a vida com os olhos de seu Mestre. Para eles, as multidões eram um problema, talvez até mesmo uma inconveniência, mas para Jesus, eram como ovelhas sem pastor.”

2.3 Multidão dos acusadores
Para fechar os grupos abordados, temos os que estavam ali por estar, os indiferentes, que não tinham um objetivo definido. Talvez, se quer sabiam o que estavam fazendo no meio daquela multidão, diante de Cristo. Interessante que isso se assemelha bastante com as igrejas de hoje em dia: tem crente que nem sabe por que está na igreja, é totalmente indiferente. Se for questionado por um ímpio, sobre questões básicas e centrais da nossa fé, esse tipo de pessoa não sabe responder.

Com isso esse crente escuta acusações contra Deus, a igreja e os cristãos. Com essas acusações, esse crente absorve tudo e acaba se rebelando, apostatando da fé. Por não ter uma base bíblica sólida, por não ter conhecimento suficiente por falta de interesse, esse tipo de pessoa acaba sendo uma “maria vai com as outras”, tornando mais um inimigo da igreja.

Foi isso que aconteceu nos tempos de Jesus: Os fariseus e demais líderes religiosos da época incitaram estes indecisos contra Cristo, para o crucificarem (Mc 15:11 e At 3:14). O perigo está à nossa volta, e muitos crentes estão abandonando a fé, tornando-se acusadores. Para eles, não é suficiente sair da igreja, parar de congregar. Eles têm de fazer chacota, criticar, acusar, insultar os crentes. Rogo a Deus que tenha misericórdia deles e de nós!

3. Os três grupos entre a multidão
Como vimos no tópico 2, que temos diversos grupos no meio da multidão, agora também veremos mais 3 grupos: 70 discípulos, 12 discípulos (apóstolos) e, dentre os apóstolos, 3 em especial, que são Pedro, Tiago e João. Dessa forma, chegaremos ao final da análise das pessoas que são mais próximas de Cristo, do macro para o micro: multidão – 70 discípulos – 12 apóstolos – 3 apóstolos.

3.1 Os setenta discípulos que se destacaram entre a multidão
Em Lucas 10:1, vemos que Jesus escolhe 70 discípulos para evangelizar as regiões que Jesus passaria: Depois disso, o Senhor escolheu outros setenta e os enviou de dois em dois, para que fossem adiante dele a cada cidade e lugar onde ele haveria de passar. Não sei você, mas sempre que alguns números aparecem na Bíblia, eu me pergunto o motivo de ser aquele número especificamente. E sabemos que o número 7 é muito frequente na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse.

Então, porque 70 discípulos? Havia uma multidão ali, poderia ser mais! Quem sabe uns 500, ou até mesmo 1.000, para espalhar o evangelho mais rápido... Acontece que, não diferente das outras ocorrências numéricas, essa quantidade de discípulos também é específica porque simboliza algo. Então o que seria?

Este número simboliza, provavelmente, o número de nações no mundo, como pode-se conferir em Gn 10. Enviar os 70 naquelas regiões, pode apontar para o evangelho sendo pregado em todas as nações do planeta.

Além disso, enviá-los de 2 em 2 pode significar o cumprimento da exigência de se ter 2 testemunhas (Dt 17:6 e 19:5).

Ainda sobre os 70, podemos perceber uma semelhança quando Deus determina a Moisés que separasse 70 anciãos do povo, para o ajudar no seu ofício (Nm 11:6). Assim como Moisés aponta para Cristo ao libertar o povo da escravidão do Egito, sendo Jesus o nosso libertador da escravidão do pecado, Moisés também aponta aqui para Cristo, pois ele escolhe 70 discípulos (do meio do povo) para o ajudar no seu ofício: pregar que o reino dos céus já chegou – o evangelho.

Além dessas referências, temos ainda outras, como a Septuaginta (tradução da Bíblia hebraica para o grego, traduzida por 70 eruditos, segundo a tradição judaica), e as 70 semanas proféticas de Daniel (Dn 9:24).

Gostaria de deixar claro que não estou afirmando que esses são os motivos pelos quais Jesus escolheu 70 discípulos! Toda essa exposição é simplesmente uma observação que PODE TER ALGUMA RELAÇÃO, até porque, em nenhum dos evangelhos, temos essa informação do motivo de serem exatamente 70. Tudo não passa de mera especulação, homem nenhum no mundo tem essa informação.

3.2 Os doze discípulos que se destacaram entre a multidão
Em Mc 3:13-19 vemos a lisa dos 12 apóstolos: Depois, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis, e vieram para junto dele. Então designou doze, aos quais chamou de apóstolos, para estarem com ele e para os enviar a pregar e a exercer a autoridade de expulsar demônios. Eis os doze que designou: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer "filhos do trovão"; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu; Simão, o Zelote; e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.

Esses foram os 12 que Jesus chamou, como o v 13 diz, porque Ele quis. Não foi por mérito algum, inclusive, tinha um traidor do povo (publicano), um zelote (grupo radical do antigo judaísmo em oposição aos Romanos), um filho de Satanás (Judas) que exerceu a função de tesoureiro do grupo (Jo 12:6). Ou seja, foi por graça pura que estes homens foram chamados, mesmo sem merecer, assim como todos nós não merecemos.

Novamente, gostaria de propor uma reflexão a respeito do número 12: provavelmente reflete as 12 tribos de Israel, dando continuidade, dessa forma, ao plano divino de salvação. Estes 12 tinham autoridade para curar todo tipo de doença e expulsar demônios (Mc 3:15).  (Bíblia de Estudo NAA – Pág. 1717 e 1718).

Acho importante lembrar a diferença entre apóstolo e discípulo: os apóstolos foram os homens chamados diretamente por Jesus Cristo, foram os representantes especiais de Jesus, com uma missão especial e específica, enquanto o termo “discípulo” se refere a um grupo genérico de todo aquele que crê verdadeiramente em Cristo, que somos nós, os cristãos. Dessa forma, discípulos somos todos nós, e os discípulos específicos de Cristo são só 12: os apóstolos. Quanto ao apóstolo Paulo, você deve estar se perguntando, ele mesmo reconhece que não faz parte dos 12, e diz que é como se fosse um filho nascido fora de época (1º Co 15:8), mas ele defende seu apostolado em 1º Co 15. Depois leia o capítulo todo, acredito que ficará mais claro. Resumindo: todos os apóstolos foram discípulos de Cristo, mas nem todo discípulo foi (e é) apóstolo de Cristo.

3.3 Os três discípulos que se destacaram entre a multidão
Apesar de Jesus não ter favoritos, pois não trata ninguém com parcialidade, 3 dos 12 apóstolos eram mais íntimos de Jesus: Pedro, Tiago e João. O motivo, novamente, ninguém sabe dizer, porque as Escrituras não falam. O que podemos dizer é que esses 3 eram mais íntimos de Jesus. O grupo dos doze discípulos esteve presente na maioria dos eventos que ocorreram durante o ministério terreno de Jesus. Mas realmente em algumas poucas ocasiões Jesus restringiu a presença de seus discípulos. Nessas ocasiões ele chamou apenas Pedro, Tiago e João para acompanhá-lo. Sem dúvida as três principais ocasiões em que somente Pedro, Tiago e João acompanharam Jesus foram as seguintes:

A ressurreição da filha de Jairo: quando o Senhor Jesus ressuscitou a filha de um dos chefes da sinagoga por nome de Jairo, somente Pedro, Tiago e João estiveram com ele. Antes disso, Jesus havia curado a mulher que tinha um fluxo de sangue e depois despedido seus discípulos e a multidão que o acompanhava. As únicas exceções foram Pedro, Tiago e João. Os três discípulos estiveram presentes juntamente com os pais da menina quando Jesus a ressuscitou (Marcos 5:33).

A transfiguração de Jesus: no importante episódio da transfiguração, somente Pedro, Tiago e João estiveram presentes. A Bíblia diz que eles foram para um alto monte, onde ficaram a sós; então ali Jesus foi transfigurado diante deles. Eles também viram Elias e Moisés conversando com Jesus. O texto bíblico diz que eles estavam apavorados naquele momento. Além disso, Jesus também lhes pediu que eles guardassem segredo sobre o que tinham visto. Pedro, Tiago e João só foram autorizados a contar o que havia ocorrido naquele monte após a ressurreição de Jesus (Marcos 9:1-10).

Jesus no Getsêmani: na noite em que foi traído e preso, o Senhor Jesus levou seus discípulos a um jardim nas proximidades do Monte das Oliveiras. Somente Pedro, Tiago e João acompanharam Jesus a um lugar um pouco mais reservado dentro do jardim; enquanto os demais discípulos ficaram aguardando. Jesus pediu para que Pedro, Tiago e João vigiassem e orassem com Ele, mas eles acabaram dormindo (Marcos 14:33).

Conclusão
Meus irmãos, acredito que alguns problemas na nossa vida nos impedem de se chegar a Cristo. Os motivos são diversos, e talvez você se sinta desanimado com algumas injustiças, falta de atenção, corrupção dentro da igreja, no meio do povo de Deus, exatamente onde não deveria haver nada disso. Sei de tudo isso, mas permita-me lembrá-lo de que o povo que se diz cristão, na verdade, é uma multidão, com diversos tipos de pessoas dentro desse universo de pessoas. Dessa multidão, procure sempre irmãos sábios e instruídos na palavra para te fortalecer e te apoiar, não deixe a multidão te atrapalhar de ser um servo fiel a Deus. Se você sai da igreja pelo mero motivo de que “fulano de tal fez isso, ou aquilo” você não entendeu o que é ser igreja, e o motivo real pelo qual nos reunimos, que é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Cristo é nosso motivo de existir, de congregar, de “passar raiva” na igreja, porque o amor tudo suporta, lembra? No amor somos unidos, e não há que se falar de um membro do corpo sem o cabeça. Sigamos firmes e fortes, na congregação dos santos, membros da noiva imaculada e sem mancha, vestida de linho finíssimo e alvo mais que a neve, a igreja de Cristo!

Maranata vem, Senhor Jesus!

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo – Nova Almeida Atualizada, Sociedade bíblica do Brasil, 2017 – Barueri, São Paulo.
Wiersbe, Warren W. – Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento, volume 5. Editora Geográfica, Santo André - São Paulo, 2017
Grudem, Wayne – Teologia Sistemática ao alcance de todos. Editora Thomas Nelson, Rio de Janeiro, 2020
Revista Betel Dominical, adultos, 1º Trimestre de 2023, ano 33, nº 126. O evangelho de Marcos – O serviço e a missão no serviço da obra de Deus.

Comentário adicional – Fernando Júnio

 O SERVO QUE AGE COM EXCELÊNCIA

Lição 4 – 22 de janeiro de 2023

TEXTO ÁUREO
“E Ele disse: filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal.” Marcos 5.34

VERDADE APLICADA
Como Jesus é o Servo supremo que nos oferece o melhor, é possível servirmos a Deus com excelência.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que o perdão é essencial para a vida cristã;
Expor que servir a Cristo é um prazer;
Falar que a verdadeira liberdade está em Cristo.

TEXTO DE REFERÊNCIAS
MARCOS 10
42. Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes, dela se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas.
43. Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal.
44. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos.
45. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.

Comentário adicional
O evangelho de Marcos nos apresenta um Cristo sempre pronto a servir e preocupado com o sofrimento dos necessitados. Mostrando-O como servo que oferece a oportunidade de ser perdoado, liberdade do pecado quando oferece a salvação, e oferece libertação de todos os tipos de males desta vida. Deixando-nos o exemplo e modelo de serviço que nos fará realizar a vontade de Deus, oferecendo com a força do Espírito Santo, liberdade aos cativos e necessitados.      
     
1. O Servo que oferece o perdão
Temos a responsabilidade de aprender com Jesus as coisas que Ele ensinou e as coisas que Ele fez durante seu ministério terreno. Depois de aprender essas lições, estamos sob o mandamento de seguir o seu exemplo. No quesito perdão, Jesus sempre demonstrou o seu desejo e prazer de nos perdoar, expondo inclusive o bálsamo de cura pelo perdão, que é poder perdoar até aqueles que nos têm ofendido sem que saibamos a causa (Mt 5.23-25). Independente das formas em que o ofendemos, Ele está sempre pronto a nos perdoar, pois foi assim que deu a Sua vida em resgate daqueles que creem.       

1.1- O perdão do Servo nos ocasiona a paz
Na cura do paralítico, encontramos uma clara declaração de prioridades que deve ser reafirmada na vida de cada seguidor do Senhor Jesus. A chegada desse homem e seus amigos ofereceu uma oportunidade para Jesus ensinar o que realmente importa e como devemos ordenar nossos objetivos. Numa simples escolha de palavras, Jesus desafiou as prioridades daqueles cinco homens e de todos nós. Quando Jesus viu o paralítico, Ele poderia ter focado o sofrimento evidente e imediato do homem. Poderia ter tratado o corpo e deixado homem sair feliz por ter alcançado seu objetivo. A primeira palavra, no entanto, que saiu da boca de Jesus foi: “filho, os teus pecados estão perdoados” (Mc 2.5). Jesus Cristo, o Criador do Universo, virou de cabeça para baixo o sistema de prioridades que escravizava o mundo daquela época, como também da nossa. Ele não priorizou circunstâncias físicas, sejam questões de saúde, prosperidade ou conforto. A prioridade, a questão mais importante para qualquer pessoa, foi sua situação espiritual. Isso não significa seu grau de paz interna, felicidade ou autoestima. Para Jesus, a coisa mais importante foi a relação da pessoa com Deus.

1.2- O perdão do Servo nos permite crescer na fé
O ato de perdoar nos aproxima cada vez mais de Deus que é misericordioso, nos perdoa sempre que nos apresentamos pedindo perdão com sinceridade no coração e perdão, também nos faz amar mais nossos semelhantes quando recebemos o feedback de nosso ato de perdoar; melhorando toda nossa autoestima e nos levando a conquistar ótimos relacionamentos. Não é por acaso que Jesus nos orientou a estarmos sempre prontos a perdoar uns aos outros como Ele nos perdoou e nos perdoa sempre. Pratique o perdão e então perceba como seu dia ficará mais leve. Você se sentindo uma pessoa melhor irá imediatamente se refletir em como você percebe os outros, em como você percebe a vida. Nesse momento as oportunidades serão mais visíveis e lidar com as pessoas será mais fácil, mas entenda também, que ser alguém que perdoa não é tornar-se dócil. Agora você terá energia para enfrentar de maneira melhor os problemas e mudar a sua situação com muito mais convicção no exercício da fé.

1.3- O perdão do Servo oferece um novo recomeço
Para entendermos melhor que o perdão oferece um novo começo, vamos estudar sobre a transformação do endemoniado de Gadara e como Jesus pode transformar toda e qualquer situação. Para salvar este homem, Jesus enfrenta uma tempestade no mar da Galileia. O reino das trevas estava querendo impedir a aproximação do Mestre a esta cidade chamada Gadara. Uma cidade autônoma, rica e luxuosa; sua população era composta de não judeus. Sua cultura era influenciada por Roma, de forma que seus costumes, à luz da Bíblia, eram pagãos; uma das provas disto era a criação de porcos, animal considerado impuro pelos Judeus. Mas Jesus estava determinado a mudar o rumo dessa cidade, e para isso, Ele usaria apenas um homem, aquele que fora conhecido como o endemoniado gadareno. Assim como Jesus foi a Gadara para libertar um homem, hoje Ele tem mudado a direção e a realidade de muitos crentes, de tal forma que tudo que foi destruindo seja restaurado. Hoje, assim como fez com o endemoniado de Gadara, o qual Ele mandou voltar para os seus e anunciar seu novo começo de crença em Deus, Jesus também te dá paz, vestes novas e uma mente transformada para que, através da sua vida, sua família seja alcançada e você se torne um embaixador do seu Reino nesta terra. Deixe Jesus transformar sua história. Ele tem novidade de vida para você, faça desse conhecimento adquirido nesta aula, nesta lição, um lugar de transformação.

2. O Servo nos ensina a servir
Vemos como Jesus estabelece um novo modelo de liderança — Ele lidera através do serviço. Comparando todos os Evangelhos, Marcos é quem mais destaca isso. Jesus é retratado como o Servo sofredor de Isaías 53, que veio servir e sofrer em favor de seus servos (Marcos 10.45). Por sermos discípulos e seguidores de Cristo, devemos imitá-Lo no serviço do reino, considerando ou outros superiores a nós mesmos e ajudando-os a conhecerem Jesus pelo nosso exemplo.

2.1- O Servo nos ensina a servir com o nosso melhor
O ato de ofertar, muitas vezes pode passar despercebido por alguns, mas de Deus, que conhece os corações, está atento a todas nossas atitudes em relação ao nosso amor pela obra dele. Jesus tem justamente a capacidade de ver exatamente as intenções do coração, e isto nos expõe de tal modo a nos constranger a prestar contas com autenticidade. Este é um tipo de reconciliação entre o interno e o externo da nossa vida. Entre aquilo que fazemos e o porquê realmente fazemos. Porque Jesus tem razão quando diz que os ricos ofertaram o supérfluo, enquanto a pobre viúva: ‘na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver’. De fato, já é louvável ver que o egoísmo de uma pessoa recua ao menos na tentativa de não reter para si o que tem a mais, o supérfluo, e de oferecê-lo. Mas não basta uma medida politicamente correta para fazer-nos diferentes, novos. A novidade apresentada por Jesus contempla mais o gesto desta mulher do que o gesto dos ricos, porque colocou em jogo não o que sobrou, mas aquilo que serve para viver e não qualquer sobra. É somente quando se coloca em jogo aquilo que é precioso, aquilo que está mais perto do coração, que se é capaz de compreender o quanto é valioso aquela coisa ou aquela pessoa. Uma mãe não comeria o melhor pedaço de pão deixando ao filho pão murcho. Ela faz justamente o contrário. E não importa se aquele pão é pouco, porque aquela pequena porção de pão dada assim, vale mais do que tudo. Penso que ao final da nossa vida, quando estaremos diante do Senhor, não encontraremos a quantidade de coisas feitas, mas a qualidade das coisas feitas.

2.2- O Servo nos ensina a servir com humildade
Na lição deste domingo, Jesus anuncia pela segunda vez aos discípulos a sua Paixão, Morte e Ressurreição. É evidente o contraste entre a mentalidade do Mestre em relação à mentalidade dos doze apóstolos, que não só rejeitam o destino do Senhor, mas discutem entre si sobre quem deve ser considerado ‘maior’. E Jesus explica-lhes com paciência a sua lógica, a lógica do amor que se faz serviço até a entrega de si mesmo: “Se alguém quiser ser o primeiro, há de ser o último de todos e o servo de todos”. Esta é a lógica do Cristianismo que contrasta com o egoísmo humano. Cada pessoa é atraída pelo amor que é o próprio Deus, mas que erra no seu modo concreto de amar, e assim, do coração do homem pode brotar más intenções e más ações. Tiago diz: “Onde há inveja e espírito faccioso, também há perturbação e todo gênero de obras más. Mas, a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura; depois, é pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia”. Tiago (3.14-17). E o Apóstolo conclui: “É com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz”. Tiago 3.18. Podemos pensar no testemunho de muitos cristãos que, com humildade nos silencia, consomem a própria vida ao serviço dos outros, trabalhando com amor. Se é evidente que a lógica de Deus não é a nossa, também é certo que o Senhor pede de nós, conversão. Precisamos mudar o nosso modo de pensar e viver. Precisamos abrir o nosso coração à escuta, para nos deixar iluminar e transformar interiormente. Um ponto chave da diferença entre nós e Deus é o orgulho. Em Deus não há orgulho, mas em nós homens, ao contrário, o orgulho está intimamente arraigado e exige vigilância e purificação constante. Nós que somos pequenos aspiramos ser grandes, a ser os primeiros; enquanto Deus que é realmente grande, não tem medo de humilhar-se, indo até a morte e a morte mais vergonhosa da época, que a morte na cruz.

2.3- O Servo nos ensina a servir sem medo
Jesus andou sobre as águas para revelar aos seus discípulos sua plena divindade. Na verdade, todos os milagres realizados por Jesus durante seu ministério terreno tinham como objetivo principal apontar para sua pessoa como sendo o verdadeiro Filho de Deus enviado ao mundo, conforme prometido nas Escrituras. Consequentemente, o milagre em que Jesus andou sobre as águas, também serviu para fortalecer a fé dos discípulos. Eles deviam aprender que quando a fé está depositada em Cristo, o Filho de Deus, não há nada a temer. Marcos registra a reação dos discípulos em harmonia ao propósito principal desse milagre (Mc 6.50).

3- O Servo oferece liberdade a todos
A declaração “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” significa que a única liberdade verdadeira é a liberdade trazida por Cristo. Essa é uma declaração feita pelo próprio Senhor Jesus. Ele diz: “O escravo não fica permanentemente na casa, mas o filho fica permanentemente. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:35,36). Jesus fez essa declaração durante um discurso diante dos judeus. Nesse discurso Jesus falou sobre pontos fundamentais da mensagem do Evangelho, especialmente sobre sua pessoa e ministério. Em Marcos Jesus, através de suas atitudes e o desejo de servir, inicia seu ministério libertando as pessoas de toda espécie de males.

3.1- Aquele a quem o Servo liberta é verdadeiramente livre
O critério utilizado por Jesus na escolha de seus apóstolos não é muito impressionante do nosso ponto de vista, mas Jesus os chamou para serem livres com a liberdade com que Cristo nos libertou. Jesus escolheu quatro pescadores (Pedro, André, Tiago e João), um coletor de impostos (Mateus), um terrorista (Simão Zelote), Filipe, que às vezes parecia muito difícil de entender as coisas (João 6:5-7; 12:21-22; 14:8-9), Tomé, que em geral parecia pessimista (João 11:16; 14:5; 20), Judas, que o traiu, e três outros a respeito de quem simplesmente não sabemos coisa alguma. É óbvio que Jesus não levava em conta o sucesso do mundo, a inteligência etc. como critério importante para ser útil a ele. Iremos ressaltar aqui para vermos o poder transformador de Cristo para libertar, o exemplo de Mateus ou Levi. Mateus ou Levi, filho de Alfeu, foi um dos sete que receberam o chamado para seguir a Cristo antes da ordenação dos Doze. Foi ele quem ofereceu uma festa à qual compareceram Jesus e os discípulos, pelo que foram severamente criticados pelos fariseus, que consideravam indecoroso comer com publicanos e pecadores. Mateus era publicano; assim designa a si mesmo no Evangelho que escreveu; mas os outros evangelistas omitem o fato, quando o incluem entre os Doze. Seu nome hebreu, Levi, é, para muitos, indicação de linhagem sacerdotal. Não temos um relato detalhado sobre seu ministério; embora seja o autor do primeiro Evangelho, ele evita menção especial de si próprio, exceto quanto a seu chamado e ordenação. Outros escritores, não bíblicos, falam sobre ele como um dos apóstolos mais ativos após a morte de Cristo, ministrando em terras distantes, fora da Palestina. Tornando claro que o amor dele a Cristo e seus ensinamentos, o haviam levado a experimentar a verdadeira liberdade em Cristo Jesus.

3.2- O Servo nos liberta das tradições
Os fariseus que, curiosamente acompanhavam o que Jesus fazia e ensinava, vendo o que os discípulos faziam, indagaram Jesus o porquê eles não guardavam o sábado. Jesus aqui explica que, mesmo Davi, quando teve fome, entrou no templo de Deus e comeu os pães da proposição, algo que não era lícito fazer. A necessidade da fome foi o que moveu Davi a fazer o que fez, assim como Jesus. A explicação de Jesus para os judeus é simplesmente fantástica. O homem não foi criado por causa do sábado, mas sim o sábado por causa de Deus. Ou seja, a necessidade do homem é a maior do que o sábado. Assim como Davi não respeitou a 'regra' com os pães da proposição, que era devido aos sacerdotes, pela necessidade dele e dos que com ele estavam, assim, também Jesus permitiu que se colhessem as espigas durante o sábado pela necessidade daqueles homens. Devemos lembrar que os discípulos largavam tudo para seguir a Jesus. Eles seguiam Jesus e não trabalhavam. Não é vergonha dizer que provavelmente passavam por muita dificuldade para obter o alimento cotidiano. Assim não há vergonha, também, de se colher no sábado, pois a necessidade do homem é maior do que o sábado.

3.3- O Servo veio para promover a ação de Deus no mundo
Marcos se destaca entre os evangelhos por ser breve, objetivo e focado nas ações de Jesus mais do que nas suas palavras. Este livro inclui várias das parábolas e outros ensinamentos do Senhor, mas enfatiza os milagres realizados e a maneira que ele se conduzia no meio do povo. O Novo Testamento relata algumas informações sobre João Marcos, reconhecido desde antiguidade como o autor deste livro. Ele era filho de uma mulher chamada Maria, dona de uma casa espaçosa em Jerusalém onde cristãos se reuniam (Atos 12:12). O primo de Marcos, Barnabé (Colossenses 4:10), era um dos pregadores mais influentes no trabalho relatado no livro de Atos. Barnabé foi o apelido deste homem, que ele recebeu pelas suas atitudes de exortar e animar os irmãos (Atos 4:36). Quando Barnabé e Paulo partiram na sua viagem missionária, levaram João Marcos como auxiliar (Atos 13:1-6). Ele acompanhou o trabalho em Chipre, mas desistiu quando a viagem ficou mais difícil (Atos 13:13). Por este motivo, Paulo recusou levar Marcos na sua segunda viagem. Ele achou melhor levar para a Ásia e Europa um outro colaborador, Silas, enquanto Barnabé e Marcos voltassem para reforçar o trabalho feito na ilha de Chipre (Atos 15:36-41). Este registro da vida de Jesus foi destinado principalmente aos gentios, mais precisamente aos romanos. Em contraste com Mateus, o livro de Marcos contém poucas citações do Antigo Testamento. O autor fez questão de explicar costumes dos judeus (Marcos 7:3-4) e de traduzir palavras do aramaico ao grego (Marcos 3:17; 5:41; 7:11). Também usou o sistema romano para marcar horas (Marcos 6:48; 13:35). Isso nos deixa cientes de que, no nome de Jesus, temos o poder e dever de levar a liberdade de Cristo a toda criatura.

Conclusão
Assim sendo, temos por obrigação, sermos o exemplo de Cristo, nos prontificando a estarmos pronto para servir e trazer, em nome de Jesus, liberdade aos cativos e oprimidos, levando a mensagem e o poder que libertam e nos enche de alegria em todo tempo.

Referências bibliográficas
► Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes. Edição 1995.
► Revista DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL do professor: Adultos. O EVANGELHO DE MARCOS, o servo e a missão no serviço da obra de Deus. Rio de Janeiro: Editora Betel – 1º Trimestre de 2023. Ano 33 n° 126. Lição 4 – O SERVO QUE AGE COM EXCELÊNCIA.

Links:

https://globalforgivenessinitiative.com/world/por-perdoar/aprenda-com-a-biblia-a-perdoar-e-sinta-os-beneficios-de-uma-vida-melhor/?gclid=Cj0KCQiAiJSeBhCCARIsAHnAzT_vFB10YlQu87x9nP-rfBDJ24p64WZ9_5jPtyP45Qxrj8JKTm8FPcoaAsyLEALw_wcB


Comentarista adicional
PASTOR ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA- Servo do Senhor Jesus Cristo, Bacharel em administração de empresas públicas e privadas pela Faculdade Católica de Brasília, Bacharel em Teologia pela FATAD- Faculdade Teológica das Assembleias de Deus, pós-graduado em administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.

 

 PARTICULARIDADES DO SERVO

Lição 3 – 15 de janeiro de 2023

TEXTO ÁUREO
“Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer.” Marcos 8.2

VERDADE APLICADA
Como discípulos de Cristo precisamos, também, no poder do Espírito Santo, testemunhar com palavras e ações aspectos do caráter de Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar acerca da identidade de Jesus;
Mostrar que a autoridade de Jesus está acima de tudo;
Destacar a compaixão de Cristo.

TEXTO DE REFERÊNCIAS
Marcos 8
1. Naqueles dias, havendo mui grande multidão e não tendo o que comer, Jesus chamou a si os seus discípulos e disse-lhes:
2. Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer.
3. E, se os deixar ir em jejum para casa, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.
6. E ordenou a multidão que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães e tendo dado graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, para que os pusessem diante deles; e puseram-nos diante da multidão.

COMENTÁRIO ADICIONAL
Nesta lição veremos que o conhecimento sobre Jesus Cristo foi progressivo, no início de Seu ministério a Sua fama foi crescendo rapidamente e Marcos já no primeiro capítulo dá ênfase sobre a Sua autoridade sobre todas as coisas e Sua compaixão pelas pessoas.

1- A identidade do Servo
O Evangelho de Marcos retrata Jesus Cristo como um Servo sofredor e Filho de Deus, Aquele que veio para servir, bem diferente do que os judeus esperavam. Os líderes religiosos esperavam um libertador, um conquistador, alguém que como os juízes, viria libertar o povo da opressão romana. No entanto, eles não atentaram para as profecias de Isaias 53 onde diz: “Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is 53.4,5). Portanto, podemos afirmar com certeza, que Jesus Cristo o Servo sofredor é aquele descrito em Marcos 10.45 “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mc 10:45). Jesus descrito em Marcos apreciava servir àqueles que não podia lhe dar nada em troca, estava sempre servindo os renegados e excluídos da sociedade, os coxos, cegos, endemoniados, Ele recebia a todos e amava a todos. Esta é a identidade do Servo do Deus todo poderoso, que veio para servir a humanidade sem buscar nenhuma recompensa.

1.1. Muitos não conheciam a identidade do Servo
Em Marcos 1.27, está descrito que todos se admiraram pelo fato de Jesus repreender o espírito imundo e este obedecê-lo, eles ficaram boquiabertos porque não conheciam tanta autoridade, era um fato sem precedente. Naqueles dias o Servo do Senhor estava começando o seu ministério, o povo e seus discípulos ainda o estavam conhecendo, por isso disseram “quem é este que até os demônios lhe obedecem”. Mas hoje temos a oportunidade de conhecer intimamente o Senhor Jesus Cristo, o Servo perfeito de Deus através das Escrituras Sagradas. O Evangelho de Marcos de forma rápida e concisa descreve que o Servo veio para servir, que dedicou a Sua vida em ajudar, amparar e principalmente salvar os que estavam perdidos. “Eis meu Servo que eu amparo, meu eleito ao qual dou toda minha afeição, faço repousar sobre Ele meu Espírito, para que leve às nações a verdadeira religião” (Is 42.1).

1.2. O Servo conhecido progressivamente
Vemos no capítulo seis de Marcos que Jesus é rejeitado em Sua própria terra, nos versículos 1 e 2, é registrado que as pessoas se escandalizaram porque conheciam a Jesus como filho de Maria e de José o carpinteiro. Essa passagem Bíblica, prova a genuína humanidade de Cristo e descreve a incredulidade daqueles que o conheciam desde criança, porque até aquele momento a Sua divindade esteve muito oculta. Todos conheciam a Sua família terrena e de repente Ele começa a ensinar todas aquelas coisas, trazendo outra doutrina e realizando aquelas maravilhas, até seus familiares não criam nEle (Jo 7.5). Nisso, a Sua fama vai se alastrando entre o povo e os poderosos, todos queriam saber quem era aquele homem que fazia todas aquelas coisas. Para uns, Ele era um profeta, para outros era o profeta Elias que havia ressuscitado e para Herodes era João Batista a quem tinha matado e havia ressuscitado.

1.3. Andar com o Servo nos faz conhecê-lo
Vemos no Novo Testamento que os discípulos levaram um tempo para conhecer o mestre Jesus, andavam com Ele, viam os milagres e Sua Palavra maravilhosa, mas no começo não sabiam defini-lo. Nisso, entendemos que para conhecer alguém é preciso conviver com ele, assim também deve ser o nosso objetivo. Precisamos nos relacionarmos com o Nosso Senhor, estudar a Sua Palavra, onde está a revelação de quem ele realmente é, e principalmente buscar ter uma experiência com Ele. “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6:3). Por isso, para termos intimidade precisamos andar com Cristo diariamente, não somente quando estamos nos cultos aos domingos, mas em todo o tempo. Jó era um homem integro, temente e obediente a Deus, mas só conheceu verdadeiramente a Deus depois de ter passado por várias provações.  “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42:5). O apóstolo Pedro quando foi indagado por Cristo sobre quem ele era ele respondeu que era o Cristo, porque ele sabia quem Jesus era, pois tinha tido muitas experiência com Ele.

2- A autoridade do Servo
Desde o início de Seu ministério Jesus Cristo demonstrou grande autoridade em Sua pregação e em Seus feitos. Seu ensino era muito diferente dá dos mestres da época que se dedicavam as palavras vãs e cheias de repetições. Além disso, Ele realizava muitas maravilhas que o povo nunca tinha visto.

2.1. A autoridade da mensagem do Servo
No evangelho de Lucas 4.16-30, é descrito com maior precisão o início do ministério de Jesus Cristo, Ele após ler em Is. 61.1 afirma que naquele momento estava se cumprindo a mensagem lida, isso causou grande admiração entre os presentes. “O Espírito do Soberano Senhor está sobre mim porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros”.  A Sua palavra era diferente, tinha autoridade, ela promovia entendimento, era coerente com os ensinos dos profetas, falava claramente sobre os pecados e pecadores. Além disso, confrontava os ensinos hipócritas dos doutores da lei, que adulteravam a palavra de Deus em benéfico próprio, e não falavam do verdadeiro amor de Deus. Em Mateus 28.18-20, Jesus delegou a Sua autoridade a todos nós para fazermos discípulos e os ensinarmos a obedecer a Sua palavra, guardando tudo o que Ele ensinou.

2.2. A autoridade do Servo foi atestada por sua palavra
Jesus em várias passagens nos evangelhos atesta que Sua palavra é a verdadeira, pois Ele expulsou demônios com a Sua palavra, curou leprosos, paralíticos e deficientes físicos, ressuscitou mortos, andou sobre o mar, mandou a tempestade se acalmar, multiplicou pães, além de outros grandes feitos. Quem mais poderia fazer tanta coisa senão pelo poder de Deus. Mais ainda, ensinava com autoridade combatendo os ensinos dos fariseus e escribas que defendiam as tradições dos anciãos, invalidando a palavra de Deus. O Servo se fez homem entre nós, foi a palavra, pregou e ensinou a palavra, cumpriu a palavra e nos deixou a Sua Palavra. Por isso irmãos, precisamos estudar a palavra, obedecer cumprindo a Sua palavra, e pregar a Sua palavra, porque somente a Sua palavra é a verdadeira e a que nos leva para o céu. Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1.14).

2.3. A autoridade do Servo foi confirmada perante o mundo espiritual
Já aprendemos que o Senhor Jesus Cristo era cheio do Espírito Santo, e que após o Seu batismo e a tentação no deserto Ele estava plenamente apto a iniciar o seu ministério.  Vemos que na primeira vez que Ele ensina em uma sinagoga aparece um homem endemoniado, onde logo os demônios o reconhecem como sendo o Santo de Deus e gritam que Jesus iria destruí-los. Pareciam apavorados. Jesus imediatamente os manda calar e sair daquele homem, esse fato causa espanto entre os espectadores e o credencia para a pregação da palavra de Deus a todos judeus. Em Lucas 9 e 10, Jesus envia vários discípulos para pregar o Reino de Deus lhes dando autoridade para curar enfermidades e expulsar todos os demônios, e eles voltam contentes porque os espíritos malignos se submetiam a eles em nome de Jesus. Os setenta e dois voltaram alegres e disseram: "Senhor, até os demônios se submetem a nós, em teu nome". Ele respondeu: "Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago” (Lc 10.17,18). Assim, do mesmo modo que os discípulos e os apóstolos de Jesus, nós precisamos estarmos cheio do Espírito Santo de Deus e aptos a fazer o mesmo em nome de Cristo Jesus.

3- A compaixão do Servo
Jesus durante em todo o Seu ministério demonstrou ter muita compaixão do sofrimento do povo e sempre agiu no sentido aliviar esses sofrimentos. Marcos mostra que o Servo tinha urgência em libertar o homem das garras de satanás e para isso expulsou demônios, curou os doentes, cegos, coxos e paralíticos, pregou o Reino dos Céus, porque o homem estava perdido e desamparado nesse mundo de horror afundado no lamaçal do pecado.

3.1. A clemência do Servo
Durante a Sua peregrinação entre os homens o Servo não se furtou a aliviar o sofrimento de todos aqueles que O procuravam a fim de ter alívio. Jesus demonstra ter muita compaixão em ajudar o povo estando sempre pronto a realizar um milagre. Quando um dos principais da sinagoga por nome Jairo procura Jesus porque sua filha estava muito doente, Ele prontamente o segue a fim de curar a menina. No caminho uma mulher que padecia de um fluxo de sangue o toca e Ele a cura com a Sua virtude, logo em seguida avisam a Jairo que a menina havia morrido, mas mesmo assim o Servo vai até a menina e a ressuscita (Marcos 5). Podemos notar aqui que Jesus, a semelhança de Deus, se compadecia e tinha urgência em atender aos chamados dos necessitados, por isso devemos aprender com o mestre, que temos de estar sempre pronto em ajudar a todos aqueles que nos clamam por ajuda. Da mesma forma, como Deus cuida de nós,  precisamos ter clemencia e se importar com o sofrimento de nosso próximo. Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas-novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor (Mt 9.35-36).

3.2. O Servo que se compadece
Com a queda do homem e a entrada do pecado no mundo Deus em Sua grande misericórdia se compadece de nós, traça um plano e envia o Seu Servo para nos salvar. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Ora, como Jesus também é Deus, Ele compartilha da mesma compaixão do Pai e quando peregrinou no mundo se compadecia de todo o sofrimento do homem, aliviando a todos os que o procuravam do mal que lhes afligiam. “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido” (Is 53.4). O Servo não tinha pecado, mas se compadeceu de nós e levou sobre Ele todas as nossas desventuras. Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: "Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro". Isso para que em Cristo Jesus a bênção de Abraão chegasse também aos gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito mediante a fé (Gl 3.13,14). Jesus se compadeceu de nós morrendo na cruz para nos salvar, e hoje continua a aliviar as dores de todo aquele que o busca de todo coração e obedece a Sua Palavra.

3.3. O Servo que ensina que, onde há compaixão, abunda o amor
Como descrito em outros tópicos O Servo de Deus, Jesus Cristo, conforme descreve o evangelista Marcos demonstrou toda a Sua compaixão pelos os que estavam necessitados, derramando o Seu amor por todos. Ele tinha muito amor por todos e se preocupava com suas dificuldades, suas misérias, sendo elas físicas ou espirituais. Mas Ele foi muito além, quando deixou os Seu trono no céu e voluntariou para vir ao mundo como homem, com o fim de pagar pena por todos os nossos pecados. Aqui Ele foi traído, ridicularizado, espancado e crucificado, passou por tudo isso por nós terríveis pecadores. Existe amor maior do que esse que é entregar a sua vida por quem não merecia? Com certeza não. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito” (Gl 3.13,14). Por isso, prossigamos em estudar, compreender e principalmente obedecer a Palavra do Reino de Deus, honrando todo o amor que Deus e Seu Servo perfeito derramou sobre todos nós.

CONCLUSÃO
Nessa lição, aprendemos que devemos andar sempre com o Servo Perfeito de Deus e conhecê-lo a cada dia, a fim de ter uma experiência verdadeira com Ele. Agindo assim, teremos em nossas vidas a presença do Espírito Santo e seremos habilitados a fazer também o que ele fazia, principalmente demonstrando compaixão e amor por nossos semelhantes, sendo assim imitadores Dele, fazendo o bem a todo tempo.

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo do Expositor. Segunda Edição Revisada (2015), versão Textual Expositora. 2011;
Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Almeida Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, 2015;
Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada (NAA) – Edição Revista e Atualizada 2017.
BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Evangelho de Marcos – Lição 3: Particularidades do Servo - 1º Trimestre de 2023. Ano 33 n° 126. Rio de Janeiro: Editora Betel.

Sites consultados:

Comentários adicionais
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