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Lição 07 - Dons de Elocução - Comentários Adicionais

 OS DONS DE ELOCUÇÃO

Lição 07 – 13 de Novembro 2022


TEXTO ÁUREO

Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação”. 1 Co 14.3.


VERDADE APLICADA

As manifestações do Espírito em profecia, variedade de línguas e interpretação de línguas resultam em edificação, exortação e consolação ao Corpo de Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

FALAR sobre a confusão acerca dos dons de elocução;

DESPERTAR no crente o desejo pela busca dos dons;

MOSTRAR a relevância dos dons para a Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

1 Coríntios 14.

26. Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.

27. E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.

28. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.

29. E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.

30. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.

31. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados.

INTRODUÇÃO

A lição de hoje encerra o rol dos dons provenientes do Espírito Santo (1 Co 12.4-6), e, por isto, conhecidos como dons espirituais (1 Co 12.7-11). A fim de serem mais didáticos estudiosos das Escrituras, bem como nosso comentarista, classificam os dons espirituais (1 Co 12.7-11) em três grupos: Dons de Revelação (palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento dos espíritos), Dons de Poder (dom da fé, dom de curar e dom de operação de maravilhas), e Dons de Elocução (dom de profecia, dom de variedade línguas e dom de interpretação de línguas).

1. DONS RELACIONADOS À ELOCUÇÃO

O grupo dos dons de elocução, são aqueles dons espirituais que se caracterizam pela expressão vocal, sempre de maneira sobrenatural, como manifestações proféticas, variedades de línguas e interpretação de línguas (1 Co 12.7-11). Os dons do grupo de elocução estão quase sempre presentes nos cultos e são de grande importância para a Igreja, desde que sejam utilizados para a edificação do corpo de Cristo. Visto que esse grupo de dons são fáceis de imitar e que podem ser utilizadas na igreja de forma incorreta, devemos estudar com maior diligência, reverência e temor de Deus, para não sermos enganados pelas falsas manifestações. Embora, quem tem discernimento espiritual e algum conhecimento da Palavra, dificilmente se deixará levar por estes que “encenam” esses dons, mas os que são leigos são facilmente enganados.

1.1. Profecia

O dom de profecia é considerado o maior de todos os dons espirituais de elocução (1 Co 14.1,5), sendo citado pelo menos vinte e duas vezes nos capítulos 11 a 14 de 1ª Coríntios. Muitos confundem o dom de profecia com o ministério de profeta! O dom de profecia é a manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo, concedido a qualquer crente (1 Co 12.4,10-11­). Podemos ver este dom nas filhas de Filipe (At 21.8-10); já o dom ministerial de profeta é a capacitação que o Senhor Jesus Cristo, coloca à disposição daqueles com chamada especifica, visando o pleno desempenho do ministério (1 Co 12.5; Ef 4.11; 1 Co 12.28). O dom de profecia não é uma previsão do futuro, mas uma mensagem espontânea e sobrenatural vinda de Deus, mediante o Espírito Santo, cuja função precípua é edificar, exortar e consolar (1 Co 14.3); já o ministério profético trata-se de uma capacitação dada por Cristo à liderança, para o aperfeiçoamento dos Santos, desempenho do ministério e edificação do Corpo de Cristo, a partir da revelação de Jesus Cristo, fundamentada nas Escrituras (Ef 4.12-16). Podemos ver este dom sendo operado na vida de Ágabo (At 11.28; 21.10-11), Judas e Silas (At 15.32; 13.1).

1.2. A importância do dom de profecia para a igreja de Cristo

O dom de profecia refere-se a mensagens espontâneas, concedidas pelo Espírito Santo a alguns crentes, em uma língua conhecida para quem fala e também para quem ouve, objetivando edificar, exortar ou consolar a pessoa destinatária da mensagem. Através desse dom espiritual, o Espírito Santo faz-nos saber o que há de vir, não para que tenhamos acesso ao futuro, mas para que saibamos que Deus está no controle de todas as coisas. Portanto, esta concessão é esporádica e manifestada quando há necessidade de se exortar, consolar ou edificar a Igreja e/ou quando o Espírito Santo quer falar diretamente ao povo, sem a intermediação da exposição das Escrituras, a fim de demonstrar que Deus está no controle da situação e que se encontra ao nosso lado, a fim de que não nos desesperemos nem desanimemos de serví-Lo (1 Co 12.7,11; 14.3,5). Além do mais é importante frisar que este dom espiritual, ao lado do dom ministerial de profeta, exerce um papel profilático para evitar a corrupção do povo de Deus. Sem a profecia, o povo se corrompe (Pv 29.18). Por estes e outros fatores, o apóstolo Paulo considera este dom como um dos mais importantes, senão o mais importante, dentre os dons de elocução. Posto isto, não se pode impedir a ação do Espírito Santo na igreja nem desprezar as profecias (1 Ts 5.19-20; 1 Co 14.1, 39). Quem o faz, abre a brecha para que o povo se corrompa, deixando-os à mercê do inimigo de nossas almas.

1.3. Julgar a profecia

Profecia alguma, seja pelo dom espiritual ou ministério, pode contrariar o que diz a Bíblia Sagrada, nem querer ter atributo ou autoridade de acrescer coisa alguma ao que se acham nas Escrituras. Assim como Paulo, devemos reconhecer a importância e o valor das profecias e que ela, é sim, necessária à saúde espiritual da Igreja (1 Co 14.6), mas, jamais colocá-la como regra de fé. Não se pode dar à atividade profética maior valor que a Bíblia. Não podemos ser guiados por profecias ou mensagens proféticas, mas, sim, pela Verdade contida nas Escrituras. As profecias, quando surgirem, somente virão para consolar, exortar e edificar o povo, confirmando a Palavra e a revelação divina na pessoa de Cristo Jesus. O exercício profético depende da vontade do Espírito Santo, não do homem. Por isso, as profecias podem e devem ser julgadas. Paulo orienta os crentes de Corinto a julgar as profecias quanto ao seu conteúdo e a origem de onde elas procedem (1 Co 14.29; Jo 7.24), já que podem ter três fontes distintas: Deus, o homem ou o Diabo. As Escrituras, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, mostram ações de falsos profetas. O Senhor Jesus nos alertou: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15).

2. VARIEDADE DE LÍNGUAS

O que é dom de variedade de línguas? Qual a sua real utilidade na Igreja de Cristo? Como se deve usar este dom? Variedade de línguas é uma dádiva concedida pelo Espírito Santo, de forma sobrenatural, a alguns crentes para que falem línguas que o próprio falante não entende, para fins de louvor, oração ou transmissão de uma mensagem divina. Não é uma operação que se faz mediante o uso do entendimento humano, mas algo que se realiza numa ligação direta entre o espírito humano e o Espírito de Deus (1 Co 14.14-19). Falar em línguas estranhas, portanto, não é algo que seja feito pela nossa razão, pelo nosso entendimento, mas pela manifestação miraculosa do Espírito Santo, pelo qual falamos em outras línguas, que não aprendemos a falar, mas que nos é concedida pelo Espírito do Senhor. É o dom mais disseminado no meio do povo de Deus. Esse dom, como o próprio nome já diz, pode se manifestar de três maneiras: língua estranha (1 Co 14.2), língua dos anjos (1 Co 13.1), língua estrangeira (At 2.1-11).

2.1. O ensino de Paulo sobre o dom de variedade de línguas

Este dom, depois de ser elencado por Paulo na mencionada relação de 1 Coríntios 12, foi alvo de um estudo específico por parte do apóstolo no capítulo 14, tendo em vista que este dom estava sendo mal utilizado pela igreja de Corinto. Paulo era grato a Deus por falar em línguas, e mais do que todos os coríntios. Na igreja, porém, diz que preferiria falar cinco palavras com seu entendimento, a fim de que pudesse, pela sua voz ensinar aos outros, do que dez mil palavras em línguas (1 Co 14.18,19). Mas não deseja com isso excluir as línguas. É parte legítima de sua adoração (1 Co 14.26). No dia de Pentecostes Deus demonstrou Seu domínio sobre o fenômeno linguístico e, de modo não casual, evidenciou a reabertura do plano divino da salvação aos gentios, na medida em que colocou como sinal do batismo com o Espírito Santo o falar em línguas estranhas. Esta fala feita pelos discípulos neste dia era um falar sobrenatural. Do mesmo modo que as pessoas passaram a falar em uma outra língua em Babel sem que a tivesse aprendido, do mesmo modo que Daniel interpretou a escritura da parede do palácio sem que tivesse estudado a referida língua, também os discípulos começaram a falar em línguas que nunca antes haviam aprendido. Foi uma operação sobrenatural e é isto que significa falar em línguas estranhas na Bíblia Sagrada, seja como sinal do batismo com o Espírito Santo, seja como dom espiritual.

2.2. Expressão em línguas em Atos e 1 Coríntios

As línguas estranhas seja como sinal, seja como dom espiritual, são iguais e idênticas em sua essência, mas distintos na sua função. Em Atos, as línguas estranhas são tidos como sinal bíblico do batismo com o Espírito Santo. Nas passagens bíblicas em que alguém foi batizado com o Espírito Santo é dito explicitamente que os crentes falaram em línguas estranhas e que, por isso, a igreja entende que tais pessoas foram revestidas de poder. Sendo assim, vemos que os crentes batizados com o Espírito Santo falaram em línguas estranhas quando estava recebendo o revestimento de poder (Atos 2.1-8; 10.44-46; 19.6; 9.18). Neste aspecto a variedade de línguas é um recurso para o crente orar eficazmente (1 Co 14.14-16; Ef 6.18; Rm 8.26); Já a língua estranha como dom espiritual, trazidos por Paulo em Coríntios, tem função diversa do sinal do batismo com o Espírito Santo. Este fim, diz-nos Paulo, é, em primeiro lugar, a edificação pessoal do crente (1 Co 14.4); em segundo, permitir que a mensagem que serve de edificação individual do falante possa ser interpretada e conhecida por toda a igreja que, assim, poderá compartilhar desta edificação (1 Co 14.5). Paulo exorta os fiéis a que não sejam meninos no uso desse dom (1 Co 14.20), pois os descrentes, além de nada entender, podem julgá-los como loucos (1 Co 14.23). Mas se houver profecia, os descrentes entenderão, e terão os segredos de seu coração revelado e reconhecerão a presença de Deus (1 Co 14.25). É por esta razão, que Paulo vai orientar que, nas reuniões públicas da igreja local, não podem, os crentes querer ficar falando em línguas estranhas, para serem ouvidos pelos demais a não ser que haja interpretação, e todos possam compartilhar da edificação do falante; Se começar a falar em línguas na reunião e perceber que não há quem interprete, deverá ficar calado na igreja, contendo-se, falando em línguas, apenas em instantes em que a liturgia permite a manifestação individual, como em momentos de louvor, oração ou similares (1 Co 14.14-16, 27-28).

2.3. O dom de variedade de línguas serve para edificação do crente

Ao contrário do dom de profecia, o dom de variedade de línguas quem fala línguas não fala a homens, mas a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala em mistérios (1 Co 14.2,14). Elas são para a devoção espiritual do crente que recebe este dom. À medida que o servo de Deus fala em línguas estranhas vai sendo também edificado, pois o Espírito Santo o toca e renova diretamente (1 Co 14.2). É preciso deixar claro que a variedade de línguas não é um fenômeno exclusivo do período apostólico. O Senhor continua abençoando os crentes com esta dádiva e cremos que assim o fará até a sua vinda. Teve uma manifestação plena no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo encheu os crentes e eles falavam línguas variadas sem nunca tê-las aprendidas (At 1.4,5; 2.1-8). A variedade de línguas é tão útil à vida pessoal do crente em nossos dias, quanto foram nos dias da igreja primitiva.

3. DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS

O dom de interpretação de línguas é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que interpretem as línguas estranhas faladas para o fim de que a mensagem edifique também a igreja e não apenas quem está falando em línguas. Não se trata de “tradução de idioma”, mas de “interpretação de línguas” - Tradução tem a ver com as palavras; interpretação com a mensagem. Partir-se-á de uma ação íntima, da qual nosso intelecto não participa, para uma operação que trará fruto para a igreja e para a própria alma do que fala em língua estranha. Visando evitar abusos quanto ao uso das línguas estranhas, Paulo deixou algumas instruções (1 Co 14).

3.1. Uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo

A interpretação é tão sobrenatural quanto a própria língua, e isto quer dizer que quem possui o dom de línguas não vai procurar interpretar com a mente, mas, pela mesma fonte divina de onde surgiu a língua. O propósito desse dom é tornar o dom de variedades de línguas inteligível aos ouvintes, para que a Igreja e aquele que possui o dom, possam saber o que foi dito e seja edificado (1 Co 14.5). É bom salientar, que o dom de interpretação de línguas deve, também, ser objeto de julgamento, pois, associado ao dom de variedade de línguas, tem o mesmo valor da profecia e, portanto, a ele estão prescritas as mesmas normas e condutas ensinadas pelo apóstolo Paulo em 1 Co 14.

3.2. O dom de interpretação de línguas está sujeito a outro dom

O dom de interpretação de línguas necessita de outra pessoa, também capacitada pelo Espírito Santo, para que interprete a mensagem e a igreja seja edificada. Do contrário, os crentes ficarão sem entender nada. Não haverá interpretação se não houver quem fale em línguas estranhas. Esta associação confere aos dons de línguas e de interpretação de línguas o mesmo valor do dom de profecia, o qual o apóstolo Paulo afirma ser o mais sublime dos dons de elocução (1 Co 14.1-4). O dom de línguas sem interpretação permite a edificação pessoal de cada crente; no entanto, o dom de variedade de línguas acompanhado do dom de interpretação de línguas serve para edificar toda a congregação. Diante disto, podemos afirmar que o dom de interpretação de línguas é um instrumento dado por Deus à igreja para que o esforço devocional de um membro sirva para edificação de uma porção do corpo de Cristo.

3.3. Este dom deve ser empregado para edificação na Igreja

O dom de interpretação de línguas permite que a edificação pessoal de cada crente sirva para o progresso e crescimento espirituais de toda a igreja. Sob esta ótica, o dom de interpretação de línguas, é uma demonstração do amor fraternal, da entrega de um crescimento e edificação espirituais de um indivíduo para todos os irmãos que com ele participam. O dom de interpretação de línguas, então, transforma uma edificação individual em uma edificação coletiva. Daí a sua importância e sublimidade, pois se torna um verdadeiro exercício altruísta. Será que, por isso, temos tanta raridade deste dom e da busca deste em nossos dias? Será que este não é um sinal de que o povo de Deus não tem se conscientizado de que os dons espirituais são para servir, para atender ao outro e não se constitui em instrumento de imposição de uma suposta superioridade espiritual?

CONCLUSÃO

Fomos chamados para servir a Deus e aos homens com poder extraordinário! Uma igreja aquecida pelos dons faz a diferença no bairro, na cidade, no estado, no país e no mundo. Não podemos desprezar os dons de profecia, de falar em línguas estranhas e o de interpretá-las. Porém, façamos tudo conforme a Bíblia: com sabedoria, decência e ordem (1 Co 14.39,40). Agindo dessa forma, Deus usará os seus filhos para que sejam portadores das manifestações gloriosas dos céus.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Revista do professor: Jovens e Adultos. Igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125. Lição 07 – Os Dons de Elocução.


Lição bíblica CPAD. Jovens e Adultos. 1º trimestre 1998. Verdades Pentecostais.


Lição bíblica CPAD. Jovens e Adultos. 2º trimestre 2011. Movimento Pentecostal.


Lição bíblica CPAD. Jovens e Adultos. 2º trimestre 2014. Dons Espirituais e Ministeriais.


PEARLMAN, Meyer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2006.


HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.


CHAMPLIN, R.N.. Dons espirituais. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.



https://ib7.org/estudos-biblicos/comentario-da-licao/1503-quatro-ministerios-do-espirito-santo – Acesso em 01/10/2022.



http://irmaoteinho.blogspot.com/2014/04/dons-de-elocucao.html



https://adivalparaiso.org/licao-no-5-dons-de-elocucao/

 

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

Pr. Osmar Emídio de Sousa

 OS DONS DE PODER

Lição 6 – 06 de novembro de 2022

TEXTO ÁUREO
“E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia” Atos 8:6

VERDADE APLICADA
Cada discípulo de Cristo deve desejar e buscar os dons espirituais para cumprimento da missão de evangelização e edificação da Igreja.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar que a Igreja precisa do poder do Espírito Santo;
Ensinar que os dons de poder continuam atuais;
Mostrar a importância dos dons de poder.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
 João 14
12. Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e as fará maiores do que estas; porque eu vou para meu Pai.
13. E tudo o quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
Hebreus 11
1. Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.
6. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO
Prezados irmãos, graça e paz de nosso Senhor e Salvador Jesus! Na presente lição, abordaremos um assunto bem interessante: os dos de poder. Tais dons são uma bênção, por meio dos quais, nós, através do Espírito Santo, operamos verdadeiros milagres. Espero que gostem! Meu desejo e oração é para que os irmãos em Cristo sejam revestidos do poder do Espírito Santo, para que o Pai seja glorificado para todo sempre.

1. Dons relacionados a poder
A presente lição vai dar ênfase em 3 dons elencados por Paulo aos coríntios, em sua primeira carta, no capítulo 12, versos 9 e 10: “A um é dada, no mesmo Espírito, a fé; a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos. A um é dada a variedade de línguas e a outro, capacidade para interpretá-las.” A estes três primeiros dons, os estudiosos classificam como dons de poder.

1.1- Dom da fé
Para uma melhor compreensão desse dom, acho legal transcrever algumas definições de autores pentecostais, e, após a leitura, certamente teremos mais clareza: PALMA, 2015, p.209: “A pessoa que recebe o dom da fé tem uma convicção divinamente dada de que Deus revelará seu poder em casos específicos. É uma certeza que projeta o sobrenatural no mundo real. [...] Manifesta-se por meio de ações, é o tipo de fé que pode mover montanhas (1º Co 13:2; Mt 17:20; 21:21; Mc 11:22-24)” HORTON, 1996, p.474: “Fé milagrosa para uma situação ou oportunidade especial, tal como confronto entre Elias e o profeta de Baal (1°Rs 18:33-35). Pode incluir a capacidade especial de inspirar fé nos outros, como fez Paulo a bordo do navio em meio à tempestade (At 27:25)” KEENER, 2018, p129: “Ter essa fé, pressupõe que agimos conforme a vontade de Deus, e não conforme a nossa (1ºRs 18:36; 2ºRs 4:28; 1°Jo 5:14). Em outras palavras, o objetivo dessa fé autêntica não é conseguir o que desejamos, mas realizar a comissão de Deus.” FEE, 2019, p.751: “Provavelmente se refira a uma convicção sobrenatural de que Deus revelará poder ou misericórdia divinos de uma maneira especial em uma circunstância específica. Embora sejam listados separadamente com algo dado “a outro”, há sentido em que esse e os dois itens seguintes guardam relação entre si.” Como podemos perceber, o dom da fé não tem nada a ver com a fé salvífica, fé natural, fé doutrinária (Rm 10:17; 2Co 13:5; Gl 5:22). O dom da fé é um revestimento de poder do Espírito Santo, para situações específicas que demandam uma solução divina.

1.2- A fé especial, milagrosa
Acho importante destacar que este dom, apesar de ser diferente dos demais tipos de fé que citei, no tópico anterior, tem relação direta com eles. Sendo assim, é necessário haver fé em Cristo (salvífica) para que esse dom de fé seja manifestado aos que buscam, de forma que um ímpio, além de estar condenado ao inferno (João 3:18), não tem como ter esse dom. Isso porque a fé especial visa o crescimento da igreja de Cristo, para que seja feita a vontade do Pai, sendo guiados pelo Espírito Santo. Além disso, não são todos os crentes que recebem este dom, mas alguns (1Co 12:7,9).

1.3- O dom da fé em ação no Antigo Testamento
Podemos perceber alguns exemplos da operação deste dom nos seguintes relatos bíblicos:
• Abertura do mar vermelho, feita por Moisés (Êx 14:13-14)
• Revelação do verdadeiro Deus ao povo de Israel, feito pelo profeta Elias, diante dos profetas pagãos (1Rs 18:22-39)
• Daniel mantendo sua fidelidade em oração, mesmo sabendo da morte certa (Dn 6)

2. Dons de curar
Este é um dos dons mais desejados entre os irmãos. Quem não gostaria de orar por um irmão com câncer, por exemplo, e o Espírito Santo curar essa enfermidade instantaneamente? É a respeito desse dom que trataremos a seguir.

2.1- A razão de ser conhecido como “dons de curar”
Neste trecho das Escrituras, podemos perceber que é o único dom que aparece no plural: “A um é dada, no mesmo Espírito, a fé; a outro, no mesmo Espírito, dons de curar;” (1Co 12:9). A expressão no plural sugere que o cristão, revestido desse poder do Espírito, realize cura de diversas enfermidades, não importando qual seja. Outra observação legal de lembrar é que quem opera, realiza a cura não é o crente, mas o próprio Deus, em quem Ele quer, no momento que Ele quer, da maneira que Ele quer. Apesar de o dom existir, devemos ter em mente que Deus é soberano para operar essa maravilha. Temos diversos exemplos de cura realizados por Jesus e os apóstolos, entre cura de cegos, coxos, paralíticos, fluxo de sangue, lepras, e muito mais. Tudo isso foi com um propósito específico, não aleatório, para a honra e glória de Deus.

2.2- A relevância desses dons para a Igreja de Cristo
É de suma importância saber o motivo pelo qual Jesus curava as pessoas, fazendo milagres públicos. Um dos motivos, sem dúvida, é para que o povo testemunhasse que o Messias estava de fato com eles. Um momento tão aguardado, durante séculos, inúmeras profecias se cumprindo na pessoa de Cristo, e Ele realizava essas maravilhas para que o povo pudesse crer nele. Veja: “Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino e curando todo tipo de doenças e enfermidades entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria. Trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoniados, epilépticos e paralíticos. E ele os curou. E da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e do outro lado do Jordão numerosas multidões o seguiam.” (Mt 4:23- 25). Ainda que essa multidão estivesse seguindo Jesus só por causa dos milagres, ainda assim é uma maravilha ver multidões seguindo Cristo. Gostaria de destacar o verso 23, onde vemos Jesus:
• “Ensinando nas sinagogas”: Jesus ensinava o povo como entrar no reino de Deus, que é somente através da fé nele;
• “Pregando o evangelho do Reino”: Jesus pregava que o reino dos céus já estava muito próximo, sendo necessário arrependimento dos pecados e crer em Jesus como único e suficiente salvador;
 • “Curando todo tipo de doenças e enfermidades entre o povo”: Jesus, após dar esses ensinamentos, demonstrava ao povo como é o reino de Deus: sem doença, pranto, choro, morte ou mal algum! Todas as curas realizadas tinham também o objetivo de mostrar como são as coisas no reino que há de vir em breve. Portanto essa é a relevância dos dons de cura para a igreja atualmente: dar ao povo uma demonstração de como é no Reino de Deus.

2.3- Ninguém pode dizer que possui esse dom
Como qualquer outro dom, ninguém pode falar que cura. Essa é uma dádiva exclusiva do Espírito Santo, que nos usa como instrumentos em suas “mãos”, para a glória de Deus. Como vimos, dons de cura são específicos em situações específicas, que Deus escolhe operar ou não. Dessa forma, uma pessoa que diz ter o dom de cura deve repensar e refletir mais na palavra de Deus, antes de sair batendo no peito e alarmando os irmãos, invocando toda a glória para si.

3. Operação de maravilhas
Por meio deste dom, o cristão opera verdadeiros milagres, coisas sobrenaturais, através do imenso e infinito poder de Deus.

3.1- Este dom não é por mérito humano
Como todos os outros, claro, não há nada que o ser humano possa fazer para merecer dom algum, e com este não é diferente. Operar maravilhas é algo exclusivo do Espírito Santo, que disponibiliza a alguns irmãos da igreja de Cristo, para fazer grandes feitos, sobrenaturais, para a honra e glória de Deus. Assim como o dom de cura, este também aparece no plural: “a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos. A um é dada a variedade de línguas e a outro, capacidade para interpretá-las.” (1 Co 12:10) Sendo assim, são várias e diversas formas de maravilhas que Deus pode nos usar para reconhecermos Sua autoridade absoluta.

3.2- O dom de operação de maravilhas acompanha toda a Bíblia
Podemos perceber, de forma clara, que coisas totalmente sobrenaturais aconteceram desde o primórdio do Antigo Testamento até o Novo Testamento. Fatos que fogem da explicação humana, que só podem ser explicados se Deus for o autor de tais realizações. Por exemplo, temos a ressureição de mortos: “E, estendendo-se três vezes sobre o menino, clamou ao Senhor e disse: — Ó Senhor, meu Deus, peço-te que restituas a vida a este menino! O Senhor atendeu à voz de Elias, a vida foi restituída ao menino, e ele reviveu.” (1 Rs 17:21,22) Transformação da água em outro elemento: “Moisés e Arão fizeram como o Senhor lhes havia ordenado: Arão, levantando o bordão, feriu as águas que estavam no rio, à vista de Faraó e seus oficiais; e toda a água do rio virou sangue.” (Êx 7:20) Multiplicação: “Mas eles responderam: — Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. Então Jesus disse: — Tragam esses pães e peixes aqui para mim. E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, pegando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos para o céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes deram às multidões.” (Mt 14:17-19) Todos esses e muitos outros são operações de maravilhas que estão presentes em toda a Bíblia.

3.3- O dom de operação de maravilhas no Novo Testamento
Da mesma forma que demonstrado no tópico anterior, temos diversos exemplos de maravilhas operadas pelos servos de Deus no Novo Testamento. Podemos perceber que a função da realização deste dom é dupla: abençoar as pessoas que precisam desesperadamente de um milagre, e também, convencer essas e outras pessoas que testemunharam o milagre a se arrependerem dos seus pecados e se entregarem a Cristo. Como exemplo, temos a cura instantânea e completa de um coxo de nascença, em At 3:1-12.

CONCLUSÃO
Irmãos, pudemos ver que os dons espirituais não são para todos os crentes, mas a alguns. Isso não significa que uns são melhores que outros, de forma alguma. Acontece que nenhum dom é por mérito humano, assim como a salvação. Deus escolhe, de maneira soberana, a quem Ele vai revestir de poder, e qual dom esse crente terá, para abençoar outros irmãos e para a glória de Deus ser amplamente difundida entre as nações. Como obter esses dons? Busque, ore, jejue, bata na porta, e Deus vai abrir: “— Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, a porta será aberta.” (Mateus 7:7-8).

REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
► Bíblia de estudo – Nova Almeida Atualizada
► Comentário Bíblico Expositivo – Wiersbe – Novo Testamento, volume 1
► Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e Adultos. A igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125 - Lição 6 - Os dons de poder.

COMENTÁRIO ADICIONAL – Fernando Júnio.

 OS DONS DE REVELAÇÃO

Lição 5 - 30 de outubro de 2022

TEXTO ÁUREO
“Ora, há diversidades de dons, mas o Espírito é o mesmo.” 1Coríntios 12.4

VERDADE APLICADA
Enquanto a Igreja estiver na terra, continuará dependente dos dons espirituais para sua edificação.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que os dons são atuais e bíblicos;
Pontuar a importância dos dons na Igreja de Cristo;
Evidenciar a atualidade dos dons entre os crentes.

TEXTO DE REFERÊNCIAS
1 CORÍNTIOS 12
1. Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
7. Mas, a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.
8. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
9. E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
10. E a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.

Comentários adicionais

INTRODUÇÃO
Os dons do Espíritos são de muita valia para na obra do Senhor, pois consolida e edifica a Igreja para cumprir a obra que lhe foi confiada.  Os dons são relevantes, pois através deles o crente passa a conhecer coisas de forma sobrenatural; resolver problemas e identificar a procedência das manifestações espirituais. Assim, nesta lição vamos conhecer as definições, a relevância e alguns exemplos desses dons no seio da igreja.

1. OS DONS DE REVELAÇÃO DIVINA
É muito importante conhecer mais acerca dos dons, na verdade estes dons são concedidos aos crentes por intermédio do Espírito Santo para capacitar os cristãos a servir e fazer com dedicação a obra do Senhor nas igrejas e na sociedade a qual vive. Os dons foram divididos em três categorias:
a) Dons de Revelação: Palavra da sabedoria, Palavra da ciência e Discernimento dos espíritos.
b) Dons de Poder: dom da fé, dons de curar e dons de operação de milagres.
b) Dons de elocução: dom de profecia, dom de variedade de línguas e dom de interpretação de línguas.
Porém, nesta lição vamos abordar e conhecer mais um pouco sobre os dons de revelação, palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento de espíritos.

1.1- Os dons e o Corpo de Cristo
Os dons espirituais são concedidos aos crentes através da manifestação do Espírito Santo aos membros do Corpo de Cristo (Igreja) para o que for útil. Os dons espirituais são mais que um presente, pois um presente a pessoa faz dele o que quer, pode usar ou não. As vezes nem têm utilidades para quem o recebe. Mas os dons são para serem usados como um instrumento de trabalho, eles são diferentes de um simples presente. “Acerca dos dons espirituais, não quero irmãos, que sejais ignorantes”, 1 Coríntios 12:1. Porém os dons espirituais são diferenciados, observe: “Mas a manifestação do Espírito, é dada a cada um para o que for útil”. 1 Coríntios 12:7. Não há nenhum dom Espiritual inútil, e o Espírito Santo dá há quem tenha condições de usá-lo, e, não deve ser usado em benefício próprio, mas sim usá-lo em benefício da obra do Senhor. O apóstolo Paulo aconselha a importância de cada cristão buscar os dons espirituais: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente.” 1 Coríntios 12.31.

1. 2- Palavra da sabedoria
O dom da palavra da sabedoria (1Co 12.7,8) é a manifestação da sabedoria de Deus na vida do cristão, veja que esta sabedoria não é vem da própria pessoa que adquiriu com o passar do tempo, mas é uma sabedoria concedida ao crente através do Espírito Santo capacitando-o a solucionar causas difíceis. Trata-se de uma mensagem vocal inteligente, emitida mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a um caso ou dificuldade específico (At 6.10). A sabedoria a que se refere 1 Coríntios 12.8 não é a humana que são adquiridas mediante os livros ou nas universidades, mas sim uma capacidade sobrenatural de Deus, para tomar decisões sábias em circunstâncias extremante difíceis.

1. 3- Todos os crentes precisam da sabedoria do alto
É indispensável para os crentes este precioso dom; especialmente aqueles que são chamados para liderança na igreja, e, frequentemente estão aconselhando e resolvendo assuntos difíceis. Este é um dom altamente imprescindível no governo da igreja, administração, liderança e direção de qualquer um de seus departamentos e instituições. Perceba a operação deste dom na decisão dos apóstolos sobre a escolha dos diáconos em Jerusalém. Evitou-se uma divisão na Igreja, veja Atos 6.1-7.

2. PALAVRA DA CIÊNCIA
Este dom, também conhecido como dom da palavra do conhecimento é proporcionado pelo Espírito Santo para poder compreender a profundidade da sabedoria de Deus. Ele confere uma profunda ciência das coisas e do pensamento de Deus, ele se aparece na vida do crente revelando o conhecimento de fatos e situações pelo Espírito Santo, que a pessoa não seria capaz de saber pelos métodos naturais. É sem dúvida um dom de muita estima para professores, é manifesto na revelação das verdades de Deus, é bom frisar que a pessoa por si mesma, nunca poderia alcançar. Veja-se a aplicação deste dom no ministério de Pedro, no caso de Ananias e Safira- Atos 5:1-11.

2.1- Este dom não deve ser usado em benefício próprio
“Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação.” Efésios 1.16,17.  Observe que de acordo com as Escrituras devemos buscar este dom por meio da oração. Embora a onisciência seja um atributo divino, Deus nos concede o dom da palavra da ciência através do Espírito Santo a fim de realizarmos a Sua obra. “Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;” (1 Co 12.8).  A pessoa que recebe um dom espiritual deve estar consciente que, por ter este dom, não torna ela melhor que as outras. Todavia, por ter recebido este dom, agora a sua responsabilidade é bem maior, pois deverá usar o dom, conforme a vontade do Senhor e de acordo com as Escrituras Sagradas, tendo em vista que o dom nunca deve ser exercido em benefício próprio, mas sim para a glória do Senhor Jesus. Portanto devemos ter cuidado para não ficarmos soberbos, mas sempre lembrar que a mensagem é de Deus e ter responsabilidade com o conhecimento adquirido. (Mc.2.6-8: Jo.1.45-50; 1Co.12.8).

2.2- Vemos na Bíblia este dom sendo revelado
De acordo com as Escrituras este dom é concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que tenham conhecimento sobrenatural de coisas, antes ocultas. Por permissão do Senhor, a pessoa portadora deste dom conhece coisas que ainda não foram manifestadas. Este dom tem o propósito único e exclusivo de edificar, exortar e promover o crescimento espiritual de alguém. Nas Escrituras vemos vários textos bíblicos que revelam este dom.

Exemplos de manifestações do dom da palavra da ciência:
a) Deus revelou a Samuel sobre Saul, e sobre as jumentas de seu pai (1Sm 9.15,20); b) O Senhor revelou ao profeta Aías sobre a mulher de Jeroboão que ia até ele disfarçada (1Rs 14.1-6); c) O profeta Eliseu soube da avareza e estratégia de Geazi para receber presentes de Naamã (2Rs 5.20-27); d) O rei de Israel foi avisado pelo profeta Eliseu das emboscadas preparadas pelo rei da Síria (2Rs 6.9-12); e) Quando Jesus pregou para a mulher samaritana revelou segredos que o conhecimento humano não teria condições de saber (Jo 4.16-19).

2.3- A palavra da ciência nos faz adentrar no conhecimento de Deus
Esse dom vai além da sabedoria e preparo humanos, ele de alguma forma conecta a pessoas no conhecimento que pertence a Deus. Mas é interessante dizer que mesmo possuindo esta dádiva, a pessoa deve continuar estudando com constância as Escrituras Sagradas. A manifestação sobrenatural deste dom tem a finalidade de preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou ardil do maligno. Um exemplo deste dom foi a revelação que Deus concedeu a Daniel do sonho de Nabucodonosor, quando Deus revelou a história dos grandes impérios mundiais ao profeta (Dn 2, 2,3, 19-28). No Novo Testamento, esse dom foi manifesto quando o apóstolo Pedro identificou a hipocrisia e mentira de Ananias e Safira (At 5.1-11). O dom da palavra da ciência não é adivinhação, mas conhecimento, concedido sobrenaturalmente, da parte de Deus.

3. DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS
Este é mais um dom de relevância para igreja do Senhor (1 Co 12.10) o dom de discernir os espíritos é uma atuação sobrenatural do Espírito Santo na vida do cristão, pois habilita-o a distinguir as manifestações sobrenaturais. Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito Santo, para os crentes discernir e julgar corretamente as profecias e saber se uma mensagem procede do Espírito Santo ou não (1Co 14.29; 1Jo 4.1).

3.1- A necessidade de discernir as manifestações espirituais
Estamos inseridos em um universo de pluralidades religiosas, onde há muitas obras malignas, imitações, às vezes vemos até curas que não provém de Deus. Assim, é importante a manifestação deste dom na igreja para sabermos a origem delas. Vemos nas Escrituras que Satanás usa a Palavra de Deus e as interpreta para o mal (Mt 4.6; Lc 4.10,11). Satanás usa de toda astúcia para enganar o povo de Deus operando grandes sinais e prodígios (Mt 24.24; 2 Ts 2.9; Ap 16.14; 19.20); também pode se transformar em anjo de luz (2 Co 11.14). Através do dom de discernimento, o crente é capaz de identificar se uma determinada profecia vem de Deus, do homem ou dos demônios. Ou seja, esse dom capacita a “descobrir” todas as aparências exteriores e conhecer a verdadeira natureza de uma inspiração.

3.2- Este dom é a sentinela de Deus na Sua Igreja
Em 1 João 4.1 vemos que os espíritos devem ser provados. “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. Então, é certo que toda palavra que ouvimos em nome de Deus se faz necessário passar pelo crivo das Escrituras, pois o próprio Senhor nos advertiu que há falsos profetas e estes são conhecidos pelos “frutos que produzem”, isto é, pelo caráter (Mt 7.15-20). Jesus conhece o segredo do coração humano, mas nós não, e por isso a necessitamos do Espírito Santo para revelar-nos a verdadeira motivação daqueles que falam em nome do Senhor.

3.3- Habilita a Igreja para não ser influenciada por falsos mestres
O dom de discernimento de espíritos é uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais. Pois existem três tipos de manifestações espirituais no mundo: Deus, o homem e o diabo. Assim, uma determinada profecia pode ser de uma ordem divina, da mente do homem ou de origem maligna.  Por isso, a importância do dom de discernir os espíritos para prevenir a igreja dos enganos dos falsos mestres e profetas para preservar a saúde espiritual da igreja. Através desse dom, o Espírito Santo revelou a Paulo que tipo de espírito operava na moça que adivinhava na cidade de Filipos (At 16.16-18).

CONCLUSÃO
Os dons de revelação são de muita valia para a Igreja do Senhor, pois permite discernir entre o certo e o errado, entre o legítimo e o falso. Pela sabedoria de Deus o cristão pode resolver causas difíceis; ter conhecimento de fatos e situações que estão além da visão e conhecimento humano, e discernir a origem das manifestações espirituais. Que Deus conceda à sua Igreja dons de revelação para não cairmos nas astutas ciladas do inimigo de nossas almas.

Referências bibliográficas
► Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes. Edição 1995.
Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e Adultos. A igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125 - Lição 5 - Os dons de revelação.
Doutrinas Bíblicas Pentecostais – Centenário do Movimento Pentecostal Mundial (1906-2006). 3º Trimestre de 2006. Lição 5 - Os dons do Espírito Santo.
► Os dons de revelação 2º Trimestre de 2021. Lição 5 - Os dons do Espírito Santo. Igreja Assembleia de Deus de Recife/PE.
► Discipulados sem fronteiras – Orientandos vidas em amor. Aula 11 - Os dons espirituais.
► HORTAN, Stanley. Teologia Sistemática: uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 1996.

Comentário adicional Ev. Ancelmo Barros de Carvalho – Servo do Senhor Jesus