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UM CORAÇÃO DE SERVO - LIÇÃO 02 - COMENTÁRIOS ADICIONAIS

UM CORAÇÃO DE SERVO

Lição 02 – 08 de Janeiro de 2023

TEXTO ÁUREO

Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45).

VERDADE APLICADA

Precisamos atentar para Jesus Cristo como nosso exemplo maior de vida comprometida com o serviço conforme o plano divino.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • DESTACAR Jesus como o servo enviado por Deus.

  • APRESENTAR Jesus como o servo exemplar.

  • MOSTRAR que devemos servir a Deus e ao nosso próximo.

TEXTO DE REFERÊNCIA

Mc 9.30 - E, tendo partido dali, caminharam pela Galileia, e não queria que alguém o soubesse;

Mc 9.31 - Porque ensinava os seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e, morto ele, ressuscitará ao terceiro dia.

Mc 9.32 - Mas eles não entendiam esta palavra, e receavam interrogá-lo.

Mc 9.33 - E chegou a Cafarnaum e, entrando em casa, perguntou-lhes: Que estáveis vós discutindo pelo caminho?

Mc 9.34 - Mas eles calaram-se; porque pelo caminho tinham disputado entre si qual era o maior.

Mc 9.35 - E ele, assentando-se, chamou os doze, e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos.

 

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

Vivemos em um mundo voltado para o eu. O egocentrismo causa um efeito devastador em todos os relacionamentos. Hoje em dia é muito fácil sermos envolvidos pelo padrão que nos manda buscar primeiro aquilo que desejamos e que nos favoreça. Na contramão, o escritor do Evangelho de Marcos, que escreve aos gentios (romanos), vai revelar Jesus não como Rei, mas como aquele que tinha um coração de servo, sempre atarefado e com disposição de servir (Mc 10.45).

1. JESUS, O SERVO ENVIADO POR DEUS

O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10. 45). Deus O enviou como nosso Salvador e Rei. Poderíamos deduzir que Ele viria em esplendor divino, para que o mundo visse, quem Ele era e de onde veio. Mas, a Bíblia diz que Ele próprio dispensou ser igual a Deus ao aniquilar a si mesmo, preferindo tomar a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens (Fp 2.6-7). Veja o que ele mesmo disse:

Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve”(Lc 22.27). É importante aqui ressaltar, que Jesus não serviu aos outros a fim de receber honra dos mesmos, mas, porque Ele os amava, não porque os outros o mereciam. Jesus valorizava servir aqueles que não poderiam lhe dar nada em troca. Todos (moribundos, coxos, cegos, leprosos e marginalizados da sociedade, etc) podiam vir a Ele, a fim de receberem consolo e cura. Seu grande amor fê-lo também tomar o nosso lugar e sofrer o castigo que era para nós (Is 53.3-6). Ao servir seu pai, Jesus se tornou também o nosso servo. Como servo, Ele tomou as nossas dores e as levou sobre si. Ninguém mais do que Jesus sentiu compaixão e empatia pelo homem. Nós temos a possibilidade de seguir as pisadas de Jesus, servindo aos outros em amor (Gl 5.13-14). Quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo” (Mt 20.27). Quando amamos a Deus e o servimos, então ele nos mostra a melhor maneira de servir as pessoas que estão a nossa volta!

1.1. O servo cheio do Espírito Santo

O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor...” (Is 61.1-2). Não temos como olhar para a vida de Jesus, sem vê-lo cheio do Espírito Santo. Ele foi cheio do Espírito Santo desde o ventre (Lc 1.41). Ainda na infância, a Bíblia diz que ele crescia em sabedoria, estatura e graça causando admiração aos homens e contentamento em Deus (Lc 2.52). Em seu ministério, como servo, Ele foi cheio do Espírito Santo em todo o seu ser. Sua vida de obediência era movida pelo Espírito. Sua vida de serviço era movida pelo Espírito. Sua vida de oração era movida pelo Espírito. Sua vida de adoração era movida pelo Espírito. Sua vida de compaixão era movida pelo Espírito. Sua vida de testemunho era movida pelo Espírito. Ele foi cheio do Espírito a tal ponto que o poder que Dele emanava, era suficiente para estancar dores, trazer vida, eliminar impurezas, expelir demônios. Sua vida cheia do Espírito encanta, motiva, incentiva e atrai. Gera santidade e leva exemplos práticos para outros. Como servos do Senhor, precisamos também ser cheios do Espírito Santo.

1.2. O servo que foi tentado e venceu no deserto

Imediatamente o Espírito o impeliu para o deserto, onde esteve quarenta dias, tentado por satanás” (Mc 1.12-13). A tentação de Cristo ocorreu logo após seu batismo por João Batista, como é descrito no Evangelho de Marcos. Os três Evangelhos Sinóticos descrevem a tentação, porém somente Mateus e Lucas faz um descritivo completo (Mt 4.1-11; Lc 4.1-13). O Jesus humano, na qualidade de servo, havia sido fragilizado por sua condição debilitada no deserto após quarenta dias em jejum, tinha que ser tentado para passar pela prova do livre arbítrio, da liberdade e da voluntariedade. Sua carne poderia escolher seu próprio benefício dando voz ao caminho do mal, ou escolher o caminho do bem, vencendo todos os desejos que personificam os desejos humanos. A palavra “tentar”, tem o significado de “testar o que de bom e de mau, de fraqueza e de força” existe no ser humano. Jesus era filho de Deus, mas veio em carne, sujeito as mesmas aflições, angustias e tentações humanas. Deus tinha como objetivo provar que seu Filho, perfeitamente divino e perfeitamente humano, viveria toda sua vida terrena, isento de qualquer pecado, qualificando-o como sendo digno de ser o Salvador (2 Co 5.21; He. 4.15; Rm 8.3; 1 Jo 2.16; Tg 1.13). O objetivo de Satanás era fazer com que Jesus Cristo, o ungido Filho de Deus viesse a pecar e consequentemente desqualificá-Lo de sua missão. Ceder a tentação seria suficiente para inabilitá-lo de ser o Salvador, e, assim o plano de Deus para a redenção humana ser frustrado. Ao ser levado ao limite da sua humanidade, Cristo lembrou Satanás que a existência humana, antes de tudo, vem do próprio Deus e que as necessidades básicas de sentir, ser ou ter estão submetidas ao domínio do espírito. Na verdade, em nossa luta contra o pecado, se nosso espírito estiver fortalecido, certamente podemos vencer. Mesmo que tenhamos fraquezas e somos inclinados ao pecado, a comunhão com Deus nos fortalece. Jesus, ao passar pela tentação no deserto, alcançou a vitória. A tentação, como já vimos, é o meio pelo qual o inimigo tenta persuadir o ser humano a pecar contra Deus. Ser tentado não constitui pecado, mas cair na tentação sim. As ocasiões de provas não deve ser detestada e ressentidas, porque através delas nosso caráter pode ser fortalecido. Jesus nos dá o exemplo em todas as coisas, inclusive em como Ele enfrentou a Satanás. As principais armas usadas por Ele foi: a fé, a oração e o conhecimento da Palavra. Ele usou a Palavra de Deus contra satanás e venceu. Nós também podemos vencer!

1.3. O servo perseverante na oração

Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas...” (Hb 5.7a) . Quando falamos de oração, nos lembramos obrigatoriamente do Senhor Jesus, pois Ele é a maior referência que temos neste assunto. Ao vir a esta terra, veio como servo. Assim, não se privou do sofrimento e nem da oração. Ele orava sempre! Intensificava quando Ele estava próximo de alguma decisão em sua vida. Ao iniciar o seu ministério começou orando e jejuando durante quarenta dias no deserto (Lc 4.1-13; Mt 4.1-11), depois disso Ele passou uma noite inteira orando para escolher seus primeiros discípulos (Lc 6.12). Se Jesus orou o tempo todo em que esteve na terra, nós também, meros homens, precisamos orar e muito! Temos que orar sempre antes de iniciar qualquer tarefa, antes de sonhar e antes de dar qualquer passo. Devemos orar sempre, não para determinar tarefas a Deus ou para ele satisfazer o nosso ego, mas para nos aproximar do Senhor, nos fortalecer, nos preparar para enfrentar as dificuldades da vida e nos manter em sintonia com nossa missão. Oração é colocar tudo diante do Senhor e reconhecer que o sim e o não vem d’Ele. É saber que o nosso coração pode fazer planos, mas a resposta certa vem do Senhor.

2. JESUS, O SERVO EXEMPLAR

Eu porém, entre vós sou como aquele que serve“ (Lc 22.27). Jesus tinha todo o poder. Ele ressuscitou os mortos, deu visão aos cegos, restabeleceu corpos deformados e acalmou tempestades, etc. Mesmo com todo poder, Jesus se apresentou à humanidade como um servo. Nós podemos usar a sua vida como exemplo de como viver nos dias de hoje. Da mesma forma que Jesus serviu a Deus e aos outros, deveríamos nós fazer o mesmo. Nós não devemos nos inspirar em nenhuma outra liderança ou pessoa, a não ser que essa outra pessoa ou liderança nos inspire, realmente, a olharmos ainda mais para Jesus e seguir o Seu exemplo. Precisamos entender que o nosso papel aqui no mundo é o do serviço. Fomos chamados por Deus a prestarmos um serviço humanidade. Não é a humanidade que está a nosso serviço, ao contrário, nós, que conhecemos Jesus Cristo, é que precisamos dar o melhor de nós para servirmos a humanidade. Como discípulo de Jesus Cristo, temos que ter muito cuidado com os aplausos, com os reconhecimentos humanos.

2.1. Jesus, o exemplo a ser seguido

Olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus” (Hb 12.2). No mundo temos dois tipos de pessoas: As que servem, e as que não servem e apreciam ser servidas. Jesus Cristo é o modelo daqueles que servem. Ele não só ensinou o que significa ser servo, mas também serviu de modelo. Ninguém foi capaz de servir tão bem quanto Ele. Na qualidade de servo, estamos dizendo que Jesus é um modelo a ser seguido e não apenas apreciado. Muitas pessoas são encantadas com Jesus, mas sem seguí-lo. Muitos admiram a pessoa de Jesus, porém não estão dispostas a seguir seus ensinamentos e exemplos. Todos os dias precisamos olhar para Ele, ser como Ele e fazer o que Ele fez. Precisamos ser a comunidade dos servos que imitam a Cristo, o Servo Sofredor e ferido, que deu a Sua preciosa vida por nós. Ele é a nossa motivação. Razão da nossa esperança e da nossa fé.

2.2. Jesus, exemplo de obediência

Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo; Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus…” (Ef 6.5-6). Um dos grandes princípios contidos na palavra de Deus é a obediência. Desde Adão, no jardim do Éden Deus mostra ao homem dois caminhos e espera dele a obediência (Gn 2.16-17). Deus tem muito prazer na obediência e não há dúvidas de que, o que agrada o coração de Deus é um servo obediente. Afinal quem gostaria de ter um servo desobediente? Temos grandes exemplos de obediência na Bíblia e não poderia ser diferente que o maior deles seja o de Jesus. Não é necessário nem falar que Jesus aceitou o seu chamado, e por um tempo deixou de ser Deus para ser homem; já tinha parado pra pensar nisso? Jesus deixou de ser imortal para ser mortal, deixou de ser Senhor para ser servo e ainda mais, suportou a dor e a morte só pra obedecer a Deus, como está escrito: "e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz" (Fp 2.8). Não nos admiremos se, ao abraçarmos a obediência, encontremos também o padecer. A obediência exige, por amor a Deus, que renunciemos a nossa vontade, ao nosso “eu”. Veja o que ele disse quando estava preste a ser crucificado: "Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua" (Lc 22.42). Jesus abriu mão da sua própria vontade e sua própria vida em nome da vontade de Deus. A partir deste versículo eu digo sem medo que esse é o maior exemplo de obediência.

2.3. Jesus, nosso exemplo de submissão

Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas... sendo ouvido por causa da sua reverente submissão” (Hb 5.7). A submissão total de Jesus não tornou a sua vida insignificante, pelo contrário, fez dEle o maior e melhor homem que já existiu. Jesus cumpriu todo o projeto que Deus Pai havia arquitetado para a salvação do ser humano, e em nenhum momento se rebelou contra o Pai, pelo contrário, submeteu-se à vontade do Altíssimo durante toda a sua vida, até o cumprimento final, que se deu com a Sua morte na cruz do calvário. Jesus deu o exemplo de submissão ao Pai. Ele se submeteu por completo, apesar de ser igual ao Pai em essência e poder. Em João 5.19 Jesus afirma que aquilo que o Pai faz, o Filho igualmente o faz. Submissão a Deus é essencial na vida do cristão, caso contrário estaremos diante de um quadro de rebeldia. Só existe um caminho para a submissão, andar como Cristo andou (1 Jo 2.6). Ele é o nosso modelo (Hb 5.8). Sem submissão jamais chegaremos ao alvo. Nem estaremos sendo cooperadores do Senhor. Se alguém é independente, rebelde, não é membro do corpo, pois sendo membro será sempre dependente, submisso. Como pode um membro subsistir no corpo se não se submeter às ordens da cabeça? Assim também nós não podemos subsistir no corpo de Cristo se não formos sujeitos as autoridades delegadas. Quando uma mulher não se submete ao seu marido, ou quando um filho não obedece ao seu pai, ou quando o empregado não acata a ordem de seu chefe, ou quando o discípulo não se submete aos autoridades, é porque estão cheios de si mesmos. Mas, quando nos disponhamos a obedecer e cumprir a vontade do Altíssimo, Ele agirá de forma a cumprir seus desígnios em nós, levando-nos cada dia a um nível mais elevado de espiritualidade, comunhão com o Espírito e semelhança a Jesus. O evangelho do reino aniquila com a independência e rebeldia do homem e faz dele um servo submisso.

3. JESUS, O EXEMPLO DE SERVO EM AÇÃO

Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.45). Os Evangelhos nos contam a história de Jesus a partir de perspectivas diferentes, para cumprirem propósitos específicos diferentes. Embora todos os Evangelhos tragam o aspecto de serviço e discipulado, o Evangelho de Marcos retrata isso de uma maneira mais intensa. Jesus é visto como um homem de ação, movendo-se rápido e decisivamente de evento para evento. Há relativamente pouco do ensino de Jesus no Evangelho de Marcos. Na maior parte do relato, vemos Ele fazendo coisas, e não falando. Sempre mostra Jesus agindo, curando, ajudando as pessoas, expulsando os demônios, ensinando os seus discípulos e muito mais. Apesar de ser o menor dos evangelhos, Marcos é o que mais registra milagres. Então, prepare-se para a ação! Esteja pronto para o movimento de Deus em sua vida! Sinta-se desafiado a mover-se no seu mundo para servir!

3.1. O servo nos ensina que devemos ser guiados por fé

Nós não andamos pelo que vemos, andamos por fé” (2 Co 5.7). O evangelho de Marcos foi escrito para despertar a fé. O evangelho procura mostrar aos romanos (gentios) que Cristo não veio para ser servido, todavia para servir e guiá-los à subordinação completa do Evangelho. Por isso, seu evangelho é recheado de ações, rápidos movimentos, vivo e ágil, pois a mente romana esta acostumada com o movimento dos dramas do teatro, muito comum entre eles. Ele nos dá o relato mais vivido das atividades de Jesus, destacando fatos e ações em vez de ensinamentos. O evangelista utiliza dezenas de vezes a conjunção "e ". Este é o modo dele demonstrar o Messias em ação. Marcos quer demonstrar que Jesus sempre aparece servindo aos outros. Ele quer produzir em seus leitores um compromisso de fé em Jesus Cristo. Quer que vejamos que a vinda de Jesus exige uma ação decisiva de nossa parte. Com isso, o evangelista enfatiza a realidade de que não podemos permanecer neutros, precisamos responder ativamente e Jesus é o exemplo perfeito de como deveríamos viver nossa vida no dia a dia. Que nossa fé seja alimentada pelas verdades do Evangelho de Marcos e que vivamos na esperança de ver Jesus face a face.

3.2. O servo nos mostrou ser possível liderar através do serviço

Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.42-45). Jesus faz um contraste entre como Ele deseja que seus discípulos liderem e a maneira como as coisas normalmente funcionam no mundo. "Não será assim entre vocês", diz Ele (Mt 20.26). O que isto significa? Que jamais devemos buscar um tipo de liderança que busca autoridade para o seu próprio interesse pessoal. Na mente de Cristo, os verdadeiros líderes serão eficazes quando as pessoas que lideram se tornam melhores por sua causa, e não quando conseguem subjugá-las para que os sirvam. Quando um líder se torna servo, ampliará o alcance da sua influência na liderança. O serviço funciona como um respaldo à autoridade. Na proporção em que um líder serve aos seus liderados, ele reforça sua autoridade para conduzi-los na direção dos objetivos que precisam ser atingidos. Na proporção em que o líder apenas manda nos seus liderados ele os força a segui-lo por causa da sua posição. Na formação de líderes servos alguns princípios internos, refletidos em sua forma de agir e de se relacionar com as pessoas, são necessários, tais como: simplicidade, humildade, justiça, disposição de pagar o preço de servir, etc. Líderes com estas características adquirem capacidade de liderar por longo prazo, cometem menos desastres, ferem menos pessoas e alcançam maiores resultados. C. Gene Wilkes no seu livro, O último degrau da liderança, afirma: “A verdadeira liderança servil começa quando o líder se humilha para cumprir a missão que lhe foi confiada, em vez de servir aos seus interesses pessoais”.

3.3. O servo e sua influência inspiradora

Eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15). O que Jesus tem de mais impactante, em sua liderança, é sua integridade de vida. Não existe nada mais incentivador que um bom exemplo (Gl 6.17). Além disso, toda liderança tem a função de gerar benefícios significativos na vida dos seus liderados, tornando-o também um agente multiplicador. Estar no controle faz de alguém um líder? De maneira nenhuma. Autoridade não é liderança. Influência, sim, é liderança. O estilo de liderança do Senhor Jesus foi além de prático, foi inspirador. Os termos “façais e aprendei” trazem consigo um apelo de compromisso com o seu exemplo. Em certo momento durante o seu ministério, como já vimos no subtópico anterior, Jesus adverte seus seguidores para que não confundam uma posição de autoridade com o chamado para liderar. Jesus argumenta que os melhores líderes, liderarão como servos conscientes de suas responsabilidades, fazendo com que seus liderados se tornem pessoas melhores, tanto fisicamente como espiritualmente. Mesmo que você tenha autoridade e posição de liderança, um líder inspirador não precisa se aproveitar dessa autoridade. O tipo de líder servo aprende que há formas de cultivar a influência e criar confiança. Jesus nos diz que essa é uma maneira mais poderosa de liderar, e podemos exercê-la com ou sem governo. A verdadeira liderança tem forma e conteúdo, por isso, ela é inspiradora. O mundo ainda aguarda vozes de líderes cujos corações andam através das chamas do amor de Deus. Homens e mulheres que não se contentem com nada mais neste tempo presente senão a se oferecem como sacrifício no altar de Cristo. O que você está fazendo hoje para cultivar a sua influência?

CONCLUSÃO

Jesus, o nosso supremo exemplo, serviu a todos com amor, sinceridade e sacrifício. Ele nos convida a servir a Ele com nossas vidas e também às pessoas de nossa família, igreja, local de trabalho, escola, comunidade onde moramos e etc. Que possamos ter a mesma atitude de nosso Senhor que “…a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo…” (Fp 2.7). Só assim, poderemos ser considerados seus verdadeiros discípulos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Evangelho de Marcos – O servo e a Missão no Serviço da Obra de Deus. 1º Trimestre de 2023. Ano 33 n° 126. Rio de Janeiro: Editora Betel.

WILKES, Gene C. - O último degrau da liderança. São Paulo: Mundo Cristão, 2002.

SITES CONSULTADOS:

https://cristianismoativo.org/jesus-um-servo-de-deusConsulta em 23.12.2022;

https://paodiario.org/BR/2018/03/01/jesus-o-servoConsulta em 23.12.2022;

https://adperus.com.br/conduta-crista/jesus-cheio-do-espirito-santo/Consulta em 27.12.2022;

https://faculdadecristadecuritiba.com.br/storage/2018/12/Numero8-Junho-2018-Art6.pdfConsulta em 28.12.2022;

https://teologiabrasileira.com.br/a-estrategia-de-ser-servoConsulta em 31.12.2022.

https://www.searadecristo.com.br/portal/lideranca-e-sua-influencia-inspiradora/ Consulta em 31.12.2022.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

Pr. Osmar Emídio de Sousa – Servo do Senhor; Servidor Público Federal; Formado em Direito, em Missiologia e em Teologia Pastoral.

 MARCOS E O SEU EVANGELHO

Lição 1 – 1 de janeiro de 2023

TEXTO ÁUREO
“Só Lucas está comigo. Toma Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério.” 2Timóteo 4.11

VERDADE APLICADA
Mesmo vivenciando dificuldades e instabilidades, o discípulo de Cristo deve perseverar e aproveitar as oportunidades para crescimento e amadurecimento.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apontar a relevância de viver em um lar cristão;
Mostrar que um momento de fracasso não é o nosso fim;
Falar que Deus sempre está disposto a nos restaurar.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Atos 12
9. E, saindo o seguia. E não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão.
10. E, quando passaram a primeira e a segunda guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou dele.
11. E Pedro, tornando a si, disse: Agora sei, verdadeiramente, que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que o povo dos judeus esperava.
12. E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam.

Comentário adicional

Introdução
Estimados irmãos, a graça e a paz de nosso Senhor e Salvador Jesus esteja com todos vós. Somos gratos ao Senhor Jesus pelo início de um novo ano, e neste primeiro trimestre estudaremos o Evangelho de Marcos, onde vamos aprender preciosas lições. Dentre os Evangelhos sinóticos, o de Marcos é o que mais obedece a uma ordem cronológica; a maioria das histórias foi contada na sequência em que realmente ocorreu. O Evangelho de Marcos é o mais breve, porém contém a maioria dos acontecimentos descritos nos outros Evangelhos e está repleto de ações.

1. Quem foi Marcos?
Marcos é considerado o autor do Evangelho que leva o seu nome. Apesar de Marcos não tenha sido um discípulo de Cristo, ele certamente presenciou muitos fatos da sua vida, visto que morava em Jerusalém e sua casa tornou-se um ponto de encontro da Igreja. Marcos é citado como "João, cognominado Marcos" (At 12.12,25; 15.37,39). Sendo que João é seu nome hebraico e Marcos seu nome romano. As Escrituras registram várias informações importantes sobre esse personagem: Em Atos 12.11,12) diz que Pedro tendo sido liberto da prisão foi à casa da mãe de João Marcos em Jerusalém. Também a Bíblia diz que João Marcos era sobrinho de Barnabé (Cl 4.10) e, onde juntos e o apóstolo Paulo fizeram a primeira viagem missionária (At 12.25; 13.5). Apesar disso, Marcos os abandonou no caminho para Perge, voltando para Jerusalém (At 13.13). Quando Barnabé quis que João Marcos participasse da segunda viagem missionária, Paulo recusou, vindo a ocorrer um atrito resultante entre Paulo e Barnabé. (Atos 15.38,39).

1.1- Marcos teve a graça de viver em um lar cristão
A Bíblia relata que quando Pedro foi libertado pelo anjo e tendo clareza de sua situação, ele “dirigiu-se à casa de Maria, mãe de João, também chamado Marcos” Atos 12.11,12 [NVI]. Pedro foi a casa da mãe de Marcos porque sabia que era o lugar onde os irmãos estavam reunidos e oravam. Diferente das outras, aqui Maria não é denominada pelo nome de seu pai ou marido, mas de acordo com o nome do filho. Isso porque tudo indica que o pai de Marcos já tivesse morrido. Observe que Marcos teve a graça e o privilégio de viver e ser educado em um lar cristão.

1.2- Marcos teve um lar a serviço do Reino de Deus
Marcos teve a graça de ser educado por sua mãe que era cristã, e essa educação contribuiu para formação de seu caráter. Marcos através dos ensinos de sua mãe se tornou um grande evangelista da igreja e autor do Evangelho que possui o seu nome. Alguns estudiosos dizem que a família de Marcos possuía posses. Veja que a casa de Maria era bem ampla e era um local de encontro da Igreja Primitiva. Podemos dizer que a mãe de Marcos era uma mulher corajosa e sobressaiu por sua bravura e entrega ao Reino de Deus. Mesmo diante das ameaças do rei Herodes e pela perseguição dos judeus e os romanos aos cristãos, Maria abrigava os irmãos em casa para servir como lugar de reunião para uma congregação cristã em Jerusalém. Também é possível que o grande cenáculo desta casa (um amplo piso superior para convidados) tenha sido o local onde a última Ceia foi celebrada, e onde aconteceu o Pentecostes. (Lc 22.8ss).

1.3- Marcos é prova clara de que o exemplo vem de casa
É no seio da família que a criança recebe a primeira educação, assim é importante que os pais sejam pessoas idôneas e tementes a Deus, pois exercem uma grande influência na educação dos filhos. Na verdade, os pais são espelhos para os filhos, as crianças sempre estão observando, veem os pais a partir da fala e do exemplo. Maria ensinou seu filho Marcos não só por palavra, mas através de seu exemplo ilibado como verdadeira serva de Deus. Vemos que Maria foi uma mulher virtuosa, o seu caráter e exemplo prático fez com seu filho se tornasse um grande evangelista. “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”. Provérbios 22.6.

2. Particularidades do evangelho de Marcos
O Evangelho de Marcos provavelmente, foi o primeiro a ser escrito e também é o mais breve, mas apesar dessa particularidade, seu conteúdo é tão importante como os demais Evangelhos, é provável que o livro serviu de fonte para Mateu e Lucas.  Marcos apresenta Jesus como o servo sofredor de Deus (10.45). Seu foco está mais nos feitos de Jesus do que nos seus ensinos, enfatizando particularmente o serviço e o sacrifício. Ele evidencia a humanidade de Cristo mais claramente do que qualquer outro evangelista, enfatizando suas emoções (1.41; 3.5; 6.34; 8.12; 9.36), suas limitações (4.38; 11.12; 13.32) e outros pequenos detalhes a respeito de Jesus que mostra o lado humano do filho de Deus (7.33-34; 8.12; 9.36; 10.13-16). “Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (10.45).

2.1- Contexto histórico do evangelho de Marcos
Quando Marcos escreveu seu Evangelho, Roma era uma cidades rica, tinha cerca de um milhão de habitantes e hospedava várias culturas, povos e religiões. O porto de Roma, Óstia, tornou-se o centro do comércio mundial. Construções monumentais eram erguidas e o luxo e pessoas ricas era exorbitante. Porém, mesmo diante de tanta riqueza, havia também uma extrema pobreza e miséria. O que prevalecia era a corrupção, a anarquia e a decadência moral. Foi para essa cidade encantada pelo prazer que Marcos escreveu o seu Evangelho. Nessa cidade do prazer e do luxo, uma igreja foi plantada. Essa igreja foi duramente perseguida a partir do ano 64 d.C. Os cristãos eram queimados vivos, lançados nas arenas para serem pisados pelos touros, vestidos de peles de animais para serem devorados por animais famintos. Marcos escreveu seu Evangelho para dar ânimo aos cristãos a fim de que eles perseverassem como discípulos fiéis, particularmente diante das perseguições praticadas pelos líderes religiosos e também pelo Império Romano que não aceitava os ensinos acerca de Jesus, pelo contrário queria que os irmãos adorassem o imperador como se fosse um Deus.

2.2- Data
Como citado pelo autor da revista, provavelmente o livro foi escrito entre 55 e 70 d.C., ou seja, antes da destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., uma vez que ele não faz qualquer menção desse fato predito por Jesus (Mc 13.1-23). Jerusalém foi destruída pelo exército romano sob a liderança de Tito, depois de 143 dias de cerco. Durante essa batalha, seiscentos mil judeus foram mortos e milhares levados cativos.

2.3- Destinatários
O evangelista Marcos não foi um dos doze discípulos de Jesus, mas é provável que tenha conhecido Jesus pessoalmente. Ele escreveu seu Evangelho quando esteve na Itália. Isso está de acordo com a voz uniforme da tradição primitiva, que também considerava esse Evangelho como tendo sido escrito em Roma, o livro foi escrito para benefício dos cristãos romanos, também mostrar aos romanos que Cristo veio como servo. O livro de Marcos mostra Jesus como um homem, cujas palavras eram confirmadas por atitudes e acontecimentos, que constantemente provavam quem Ele era: o Filho de Deus. Neste lugar muitos deuses eram adorados, assim, Marcos pretendia que seus leitores soubessem que Jesus é o verdadeiro e único Filho de Deus.

3. Do início ruim a um fim honroso
A Bíblia não diz por que qual razão Marcos deixou de acompanhar Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária e retornou a Jerusalém. A Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, sugere alguns motivos para esta decisão, veja: “Talvez Marcos (1) estivesse com saudades de casa: (2) temesse ser liderado por Paulo, e não por Barnabé (seu tio): (3) tivesse adoecido (Gl 4.13): (4) não conseguisse resistir ao rigor e aos perigos da viagem missionária ou (5) tivesse planejado ir apenas até aquele ponto, mas não comunicara o fato a Paulo e Barnabé.”

3.1- Marcos recuou, mas não abandonou a fé
Por causa da desistência de João Marcos na ocasião da primeira viagem missionária, aconteceu uma desavença entre o apóstolo Paulo e Barnabé. Depois. E, devida esta falha, Paulo de maneira implícita culpou João Marcos de falta de coragem e compromisso com a obra de Deus e recusou-se a levá-lo em outra viagem (ver 15.37, 38). Todavia, Barnabé queria levar João Marcos dando a ele mais uma oportunidade, mas Paulo não aceitou que Marcos fosse com eles. Assim, aconteceu a separação de Barnabé e Paulo.  Barnabé viajou na companhia de Marcos para Chipre e Paulo escolhe Silas e partiu para a Ásia menor. Não é porque Marcos desistiu da primeira viagem missionária que ele não merecesse uma nova chance, até porque nem mesmo sabemos o que levou Marcos a tomar essa atitude, pode ser que estivesse passando por algum problemas que não é citado nas Escrituras.

3.2- Marcos, um obreiro restaurado na obra de Deus
Todos nós precisamos de uma nova oportunidade e foi o que Barnabé concedeu a João Marcos. Anos depois o apóstolo Paulo faz menção de Marcos como sendo uma pessoa muito importante para a obra do Senhor e ambos se reconciliaram. De acordo com as cartas posteriores de Paulo, ele passou a respeitar e considerar Marcos, e até mesmo precisou da ajuda dele em seu trabalho. “Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o; E Jesus, chamado Justo; os quais são da circuncisão; são estes unicamente os meus cooperadores no reino de Deus; e para mim têm sido consolação.” Colossenses 4.19,11.

3.3- Marcos de desacreditado a benéfico
Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério.” 2 Timóteo 4.11. Mesmo não sendo um dos doze discípulos de Jesus, depois da desistência da primeira viagem missionária, Marcos se tornou um importante cooperador para o crescimento da Igreja do Senhor, ele trabalhou com muita tenacidade e escreveu o primeiro Evangelho que leva seu nome, tornando-se fonte de consulta para os demais Evangelhos.

Conclusão
Marcos nos apresenta Jesus em ação, servindo, ensinando, sacrificando-se e salvando vidas! Ao ler o Evangelho de Marcos, fique pronto para agir de acordo com a ação de Deus em sua vida. Aceite o desafio de viver com a finalidade de servir a Deus.

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.
Bíblia de Estudo MacArthur. Edição Revista e Atualizada, Tradução João Ferreira de Almeida. Barueri, SP: SSB, 2013.
Lopes, Hernandes Dias. Marcos: O evangelho dos milagres. São Paulo: Editora Hagnos 2006.
► Revista Betel Dominical, adultos, 1º Trimestre de 2023, ano 33, nº 126. Evangelho de Marcos – O Servo e a missão no serviço da obra de Deus - Lição 1 – Marcos e o seu evangelho.
Vieira, Abinair Vargas. Evangelho de Marcos: o servo e a missão no serviço da obra de Deus.  Rio de Janeiro: Betel, 2022.

Comentário adicional – Evangelista Ancelmo Barros de Carvalho.