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 O AMOR: MARCA DO CRISTÃO CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

Lição 10 – 4 de dezembro de 2022

TEXTO ÁUREO
“Agora pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade”. 1 Coríntios 13.13

VERDADE APLICADA
O amor a Deus e ao próximo deve mover-nos na busca pelos dons espirituais e no uso dos mesmos, visando a edificação da Igreja e a glória de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Destacar que o dom supremo de Deus é o amor;
Ensinar que o amor é a maior de todas as graças;
Mostrar que o amor é o bem maior do cristão.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1 CORÍNTIOS 13
1. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
4.  A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece,
5. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
7. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8. A caridade nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.

INTRODUÇÃO
Tendo em mente o contexto da busca e do uso dos variados dons disponíveis ao Corpo de Cristo, nesta lição estudaremos sobre o “caminho ainda mais excelente”: O amor. O amor deve mover-nos em todo o tempo. 

1. O DOM SUPREMO DE DEUS É O AMOR
Nenhum dom tem valor, a menos que esteja imerso no amor. Digo isso porque o amor sustenta, ampara e faz repousar. O amor é a inspiração de tudo. Afigura-se por entre as páginas da Bíblia que, sem o exercício do amor, mesmo o maior dos demais dons nada seria. Há que se considerar que o amor nos traz paz e felicidade e nos torna mais parecidos com Jesus. A par dessas evidências a vida cristã deve ser uma vida repleta de amor.

Comentário adicional: A data atribuída a essa carta é o ano de 55 d.C.; Paulo escreveu essa carta à igreja de Corinto enquanto visitava Éfeso, durante sua terceira viagem missionária (AT 19.1). Corinto e Éfeso ficavam uma de frente à outra, separadas pelo mar Egeu. Enquanto estava em Éfeso, ouviu falar a respeito dos problemas da igreja de Corinto (Co 1.11). Naquele mesmo tempo, uma delegação da igreja visitou Paulo a fim de pedir-lhe conselhos para solução de conflitos, que os dons estavam causando e, nos capítulos 12 e 13 Paulo traz esclarecimentos sobre essas questões.

1.1. O amor é a maior de todas as virtudes do cristão
O amor não consta expresso na relação de dons escrita por Paulo a igreja em Corinto [1 Co 12.8-10; 28-30], entretanto deve ser a principal virtude de um cristão [1 Co 13.13]. A virtude do amor é ofertada ao crente pelo Espírito Santo para que possa servir ao Senhor de maneira jubilosa. Paulo nos instrui que devemos fazer tudo impregnado de amor [1 Co 16.14]. Paulo ainda afirma que os que servem na obra de Deus devem servir em amor [2 Co 12.15]. Pois, sendo o amor a maior de todas as virtudes através de sua ação na vida do crente, ele contribui para o crescimento do Corpo de Cristo [Ef 4.16].

Comentário adicional: O apóstolo Paulo, em sua carta, descreve o amor divino através de nós como atividade e comportamento, e não apenas como sentimento ou motivação interior. Os vários aspectos do amor, neste capítulo 13, caracterizam Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Sendo assim, todo crente deve esforçar-se para crescer nesse tipo de amor.

1.2. O amor é o caminho a ser seguido
Após discorrer seus ensinamentos sobre a atuação e propósito dos dons espirituais no Corpo de Cristo [1 Co 12] e antes de instruir quanto ao uso dos mesmos e alertar quanto aos abusos [1 Co 14], Paulo assegura aos crentes daquela cidade que lhes indicaria um “caminho ainda mais excelente” [1 Co 12.31]. Assim ele inicia o capítulo 13 do mesmo livro mostrando que este caminho mais excelente é o caminho do amor [1 Co 13.1]. Por tudo que dissemos sobre o amor, devemos ter o entendimento de que amar deve ser expressão de obediência a um mandamento de Nosso Senhor Jesus Cristo [Jo 15.12].

Comentário adicional: O cap. 13 é uma continuação do ensino de Paulo sobre os dons espirituais. Ele enfatiza, aqui, que ter dons espirituais sem amor (caridade), de nada adianta. O "caminho ainda mais excelente" (12.31) é o exercício de dons espirituais com amor. Assim, o amor, sendo o único contexto em que os dons espirituais podem cumprir o propósito de Deus, deve ser o princípio predominante em todas as manifestações espirituais. Daí, Paulo exortar os coríntios: "Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais" (14.1). Os crentes devem, com muito zelo, buscar as coisas do Espírito, para que, assim equipados, possam ajudar, consolar e abençoar o próximo neste mundo.

1.3. O amor é sofredor
Esta é a primeira característica da natureza do amor. Segundo o Dicionário de Strong, a expressão “sofredor” [1 Co 13.4], no grego, significa: ser tardio em irar-se, ter tolerância, ser paciente. O amor tem uma grande capacidade para suportar. Um ponto importante a destacar que, ainda segundo Strong, a palavra grega utilizada “descreve a paciência com as pessoas”. Assim, Paulo procura mostrar que o amor faz com que uma pessoa suporte as ofensas e as palavras investidas grosseiramente por outra pessoa, sem amargura ou desejo de vingança. Ou seja, reflete a paciência do próprio Deus para com os pecadores. As descrições acima atestam a relevância do amor nos relacionamentos entre os membros do Corpo de Cristo.

Comentário adicional: A maior definição de amor (ágape) nos relacionamentos humanos já escrita é a do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 13. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Resumindo, o amor é a comunhão entre as pessoas, baseado em atos de auto sacrifício. Tal amor é a bondade voluntária e deliberada, estendendo-se até mesmo aos inimigos por quem não se tem qualquer afeto pessoal.

2. AMOR: MAIS ABRANGENTE DE TODAS AS GRAÇAS
Somos persuadidos através das Escrituras que devem evidenciar o amor na forma como vivemos e nos relacionamos com outras pessoas, sendo o amor o bem maior. A Bíblia Sagrada nos assegura que o discípulo de Cristo precisa ter consciência da relevância do amor em sua vida, influenciando em todas as ações. O apóstolo Paulo escreveu que se assim não for: “nada seria” e “nada disso me aproveitaria” [1 Co 13.2-3]. Precisamos estar revestidos de amor [Cl 3.14].

2.1. O amor é um sentimento que enriquece
Quando nos submetemos a direção do Espírito Santo, Ele nos auxilia a exalarmos o amor por onde passamos para enriquecermos a vida de todos os que estão à nossa volta. Vale lembrar que o amor é um senti­mento que enriquece a vida daqueles que amam e os que são amados. Esse sentimento se manifesta através da entrega, da intimidade, do cuidado e o comprometimento de querer estar junto, sempre disposto a ajudar em todos os momentos. Através do amor somos enriquecidos com a vontade de viver para Cristo.

Comentário adicional: Este capítulo deixa claro que o mais importante e que está acima do ministério, da fé ou da posse dos dons espirituais é ter um caráter semelhante ao de Cristo. Deus valoriza e destaca o caráter que age com amor, paciência (v. 4), benignidade (v. 4), altruísmo (v. 5), aversão ao mal e amor à verdade (v.6), honestidade (v.6), e perseverança na retidão (v. 7), muito mais do que a fé que move montanhas ou realiza grandes feitos na igreja. Além disso, os maiores no reino de Deus serão aqueles que aqui se distinguem em piedade interior e no amor a Deus, e não aqueles que se notabilizam pelas realizações exteriores (ver Lc 22.24-30). O amor de Deus derramado dentro do coração do crente pelo Espírito Santo, é sempre maior do que a fé, a esperança, ou qualquer outra coisa (Rm 5.5).

2.2. O amor é edificante
O amor nos edifica e nos faz crescer. Quando somos edificados espiritualmente, crescemos em amor [1 Co 8.1]. Sendo as­sim, como parte da obra do Espírito Santo em nós, devemos erguer nossa vida cristã através do amor. Não podemos esquecer que o amor é o manancial de todas as coisas é a base que sustenta e edifica o Corpo de Cristo. Paulo expõe a Timóteo que a Igreja se edifica pelo amor [1 Tm 1.5]. Se quisermos contribuir para a edificação da obra de Deus, devemos amar os nossos irmãos! Pois, a Igreja vai se edificando em amor.

Comentário adicional: Na primeira epístola aos Coríntios, capítulo 8, verso 1, o apóstolo Paulo lida com a pergunta dos coríntios, a respeito de alimento oferecido a ídolos, e se é permitido comprar e comer tal alimento, e, participar de festas em templos idólatras, sobre este assunto, Paulo revela um princípio importante, segundo o qual os cristãos de todos os tempos devem viver. Esse princípio aplica-se a quaisquer atividades questionáveis que possam tentar algum crente a pecar e arruinar-se espiritualmente. O Espírito Santo deu instruções, por intermédio de Paulo, no sentido de o cristão sempre agir com amor para com os irmãos na fé, o que requer abnegação, que significa limitar nossa própria liberdade e deixar de lado todas as atividades questionáveis, a fim de não ofender ou enfraquecer as convicções sinceras de outros cristãos que se consideram firmados em princípios bíblicos. O inverso da abnegação é a autodefesa do direito de participar de uma atividade questionável, atividade esta que poderá induzir outros a também participarem dela para seu próprio detrimento (cf. Rm 14.1-15.3; At 15.29; 1 Co 9.19). Corroborando com esse princípio, em 1 Tm 1.15, o apóstolo adverte que o alvo supremo de toda a instrução da Palavra de Deus é uma transformação moral interior da pessoa, que se expressa no amor, na pureza de coração, numa consciência pura e numa fé sem hipocrisia. Assim, o contexto para o exercício dos dons é o amor. Efésios 4 enfatiza a diferença dramática entre a nossa vida anterior (como pagãos), e a nossa nova vida em Cristo. E por isso que devemos falar a verdade em amor. O amor é prático quando edificamos uns aos outros.

2.3. Somente o amor permanece
Pau­lo demonstra que o amor é o caminho sobremodo excelente. Sua certeza se dá por possuir o entendimento de que o amor jamais desaparecerá. Ele diz:” A caridade nunca falha” [l Co 13.8). Assim temos o entendimento de que, mesmo após a consumação dos séculos, o amor permanecerá e será visto entre Deus e os homens, pois Deus é amor.

Comentário adicional: Os dons espirituais, como profecia, línguas e ciência terminarão no fim da presente era. A ocasião em que eles cessarão é descrita assim: "quando vier o que é perfeito" (v. 10), ou seja, no fim da presente era quando, então, o conhecimento e o caráter do crente se tornarão perfeitos na eternidade, depois da segunda vinda de Cristo (v. 12; 1.7). Até chegar esse tempo, precisamos do Espírito e dos seus dons na congregação.

3. O AMOR É O BEM MAIOR DO CRISTÃO
A maior evidência do cristão cheio do Espírito Santo não é a manifestação dos dons espirituais, mas, sim, que esteja impregnado de amor. O cristão deve ser conhecido não somente por sua teologia, mas, principalmente, pelo seu amor. Jesus falou sobre esta evidência na vida dos cristãos quando disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” [Jo 13.35].

3.1. Amor: o caminho mais excelente para exercer os dons
Paulo entende que nenhum dom ou ação tem muita importância, a menos que esteja imerso em amor. Em seu discurso Paulo destaca as três virtudes fundamentais do cristianismo: a fé, a esperança e o amor, entretanto ele assegurava que o amor é o maior destas [1 Co 13.13]. Em sua defesa da superioridade do amor, Paulo afirma que o amor é mais extraordinário do que os dons espirituais [1 Co 13.1-3]. Os dons espirituais, por mais importantes que sejam, são temporários. Línguas, profecias, sinais – tudo passará, mas o amor subsistirá eternamente.

Comentário adicional: Depois de ensinar a respeito dos dons espirituais em 1 Coríntios 12, Paulo declara: “E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente” (v. 31). Esta é uma sentença de transição. Embora os dons espirituais sejam absolutamente essenciais à igreja, o caminho sobremodo excelente para sua utilização é o amor. Assim, o amor é apresentado, neste texto, não como um dom, mas como um caminho. Alguns coríntios achavam que os possuidores de certos dons eram pessoas extremamente importantes. Mas Paulo afirma que, mesmo que eles tivessem os mais altos dons, se lhes faltasse amor, seriam nada (1Co 13:1-2).

3.2. O amor suscita confiança nos outros
O relacionamento do cristão precisa ser pautado no amor e na confiança mútua. A confiança é uma entrega, que só é demonstrada através de um cuidado especial. Através do amor passamos a atrair a confiança do próximo, para ajudá-lo em suas fraquezas. Portanto, como crentes não podemos estar bem sem evidenciar o amor. Afinal, temos visto que a maior necessida­de deste mundo é o amor e confiança. Quem ama confia e vice-versa.

Comentário adicional: O amor constitui o elemento vital para a igreja. Consequentemente, a aplicação do mandamento do amor tem o efeito claro de estimular na igreja uma forte consciência de responsabilidade mútua, de juntos formarem uma unidade para a edificação do corpo de Cristo. Em 1 Coríntios 12, Paulo traz esse argumento da unidade do corpo, assim como os membros, cada um individualmente e em seu devido lugar formam, em conjunto, um corpo, assim também os crentes com seus vários dons e talentos formam a unidade do corpo de Cristo; precisamos ter consciência dessa comunhão mútua e agir de acordo com ela. Contudo, ao chegar nesse ponto da admoestação, ele aponta para além desses dons e mostra um caminho que é ainda mais excelente, isto é, o caminho do amor (1Co 13). Comparado com esse amor, nem o mais excelente dos dons tem qualquer valor. Nem o de falar em línguas, nem o conhecimento dos mistérios, nem a fé para fazer milagres ou para entregar todos os bens e a si mesmo. Isso é muito importante em Corinto, pelo fato que eles estavam individualmente se enchendo de orgulho e se esquecendo de praticar a caridade. Justamente pelo fato da caridade, assim como a fé e a esperança, ser o modo de existência da Igreja cristã, ele deve revelar-se no vínculo dos irmãos, no colocar-se a serviço dessa edificação; desse modo, o amor cristão não é individualista, arrogantemente separatista, mas sim acima de tudo, preocupa-se com o corpo e não com o indivíduo. Por esse motivo, não ter amor significa não ter coisa alguma, independentemente do dom brilhante que se tenha recebido.

3.3. O amor é um sentimento que não pode faltar na Igreja de Cristo
Temos aprendido que, mesmo que pessoas estejam sendo beneficiadas com nossas ações, se não estivermos sendo movidos pelo amor, como descrito em 1 Coríntios 13, não teremos recompensa. Mesmo que a pessoa tenha o dom de profecias e consiga entender e interpretar os mistérios mais profundos, se não tiver amor, nada adiantará para a mesma. O amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, a caridade nunca falha (… )” [1 Co 13.7-8].O amor é o remédio para a situação trágica em que muitas pessoas adentram dentro de nossas igrejas. Portanto, é indispensável que o amor seja promovido, vivido, e manifestado na Igreja. Assim, será possível manifestar a unidade da qual Jesus mencionou em Sua oração, pois a mesma impactará o mundo para que creia [Jo 17.21].

Comentário adicional: O amor, diferente dos dons, jamais acaba. Porquanto, não é nos dons que a igreja está arraigada e alicerçada, mas sim no amor. Os dons não constituem o elemento vital do corpo de Cristo, o poder que cria união dentro dele, mas sim a caridade. No entanto, os dons desaparecerão e cessarão. Mas isso não se aplica ao amor. Juntamente com a fé e a esperança, ele tem significado permanente, na verdade a caridade é o maior desses três. Por esse motivo, a caridade, apesar de não ser possível sem a fé e a esperança, ainda assim é o maior. O amor só pode ser exercido no coletivo, em favor do outro. Em cada expressão de amor revelamos Cristo! Deus é Amor.

CONCLUSÃO
Ao introduzir o tema do amor, Paulo o chama de caminho excelente (1Co 12:31). Agora, ao encerrar, ele faz o apelo para seguirmos nesse caminho: “Segui o amor” (1Co 14:1). A ideia é a de ir após, com persistência. Indica uma ação que nunca termina. Seguir o caminho do amor é seguir a natureza do próprio Deus. Nunca devemos cessar de fazer do amor a obra de nossa vida.

Referências bibliográficas
► Bíblia de Estudo Pentecostal – Comentários, Auxílios e Estudos Doutrinários. CPAD.
► Dicionário Bíblico Wycliffe – Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea (Tradução: Degma Ribas Júnior). CPAD.
► HORTON, Stanley M. – Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. CPAD.
Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e Adultos. A igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125 - Lição 10 – O amor: marca do cristão cheio do Espírito Santo.

Comentário adicional - Professora Emivaneide Silva.

 

 

 OS DONS DE CRISTO PARA O APERFEIÇOAMENTO DOS SALVOS

Lição 9 – 27 novembro de 2022

TEXTO ÁUREO
“Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Efésio 4.7

VERDADE APLICADA
Os dons de Cristo visam promover à Igreja o necessário para proporcionar o indispensável aperfeiçoamento dos salvos até que Ele venha.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar a relevância dos dons ministeriais na Igreja;
Mostrar que os dons ministeriais são atuais;
Expor a variedade de dons e a multiforme graça de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIO 4
11. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo,
13. Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14. Para que não sejamos mais como meninos inconstante, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.

Comentário Adicional

O que significa dom na Bíblia? A palavra usada na Bíblia para “dom”, no texto original em grego, é charisma. Significa “presente oferecido de boa vontade”.

Dom, no sentido cristão, PODEM SER ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS, E diferentemente do que pensamos, não é uma habilidade natural para fazer algo, como cozinhar, escrever, jogar futebol ou tocar piano. É uma concessão sobrenatural de Deus a nós, para dar sentido à nossa vida e ao universo. O dom se difere do talento, pois enquanto o talento é inerente a todos cristãos ou não, o dom espiritual ou ministerial apenas aos cristãos. Dom é o resultado do poder do Espírito Santo. Qualquer pessoa, cristã ou não, pode possuir um certo talento, enquanto apenas os cristãos possuem dons espirituais.

Talento pode ser definido como “um dom natural ou adquirido; inteligência excepcional” (FERREIRA, 2001, p.660) ou ainda como um “conjunto das habilidades de uma pessoa – seus dons, habilidades, conhecimento, experiência, inteligência, discernimento, atitude, caráter e impulso inatos, e que também inclui sua capacidade de aprender e desenvolver-se” (MICHAELS, 2002, p.16).

A Todo cristão, é dado graça – O favor de Deus. A “graça” mencionada aqui, provavelmente significa “as influências graciosas do Espírito Santo”, ou suas operações no coração em conexão com o uso dos meios que Deus designou. Essa medida é o dom de Cristo, ou o que é dado em Cristo. Vem através dele. É o que ele comprou; o que ele obteve por seus méritos. Todos têm o suficiente para os propósitos pelos quais Deus os chamou para o seu reino, mas não há as mesmas investiduras conferidas a todos. Todo cristão, verdadeiramente cristão (isto é: regenerado), tem um dom. Por isto, é bom recordar que uma igreja é formada não por aqueles que frequentam uma igreja, mas por aqueles que foram regenerados por meio da fé pessoal em Jesus Cristo. Portanto, a cada membro do corpo de Cristo é dada uma capacidade específica para o serviço. Todo o propósito de sua vida está relacionado ao dom de Cristo para ele, se de fato ele quer que sua vida seja plena de valor. Quando estes dons e capacidades são exercidos no poder do Espírito, os membros da igreja novamente se tornam uma influência vital, transformadora e poderosa na sociedade e a vida cristã se torna interessante e não uma coisa banal. É uma prerrogativa do Espírito Santo distribuir estes dons segundo sua vontade. Se você é um cristão, você tem um dom, pelo menos um. Logo, você não precisa perguntar se tem um dom, mas qual é ele.

1. Conhecendo os dons ministeriais
Os dons ministeriais foram ofertados aos crentes como um dom pessoal com a finalidade de que seja exercido de modo a promoverem o desenvolvimento espiritual e o fortalecimento da Igreja de Cristo. Sendo assim, os dons ministeriais não são distribuídos aos crentes para o seu próprio interesse, todavia eles são dados por Cristo para servirem aos interesses da Igreja.

Comentário
Dom, no grego, é “charisma“, o que literalmente significa: “presente oferecido de boa vontade”. O apóstolo Paulo chamou de charisma um revestimento especial espiritual para a vida da comunidade e o serviço no reino de Deus. Os dons ministeriais são dádivas do Senhor para o serviço espiritual na Igreja. Às vezes esses dons também são chamados de “dons de ofício”, “dons de serviço” ou “dons de liderança”. A lista clássica dos dons ministeriais é aquela registrada pelo apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios na qual ele menciona os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Efésios 4:11). Sendo assim, cada pessoa da comunidade recebe graça suficiente para ter sua habilidade espiritual. Ninguém é tão desclassificado ou tão inculto que fique a margem do serviço, porque a graça foi concedida “a cada um”.

1.1 A atualidade dos dons de Cristo
Não é segredo para ninguém que somos conhecidos como um povo pentecostal, que crê intensamente na atualidade das manifestações dos dons do Espírito Santo. A respeito dos dons ministeriais vemos que Paulo em sua carta aos Efésios está muito interessado que os crentes tenham o conhecimento verdadeiro de cada dom. Craig Keener (O Espírito e a Igreja, 2018, p. 121) observa que, em Efésios 4.7-1, após o Senhor Jesus Cristo vencer e ser exaltado, “concede a seu corpo um grupo especial de pessoas que, por sua vez, mobilizarão os outros membros do corpo de Cristo para seus ministérios. Assim, é possível afirmar que enquanto a Igreja estiver na terra precisará de mais maturidade e unidade [Ef 4.13], sendo, então, necessário que os dons continuem a se manifestar”.

Comentário
Os dons são dadivas divinas para igreja cumprir sua missão até que o Noivo venha buscá-la. O Senhor Jesus deu esses dons de ministério à Igreja. Eles foram dados para o aperfeiçoamento dos santos, para o trabalho do ministério e para a edificação do Corpo de Cristo, até que todos cheguemos à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo. Esses dons do ministério fazem parte do propósito de Deus para o amadurecimento dos santos até que Jesus volte para sua Igreja (Efésios 4:11-16). O plano de Deus é que cada ministério que Ele colocou na igreja, corrija e complemente os outros, fazendo com que haja o equilíbrio necessário. Jesus colocou os dons do ministério na igreja para nos auxiliar a crescer conforme a Sua imagem. Deus não recompensa a posição ministerial em si, porém Ele recompensa a fidelidade ao chamado ministerial.

1.2. Os dons ministeriais estão disponíveis para edificação da Igreja
A carta de Paulo aos Efésios relaciona os dons ministeriais da seguinte maneira: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores [Ef 4.11]. Entendemos à luz da Bíblia que a finalidade do Espírito Santo em ofertar estes dons é capacitar o crente para contribuição ao crescimento do Corpo de Cristo, a Igreja. Este pensamento se dá por assistimos que no Novo Testamento o exercício ministerial está sempre atrelado ao serviço [Mt 20.20-28]. Que fique bem claro que o recebimento destes dons não faz com que o receptor se torne melhor ou superior a outros crentes! Assim estes dons são distribuídos pela graça de Deus para o aperfeiçoamento dos crentes, para a obra do ministério e a edificação do Corpo de Cristo [Ef 4.12],

Comentário
Em Efésios 4:11 nós podemos ler sobre os cinco dons ministeriais que Jesus deixou aos homens. Mas quais são estes dons ministeriais e qual a sua importância para a igreja? Os cincos dons ministeriais são: Apóstolo, Profeta, Evangelista, Pastor e Mestre — ou doutor, como aparece em algumas traduções. De igual modo, todos nós fomos capacitados com algum dom ministerial de Jesus. Então todos são capazes de ajudar na unidade do corpo e da igreja de Cristo. Os dons ministeriais servem para ajudar a igreja de Cristo a crescer e criar unidade no corpo. Os dons sempre são para ajudar ao seu próximo, não a si mesmo. Jesus nos deixou os dons ministeriais para que a Sua igreja pudesse crescer forte, com cada irmão ajudando o seu próximo de acordo com seu talento natural e o seu próprio dom. Não importa se o seu chamado, seja para ser Apóstolo, Profeta, Evangelista, Pastor ou Mestre, os dons nos foram dados para aperfeiçoar ao nosso próximo e expandir o Reino de Deus.

1.3. Cristo repartiu os dons com os homens
Quanto mais estudamos sobre os dons ministeriais, mais apreciamos as riquezas da graça e da sabedoria do nosso Senhor Jesus Cristo. Observamos à luz das Escrituras que Ele aqui distribui estes dons para capacitar os crentes para que estes se desenvolvam espiritualmente de modo a fortalecer a unidade do Corpo de Cristo. Desse modo, todo aquele a quem o Senhor escolher como instrumento e lhe conceder os dons para o ministério deve servi-Lo diligentemente, buscando compreender o que Ele pode fazer para o crescimento e edificação da igreja.

Comentário
Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. Filipenses 2.13

Jesus nos deixou os dons ministeriais para que a Sua igreja pudesse crescer forte, com cada irmão ajudando o seu próximo de acordo com seu talento natural e o seu próprio dom. Todo aquele que é nova criatura, ou seja, é um novo homem ou uma nova mulher, pela obra redentora de Cristo Jesus é alvo do dom e do realizar de Deus.

Na carta de Paulo aos Gálatas capítulo 2, versículo 20, ele disse que não era mais ele que vivia, mas Cristo vivia nele, ou seja Deus movia Nele o querer e o realizar.

SOMOS COMPLETAMENTE DE CRISTO? Então aquele desejo, aquele sonho, aquela boa vontade, aquela vontade verdadeira, amável, honesta, justa, foi o Espírito Santo que operou em nós. Acreditemos nesse sonho, nesse plano, nesse projeto, pois dentro da verdade do novo nascimento, da “nova criação”, certamente Deus nos tem guiado. Tenhamos coragem!!! “O QUERER” de Deus é acompanhado de toda capacitação e operação Dele que EXECUTA, que REALIZA em nós, e através de nós os Seus mais lindos propósitos.

2. Distribuição dos dons
Tenhamos em mente que o apóstolo Paulo discorreu nos primeiros três capítulos da carta aos Efésios sobre o grande plano de Deus, Seu propósito, Sua ação redentora e apresentou a Igreja como agente e representante deste plano [Ef 1.23;3.10]. Para tanto, há uma diversidade de ministérios distribuídos por graça aos que estão em Cristo, capacitando-os para serem instrumentos do Espírito Santo, para a glória de Deus [Ef 3.21].

Comentário:
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. Atos 9.15.  Quando Cristo pela sua misericórdia nos salva e resgata nos tornamos instrumentos nas mãos de Deus, para assim realizar Sua vontade, pois Ele mesmo sem precisar de nós, deseja nos usar como agentes atuantes da Sua ação no meio do Seu povo.  Sendo assim, Cristo através do Espírito Santo de Deus nos enche e nos capacita com dons espirituais e ministeriais.

Reforçando: A diferença dons espirituais para ministeriais.

Os dons ministeriais, podem ser compreendidos como aqueles que, de acordo com Efésios atuam no preparo do povo de Deus que atua junto ao trabalho cristão e no crescimento e desenvolvimento do corpo de Cristo. (Ef 4:10-12). 

Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores Mestres.

Dons espirituais; (Rm 12:3-8;1 Co 12:8-11)

Sabedoria, fé, profecia: conhecimento, cura, discernimento de espírito, variedades de línguas, interpretação de línguas, operação de maravilhas.

2.1. Apóstolos, enviados pelo Senhor Jesus
A palavra apóstolo constitui “aquele que é enviado”, “mensageiro”, “oficialmente comissionado por Cristo”. Segundo o dicionário bíblico Wycliffe, o termo grego apóstolos se origina do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”. Donald Gee (Os Dons do Ministério de Cristo, 1961, p. 30): “Existe ainda hoje o ofício do apóstolo? (…) Em 1 Coríntios 12.28 nos diz que Deus “estabeleceu” este ministério dentro de Sua Igreja; e Efésios 4.11-13, reafirma que foi concedido “para edificação do corpo de Cristo, até que se alcance a unidade da fé…no homem perfeito”. A partir destes argumentos o destacado escritor afirma haver base para o exercício de uma certa forma de ofício apostólico em operação no Corpo de Cristo. A Bíblia apresenta homens de Deus que também foram considerados apóstolos, além dos doze [At 14.14; Rm 16.7].

Comentário
O apóstolo é um homem que tem uma comunhão íntima com aquele que o envia. Nas atualidades vimos uma busca intensa por status e muitos querem ser apóstolos sem saber o significado e o que Cristo o Senhor tinha em mente quando disse, “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer” (Jo 15:14,15).

2.2. Profetas: portadores da mensagem divina
Entendemos que o profeta do Novo Testamento não tem a mesma posição e destaque do profeta do Antigo Testamento. Em sua carta aos Efésios, quando Paulo apresenta os chamados dons ministeriais, vemos que os profetas ali citados são nivelados àqueles que pregam a Palavra de Deus. No Novo Testamento, os profetas eram aqueles que propagavam a Palavra de Deus, impulsionados pelo Espírito Santo, cooperando, assim, para edificação da Igreja [At 13.2]. Agiam visando contribuir para que o Corpo de Cristo prosseguisse à maturidade espiritual [Ef 4.13-16), por intermédio do ensino, da interpretação da Palavra de Deus e de sua aplicação.

Comentário
O ministério de profeta é um dom de Deus para a igreja atual. O “profeta” é chamado para falar segundo o coração do Pai. Os profetas do Antigo Testamento eram o mediadores entre Deus e os homens e as pessoas vinha até o profeta para consultar Deus acerca de assuntos materiais e assuntos espirituais. O profeta do Antigo Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de Deus, tinha outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis, eram os profetas que tinham a incumbência de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos governantes (1Sm 16.1; 1Rs 19.16). No Novo Testamento, o “profeta” tem função essencialmente voltada para o âmbito da igreja local. Mas, de modo geral, o profeta da igreja cristã atende à necessidade de edificação, exortação e consolação dos crentes (1 Co 14.3). Uma pessoa pode ter o dom espiritual de profecia sem ter o dom ministerial de profeta. Não se pode dizer que a igreja do século XXI não precisa mais de “profetas”. Considerando que, antes da vinda de Jesus, está prevista terrível manifestação da apostasia (2 Ts 2.3), é indispensável que a igreja local tenha a presença da manifestação do Espírito Santo, tanto através do dom de profecia, como a palavra sábia e edificante dos profetas de Deus.

2.3. Evangelistas, portadores das boas novas
A palavra evangelista vem do grego: “euangelistes”, que literalmente significa: “mensageiro do bem” ou “mensageiro de boas novas”. O dom ministerial de evangelista consistia em proclamar a Palavra de Deus em viagens de um lugar para outro onde quer que o Espírito os enviasse. Esse dom conferia ao evangelista possuir uma capacitação especial para conduzir outras pessoas a Cristo que depois, agrupadas, as almas que aceitaram a mensagem eram congregadas em pequenas comunidades ou igrejas. O apóstolo Paulo era um evangelista [1Co 1.17], assim como Timóteo [2Tm 4.5].

Comentário
O ministério de Evangelista é um dom de Deus, concedido através da capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas. O Evangelista é, por excelência, o pregador das boas novas. A Bíblia fala muito pouco sobre esse dom. Se consultarmos uma concordância bíblica, só encontramos três referências a esse termo (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). Há homens, dentre os que se colocam à disposição da obra do Senhor que têm uma vocação prioritária para a pregação do evangelho, para a proclamação das Boas Novas de salvação, ou do kerigma, numa linguagem mais bíblica ou teológica. O evangelista consta da lista dos “dons ministeriais”, que são “dons de Deus”, concedidos por Cristo aos homens. O evangelista é alguém que carrega em seu íntimo uma paixão sobrenatural por vidas, Todos os filhos de Deus são chamados para o ministério da reconciliação. Pregar o evangelho é um comissionamento para os filhos de Deus. Entretanto o evangelista é alguém que faz isso de uma forma especial, pois possui um equipamento sobrenatural para esse serviço: opera em sinais como milagres, curas, alcança multidões, promove salvação em massa. Todas essas características seguirão o ministério de um evangelista. “As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados” (Atos 8.6-7). Portanto, ninguém é superior a ninguém, no Reino de Deus (Rm 12.5).

3. Variedade de dons e a multiforme graça de Deus
David Lim (Teologia Sistemática, 1997, p. 471-472): “Existem muitos dons, e nenhuma das listas visa ser exaustiva. Vinte e um deles são alistados no Novo Testamento. Todos são complementares entre si: nenhum é completo em si mesmo. (…) O fato de nenhuma pessoa ser autossuficiente leva à interdependência. Cada crente é um membro do Corpo de Cristo; e cada membro precisa dos demais, Mesmo quando as pessoas manifestam os mesmos dons, fazem-no de modo diferente e com resultados diferentes”.

Comentário
Por menor que pareça um dom, ele foi dado por Deus para edificar a Igreja. Nada que Deus faz é por acaso, tudo visa uma utilidade, um fim proveitoso e um objetivo. Temos uma tendência humana bem feia, que é atribuir valores aos ministérios na Igreja, mas não é isso que nos ensinam as Escrituras e Paulo usou como exemplo didático o corpo humano e disse: “porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?”  1 Coríntios 12:14-15). Multiforme é o mesmo que tomar várias formas, que se manifesta por diversos modos, logo multiforme graça é a graça de Deus que se manifesta de várias maneiras. Graça de Deus é dom espiritual, é uma porção da presença de Deus na vida do Seu povo em forma de ministérios e dons e Pedro falou da multiforme graça, veja: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” 1 Pedro 4:10. Paulo também explicou aos coríntios como acontece a operação de Deus na vida do Seu povo e diz: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” 1 Coríntios 12: 4-5. Multiforme graça de Deus é a manifestação do Espírito Santo em forma dos diversos dons e ministérios na Igreja de Jesus.

3.1. Pastores, responsáveis por conduzir o rebanho de Cristo
O dom de pastorear se desponta, quando pela capacitação pelo Espírito, o obreiro é levantado por Deus para resguardar, proteger, conduzir em cuidar da sã doutrina, refutar as heresias que surgem no seio da igreja, tendo o dever de ser exemplo da pureza e da sã doutrina [Tt 2.7-8]. Cabe ao pastor a responsabilidade de alimentar as ovelhas de Cristo com a Palavra de Deus. Assim, através do ministério pastoral, o ministro conduz as ovelhas as nutrindo com alimento sadio e consistente através de um comando forte e servidor indispensável para a ampliação da igreja. Entretanto, para exercer sua função, é necessário e absolutamente decisivo manter o seu relacionamento com o Bom Pastor.

Comentário
No hebraico, “raah”, palavra que figura por setenta vezes, onde tem o sentido de pastor (Gn 49.24; Êx 2.17,19; Nm 27.17; 1Sm 17.40; Sl 23.1; Is 13.20; 31.4; 40.11. No seu sentido literal, “um pastor” é alguém que cuida dos rebanhos de ovelhas. Os pastores eram conhecidos como profissionais que alimentavam e protegiam os rebanhos, “Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai-a nas ilhas de longe, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como pastor, ao seu rebanho” (Jr 31.10). Jesus foi o maior exemplo de pastor. Sobre seu ministério, Isaías profetizou: “Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço: as que amamentam, ele guiará mansamente” (Is 44.11). “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11)). Aquele que exerce o ofício de pastor é requerido, dentre diversas qualidades, do ensino, exortação e alimentar o rebanho é seu dever. É dever de um pastor de uma igreja local possuir qualificações que o credenciem para tão importante missão. Pastores verdadeiros são dados a Deus à igreja. Cristo não dá igreja ao pastor, ele não é mandatário ou proprietário, ele serve a igreja.1 Timóteo 3.1-7.

3.2. Doutores – aqueles que ensinam as doutrinas cristãs fundamentais
Aquele que possui este dom consegue obter revelações do Espírito Santo de forma detalhada da Palavra de Deus e comunicar os conhecimentos proeminentes para a saúde do Corpo de Cristo, fazendo-o de tal maneira que os crentes consigam aprender. No Novo Testamento os doutores instruíam e ajudavam a aplicar a revelação de Deus à vida da Igreja. Muito importante atentarmos para o fato de que o ensino no contexto do Corpo de Cristo requer dom concedido por Deus. Vide: Romanos 12,6-7- “segundo a graça que nos é dada”: 1 Coríntios 12.28 – “pôs Deus na igreja”; Efésios 4.11 – “E ele mesmo deu…. Portanto, não basta ter o natural dom de ensinar.

Comentário
“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: […] se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.6,7).

Atos 13.1 – “Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo”.

Jesus foi e é mestre por excelência.  Doutor incomparável, “percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino...” (Mt 4.23). “Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha autoridade” (Mt 7. 28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! O dom ministerial de doutor ou mestre na Bíblia é aquele que exerce o ministério do ensino na Igreja. A atividade primordial do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do ensino fundamentado da Palavra de Deus.

O dom de doutor ou mestre é concedido por Deus para edificação e “aperfeiçoamento dos santos”, nas igrejas. Não é um dom muito reconhecido em geral, nas comunidades cristãs, por falta de entendimento acerca do seu valor, ou até por preconceito contra esses termos. As pessoas não têm qualquer receio de tratar um obreiro como “pastor”, “evangelista”, “bispo” ou até “apóstolo”, nos dias presentes. Mas não é comum um obreiro, que tem o dom de mestre ser chamado de “mestre” ou “doutor”. Tiago: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).

Um ponto que vale salientarmos dentro dessa abordagem é que assim como os demais dons ministeriais são concedidos, o ofício do mestre também o é, demonstrando dessa forma, que não se trata de um título, cargo ou função que pode ser repassado como um legado, ou diploma atribuído depois de certa formação acadêmica. Apenas Deus por meio de Jesus pode colocar dentro do homem esse chamado específico, o qual pode ser desenvolvido com o tempo de fidelidade, entretanto, nunca será atribuído por vontade humana. Chamado não se cria ou se adquire, nasce simplesmente e floresce. O mestre, no entanto, tem a visão voltada para a Palavra de Deus, seus olhos estão sempre atentos ao que a Palavra tem a dizer a respeito de tudo que lhe é apresentado.

3.3. Outros dons ministeriais a serviço da Igreja
O apóstolo Paulo, assim como fez com a igreja de Éfeso, de igual modo apresenta à igreja de Corinto uma relação de alguns dons e acrescenta outros que podem ser enquadrados na categoria de dons ministeriais, a saber: apóstolos, profetas, doutores, milagres, curar, socorros, governos e variedades de línguas [1 Co 12.27-28]. O apóstolo Pedro também enfatiza que a vida dos discípulos de Cristo é marcantemente caracterizada pelo serviço aos outros e que, para tanto, a multiforme graça de Deus opera na vida de cada um através da dinâmica dos dons segundo as necessidades que vão surgindo [1Pe 4.10-11]. O Espírito Santo não está limitado a uma rígida lista. Suas operações, manifestações e ministérios são diversos e surpreendentes, sempre em consonância com a Palavra de Deus e para a glória de Deus.

Comentário
“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria” (Romanos 12.6-8). Esses dons são da mesma categoria dos dons espirituais, pois a Bíblia os coloca em conjunto (1 Co 12.28). Esses dons que concedem capacitação sobrenatural para o funcionamento da Igreja. Infelizmente, esses dons são pouco valorizados e estudados nas igrejas, resultando em prejuízo para a igreja.

Conclusão
Os dons são recebidos para serem usados na vida da igreja. “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4:10). O Senhor providenciará momentos para que o Espírito Santo potencialize o dom. Dessa forma, quanto maior é a sintonia com Deus, mais utilizados serão os dons, mais o reino de Deus será edificado e o Senhor Jesus glorificado. Amém!

Referências bibliográficas
► Bíblia Sagrada
RIBEIRO, Aline Lessa. Invista seus talentos no reino de Deus e na benção do seu próximo. 14 ago. 2013. Disponível em: . Acesso em 20 abr. 2018. SEVERINO, Antônio Joaquim.
Metodologia do Trabalho Científico. 21ª Edição revista e ampliada, São Paulo: Editora Cortez, 2000. WILLIAMS, Derek. Dicionário bíblico vida nova. São Paulo, SP: Vida Nova, 2003),
► Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e Adultos – A Igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125. Lição 01 – Os dons de Cristo para o aperfeiçoamento dos salvos.
Revista CPAD, Negrão, Heber99. Dons e talentos queremos consagrar. 2013.

Acesso em: http://n.com.br/sites/paralelo10/2013/10/dons-e-talentos-queremosconsagrar/. Acesso em 20 abr. 2018 NEVES. Abdiel Bibiano. Dons e talentos a serviço de Deus. 2016. Disponível em: . Acesso em 01 set. 2018 OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Cientifica: Projetos de Pesquisa, TGI, TCC, Monografias, Dissertação e Teses. São Paulo: Editora Pioneira,1999.

Comentários adicionais – Diácono Wagner Oliveira Delfino – Servo do Senhor Jesus.

 

 

 

 

 

 

 CAPACITADOS PARA SERVIR UNS AOS OUTROS

Lição 8 – 20 de novembro de 2022

TEXTO ÁUREO
Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação. Romanos 12.4

VERDADE APLICADA
Devemos ser dedicados e zelosos no uso dos dons distribuídos segundo a graça de Deus para o bom desenvolvimento espiritual de cada membro do Corpo de Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar a importância de exercitar os dons;
Ensinar que os dons estão a serviço do Reino de Deus;
Mostrar como servir a Cristo através dos dons.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ROMANOS 12
4. Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
5. Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
6. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profeta, seja ela segundo a medida da fé;
7. Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino.
8. Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberdade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO 
Convido você a refletir na seguinte história. “Uma pessoa de férias reserva um hotel perto da orla da praia. Ao acordar, decide fazer uma caminhada na praia. Pouco tempo depois, sente uma pequena pontada no pé direito. Ao olhar ao seu redor, percebe que no caminho havia um pedaço de vidro, que ocasionou um pequeno corte. Diante dessa situação decide voltar ao hotel. Chegando lá, inclina seu corpo, direciona seus olhos para o pequeno corte, e após um breve momento de análise, decide fazer um curativo e para isso utiliza suas duas mãos”. Essa é uma pequena ilustração de como cada parte do corpo é importante e que se um membro não está em condições plenas todo o corpo trabalha e direciona esforços para ajudar. Não há que se falar em um membro, mas sim um corpo composto por vários membros. Cada membro com sua função específica, tendo também sua importância. Assim como está escrito em Romanos 12:5: Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.

1.  Exercitando os dons
A igreja é um dos locais em que é possível desenvolver as habilidades, dons, concedidos por Deus ao cristão e como resultado abençoar outras pessoas. Ao exercer seu dom, aquele que o detém cresce, assim como aquele que usufrui dos benefícios desse dom. Em 1 Pedro 4:10 está escrito: Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. O professor, o pregador ou o músico, por exemplo, dedica-se e desenvolve seus dons e ao compartilhar com a igreja tem como resultados, por exemplo: alegria com a presença de Deus através de uma canção, a orientação de uma forma adequada no agir, através de uma aula na EBD ou o renovo espiritual, após uma pregação de Domingo. Tudo isso é realizado por meio da Graça de Deus, sendo o cristão apenas o instrumento.

1.1. Graça para o exercício de diferentes ministérios
Uma pessoa que propõe em seu coração dedicar-se a uma habilidade, tem ao longo do tempo a colheita da excelência. A excelência promove o destaque, que traz consigo o elogio. E aqui é um lugar em que o cristão deve estar alerta. Se não reconhecermos constantemente quem é a fonte, quem é real dono, quem é o autor do dom, entramos no caminho em que a humildade é deixada de lado e o orgulho e vaidade cegam nossos olhos. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos, Filipenses 2:3. Vaidade significa o alto valor atribuído à própria aparência ou qualidade. A vaidade e orgulho tem como consequência a pessoa colocar-se em posição superior a outra. Ao mesmo tempo que o cristão deve buscar a excelência, deve cultivar sua humildade, por meio do cultivo do temor ao nosso Deus. Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança, Mateus 5:5.

1.2.  Os dons de serviço devem ser usados para a edificação da igreja
Na parábola dos Talentos, Mateus 25:14-28, Jesus descreve três servos que receberam talentos de seu senhor. Ao retornar de viagem, o senhor chama seus servos para prestar contas. Dois deles dobram a quantidade de talentos. No entanto, um dos servos enterra seu talento e entrega apenas o talento que seu senhor havia concedido. Da mesma forma, os dons quando utilizados em favor do corpo de Cristo, são desenvolvidos e aperfeiçoados. De modo contrário, o cristão que não colabora com o desenvolvimento do corpo, produz o mesmo efeito do servo que enterrou seu talento. Os servos que multiplicaram seus talentos são recebidos com alegria pelo senhor. Já o que enterrou seu talento, advertido. Nós também seremos cobrados pelo que nos foi concedido. “......A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido”, Lucas 12:48. Uma vez concedido o dom por Deus, passamos a ter o dever de contribuir com o crescimento da Igreja de Cristo.

1.3. Dom de profecia a serviço da igreja
O dom de profecia depende, assim como os outros dons, de uma intimidade com Deus para discernir qual é a verdadeira mensagem a ser propagada. É preciso ter a mente de Cristo. Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente. Mas quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por ninguém é discernido; pois "quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo? "Nós, porém, temos a mente de Cristo, 1 Coríntios 2:14-16. O dom de profecia exige também coragem. Entregar a mensagem, boa ou ruim, a quem deva recebê-la. Elias, profeta de Deus, foi contemporâneo de um dos reis mais perversos de Israel. E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele, 1 Reis 16:30. Diante desse rei, Elias entregou a mensagem de que não haveria chuva. E essa coragem não parte de Elias, mas sim vem da capacitação de Deus por meio fé e confiança. Pois Deus é o nosso refúgio e fortaleza, Salmos 46:1.

2. Dons de edificação, exortação e ensino a serviço do Reino de Deus
Nesse tópico serão abordados três dons descritos em Romanos 12. o Ministério, ensino e a exortação. Como descrito anteriormente, o Dom é uma dádiva de Deus, que pressupõe um dever para o cristão. O dever de servir a Igreja.

2.1. Dom de ministério a serviço da igreja
Um dos significados do "ministério" é serviço ou assistência. Estar sempre a postos para servir, independente da função a desempenhar. Para obra de Deus não há férias ou descanso. Há sempre trabalho a fazer, alguém para ajudar. A Bíblia diz, Mateus 9:37. “Então disse aos seus discípulos: A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos.”

2.2. Dom de ensinar a serviço da Igreja
Ensinar é repassar um conhecimento, é demonstrar com precisão. Quem ensina utiliza diversas ferramentas para atrair a atenção do aluno e para tornar o conteúdo ou a mensagem de simples compreensão. Na Bíblia, temos o maior exemplo de educador. Jesus, o Mestre dos mestres. Ele adaptava a mensagem de acordo com o contexto cultural da região. Ao invés de apenas dizer que Deus se importa com todos, tendo cada pessoa o seu valor especial, Ele contou a parábola da “ovelha perdida” (Lucas 15:3-7). No lugar de dizer que devemos orar sem cessar, Jesus contou a parábola do “amigo importuno” (Lucas 11:1-10). Ao invés de dizer que devemos estar sempre vigilantes e prontos para a volta de Cristo, Ele contou a parábola das “dez virgens” (Mateus 25:1-13). A mensagem, com parábola ou não, seria transmitida, mas a forma, a metodologia ou método, impulsionam a mensagem e a tornam de fácil compreensão. Esse é o cuidado de quem tem o dom do ensino. Não basta passar a mensagem, mas passar a mensagem da forma mais acessível possível. O dom do ensino fez com que a parábola fizesse sentido tanto para você que está lendo esse comentário, quanto para as pessoas que ouviram a dois mil anos.

2.3. Dom de exortar a serviço da Igreja
A exortação é um passo além do ensino. É estimular o cristão a mudar. Passar de uma vida em que está cego para o pecado, para uma vida de temor a Deus. Natã, por meio do dom da exortação, no lugar de apontar diretamente o erro de Davi, o fez refletir sobre dois homens, um rico e outro pobre (2 Samuel 12:1-13). O rico possuía muitas ovelhas. O pobre apenas uma cordeirinha. Ao recepcionar um viajante, o homem rico não quis utilizar seus animais para dar de comer ao hóspede, tomando, assim, a cordeirinha do homem pobre. Ao ouvir essa situação, Davi enfurece-se com o homem rico. No entanto, Natã, informou que Davi era o homem rico, referindo-se ao pecado de adultério com Bete-Seba. Levando Davi a reconhecer seu pecado e retornar para a comunhão com Deus.

3. Dons de cuidados e administração no serviço do Reino de Deus
A casa de Deus é um lugar que deve ser organizado. A organização vem por meio da boa gestão ou administração. Quando não há administração, há desordem.  O que está relacionado a fazer de qualquer forma, ou seja, desajeitado ou de forma preguiçosa. “Por causa da preguiça, o telhado se enverga; por causa das mãos indolentes, a casa tem goteiras”, Eclesiastes 10:18. A igreja é descrita como Corpo de Cristo, onde cada membro possui sua função. A boa gestão ou administração pressupõe o monitoramento do corpo para que todas as funções estejam em plena atividade.

3.1. Dom de repartir a serviço da igreja
Através dos recursos financeiros é possível ajudar outras pessoas que estão em momentos de dificuldade. Assim como, auxiliar a Igreja a manter sua estrutura. No entanto, o repartir também é um instrumento de ensino ao que doa. É um exercício de renúncia, pois aquele que possui bens deixará de usufruir de uma parte, em benefício de outros objetivos que não os seus. É um ato de fé e principalmente deve ser acompanhado de sinceridade. Jesus, ao observar como as pessoas ofertavam, viu sinceridade na menor oferta, Marcos 12:40-44. A Bíblia nos ensina que Abel ofertava as primícias de seu trabalho (Gênesis 4:4). Ananias e Safira, ao possuir uma propriedade para ofertar à Igreja, mentiu sobre o valor (Atos 5:1-5). Depositando na oferta um valor menor do que o preço da venda. Apenas para ter o reconhecimento perante aquele grupo, de que todo o valor da propriedade havia sido doado. Não há sinceridade neste ato. Apenas uma forma de alimentar o próprio ego. No ato da oferta, não é quantidade, mas sim a sinceridade que faz com que Deus receba o serviço vindo do dom de repartir.

3.2. Dom de presidir a serviço da igreja
No mundo dos negócios, na administração de empresas há o “princípio peter”. Por exemplo, um funcionário é excelente no desenvolvimento de relatório e planilha e a empresa o promove a diversos níveis, onde a cada nível fica mais distantes das atribuições em que se destaca. Ou seja, num sistema hierárquico o funcionário é promovido até ao seu nível de incompetência. E o que esse princípio tem a ver com a lição? A Igreja, para sua melhor organização, geralmente divide-se em vários departamentos, como por exemplo, departamento da EBD. Para cada departamento é designado um líder que guiará esse grupo durante o ano. Dado este contexto, vamos a um exemplo. Um cristão com excelência no dom do ensino destaca-se na congregação. Por conta de seu trabalho, é designado ao Departamento da EBD para sua gestão. Perceba que esse novo cargo terá com preço o afastar de seu cargo de excelência ou diminuir o tempo que se dedica a ele.  O que quero dizer com esse exemplo? As competências para liderar são totalmente diferentes das que fazem uma pessoa se destacar em uma tarefa específica. Liderar ou presidir: É estar pronto para tomar decisões que não agradem a todos do grupo; É saber gerir as reclamações do grupo (Êxodo 16:3); É saber discernir e colocar em prática boas sugestões (Êxodo 18: 17-27). Veja como é diferente, por exemplo, o dom de ensino e de presidir.  O Cristão deve reconhecer seu dom e direcionar sua atenção para atividade correta, para que a igreja e ele mesmo se desenvolvam ainda mais.

3.3. Dom de exercer misericórdia a serviço da igreja
Jesus nos ensina, Lucas 10:25-37, a parábola do bom Samaritano. Um homem foi roubado e levaram tudo dele, até as roupas, além de o espancarem ao ponto de quase manterem-no. Por ele, passam um sacerdote e um levita, mas não o ajudam. No entanto, ao passar o samaritano, ajuda ao necessitado. Por que o Sacerdote e o Levita não ajudaram o necessitado? Se fosse uma pessoa importante da região, será que eles ajudariam? Trago essa reflexão no intuito de que a misericórdia deve ser exercida independente de quem está do outro lado. Seja uma pessoa considerada importante ou não.

CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos sobre os dons descritos em Romanos 12. Cada dom tem sua função, assim como cada membro do corpo tem sua atribuição. Todos os membros juntos colaboram para o adequado funcionamento do corpo. A principal função do dom é abençoar a igreja e não ser objeto de orgulho para quem o possui. Exercitar o dom, seja de ensinar, presidir, exortar ou repartir é doar um pouco do que você é para outra pessoa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
► Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada
Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e Adultos. A igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125 - Lição 8 – Capacitados para servir uns aos outros.

COMENTÁRIO ADICIONAL Jhonatan Gonçalves - Aluno da EBD